Gabi Chega a ser inacreditável o que está acontecendo na minha família e agora eu corro o risco de perder o homem que eu amo por conta do velho fantasma que tanto me assombrou. A Máfia Italiana. Mas o pior de tudo não é isso, mas o fato de que o meu irmão deverá morrer por ter matado o CV Marconi. Pra que porra ele foi matar aquele homem? Caralho! Luan havia me dito que ele tinha mudado, que tinha se tornado um crente... pensamentos fervilham na minha cabeça e eu nem sei mais se choro, ou se eu mesma mando matar o meu irmão, do tanto que é grande o meu ódio. Estou aqui parada com o Levi na minha frente. Ele insiste em dizer que o meu irmão é um traidor e que declarou guerra ao CV. Que porra, eu não acredito nisso. E é exatamente o que eu grito. — Eu não acredito que o meu irmão seja um traidor e se você o matar, Levi... eu irei garantir que você nunca mais ponha os olhos em mim de novo! Só o vejo saindo pela porta, colocando o capacete na cabeça. Que inferno. Por que o Luan
Gabi Sabe aquela frase que diz: “quanto mais se mexe na merda, mais ela fede”? Pois é. É exatamente assim que eu me sinto. Quanto mais eu tento me desvencilhar das coisas ruins, mas elas parecem vir na minha direção. Eu não faço a menor ideia de como tudo foi acontecer, mas de uma coisa eu tenho certeza, assim que eu conversar com o Luan, eu vou matar aquele garoto, dependendo do que ele me disser. O problema também é saber que a Mari está apaixonada por ele. Será que aquele imbecil não pensou nisso, antes de fazer essa tremenda cagada? Nossa, minha cabeça está girando. Até parece que estou grávida. Mas acredito que seja apenas o estresse, que por sinal, está intenso até demais. — Mas o que foi que aconteceu de verdade, Gabi? — a dona Júlia, me pergunta. — Tudo sempre correu tão bem entre você e o Lobão. Por que essa briga agora? — Ah, tia. Se eu contar, a senhora não vai acreditar! — Então por que não experimenta? Começo pelo começo. Conto tudo para ela, desde a conver
Lobão A doutora que tá substituindo a mulher do MT no postinho, tá chorando por causa da prensa que eu dei nela, e eu tô ficando cada vez mais nervoso, já mandei mensagem pro MT, e o mesmo tá vendo aí o que pode fazer com a mulher dele. A mina mesmo nas condições no qual está, vem verificar a minha mulher e diz que a mesma está em um estado delicado, que o tiro pegou num lugar complicado é que pela primeira vez alguém que deu entrada nesse postinho precisa ser transferida para um hospital, eu nem penso duas vezes, mando ela organizar a papelada, e já mando logo um bolão de 500 mil pra o diretor desse hospital, a minha mulher vai ter prioridade máxima nessa porra. Dói muito ver a minha loirinha ser carregada naquela maca e colocada dentro de uma ambulância, porém, eu tenho que me manter firme por ela e por nossos filhos, assim como ela já fez comigo quando eu fui preso. (….) Eu nem sei bem o que está acontecendo lá no complexo, mas também eu não quero saber. A única coisa que
Lobão Já fazem exatos quatro dias que eu estou aqui no hospital com a Maria Gabriela. O doutor Amaury diz que o corpo dela se recupera bem, mas que por alguma razão, ela não acorda. Eles estão tratando o problema com medicamentos e até pediram a ajuda de neurologista de São Paulo, dizem que o cara é uma fera. Vamos ver o que pode acontecer, ne? Sempre vou em casa para dar uma olhada nos meus lobinhos, eu disse à Marina que os levasse de volta para a casa que é deles por direito, depois que a minha mulher acordar, então ela decide o que pode ser feito. Entre uma coisa e outra, eu consegui fortalecer ainda mais a tropa do lobo, as conquistas da última guerra nos deixou ainda mais poderosos do que antes. O CV agora é dono de mais da metade do Rio de Janeiro. — Não posso negar o quanto estou admirado pelo que você fez, Lobão. Mesmo diante de todas as circunstâncias pelas quais você, ainda assim conseguiu segurar a barra e ainda sair por cima de tudo. Você realmente é merecedor d
