Eu tava em uma festa. De novo. Morar em Londres é assim. Uma festa atrás da outra. Bom, pra quem não me conhece, meu nome é Lilian Montes, mas pelo amor de Deus, me chama de Lily, e tenho 16 anos. Mas voltando ao assunto, eu tava numa festa com a Charlie (ou Charllote). Como sempre, ela deve tá caída bêbada em algum lugar da festa ou foi embora com algum carinha por aí. Eu ainda não tinha ficado completamente bêbada, mas já tava vendo as coisas meio embaçadas.
– Lily! To adorando te ver aqui. - Era o Andrew.
– Não digo o mesmo.
– Podia parar de se fazer de difícil.
– E você podia parar de se jogar em cima de mim. - Literalmente. Eu acho que ele já tinha derrubado bebida no meu cabelo de tão perto que tava. - Esquece, Andrew. Eu não vou transar com você.
– Você dizia isso pro Matt.
– Hey! Eu nunca transei com o Matt!
– Não é isso que ele diz. - Ele falou e começou a beijar meu pescoço. Oh Lord. - Vai se fazer de difícil mesmo?
– Ah, não enche! - Empurrei ele um pouco mais pra longe.
– Ok, então. Não vamos transar, mas podemos ir pra um lugar mais… sossegado. Que tal? - Esse menino tá me tirando?
– Ir pra onde? - Falei sentando num pufe e ele sentou do meu lado.
– Pra onde você quiser.
– Se eu for, você para de me encher o saco?
– Combinado! - Então, lá fui eu sair com esse imprestável. - Meus pais não tão em casa. Quer ir pra lá? - Ele falou ligando o carro.
– Mas nem fudendo. Um lugar com gente, por favor.
– Você quem sabe. - Ele continuou dirigindo. Andrew parou na frente de um bar. Sabe aqueles bem furrecas de estrada? Era um desses. Na outra vida eu devo ter dançado pole dance na cruz, não é possível.
– O que é exatamente isso? Aliás, ainda estamos em Londres?
– Claro que estamos. E bem… isso é um bar.
– Se fosse pra beber, eu preferia ter ficado na festa.
– Para de reclamar, garota. Vamos entrar. - Bufei e saí do carro. Entramos e tinha um monte de garçonetes (Ou prostitutas. Vocês decidem), um monte de cara velho quase morrendo de cirrose e dois adolescentes meio bêbados, meio em sã consciência, ou seja, nós. - Vai querer o que?
– Tequila. - Ele riu fraco. - O que foi?
– Não estamos mais na área rica de Londres.
– É, eu percebi.
– Fala logo o que vai querer.
– Ai, qualquer coisa. - Ele pediu uma bebida que eu nem quis escutar o nome. A tiazinha que tava atrás do balcão trouxe pra nós e eu tomei um gole. O troço desceu rasgando minha garganta.
– Não gostou, patricinha?
– Nossa, falou o moleque de rua. - Ele riu e continuamos bebendo. - Vamos pra onde depois daqui?
– Você escolhe.
– Podemos voltar pra festa?
– Menos essa sugestão. Não tenho mais 40 libras pra dar.
– Eu odeio você.
– Obrigado.
– Podemos voltar pro carro? Esse lugar fede.
– Vamos então. - Entramos no carro e ele começou a dirigir. Quero só ver pra onde vamos dessa vez. Ele parou o carro numa casa bonita e com certeza ficava do outro lado da cidade do que aquele bar pulguento. - Fica a vontade, princesa.
– Obrigada. - Disse em tom de ironia.
– Eu te falei que não ia ter ninguém em casa.
– E você fez de tudo pra eu vim pra cá.
– Eu sabia que te levar num lugar daqueles ia fazer você querer ir pra qualquer outro. E a gente pode aproveitar. - Ele disse a me puxou pra ele, apertando minha cintura.
– Você é surdo ou se faz? Não vai rola nada.
– Nem um beijinho?
– Ok. Só um. - Então ele me beijou. O beijo do Andrew não era ruim, mas também não era um dos melhores.
Era… normal. E ele tava me dando tédio. Ele parou o beijo e foi seguindo uma trilha até no meu pescoço. Tava começando a me dar arrepios, se é que vocês me entendem. - Ok. Chega né? - Falei e dei um passo pra trás.
