Um tiro ecoou.A traseira do carro foi alvejada por tiros.Leandro, que estava como motorista, não conseguiu se conter e exclamou:- Vasco traiu nosso acordo! Ele enviou pessoas para nos matar! Marco, Srta. Uxía, segurem firme!Atrás do carro blindado preto, vários carros modificados os perseguiam. Um atirador, em pé sobre um dos carros, disparava com seu rifle de precisão contra eles, sem lhes dar chance de parar.Marco segurava firmemente o pulso de Jéssica. No espaço apertado do carro, os olhos ferozes do homem se fixaram nela.- Atire em mim agora e leve minha cabeça de volta à Organização Brilhante! Não foi para isso que você se aproximou de mim? Atire, Jéssica!Os dedos de Jéssica, que seguravam a arma, estavam pálidos e enrijecidos. Ela amaldiçoou:- Louco!Ela o empurrou bruscamente, arrancou a pistola de suas mãos, abriu a janela e esticou metade do corpo e do braço para fora, atirando contra os assassinos que os perseguiam.O som dos tiros era ensurdecedor.- Leandro, abaixe
Leandro reclamou:- Marco, você terminou com a Srta. Uxía e ainda deu uma arma para ela. Não temos muitas armas no carro, você não deveria ficar distribuindo.- Cale a boca.Leandro fez beicinho.- Marco, na verdade, você tem medo de que a Srta. Uxía encontre algum perigo no caminho de volta, não é?Marco apertou os lábios, com um rosto sério.- Se você não falar, ninguém vai pensar que é mudo.- Marco.- Você está cansado de viver?Leandro silenciosamente fechou a boca, e não disse mais nada.Marco olhou pelo espelho retrovisor a silhueta delicada que se distanciava, e seu olhar finalmente se suavizou....Jéssica, caminhando na ponte sobre o mar, segurava firmemente a arma na mão. Não sabia se era o sal do vento marítimo ou a emoção reprimida por tanto tempo que finalmente veio à tona, mas as lágrimas silenciosas transbordavam dos seus olhos.Sua mente estava repleta das lembranças com Marco, e em seus ouvidos ressoava a voz grave dele."De agora em diante, chame-se Uxía. Não importa
Jéssica, envolta no casaco de Marco, escondeu seus lindos cabelos sob o tecido. Após a chuva noturna, uma densa neblina cobriu o penhasco. A dez passos de distância, era impossível distinguir claramente quem era, só era possível notar o grande casaco que vestia.Os assassinos foram habilmente desviados por Jéssica. Tiros ecoavam, e quatro ou cinco assassinos a perseguiram. As balas de Jéssica rapidamente acabaram, e ela correu para a borda do penhasco. Prestes a saltar para o mar, um tiro foi disparado em suas costas. Jéssica caiu para a frente e despencou do penhasco.O mar se agitou com o impacto.A água cobriu o corpo de Jéssica, e ela não ouvia nada além do barulho das ondas.Seus membros, imersos na água salgada, pareciam dormentes e imóveis.Seu corpo afundava lentamente no fundo do mar, enquanto ela perdia a consciência....Quando Marco chegou a salvo ao País R, já havia desmaiado devido à perda excessiva de sangue.Após duas horas na sala de cirurgia, Rogério salvou sua vida.
