Júlia
Ao chegar em casa , depois da longa conversa com doutor do que provavelmente vai acontecer enquanto os meses vão passando, como os sintomas serão mais fortes e recorrentes, decido ir para o meu quarto para descansar até o meu encontro com Thomas mais tarde.
Ao passar pelo quarto do Júlio,vi que ele estava e com uma espécie de caderno na mão limpava o rosto provavelmente limpando alguma lágrima. Eu não o via desde que foi embora do consultório. E me doía saber que ele estava chorando por minha culpa. Dei um suspiro pensando se vou falar com ele ou se deixa para falar amanhã pois na verdade eu não sei o que falar para tentar amenizar a situação.
Decida ouvir a voz que me fala para falar com ele afinal de contas Júlio ainda é uma criança . Bati três vezes na porta que estava entre aberta , fazendo ele tirar os olhos do caderno e me olhar, logo desviando o para o caderno novamente.
- Posso entrar ? -perguntei botando só a cabeça para dentr
JúliaTrês semanas depoisO espelho mostra o meu reflexo. Meu rosto magro, meu corpo coberto de um conjunto de moletom, com o sol lá fora brilhando.Essa noite não foi muito fácil pra mim. Os sintomas que o doutor tinha me dito que ia aparecer, por conta do avanço da doença está cada vez mais difícil de disfarçar.O meu namoro com o Thomas- oficialmente falando- já tem três semanas. Três semanas que estou mentindo dizendo todas as vezes que eu estou bem. Quando na realidade o que eu quero é só ficar deitada.Mas hoje eu estava decidida a contar a verdade. Não que hoje é o melhor dia, mas não podia mas mentir. A consciência está pensando e tirando meu sono.Ouço três batidas na porta do meu quarto. Desvio meu olhar do espelho para o pequeno relógio da minha escrivaninha, que marca oito e meia da manhã. Volto meus olhos pro espelho e passo a mão pelo catete que ganhar mais espaço no meu rosto magro.Novamente bate
ThomasA impotência é algo surreal.Você estar ali de corpo e presente, e não poder fazer nada, além de torcer para que a pessoa fique bem.Eu me sentia impotente. Imprestável.Ver Júlia se desfalecer e seu irmão Júlio fazendo massagem cardíaca para tentar manter ela viva, com seus pais chorando e todo o restaura te em cima daquela cena. Júlio parado perto da Júlia, chorando como se fosse um bebê. E eu? Parado em câmera lenta vendo tudo acontecer.A ambulância não demorou a chegar, e o hospital não era muito longe. Colocada no oxigênio e sem tempo pra demora ela foi levada para porta a dentro daquele corredor mórbido e branco.Já duas horas que isso aconteceu. Meu coração no peito doía mas do que qualquer dor que eu pudesse sentir. Já pedi tanto a grandeza dos céus para que ajudasse a Júlia. Eu a queria aqui por muito tempo. O destino não podia ser tão cruel assim. Fazer ela passar seu aniversário quase morrendo. Não podia acabar assim
JúliaUma claridade afeta meus olhos e sinto cheiro salgado no ar. Coloco minha mão na minha em frente do meu rosto, pra tentar se acostumar com a grande luz.Mexo meus pés e sinto a areia fofinha. Estou na praia? Não lembro de estar aqui. Como fui parar na praia?Meus olhos começaram a ser acostumar com o brilho do sol que era tão confortável ao ponto de me aquecer agradavelmente.Observo a minha volta, o mar azul brilhando por conta do sol, a praia deserta. Somente o mar e eu. Fechei os olhos e ouvi o barulho das ondas quebrando na margem, respirando fundo o cheiro salgado do mar.- Júlia!- ouço alguém me gritar e procuro com o olhar e vejo Thomas somente de short praiano com seu sorriso.- Vem brincar com a gente.- frazi meu cenho. Quem mais estava ali?- A gente quem?- gritei de volta.- Eu e a Jade. Vem amor.- ele começou a andar para tr&aacut