– E você vai me deixar assim? - Ele perguntou um tanto desesperado e apontou pro “amigo” dele.
– E você quer que eu faça o que? - Ele não me respondeu. Bufei. - Posso dar uma aliviada. Mas só isso.
– Prometo que vai ser só isso. - Olhei meio desconfiada, mas fiz o que eu falei. Eu sei que me arrependeria disso um dia. Ou melhor, quando comecei já me arrependi. Eu sabia como o Andrew era e amanhã todo mundo já vai saber disso, mas já fiz coisas piores, então foda-se. “Terminei” e sentei no sofá. - Quer fazer o que agora?
– Ir pra casa. Você se incomoda de me levar, ou eu posso chamar um táxi…
– Tudo bem, eu te levo. - Entramos no carro de novo.
– E a Charlie?
– O que tem?
– Vocês não são amigas?
– Sim, mas o que tem ela?
– Só to perguntando. Calma.
– Você sabe que eu não confio em você.
– Mas mesmo assim aceitou entrar no meu carro e ir pra um lugar desconhecido comigo.
– Eu não tava em sã consciência. Aliás, ainda não to. - Ele me deixou em casa e foi embora. Tirei meu salto e entrei em casa tentando não fazer barulho. Subi as escadas, entrei no quarto e fui tomar banho. Depois me joguei na cama e dormi.
Acordei com o despertador quase “dando cria” de tanto apitar. Levantei e fui tomar um banho gelado pra eu acordar. Saí e me arrumei pra ir pro colégio. Me olhei no espelho e eu tava horrível! E com uma dor de cabeça enorme.Passei maquiagem, mas nem isso resolveu a minha cara de ressaca. Desci e tinha um bilhete da minha mãe avisando que teve que ir mais cedo pro trabalho. Só peguei uma maçã e fui pro colégio. Era perto, então fui andando.Quando cheguei lá parecia que a escola toda tava olhando pra mim. Na verdade, a maioria das pessoas tavam.Ótimo. Ele tinha contado pra meio mundo. Fingi que não liguei e fui até o meu armário.– Não achei que você me largaria lá. - Falaram do meu lado quando eu fechei o armário.– Eu achei que você tinha ido embora com alguém. - Era a Charlie.
A semana passou rápido. Eu me recusei a arrumar minhas coisas e minha mãe fez esse favor pra mim. Ok né. A festa na casa do Matt foi um saco. E quando a Charlie bebe ela fica mais sensível do que é. O que resultou ela numa noite inteira chorando no meu ouvido falando que não ia mais me ver, que ia sentir saudades e me abraçando. Meu voo era de manhã, e eu nem tinha dormido a noite.Minha mãe passou na casa da Charlie umas 10h00 pra me levar pro aeroporto.– Eu te ligo, ok? - Ela falou antes de eu embarcar.– Ah, claro.– Vocês vão se dar bem.– Não te garanto nada.– Vê se se esforça, pelo menos.– Posso tentar. - Mentira. Ela sorriu. Nos despedimos e eu embarquei. Dormi o voo inteiro. Cheguei lá já era de tarde.– Oi querida.– Oi pai.– Eu tava com sa
– Eu e o Ryan vamos sair na sexta. - Katy disse.– Hm. Boa sorte.– Obrigada. Mas e você e o bonitão ali?– Bom, eu inventei uma desculpa tosca de que não conhecia a cidade e blahblah e ele acreditou. Ele vai “me mostrar a cidade” amanhã de tarde.– Bom, já vou te avisando. Vocês só vão ficar se você agarrar ele.– Por que?– Ele é daqueles certinhos sabe? Ele não trai a namorada. - Bufei.– Sempre tem a primeira vez. - Disse e sorri. Ela sorriu de volta.– Vai fazer o que pra ele ficar contigo?– Vou pelas beiradas.– E se ele falar pro seu irmão?– O Ryan não sabe que eu sei que o Derek tem namorada. E eu nem sei a cara dela.– Ela é nojenta. - Ela disse sentando na carteira e eu sentei do seu lado.– Im