O tempo voltou aos dias atuais. Marco olhou para a mulher que dormia de costas para ele na cama. Ela estava coberta apenas na cintura por um fino cobertor. Sua pele pálida contrastava intensamente com os lençóis escuros, atraindo irresistivelmente o olhar dele. Marco acendeu um cigarro e ficou ao lado da janela, fumando silenciosamente. Após o desmantelamento do poder de Vasco, Tiago assumiu temporariamente os negócios da Organização Brilhante, devolveu a liderança ao presidente do País Z e retornou para a Cidade S para viver sua própria vida com Amélia. Durante a gestão temporária de Tiago na Organização Brilhante, Jéssica foi removida da lista de assassinos da organização. Naquele momento, começaram oficialmente os cem dias de negociação entre Marco e Jéssica. Marco se lembrava da noite no Castelo Tonrinese, onde ela havia sido vítima de uma traição, e, drogada, acabou entrando no quarto dele no castelo. Durante aqueles dez anos, ele sempre procurou informações sobre o seu de
Marco não era mesquinho, mas em assuntos do coração, ele nunca foi muito generoso.Após o jantar, Jéssica tentou várias vezes falar com ele. Marco, porém, manteve o semblante frio e os lábios cerrados.Quando Marco se retirou para o escritório, Jéssica, contendo sua irritação, perguntou a Wilma:- Wilma, o que eu fiz?- Marco sempre foi temperamental, mas com a Srta. Jéssica ele nunca foi assim.- Quando ele já foi caloroso comigo?Jéssica, irritada, mordeu um pedaço de milho.Wilma, observando a discussão, não pôde deixar de sorrir e disse:- Você não sabe, antes de ir para uma reunião esta manhã, Marco fez questão de me pedir para preparar uma sopa para você.Ao ouvir isso, Jéssica atirou o milho que segurava sobre a mesa.- Isso não é preocupação, ele só quer se mostrar.Wilma ficou sem palavras.Dez anos se passaram, e a Srta. Uxía ficou ainda mais autoritária. Há dez anos, ela já desafiava Marco frequentemente....Era o segundo dia de Jéssica na Mansão da Árvore, e ela ainda não
Jéssica nem sequer olhou para a mulher atrás de Marco, seu olhar estava fixo apenas no rosto dele.- Não precisa me expulsar, eu não queria dormir no seu quarto de qualquer maneira. Só que, não sei se é minha memória que falha ou a do Sr. Marco, no meu primeiro dia aqui, alguém me disse, em tom de ordem, que eu deveria dormir no quarto dele. E agora, em apenas um dia, você me expulsa. Sr. Marco, você é impossível.Ela falou enquanto olhava diretamente para a Srta. Nadia.O tom indiferente de Jéssica, estava na verdade dizendo a Srta. Nadia que ela não estava interessada em Marco. Mas se a Srta. Nadia realmente gostasse de Marco, estaria em apuros.Jéssica, descalça, não se sentia envergonhada.- Wilma, em qual quarto vou dormir?Ela diretamente por Marco, ele a segurou gentilmente pelo braço.Jéssica olhou para trás, sorriu levemente, um sorriso belo, porém frio.- Por que você está me segurando? Sua namorada está olhando.Marco baixou a cabeça, observando os pés descalços, brancos e d
- Sr. Marco, você não é um monstro, mas... - Jéssica se aproximou intencionalmente, cheirando a gola de sua camisa. - É que o seu perfume é muito forte, eu tenho rinite, não posso suportar.Imediatamente, ela cobriu o nariz com a mão.Marco afastou sua mão, olhando diretamente nos olhos dela.- Como eu não sabia que você tinha rinite?- Por que você saberia que eu tenho rinite?"O que há em você que eu não sei?"Marco a examinou por um momento, depois olhou para ela com um olhar brincalhão.- Você está com ciúmes?- Por que eu teria ciúmes?"Se alguém deve estar com ciúmes, deve ser a Srta. Nadia. Ela claramente só tem olhos para o Marco."- Você está com ciúmes da Nadia.Jéssica encarou Marco sem desviar o olhar.- Você realmente pensa isso de mim?Marco segurou o pulso dela, e em seu olhar franco, não havia sinal de ciúmes. Isso só irritou Marco ainda mais.- Sr. Marco, embora eu não seja uma garota frágil, ainda sou uma garota. Você está apertando demais, está me machucando.Marco s
No dia seguinte, bem cedo, Jéssica estava saindo do quarto de hóspedes quando percebeu que a porta do quarto principal estava aberta e, saindo de lá, era a própria Nadia.Ela ficou surpresa e sentiu uma irritação crescer em seu interior. Na noite anterior, Marco havia prometido que não tocaria em outras mulheres enquanto ela estivesse lá. Ela pensou que tinham chegado a um entendimento, mas num piscar de olhos, Nadia já havia passado a noite na cama dele.Que ironia.Nadia pareceu perceber algo e um lampejo de satisfação passou por seus olhos.- Srta. Jéssica, como foi sua noite de sono?Jéssica respondeu friamente:- Não foi ruim.Nadia, fingindo timidez, disse:- Eu também dormi bem. A cama do Marco é grande e macia.Jéssica riu internamente, mas antes que o sorriso desaparecesse dos seus lábios, viu outra porta se abrir. Era Marco, vestindo roupas casuais, saindo do quarto de hóspedes.Jéssica entendeu o que havia acontecido e olhou para Nadia com um sorriso. "Você é boa em mentir"