Simão, sentado à frente, mantinha o rosto sereno e digno. Ele colocou um cheque na mesa e o empurrou na direção de Úrsula.- Srta. Úrsula, não pense que isso é uma humilhação. Não quero desperdiçar meu tempo dando voltas. Abelardo se casou com você por pura teimosia comigo. Você desperdiçou os melhores anos da sua vida com um homem que não tem nada a ver com você. Como pai, me sinto um tanto culpado pelas ações tolas do meu filho. Diga o preço que quiser.Simão assumiu uma postura indiferente, exalando generosidade. Úrsula deu um sorriso e pegou o cheque vazio.- Então, o senhor está usando esse cheque para comprar meu marido e meu filho?- Se você quer colocar dessa forma, não tenho escolha. Mas enquanto ainda tenho paciência, sugiro que tome sua decisão rapidamente.Úrsula mordeu o lábio e soltou um grunhido.- O casamento é um assunto meu e do Abelardo. O divórcio também deve ser. Se Abelardo realmente quer se divorciar, diga para ele vir falar comigo pessoalmente.- Abelardo já vol
Quando Rita chegou à casa de Úrsula, esta estava comendo miojo.- Úrsula, por que você está comendo miojo sozinha? Onde está Igor?- O avô dele o levou. - Respondeu ela, desanimada.Rita ficou surpresa:- O avô do Igor? O pai de Abelardo? Nunca ouvi você falar dele.Úrsula respondeu com um sorriso forçado:- Pois é, não só Abelardo tem um pai, mas esse pai é incrivelmente rico. Até agora, acho tudo isso absurdamente surreal. Rita, me diz que eu estou sonhando!Rita se sentou no sofá, sorrindo.- Você está brincando, Úrsula?- Hoje, o pai do Abelardo me deu um cheque em branco para eu preencher.Rita não conseguiu conter o riso:- Será que ele está oferecendo dez milhões para você se afastar do filho dele? Um verdadeiro clichê de famílias ricas?Úrsula ergueu três dedos:- Desculpe, mas são trinta milhões.- Nossa, que generoso...Úrsula olhou para Rita com um olhar de censura e suspirou:- Pare de rir. Estou angustiada. Como Abelardo pôde me enganar desse jeito? Isso é um golpe!- Mas
Igor, carregando sua pequena mochila, subiu as escadas com Abelardo. O grande e o pequeno se olharam com olhares intensos.Igor encolheu o pescoço, um pouco apreensivo, e disse: - Pai, por que você está me olhando assim? Eu não fiz nada de errado.- Você não deveria ter saído com um estranho sem avisar sua mãe. Você não percebe o quanto ela deve estar preocupada? - Abelardo repreendeu.Igor retrucou: - Mas, pai, ele não é um estranho. Ele é meu avô de verdade, e quando olho para ele, sinto que ele se parece muito conosco.Abelardo franziu os lábios. Simão já estava velho, como ele poderia dizer se eles se pareciam ou não?- Com qual olho você viu a semelhança? - Perguntou Abelardo.Igor encolheu a língua e disse:- Com os dois olhos, pai. Eu realmente achei que ele se parecia conosco. Pai, eu não vou mais sair sem permissão. Vamos ligar para a mamãe!Abelardo ficou surpreso por um momento. Ele ainda não tinha decidido como contar a Ursula sobre sua verdadeira identidade.Ele estava r
Ursula chorou por um longo tempo, o que a deixou exausta, e acabou adormecendo no sofá, enrolada em um cobertor. O celular estava ao lado, vibrando continuamente, mas ela não queria atender.Tudo por causa daquele grande mentiroso chamado Abelardo!De repente, do lado de fora da porta, ouviu-se uma batida forte.Mas do lado de dentro, tudo permanecia em silêncio.Abelardo, que estava batendo na porta do lado de fora, acordou todos os vizinhos.Uma senhora da casa do outro lado abriu a porta, meio adormecida, e reclamou:- O que está acontecendo? Você não deixa as pessoas dormirem à noite?- Desculpe, minha esposa está dormindo, se eu não bater mais alto, ela não consegue ouvir.- Vocês jovens com certeza estão brigando, e ela te expulsou de casa, não é? Eu a ouvi chorando bem alto durante o dia!Abelardo não soube o que dizer.Depois que a senhora saiu, Abelardo bateu na porta várias vezes.Maldição, essa mulher não só não abria a porta, mas também não atendia o telefone!Ela estava do
