A festa de Lydia Mamudi realmente é de cair o queixo, cheia de decorações e flores por todos os lados, uma festa do chá que mais parecia uma verdadeira demonstração de elegância e dinheiro.
Annelise realmente estava apavorada, não gostava de estar numa festa tão grande, tinha vários motivos, primeiro a maquiagem, também tinha suas roupas de segunda mão, na verdade não ligava muito para seus vestidos de segunda mão, ela poderia reaproveitá-los de todas as formas e quando você tinha 6 irmãs que queriam usar suas roupas realmente tinha que dar pulos de gato.
Annelise sempre foi tranquila e gentil, fazendo amizade com damas de uma classe social acima, sendo arrastadas a bailes e sarais. Claro que a maioria dessas relações foi mais vista como coleguismo, diferente de Erika, sua fiel amiga, que agora parecia animada com seu noivado. Pensando na filha do banqueiro, a viu ao seu lado com um verde musgo maravilhoso.
- Está animada? – Erika realmente queria entrar na sociedade londrina, ter amizade com as pessoas certas faz de você uma pessoa especial, então ser amiga das filhas da madame Artois é um sonho de qualquer dama.
- Um pouco nervosa, para falar a verdade. – Murmuro apreensiva, tinha muito em jogo nessa festa, conheceria Tom e, claro, uma das irmãs mais queridas de Eric, a fazendo repensar por que aceito a corte e não aceito ser dama de companhia para o resto da vida.
- Vai dar tudo certo, - Erika ajeitou as próprias luvas enquanto caminhava ao lado de Annelise. – Duvido que ele cumpra aquela palavra, vejo o jeito que ele olha para você quando vamos visitar o parque. – Erika nunca viu alguém olhar da mesma forma carinhosa para Annelise, tirando o pai dela.
- Como pode ter tanta certeza? – Murmuro preocupada. Voltando à amiga com medo.
- Estou seguindo meus instintos femininos. – Murmuro baixo.
Bom, Annelise já ia falar que isso é besteira quando viu Eric vindo de certa forma bem apressado. Antes que Erika a deixasse, ela agarrou a amiga pelo braço, ouvindo-a rir baixo. A queimação que sentia por Eric ainda é pouco explorada, mas realmente poderia dizer que era amor? Não sabia que, pelos livretos de jovens damas, isso se enquadrava como paixão. Paixão para amor ainda tinha um longo caminho.
- Vejo que veio mesmo à festa, - Eric cumprimentou educadamente Erika, enquanto virou para Annalise e beijou sua mão. – Pensei que não viria, não pude confirmar pessoalmente já que não esteve em casa na última sexta-feira. – Murmuro pensativo, seus olhos tinham uma compreensão que Erika notou com alegria, já Annelise simplesmente ficou vermelha.
- Fomos à modista. – Erika tentou ajudar com paciência.
- Sim, fomos ver algo mais adequado. – Seriamente, Annelise queria um tecido simples e coberto por desenhos singelos, algo voltado ao rosa, como sempre amou. Parecia que a cor rosa-claro era seu símbolo de conforto.
- Vejo bem, estão lindas. – O braço de Eric ficou estendido como um convite que Annelise aceitou com rapidez, Erika permaneceu ao seu lado. – Agora vamos conhecer os demais convidados...
A caminhada foi curta até o bolo de gente, Annelise tremeu de medo vendo todos a olharem, Eric simplesmente tentou a acalmar com toques reconfortantes. Lembra de ter perguntado a Erika o que a dama tinha em questão e, como uma boa amiga, bom, Erika contou do medo de Annelise das pessoas, tinha um pavor por grandes multidões, o deixando um pouco mais cauteloso sobre como abordar os grandes eventos que a convidava.
- Finalmente irei conhecer a dama que conquistou o coração de meu irmão. – Annelise viu Lygia cumprimentá-la com rapidez. – Ou diria o bolso dele? – A risada dos demais deixou Annelise um pouco receosa, primeiras impressões sendo jogadas pela janela.
- Lygia! – O jeito alarmado de Eric fez o sorriso sumir um pouco.
- É só uma piada, querido irmão, nada demais. – Tentou parecer inocente, mas os olhos fitaram Annelise minuciosamente. – Ela nem mesmo achou mal, acredito?
- O senso de humor é de cada um. – Marinete surgiu entre o bolo. – Acredito que o desrespeito não seja um deles. – Annelise viu a outra irmã de Eric com um ar mais sério, poderia dizer que gostou mais dessa.
- Meninas, meninas, se acalmem! – Sra. Artois apareceu com um sorriso forçado. – Estamos numa festa, não vamos brigar. – Acredito que todos nós podemos trocar nossas opiniões depois. – A encarada seca que Annelise ganhou não a deixou mais à vontade, voltando a Erika com receio, mas acabou notando que a mesma tinha sumido, deixando-a sozinha.
- Vai ficar tudo bem. – Eric é a pessoa que a encarava com tranquilidade, a deixando um pouco mais aliviada.