Lua — Ferdinand, o que você fez? Meus olhos não conseguem acreditar no que eu estou vendo bem aqui na minha frente. O corpo do chefe do CV, Marconi, caído no chão e com pelo menos uns trinta buracos de bala nele. Há algum tempo eu até acharia isso excitante, mas agora... agora não. Eu não apoio mais esse tipo de violência, a menos que seja para a auto defesa. — Por que você fez isso, Ferdinand? Tem ideia da confusão em que acabou de nos meter? — faço a pergunta novamente. Meu corpo está tremendo diante do desenrolar trágico que aquela atitude impensada poderá nos levar. — Ora, Luan. Não seja covarde! — ele diz, com desdenho. — Sabe muito bem que é exatamente isso o que sua irmã iria querer... —O que? — Isso mesmo! — exclama. — O meu único intuito é reerguer novamente a nossa família, Luan. Unir a Itália ao Brasil e assim tornar o nosso clã invencível! — Você fala como se fosse fácil, tio. Mas não vai demorar para que o alarme seja soado e um exército de homens fortemen
Lobão — O que há dentro dessa caixa? Essa é a primeira pergunta que vem à cabeça, estando de frente com o Lua. Como pode ele ter mudado tanto em apenas quinze dias? O pior foi que ele mudou. Ele parece bem mais maduro a forma com a qual ele fala, lembra muito um daqueles mafioso do filme John Week, sabe? Que eu já assisti uma vez com a minha loirinha. Mas vamos ao que interessa, pois ele diz que, o que há dentro daquele troço pode mudar o rumo da situação. — No que essa coisa pode me ajudar? — reformulo a pergunta. — É o seguinte — ele trás a coisa até mim. — Você precisa mostrar justiça e eu me safar de uma injustiça, sendo assim... Lua abre a caixa bem na minha frente e então eu vejo uma cabeça dentro dela. Um rosto já velho que parecia estar dormindo. — Que porra é essa, Lua? — Peço perdão a Deus todos os dias pelo que tive que fazer, mas essa daí é a justiça pela qual o CV tanto clama. Esse é o homem que matou o Marconi, leve a cabeça e apresente ao conselho — ele
Gabi Minhas vistas escurecem e eu já não consigo mais ver nada na minha frente. Minha última imagem é o Levi me pegando em seus braços e eu mal posso dizer o nome dele. Escuro, está tudo escuro e me vejo num imenso vazio, não há ninguém aqui, mas espera... vejo flashes, começo a ver silhuetas de pessoas ao meu redor como se estivessem flutuando. Ouço vozes aleatórias das quais não consigo distinguir muito bem, mas não sinto mais a dor que senti no momento em que algo me atingiu. Meus filhos! Onde estão os meus filhos? Agora estou caminhando por um imenso corredor vazio e com iluminação baixa. Há muitas portas, umas de frente às outras, mas não consigo abri-las, parecem trancadas ou, emperradas, não sei e por mais que eu me esforce, nenhuma delas sequer se movem. De repente começo a ver rostos, rostos dos quais não me lembro, mas... espere um pouco. Vejo rostos familiares agora. Meu irmão, Levi, meus filhos. São os rostos deles que vejo e tem mais alguém com eles. Espere... ele
Gabi “Tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço.” Luiz Gasparetto Essa frase foi a que mais me chamou a atenção nos últimos anos, desde que eu acordei do trauma que sofri a cinco anos durante a invasão. Estou eu aqui e agora, acariciando a minha barriga e pensando no rostinho da minha filha que em breve eu segurarei em meus braços. Como será que ela é? Sem dúvidas é a garotinha mais linda que meus olhos já viram. Sem falar no pai, que só falta enlouquecer feito um bobão, sempre que conversa com a minha barriga. O um irmão também está eufórico, me liga todos os dias para saber como está sua sobrinha favorita. Minha Maria Isabela, linda como uma flor. Vou cuidar e proteger a minha filhinha com tudo o que tenho. Mas estou com um problema. Meu corpo está horrível, já não consigo mais me enxergar como realmente sou. Não tenho mais cintura. A única coisa que me agrada são os meus seios, que por conta do leite estão enormes e o Levi adora para fazer u