Rita, assustada, despertou no meio da noite.Ao acordar, estava coberta de um suor frio.Ela sonhara com Lucas lutando inquieto para sair do fundo d mar gelado, chamando-a pelo nome. Ela queria salvá-lo, mas seu corpo parecia preso no lugar, incapaz de se mover.Ao seu lado, Amanda dormia profundamente.Rita olhou para o rosto adorável da menina dormindo e, respirando fundo, muito por se sentir impotente e perdida, cobriu o seu próprio com as mãos.“Se Lucas realmente... como ela poderia contar a Amanda sobre isso?” – passou em sua cabeça.Rita não conseguiria fazer isso, não podia dizer algo tão cruel. As palavras simplesmente não sairiam de sua boca.Lá fora, a luz da lua brilhava intensamente, com tons de frieza e solidão.Rita se levantou, pegou o casaco grande de Lucas e o colocou sobre os ombros. Ficou de pé junto à janela, observando a lua.Aquele casaco parecia ainda guardar o calor e o cheiro de Lucas. Rita segurou a manga do casaco e o cheirou profundamente, sentindo suas lág
Fábio deu remédio para Matilde e continuou trocando a toalha fria em sua testa.Ao ver isso, Lílian rapidamente disse:- Senhor, deixe-me cuidar da Srta.Brito. Fábio não mostrou nenhum sinal de que iria sair e continuou olhando para o rosto de Matilde.- Não precisa, você pode sair. – disse Fábio.- Está bem, se precisar de algo, é só me chamar. – respondeu Lilian. Lílian então saiu e fechou a porta do quarto.Sempre foi raro, mas finalmente, Fábio encontrou uma garota que gostava.Ele não sabia quanto tempo tinha passado, mas o remédio para baixar a febre finalmente começou a fazer efeito, fazendo assim Matilde suar na testa.- Estou com calor... Matilde, que estava inconsciente, instintivamente estendeu a mão para afastar o cobertor.Fábio segurou sua mão inquieta e disse carinhosamente: - Aguente um pouco, suar um pouco vai lhe fazer bem. Pouco depois, Matilde já estava molhada de suor.Fábio não ousava levá-la para tomar banho, pois temia que Matilde pudesse pegar um resfriad
Rita fixou-se no bolo caído no chão, seus olhos, com uma expressão vazia, estavam piscando sem parar.Nancy viu que ela não reagia e despejou todas as refeições que preparou no lixo.- Rita! Eu vou te dizer! O Lucas não pode comer essas coisas! Você só traz desgraça! Desde que entrou na Família Souza, o Lucas sempre está em apuros! Rita permanecia sentada, silenciosa de uma forma estranha.Nancy a encarava intensamente.- Por que parou de falar? Está admitindo que está errada? O barulho na sala atraiu o George.- O que vocês estão discutindo? Nancy ficou um pouco surpresa. - Pai... - A Amanda e o Mateus estão desenhando no quarto. Vocês estão fazendo tanto barulho, querem que as crianças venham aqui? Já estou preocupado com várias coisas esses dias, vocês não podem minimamente se dar bem? Nancy não podia perder a face e mordeu o lábio inferior. - Pai, desculpe, eu só... Eu só acho que o Lucas não merecia partir assim. - Nancy, eu sei que você não gosta da Rita, mas ela é a espo
Ao chegar ao hospital, Rita foi logo conduzida para dentro do quarto.Amélia, ansiosamente, segurou a manga do jaleco branco de Tiago, o médico, e disse: - Mestre, você deve garantir que o filho de Rita estará proteido! Tiago olhou para a pequena mão de Amélia e respondeu friamente: - Escondeu-se de mim por tantos dias, mas agora está disposta a me ver? A mão de Amélia se soltou inconscientemente, e ao soltar o último botão do jaleco branco de Tiago, ele a segurou firmemente. Com a outra mão, ele afagou sua cabeça e disse em voz baixa: - Não se preocupe, não haverá problemas. Vou verificar a situação. Você fique aqui tranquila. - Certo. Observando a figura elegante e distinta de Tiago, Amélia sentiu-se aliviada por um momento.Com Tiago aqui, tanto Rita quanto o bebê estariam seguros!Amélia olhou para Nancy, que estava sentada ao lado, e franziu a testa:- Srta.Nancy, você é a cunhada de Rita. Por que empurrou ela? Você não sabia que Rita estava grávida? E se algo acontecesse