Ursula estava deitada na cama, inquieta, sentindo-se desconfortável por todo o corpo. Ela levantou da cama, calçou seus chinelos e dirigiu-se à cozinha.Na cozinha, Abelardo, vestindo uma camisa branca e calças pretas, ainda não tinha trocado para roupas caseiras. Ele estava com as mangas da camisa branca enroladas enquanto habilmente cortava tomates.A manteiga na panela começou a borbulhar, e o homem habilmente adicionou fatias de pão e presunto. O vapor da panela fez o homem franzir levemente a testa, mas ele permanecia paciente.Ursula se aproximou e o abraçou por trás, envolvendo sua cintura com os braços.Abelardo ficou momentaneamente surpreso, mas segurou suavemente sua mão e inclinou a cabeça levemente, perguntando:- Por que você está acordada? Você não está se sentindo bem? Devemos ir ao hospital?Ursula sacudiu a cabeça, com o rosto apoiado em suas costas. Sua voz estava rouca de tanto chorar durante a tarde.- Seu pai não gosta de mim. Mas eu entendo, afinal, em comparação
Abelardo pacientemente acalmou Ursula:- Querida, eu sei que você não está pronta para ir para Cidade A e enfrentar a família Bastos agora. Eu não quero te pressionar, e quero te dar tempo suficiente para se preparar mentalmente. Mas você quer ficar longe de mim?Ursula mordeu o lábio e disse:- Abelardo, você está me pressionando.- Contanto que você queira voltar, eu estarei aqui com você toda semana em Cidade S, ok?Ursula hesitou por um momento.Ela não podia competir com a persuasão de Abelardo, e ele a convenceu em poucas palavras.Abelardo disse que na casa da família Bastos na Cidade A tinha tudo o que era necessário, até mesmo roupas, então Ursula não precisaria trazer muitas coisas. No entanto, Ursula estava determinada a levar algumas lembranças desta casa onde morou nos últimos três anos.Embora Cidade A não estivesse tão longe de Cidade S, Abelardo, como o herdeiro do Grupo Bastos, não teria tempo para estar com ela o tempo todo depois de assumir o controle do grupo.Ursul
Lá embaixo, no jardim, Igor estava brincando com um carrinho de brinquedo, quando o carrinho acidentalmente chegou perto dos saltos altos de Karina.Karina se agachou e pegou o carrinho. Igor a encarou com um olhar nada amigável, estendendo a mão e dizendo:- Devolve pra mim!Karina sorriu e disse:- Quem sabe no futuro, eu seja sua mãe, você precisa ser tão malvado comigo?Igor não conseguiu evitar de revirar os olhos mentalmente.- Minha mãe está bem, por que você iria querer ser minha mãe? Afinal, você não me deu à luz.Karina entregou o carrinho de volta para ele e acariciou sua pequena cabeça, sem ficar brava. Em vez disso, ela disse de maneira muito compreensiva:- Hmm, talvez você entenda no futuro.- Hmph, você nunca será minha madrasta! Meu pai nem gosta de mulheres como você!Karina inclinou levemente a cabeça, sorrindo:- Oh, realmente? Como você sabe que seu pai não gosta de mulheres como eu?Esse garotinho tinha uma compreensão surpreendente das coisas.- Primeiro, você pa
Na manhã seguinte, na mansão da família Bastos.Ursula, ainda se acostumando ao novo ambiente, teve uma noite agitada, mesmo com seu travesseiro familiar. Quando acordou, percebeu que já eram dez e meia!Abelardo já estava acordado, e Igor estava sentado à beira de sua cama.- Mãe! Você é uma preguiçosa! O sol já está batendo no seu bumbum! - Igor exclamou.Ursula se levantou às pressas e disse:- Onde está seu pai?- Papai saiu para trabalhar há muito tempo!Ursula correu para se arrumar. Ela praguejou a própria sorte. Em seu primeiro dia na família Bastos, havia dormido demais. Ela não pôde deixar de se preocupar com a reação de Simão, aquele homem imponente lá embaixo.Afinal, pessoas ricas, provavelmente... Preferiam que suas noras fossem diligentes e preparassem o café da manhã, certo?Depois de escovar os dentes e lavar o rosto às pressas, Ursula trocou de roupa e correu para o andar de baixo.Igor a seguiu com uma expressão de descrença e disse:- Mãe, por que tanta pressa?Ursu