- Sim, vai ficar tudo bem. – Ela sorriu com falsa esperança.
- Isso mesmo, - Eric acabou rindo. – Só temos que nos divertir, elas são sempre assim, Lygia tem uma opinião forte. – Annelise tinha ouvido do pai que quando você se casa não é só com a pessoa e sim com a família. A deixando um pouco apreensiva: como Eric tinha uma alma tão gentil enquanto sua família mostrava as garras?
Bom, Eric realmente a puxou para longe, ele não queria que Annelise tivesse ideias erradas sobre sua família, quem trouxe essa discórdia de roubo foi seu pai, o deixando pensar que quem lhe deu essas ideias tortas foi sua mãe, só porque sr. Fabio é funcionário público, realmente o dote de Annelise não era muita coisa, mas ele não se casava por dinheiro dessa vez, muito menos por status, sentiu realmente algo pela jovem ao seu lado.
Seria por sentimentos.
Em um ambiente mais calmo e sem muitas pessoas, Eric pôde relaxar e sorrir mais enquanto caminhavam, o deixando mais tranquilo. Sabia que, longe das amarras da sociedade, uma jovem era diferente daquele rato assustado.
- Está bonita nesse vestido. – Por fim, pode realmente conversar com Annelise. -Fica muito bem nesse tom claro.
- Acha mesmo? – A voz mais tranquila e divertida de Eric realmente quer apressar as coisas nesse casamento, para poder beijá-la e fazer outras coisas a mais com sua noiva.
- Sim, não menti a você. – Resmungo divertido, fazendo-a rir baixo. Eric tocou de leve seu rosto, deixando-o quente, e o simples selar de lábios no meio das flores do jardim deixou o ambiente mágico. – Sabe disso, não é?
- Sei. – Ela soltou com um suspiro, Eric acabou sorrindo. – Você está fazendo eu me apaixonar por você. – Murmuro pensativa e alegremente feliz.
- Que bom, isso mostra que estou indo no caminho certo - Eric parecia orgulhoso, fazendo Annelise o encarar um pouco longe de seu leque que nunca a deixa abaixar para mostrar sua expressão. – Mostra que a corte finalmente está mostrando resultado, não? – A deixando encabulada, pelo menos um pouco.
- Bom, falando assim, faz os pensamentos serem diferentes do que realmente pensei que ia acontecer... – Eric já ia querer mais explicações quando uma risada infantil veio aos ouvidos dos dois. Annelise viu uma senhora correr logo atrás de um menino espoleta que se escondeu atrás de sua saia. – Oh. – Tampou sua boca, olhando de canto de olho, enquanto o menino dos olhos azuis a encarou sorrindo, voltando seus olhos para longe.
- Papai, diga que não estou aqui. – Voltando para o meio da saia na parte traseira de Annelise.
- Tom, - Eric já ia questionar quando a senhora chegou ofegante. - Sra. Tina, que prazer tenho de vê-la agora. - Eric parecia realmente um pouco frustrado para Annelise, deixando-a um pouco de lado. Seus olhos nunca a deixaram, mas Annelise deu passos para trás com o menino em suas saias.
- Por que ela está atrás de você? – O menino a olhou por um instante.
- Disse que tinha que me comportar, porque meu pai ia mostrar minha nova mãe. – Ele parecia um pouco contraído. – Eu não quero uma nova mãe, eu já tenho uma. – O biquinho o deixou fofo na opinião de Annelise.
- Ninguém vai substituir sua mãe. – Ela fez um carinho de leve em sua cabeça, o deixando um pouco receoso. Tom encarou a mulher como se fosse uma fada que saiu das pinturas da parede do quarto de brinquedos. Ela é linda e perfeita. – Acho que ele só quer uma companheira. – Murmuro pensativa, realmente coitado da criança, o jovem não entende das coisas e ver a substituição não deve ser das melhores.
- Como a vovó e o vovô? – Tom realmente tinha visto seu pai, mas alegre depois do baile, o deixando um pouco pensativo. Tinha ouvido da vovó que papai tinha encontrado o amor de novo e que todo mundo merecia ser feliz novamente, mas isso não significava esquecer o passado, o deixando curioso.
- Sim. – Annelise o encarou de leve, voltando-se para Eric, que a olhava de forma diferente, deixando-a um pouco nervosa. Eric tinha um sorriso carinhoso e a senhora tinha sumido. – Eric?
- Que bom que está se dando bem. – Ele parecia um pouco aliviado, a deixando pensativa. – Acredito que vocês podem ser bons amigos. – Tom e Annelise se entreolharam por um tempo.
- Você vai se casar com a mulher fada? – Tom saiu de trás dos sais pensativo.
- Mulher fada? – Eric ficou um pouco curioso. – O nome dela é Annelise, filho!
- Nome de fada. – Tom parecia muito mais conquistador, deixando Annelise vigiando os dois de longe. Parecia mais tranquila um pouco, o menino não parecia reagir mal à notícia, mas acabou percebendo sua nova vida ali bem na sua frente, a deixando um pouco mais calma com a situação.
