À noite, Lucas arrastou Rita para uma corrida de dois quilômetros. Quando voltaram, ela estava suada da cabeça aos pés. Ela tomou um banho e se sentou diante do cavalete, mas sua mente estava vazia. Ao sair do banheiro, Lucas encontrou sua mulher de cabelos molhados sentada em frente ao cavalete, com a janela aberta e um vento frio entrando. Ele pegou um secador de cabelo e foi até ela, parando atrás de seu assento.- Você acabou de se recuperar e já está tomando banho sem secar o cabelo? Não teme que vá ter dores de cabeça no futuro?Ouvindo suas reclamações, Rita não pôde evitar um sorriso.- Você está começando a soar como a Leila.Lucas ligou o secador, testou a temperatura com a mão e começou a secar o cabelo dela. Algumas semanas atrás, Rita tinha cortado o cabelo bem curto, mas agora ele já estava longo de novo, atingindo o comprimento dos ombros.Ele lançou um olhar ao papel em branco sobre o cavalete dela e perguntou casualmente:- Ainda não pensou em um novo projeto?- Antes
O Porsche 918 estacionou na frente da Mansão Souza. Rita, abraçada com amostras de seu vestido de noiva, se preparou para sair do carro.- Obrigada por me trazer de volta. Você gostaria de entrar e tomar um chá?André respondeu com um sorriso contido.- Melhor não, não quero ver toda a sua família feliz e unida.Rita sentiu um leve desconforto.- Então, tome cuidado no caminho de volta.Justo quando ela ia abrir a porta para sair, ouviu André dizer:- Talvez você não tenha sentimentos por mim apenas porque acho que errei na abordagem. Rita, eu poderia apontar dez ou até cem defeitos do meu tio, mas em seus olhos, tudo nele é perfeito. Esse é o diferencial entre amor e falta dele.Rita olhou para baixo, sem negar:- Talvez você esteja certo. O amor é algo muito irracional, não segue nenhuma ordem.André sorriu, como se tivesse entendido algo.- Talvez seja o destino. Você foi destinada ao meu tio, não a mim.Rita também sorriu, não adicionando mais nada, e saiu do carro, abraçada ao seu
Na sexta-feira à tarde, Lucas saiu mais cedo do trabalho e pegou Amanda na creche antes de levar Rita até o local do concurso de design. O lugar estava repleto de pessoas. Preocupado que Amanda pudesse se perder, Lucas a segurou no colo o tempo todo.A garota, abraçada ao pescoço de Lucas e com uma visão ampla por causa da altura dele, logo avistou André na multidão.- Papai, mamãe, eu vi o Dré!Apontando com o dedinho, Amanda direcionou os olhares de Lucas e Rita para onde André estava. Ele também os viu e caminhou em direção a eles.- Tio, Rita.- Dré, o que você está fazendo aqui? - Amanda perguntou, curiosa.e segurou a mãozinha de Amanda e a sacudiu.- Amanda, faz tempo que a gente não se vê, né?A menina fez um som manhoso.- Você e a Diana não vêm mais brincar comigo em casa.- Nós dois temos estado muito ocupados. Quando tivermos um tempinho, eu prometo brincar com você.Lucas apertou os olhos e examinou o esboço de design nas mãos de André.- Você está mesmo decidido a seguir
O senhor ouviu atentamente a filosofia de design de Rita e acenou com um sorriso compreensivo. Havia um toque de apreciação em sua expressão enquanto ele brincava:- Srta. Rita, é interessante que seu marido não lhe incetivou na perda de peso, mas em vez disso, a encorajou a criar vestidos de noiva plus-size. Um homem peculiar, devo dizer.Rita ficou surpresa que o senhor tocasse nesse assunto. Seu rosto ficou ligeiramente corado.- Eu e meu marido temos um ótimo relacionamento. Ele também está aqui hoje.- É mesmo? E quem seria seu marido?Rita apontou discretamente para um homem não muito distante e informou:- Aquele ali é meu marido.O senhor olhou na direção indicada e continuou sorrindo, finalmente dizendo:- Design de moda e alta-costura não são sinônimos de superficialidade. Precisamos de jovens designers como você, que são pacientes e permanecem fiéis às suas raízes. Estou ansioso para vê-la na final.- Obrigada.Depois que o senhor saiu, Rita correu até Lucas e Amanda.Lucas
