Enquanto falava com Jéssica ao telefone, Tiago permanecia a uma certa distância, de olho na movimentação da jovem no quarto. Tinha estado distraído até então, mas ao se virar, notou que Amélia estava na ponta dos pés, em cima de uma cadeira, tentando alcançar algo no alto. Com uma rápida contração das sobrancelhas, Tiago entrou no quarto a passos largos. Jogou o celular de lado, se esquecendo de desligar a ligação, e agarrou Amélia, que estava na cadeira, colocando-a no chão.- O que você está fazendo aí em cima? Não tem medo de cair? – Ele perguntou.- Estou procurando um livro. – Amélia apontou para o único livro na estante que tinha algum apelo para ela- Qual livro? Eu pego para você. – Tiago se ofereceu.- Aquele livro de quadrinhos ali. – Amélia se aproximou do móvel para apontar mais precisamente. Tiago era alto, não precisava de um banco para alcançar. Ele pegou o livro de quadrinhos e o entregou a ela, aproveitando para dizer:- Já falei com Jéssica, ela vai vir ficar com voc
Após o almoço, Jéssica se acomodou no sofá para ler por um tempo. Amélia ficou surpresa com o hábito de leitura de Jéssica, achando inesperado que uma "bad girl" como ela também gostasse de livros. Essa cena parecia totalmente incongruente com sua personalidade.Jéssica havia encomendado algumas sobremesas para serem entregues na mansão e pediu que Amélia fosse buscá-las. Quando Amélia viu aqueles pequenos bolos delicados e belos, seus olhos brilharam.- Você também gosta de doces? Pensei que alguém como você desprezaria garotas que gostam de comer doces, achando que é algo feminino demais! – Amélia disse.- Eu sou uma mulher, e sou muito feminina, tá bom? - Jéssica respondeu prontamente.Amélia sentiu um arrepio. Ouvir ela falar aquilo soava fora do lugar!Depois de um simples chá da tarde, Amélia viu que Jéssica continuava lendo e decidiu ir ao quarto tirar um cochilo. No entanto, o sono teimava em não chegar, deixando Amélia inquieta. Ela pegou seu celular, pensando em contatar Tia
Amélia estava se perguntando de quem seria aquela blusinha de alcinha que Tiago ousou esconder. O rosto de Amélia estava constrangido. "Quando Tiago voltar da fronteira, vou interrogá-lo!"Rapidamente, o seu olhar caiu sobre outra coisa dentro da caixa de ferro, um caderno que parecia um diário. O caderno não era novo, tinha alguma idade.Os olhos de Amélia brilharam. "Quem diria, Tiago tem o hábito de escrever diários secretamente? Vou espiar seus pensamentos mais íntimos!"Naquele momento, Jéssica, que procurava por Amélia há algum tempo, já estava impaciente. A mansão era realmente grande. Ela colocou as mãos na cintura e gritou:- Amélia!O coraçãozinho de Amélia saltou. "A bruxa" veio procurá-la. Ela rapidamente fechou a caixa de ferro. Se Jéssica visse isso, com certeza zombaria de Tiago! Amélia escondeu as coisas de volta na caixa e a fechou. Quando Jéssica entrou no escritório, ela viu Amélia lendo um mangá.- O que você está fazendo no escritório de Tiago? Ele tem várias arma
Fronteira, Ilha da Baía.- Chefe, esses "Assassinos Marionetes" usados pela Organização Sombria são surreais! Não adianta atirar neles, só um bombardeio faria diferença. Mas não podemos usar todos os nossos canhões contra esses mortos-vivos, certo? E a defesa de nossas retaguardas?Com um olhar sério e sobrancelhas franzidas, Tiago que analisava o mapa, respondeu:- Se continuarmos a manter esse impasse com as forças do País A, correremos o risco de nos desgastarmos antes mesmo de perder a batalha. Esses "Assassinos Marionetes" são certamente aterrorizantes, mas deve haver uma forma de destruí-los completamente.Tiago e Thomson estudavam o mapa com atenção. Finalmente, Tiago encontrou um pântano na Ilha da Baía.Com seus dedos longos e precisos, Tiago apontou para o pântano e sugeriu com convicção:- Se conseguirmos atrair esses "Assassinos Marionetes" para este pântano, poderíamos economizar uma quantidade significativa de munição.- Ótima ideia! Se as balas não os matam, então que af