Ainda que profundamente entristecida, Rita não era tola. Ela sabia que as palavras superficiais de George eram aparentemente para o seu bem, mas ela tinha ciência de que ele ainda desconfiava dela.No entanto, Rita não queria voltar para a família Souza, nem desejava encontrar pessoas como Nancy e sua maliciosa irmã. Nesse momento, o que ela realmente queria era retornar ao único lugar que pertencia somente a ela e a Lucas, para se isolar e se encolher em um canto para assim lamber suas feridas.- Está bem. – disse Rita.Após chegarem a Mansão da Baía Rasa, logo depois de sairem do hospital, Amélia, que ficou desconfiada, seguiu Rita e apareceu logo em seguida em um outro carro para assim falar com sua amiga:- Rita, nos próximos dias, eu vou ficar aqui para dormir com você. Tenho medo de que Nancy e aquela sua terrível irmã venham te atormentar!Rita disse:- Ainda temos a Leila aqui, você não precisa se preocupar comigo.- Você não está bem, como é que eu posso não me preocupar com
Na Cidade M, em uma noite quieta, um som agudo de porcelana se quebrando no chão, vindo da Mansão Azevedo, ecoou abruptamente.- Se vocês não conseguirem acordá-lo! Todos vocês podem se mandar!Uma jovem garota irrompeu em fúria contra um grupo de médicos, mas velho mordomo se aproximou respeitosamente.- Srta.Noemia, embora esse homem esteja desacordado há tantos dias, seu batimento cardíaco e sinais vitais estão normais, então não deve haver grandes problemas.A garota franziu a testa.- Mas já se passaram sete dias. Será que ele vai ficar em estado vegetativo para sempre?O mordomo perguntou:- Srta.Noemia, você... não estaria interessada nele, certo?- Meu pai vive me arranjando encontros o tempo todo, nenhum daqueles homens é tão bonito quanto esse homem que caiu no mar. Se ele acordar, farei dele meu noivo!- Srta.Noemia... isso não é apropriado. Afinal, não conhecemos a origem desse homem.A garota respondeu friamente:- Eu não me importo com a origem dele. Se eu gosto, é o sufi
Depois que Noemia saiu do quarto, Caio lutou para se levantar, arrancando a agulha do soro presa em seu dorso. Ao dar os primeiros passos, suas longas pernas fraquejaram e assim quase caiu no chão. Ele se apoiou na beirada da cama e caminhou penosamente até um espelho.O reflexo que chegave em seus olhos mostrava um homem com a testa envolta em ataduras brancas de gaze médica, e algumas marcas de sangue coagulado já cicatrizando em suas pálidas bochechas.Parecia que ele tinha dormido por séculos, não apenas os meros sete dias mencionados por Noemia.Ele estendeu a mão, tocando levemente em sua testa. “O que exatamente tinha acontecido nesses últimos dias?” – pensava ele.Do lado de fora da porta, Noemia deu uma olhada em Caio através da fresta da porta e depois se virou para falar com o mordomo:- Joel, descubra quem é esse Caio, onde mora, o que trabalha e se ele tem parentes.- Sim, Srta.Noemia.O mordomo acrescentou:- Além disso, o Senhor disse que a Grupo Azevedo abriu uma filial
Durante o ultrassom, a imagem refletia o embrião encolhido.O médico disse:- Já se passaram três meses, mas a criança ainda não está completamente formada. A partir dos cinco meses, você poderá ver o contorno aproximado.Deitada na cama, Rita olhava para a imagem embaçada e perguntava suavemente:- Doutor, ele está bem?- Está muito bem. Mas já com você, não posso dizer o mesmo, eu notei que seus níveis de progesterona ainda estão um pouco baixos, então tome cuidado e coma bem, certo?Leila, que estava ao lado, disse:- Minha Srta. Rita está vomitando tudo o que come doutor. Ela está emagrecendo.- Isso é normal. Não se preocupe demais. Coma quando necessário, descanse e faça caminhadas ocasionais. O mais importante é que a gestante mantenha um humor agradável.Após algum tempo, o médico disse:- Por enquanto é isso, você já pode se levantar.Depois de terminar os exames e receber algumas vitaminas e medicamentos, Rita deixou o hospital junto com Leila.Quando chegaram à porta de saíd