No caminho de volta à Mansão Souza, Rita estava distraída no banco de trás. Amanda piscou seus grandes olhos e olhou para ela várias vezes, balançando o braço de Rita com suas pequenas mãos.- Mamãe, quero jogar no celular. Posso pegar o seu?- Claro.Rita voltou a si e pegou o celular de sua bolsa para Amanda. Lucas dirigia o carro e, pelo retrovisor, lançou um olhar rápido para sua esposa e filha.- Amanda, não é bom jogar no celular enquanto estiver no carro.A menina resmungou:- Vou brincar só um pouquinho.Lucas estava mais preocupado com Rita. "Ela parece distraída desde que falou com os jurados", pensou ele, franzindo ligeiramente a testa.- O que os jurados falaram com você? Por que você está tão quieta?"Acabou de entrar nas finais, deveria estar feliz. Por que parece tão preocupada?" Rita ainda não tinha decidido como falar sobre aquilo com Lucas. Ela apertou a palma da mão e disse:- Não é nada sério. Fiquei um pouco sobrecarregada depois de chegar às finais. Preciso pens
George aproveitou o jantar para perguntar:- Rita, ouvi dizer que você chegou à final hoje. Parabéns!- Obrigada.- Quando termina essa competição? Depois, você e o Lucas devem começar a planejar o casamento, certo? Não podemos continuar pressionando vocês eternamente.Antes que Rita pudesse responder, Lucas interveio:- Pai, vamos adiar o casamento por enquanto. Rita e eu temos coisas importantes a fazer.Rita olhou para ele, surpresa.- Lucas?George franziu ligeiramente a testa, claramente descontente.- Que coisas tão importantes assim? Não podem separar alguns dias para fazer o casamento?Lucas colocou seus talheres sobre a mesa e disse com os lábios apertados:- Pai, isso não é da sua conta. Rita e eu já estamos casados; só falta a cerimônia. Podemos fazê-la quando quisermos; não há pressa.Amanda, visivelmente desapontada, perguntou:- Quando é que vou poder ser a dama de honra então?A menina adorava ver casamentos, e agora seu pai e sua mãe haviam adiado o deles. Que tristeza!
Na manhã seguinte, Rita foi acordou com o despertador. Ela estendeu a mão sonolenta para desligá-lo, mas só encontrou vazio ao lado da cama. Abriu os olhos e não viu Lucas no quarto. Com esforço, Rita se levantou, as pernas quase cedendo. Um calor subiu ao seu rosto ao se lembrar de algo. Vestida em seu pijama e chinelos, ela desceu as escadas. Sua filha correu ao seu encontro, esfregando-se em seus tornozelos. A mesa do café da manhã estava ocupada apenas por ela. Com o cenho ligeiramente franzido, Rita perguntou:- Amanda, cadê o papai?- Bom dia, mamãe. Papai disse que tem uma reunião muito importante hoje, então saiu cedo para o escritório.- Mas hoje é sábado, por que ele teria que ir trabalhar?Amanda balançou a cabeça e saiu da cadeira, indo até Rita. Segurou a mão de Rita e perguntou com seus olhos brilhantes:- Mamãe, você vai mesmo para a Inglaterra?Rita hesitou, quase esquecendo essa parte.- Sim.- Você não pode ficar? Eu, meu irmãozinho e papai vamos sentir muito a sua f
Nos últimos dias, Lucas saía e voltava cedo, já que tinha dois filhos em casa para cuidar. O homem, que antes era uma figura imponente no mundo dos negócios, se transformou subitamente em um pai quase em tempo integral.Embora tivessem empregados em casa para cuidar do bebê, o pequenino ainda era muito jovem, com apenas três meses e ainda precisava ser alimentado. Quando Lucas estava desatando sua gravata e desabotoando seu paletó, subindo as escadas em direção ao quarto do bebê, ele ouviu um forte choro infantil.A empregada que cuidava do bebê estava tentando acalmá-lo, mas sem sucesso. O pequeno não parava de chorar, seus olhos já estavam vermelhos. Lucas franziu ligeiramente as sobrancelhas, perturbado pelo choro do filho.- Deixe-me segurá-lo.A empregada hesitou. Ela estava trabalhando naquela casa há alguns meses, mas sempre via Rita segurando e acalmando o bebê. Nunca tinha visto o Sr. Lucas fazer isso. Além disso, Lucas geralmente era sério e só mostrava uma expressão menos ri