Entrei e casa e fui subir as escadas pra ir pro meu quarto.– Lilian. – Meus pais tinham algum problema. Sério. Só eles me chamavam assim. Qual o problema em falar “Lily”?– Eu.– Onde você tava?– Eu falei pro Ryan pra onde eu ia.– Seu irmão foi na pista de skate e você não tava lá. – Ah é... acho que a gente começou a beber e depois foi pra uma pracinha. Uma coisa assim.– Ah.– Sair só de final de semana.– Que mal tem eu sair nos dias normais?– Acho que o cheiro que tá saindo da sua boca já diz. – Londres, i miss you. E eu não tava com bafo de bebida...Subi, finalmente, pro meu quarto e tomei banho. Deitei na minha cama e liguei o note pra falar com a Charlie.Contei tudo pra ela sobre hoje, inclusive sobre o Derek.“
– Oi gente.– Oi. – Eles responderam.– Quem é essa? – A loira ridícula disse no ouvido do Derek, mas eu ouvi. Ele falou algo pra ela. Certeza que falou que eu era a irmã do Ryan.– Sou Ellen. – Ela disse com aquela voz irritante.– Lily.– Nome de criança. – Ela disse pra mim.– Pelo menos não tenho voz de traveco. – Os meninos e a Katy riram e ela ficou com cara de irritada.– Dá um pouco? – A Katy disse se referindo ao chocolate e eu dei um pedaço pra ela.– Pega leve com a Ellen tá? – Ryan pediu pra mim disfarçadamente.– Oushe. Eu não fiz nada.– Não é nem pra pensar em fazer.– Vocês falaram alguma coisa de mim pra ela?– O Derek só disse que ia dar uma de guia turístico con
– É, Katy, eu sobrei. – Já tinha chego em casa e tomado banho. Agora tava deitada na cama falando com a Katy sobre o meu fracasso na “missão” de hoje.– Mas ela foi fazer o que lá?– Fuder comigo! – Disse irritada já. – E acho que eles nem chegaram ainda.– Acho que eles vão na festa de hoje.– Festa? Mas aqui não tem festa.– As vezes tem na casa de alguém. – Que lindo. O Ryan mentiu pra mim. – Seu irmão vai.– Como você sabe?– Ele me falou hoje. Eu vou com ele.– Onde é essa tal festa? – Ela me passou o endereço e o horário. – Te vejo lá, Katy.– Ok, Lily.*Ligação off*Escutei pessoas falando no andar de baixo e fui até a escada. Aquela escrota tava aqui junto o Derek. Bufei
Dei um passo pra trás e ele veio junto. A boca dele parecia que tava me chamando. Era perfeita. Segurei seu rosto e o beijei. Ele segurou na minha cintura e me puxou mais pra si, fazendo carinho nas minhas costas e na minha cintura. Paramos o beijo por falta de ar e ele começou a distribuir selinhos pelo meu pescoço.(...)Ouvi um barulho e acordei. Tentei dormir de novo, mas o barulho não parava. Era alguém batendo na porta.– Lily, abre a porta! – Era o Ryan.– Espera. – Me espreguicei e bati em alguma coisa.– Ai! – Olhei pro lado. Eu. Só. Faço. Merda.– Lily? – Ele olhou em volta. – Isso só pode ser brincadeira.– Eu vou mofar aqui na porta. – Olhei pro Derek e ele olhou de volta.– Vai pro banheiro que eu vou vestir alguma coisa e abrir a porta.– E como eu vou sair da sua casa depois
~Derek on~Ouvi uma voz que parecia tá longe e depois levei um tapa no meio da cara. Legal acordar assim... bacana. Mais bacana ainda foi quando me dei conta do que eu tinha feito. Olhei pro lado.– Lily? – Olhei pra cima ainda deitado. – Isso só pode ser brincadeira.– Eu vou mofar aqui na porta. – O Ryan berrou do outro lado da porta e eu e ela nos entreolhamos.– Vai pro banheiro que eu vou vestir alguma coisa e abrir a porta.– E como eu vou sair da sua casa depois? – Perguntei.– Só faz o que eu to falando. Isso depois a gente vê.– A Ellen vai me matar. – Percebi ela me olhando com raiva.– Tá brincando que você vai contar pra ela?– Ah, foda-se a Ellen. Se ela ficar sabendo, o Ryan vai ficar sabendo também. E eu tenho amor pela minha vida.– Lily? – Ryan gritou na porta de