Duas horas depois, Jéssica voltou apressadamente de fora. Ao chegar na mansão, Amélia percebeu que algo estava errado com a expressão de Jéssica. Amélia, que havia preparado um arroz frito ao meio-dia, perguntou:- Fiz arroz frito para o almoço, você quer? Posso te servir uma tigela.Jéssica, segurando o encosto da cadeira com força, se sentou lentamente à beira da mesa de jantar, com uma expressão um tanto perturbada. - Você está se sentindo mal? - Amélia indagou preocupada.- Não, vamos comer juntas. – Jéssica respondeu.Amélia assentiu e se sentou para compartilhar a refeição com ela.No meio do almoço, Jéssica de repente largou o garfo, engoliu saliva e disse em um tom sombrio:- Amélia.- O que foi? – Ela perguntou.- Há algo que acho que preciso te contar. – Jéssica apertou seus lábios vermelhos.Um arrepio percorreu Amélia, como se pressentisse algo ruim.- Tiago se envolveu em algum problema? Jéssica juntou as mãos e inspirou profundamente antes de falar:- Ele encontrou Va
Amélia e sua equipe passaram três dias inteiros buscando Tiago na Ilha da Baía, mas não encontraram nem sinal dele ou de seu corpo nas águas do oceano. Nem mesmo os socorristas acreditavam que Tiago pudesse ainda estar vivo. Jéssica também começava a perder a esperança. Porém, Amélia se recusava a desistir, teimosa em sua decisão de permanecer na Ilha da Baía. "Vivo ou morto, preciso ver com meus próprios olhos."Alguém, sem pensar, comentou:- Já se passaram tantos dias, nem o corpo dele vai ser possível encontrar. Talvez os tubarões do mar já o tenham devorado.Os olhos de Jéssica brilharam com uma frieza cortante enquanto ela encarava a pessoa:- Se não sabe o que falar, fique calado! Cuidado para eu não cortar sua língua!A pessoa rapidamente fechou a boca.Amélia, abraçando os joelhos, se agachava à beira-mar, olhando para o vasto oceano e sentindo um vazio desolador em seu coração. Ela focou no horizonte borrado e, por um momento, pensou ver a silhueta de Tiago. Se levantando len
Sob a luz do luar, duas sombras se abraçavam intimamente; o pequeno e delicado corpo da garota se enroscava no alto e forte perfil do homem. Tiago olhava a expressão molhada de lágrimas da mulher em seus braços e não podia evitar se sentir angustiado.- Estou de volta em segurança, por que ainda está chorando? – Ele perguntou.Amélia, mordendo seus pequenos dentes, disse um tanto irritada:- Por que você não voltou para mim mais cedo? Eu pensei que você realmente tivesse morrido, Tiago. Você faz ideia de quanto tempo eu chorei? Eu não vou permitir que você desapareça assim de novo! Já se passaram dezessete dias, dezessete dias inteiros. Você nem pensou que eu sentiria sua falta?O olhar profundo e escuro do homem se fixou nela, um traço sutil de piedade contida brilhava em seus olhos.- Claro que sabia que sentiria minha falta; eu também queria voltar rapidamente para te ver. E sei que você não comeu nem dormiu bem esses dias. – Ele tentou explicar. - Então por que só voltou agora? Eu
Depois de retornar a Cidade S, Tiago e Amélia fizeram uma breve visita ao pequeno povoado de Águas Claras para conversar com os pais de Amélia sobre os preparativos para o casamento e para retirar os documentos dela, necessários para o registro do matrimônio no cartório. Amélia, que já não ia ao trabalho há algum tempo e que em breve teria que preparar seu casamento e ir de lua de mel com Tiago, decidiu seguir o conselho dele e pedir demissão. "Poderei procurar um novo emprego quando tudo estiver mais estável," ponderou ela. Em um determinado dia, Amélia e sua amiga Rita marcaram um compromisso para escolher o vestido de noiva perfeito. Tiago também convidou Lucas para ajudá-lo a escolher um terno. No entanto, os quatro acabaram desviando do propósito inicial, deixando de lado a busca pelos vestidos de noiva e ternos. Em vez disso, foram a um restaurante jogar cartas. No desfecho, Amélia perdeu e demonstrou um certo ressentimento.- Isso não é justo! Estou desempregada e Tiago também