- Obrigada por me chamar de fada. – Ela sorriu de leve, deixando Tom mais confortável, enquanto Eric realmente parecia um pouco mais em paz, um pouco. Já tinha outras questões o atormentando, como o que ela realmente acha que esse casamento significa. Será que ele não deixou suas intenções claras?
- Viu, ela aceita. - Tom parecia mais à vontade agora.
Eric encarou Annelise enquanto tentava a todo custo jogar alguma partida de cartas com suas irmãs. Realmente, o final do evento não foi o que esperava. Pensava que poderia ficar mais sozinho, só que tinha Tom nas saias dela e, bem, suas irmãs a puxaram para longe, o deixando sozinho.- Está muito pensativo. – Comento, finalmente, ao seu lado.- Acha que estou me casando com você por quê? – Eric viu a pergunta sair mais rápido que seus lábios segurarem.- Por que isso de repente? – Annelise simplesmente ficou chocada com a mudança de assunto, a deixando confusa e preocupada.- Porque quando íamos conversar, minhas irmã
Tom, realmente, quando chegou em casa, foi surpreendido por sua nova mãe? Não pela moça fada, ela o recebeu alegremente junto com seu pai. – Que bom que você chegou, garoto! - Ele o cumprimentou com um abraço enquanto a moça fada o encarou de leve.- Oi? – Ele acenou com vergonha, fazendo-a rir baixo enquanto foi colocado no chão com rapidez pelo pai.- Acredito que posso deixá-los por algumas horas enquanto estou trabalhando, sim? – Tom garantiu com aceno enquanto a moça, fada, tudo que fez foi o olhar de leve, vendo o homem seguir em frente.- Você não é minha mãe. – Tom resmungou irritado.- Não
1 ano tinha se passado.Tom ia fazer 8 anos, Annelise parecia animada para a tal comemoração, tinha imaginado viagens à praia ou até mesmo visitar parques, brincadeiras ao ar livre, tinha muitos planos e o menino com Alfredo pareciam realmente gostar de suas ideias.Os filhos ainda não apareceram, mas realmente tinha esperança de que logo teria um bebê ao seu lado. Tom vivia falando em querer ter um irmão.- Quero um irmão de aniversário. – Murmuro pensativo.- Acho que não é assim que as cegonhas funcionam. – Annelise murmurou pensativa, enquanto entregava um pedaço de bolo. Eric quase engasgou com o seu.<
Inglaterra, 1800.Faz 4 anos que Lilian Artois se foi.Foi com esse pensamento que Eric ficou imaginando quando o luto finalmente saiu, quando seu coração parecia mais calmo e seu menino de 7 anos já estava melhor. Decidiram realmente sair daquele palacete de verão, vendendo e partindo para o palacete em Burford. Ele realmente sentia falta daquela cidade.Seriam dois dias seguindo viagem, mas seria bom uma viagem de pai e filho.Eric realmente queria sair de Londres antes da época de debutantes, ele tinha que achar uma nova esposa e mãe para Tom, mas queria seguir um meio diferente do que viveu com Lilian, queria algo mais tranquilo e não um casamento rápido, o fazendo bufar, ele, um homem de 30 anos, está parecendo uma moça de 17 anos esperando um casamento por amor.Parecia uma alma apaixonada.Mas tinha que ir com cautela, ele realmente tinha um menino.O menino, guardando seus brinquedos, deixa um clima amargo. Um conde que tem uma quantia grande e negócios de bons sucessos, um jo
Eric esqueceu o que era voltar a uma vida social, realmente seu luto durou muito mais do que deveria, ele só não queria ter que entrar num casamento maluco e arranjado como Lilian.Vendo um dos grandes salões em que acontecia seu baile de volta ao povo, via sua mãe, a querida condessa Miranda de Artois, e seu querido pai conversando com muitos outros cavalheiros, o fazendo resmungar. Já tinha recebido um anúncio de seu pai de que sua querida mãe escolheu várias damas para ele conversar essa noite. Tudo que tinha no papel era "CUIDADO, ELA VAI APRONTAR", o deixando nervoso, olhando feio para qualquer jovem debutante que chegava perto demais.Então simplesmente decidiu beber um pouco para relaxar, nada que um licor leve para acelerar um pouco a mente, e foi quando v
Tom pensou que voltar para casa, onde viveu com sua mãe, seu pai ia dar mais atenção que nem em Londres, mas realmente isso não aconteceu. Depois do grande baile, viu seu pai sempre sair às 9h e voltar perto do almoço, ficava no escritório fazendo poemas e só o via na hora de dormir.Não gostava de ficar com aquela senhora chamada Tina, a senhora tinha um cheiro estranho e um olhar distante. Quando a viu de manhã de novo numa quarta-feira, nosso menino simplesmente saiu do quarto apressado atrás do seu pai, que quase saiu pela porta, o parando e puxando a calça.- Tom? E aí, garoto, cuidado. – Fazendo carinho em seus cabelos loiros.- Por que está fugindo de mim? &ndas