JúliaUma vez eu ouvir dizer uma seguinte frase: " Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!"Eu agora vejo que a pessoa pequena sou eu. Pessoas colocaram sonhos que eu não sou e não serei capaz de cumprir." Temos chance, se tentarmos o tratamento." . As palavras do doutor sacudiram em minha mente, me fazendo lembrar que estou fazendo isso pela minha família. E pelo Thomas.Depois que eu soube, por ele mesmo, que ele passou pelo mesmo que eu, percebi que eu deveria lutar por algo. Ou alguém. Era o digno a ser fazer." Não é amor. É desistir dele por egoísmo seu". Dura as palavras. Mais necessárias.- Júlia?- levanto minha cabeça e olha pra mulher loira a minha frente. A fisioterapeuta Ágata. Que tem me atirado nessa primeira semana aqui.- Desculpe- segurei mais forte a barra e tentei dar outro passo.-
Thomas- Então como eu estava dizendo turma- o professor Daniel volta a falar- Não esqueçam da orientação para a faculdade no final da aula. Lembrem -se de...- ele foi interrompido pelo alarme de saída - Aí meu Deus, esquecem.- ele disse tirando seus óculos.Sorri, colocando minha coisas dentro da mochila e saindo da sala. Precisava ir nessa orientação antes de ir para o hospital ver a Júlia. Aproveitar que hoje eu ganhei uma folga da loja.Não sei o que será de mim, ou da Júlia, mas vou deixar a faculdade na lista. Criar planos. Era isso que precisávamos.- Thomas!- escuto alguém me gritar e me surpreendo com Brian vindo em minha direção. Parei esperando ele chegar até mim.- E aí cara?- ele estendeu a mão.- E ai?- devolvi o gesto, desfazendo logo depois.- Então, pensei que a Júlia viria hoje, mas não vi ela.- É sério que ele está fazendo isso? Sorri pra ser educado.- A Júlia não vira durante o resto do ano.- Eu disse colo
JúliaForço meus pés sobre a pequena esteira. Olhando fixamente pro meus pés, consigo da um passo e logo em seguida outro.- Você não me parece surpresa.- escuto a voz de Thomas que estava sentado em um poltrona em frente. O olhei e balançei meu ombro.- Depois que Brian terminou comigo, vi eles se beijando alguns dias depois- consegui dar mais um passo.- Achei que ele estava usando ela pra me afetar.- Eu ainda não consigo acreditar que a Kelly foi tão falsa esse tempo todo. Que vaca.- o olhei sorrindo com seu palavreado.- Olha ele.- ele me olhou confuso.- Está realmente xingando alguém?- voltei minha atenção para a esteira.- Não tem graça - ele falou segurando o riso.- Júlia.- ele me chama e eu atento a ele.- Se Brian vim aqui...- Eu vou mandar ele ir embora. Prometo- olhei pra ele que sorriu.- Está doendo?- apontei com minha cabeça pro seu rosto. Seu lábio tinha um corte e um de seus olhos estava começando a fic
Júlia.1 mês depoisO gosto de azedo invade minha bica novamente, fazendo a ânsia ficar forte e sair mais um jato da sopa que eu havia comido algumas horas, para o vaso sanitário.Minha mãe fazia carinho nas minhas costas, enquanto eu vomitava e tossia. Minhas pernas mesmo eu estando ajoelhada estão fracas, não aguentando o pouco peso que me resta.- O tratamento está agressivo demais. Não tem como amenizar?- perguntou minha mãe para o doutor que estava na porta do banheiro.- Para tentar uma cura mais rápido, não. Infelizmente essas são as consequências.- escutei ele fala quando abaixo a tampa do vaso e dou descarga.- Me ajude aqui mãe por favor.- estendi minha mão e ela pegou me ajudando a levantar. Vou até a pia e jogo água no meu rosto e lavo minha boca com o enxaguante bucal várias vezes.- Está bem Júlia?- pergunta o doutor e eu com meus olhos fechados balanço a cabeça afirmando.- Raquel posso falar com você um minut
JúliaObservo ela correr junto com algumas outras crianças. Ela para por um momento e olha pra mim e da um aceno que logo retribuo sorrindo.- Ela tá tão feliz.- Nick fala sentando ao meu lado. Acabamos nos aproximando bastante durante esse tempo que estou aqui.- Sim. Os médicos deram uma chance grande de ela ser curada.- olhei pra ele sorrindo.- Isso é ótimo.- Sim. É ótimo.- ele sorriu abaixando a cabeça brincando com o gramado.- Nick? Tá tudo bem?- coloquei a mão no seu ombro. Ele balançou a cabeça positivamente ainda brincando com o gramado.- Nick!- Tá tudo bem Juro.- ele disse olhando pra mim sorrindo.- É sério Júlia. Tá tudo bem.- ela colocou uma mecha do meu cabelo da minha orelha.- Gostei do cabelo novo.- É uma laser. Aurora me deu. Disse que o vermelho combinará com