Como Lexa conhecia o meu pai? Como April conseguiu aquela fotografia? Ela era mesmo detetive? Porque ela queria que eu matasse Lexa? Como ela sabia que Alexandra era a assassina? Como o projeto tinha autoria de duas pessoas e quem era a outra? Dúvidas eram tudo o que eu tinha.
Eu continuava na sala de espera do hospital aguardando por notícias de Alexandra. Com o passar das horas e um silêncio profundo instalado os meus pensamentos mudaram em relação a ela e várias teorias surgiam, uma atrás da outra. Eu me permitir martirizar até entender o que a levou a cometer tamanha atrocidade.
Uma mistura de paixão, medo e raiva corriam em mim. Queria sair daquele lugar e desaparecer, mas o meu lado apaixonado não permitia. Tive raiva de sentir medo do que poderia acontecer a ela. Não conseguia e não queria conversar sobre o assunto com ninguém, mesmo com Casey e Brenda insistindo.
Ho
ALEXANDRADentro do quarto consegui ouvir a voz rouca de Sarah aos gritos. Eu tinha acabado de sair do banho e me apressei em procurar algo para vestir antes que Henry fosse ao encontro dela. Afobada, não conseguia encontrar uma peça de roupa sequer e quando ouvi a porta da sala sendo aberta, coloquei apenas o meu robe branco e desci apressadamente a pequena escada.— Saia da minha frente! — Escutei a voz sufocada pela dor de Sarah e a necessidade de vê-la se sobrepôs à minha sanidade.— Deixe-nos a sós. — Eu pedi e Henry virou-se para mim, completamente confuso.Semanas atrás, na sala da casa de Sarah, quando April me surpreendeu e do nada sacou uma arma apontando em nossa direção, eu tive certeza de que ela iria feri-la, então dei um passo à frente tentando protegê-la. Entretanto, eu estava enganada. O tiro era para mi
SARAHSaí transtornada do chalé e antes de entrar no carro vi Henry estacionando o bugatti veyron. O cheiro de Lexa, fixado na blusa em que eu estava usando, invadiu a minha mente e a dor de perdê-la causou um aperto em meu coração.— Eu transei com a assassina do meu pai. — Meus pensamentos me alertaram das minhas atitudes insanas.Ciente de que eu não iria conseguir entregá-la à polícia, parei o carro no acostamento, apanhei a arma e corri em direção às árvores. Caí de joelhos no meio do mato aos prantos e gritei com todo o ar que tinha em meus pulmões tentando expulsar a raiva que me corroía por saber a verdade sobre o meu pai, por saber o que Lexa havia feito, e por não saber o que fazer com tudo o que estava acontecendo apontei a magnum para a minha cabeça. Porém, sem conseguir puxar
Uma paixão intensa consegue destruir a sanidade de uma pessoa! Por paixão, Alexandra cometeu um homicídio; por paixão e por medo de perder o namorado, Emily cedeu às chantagens de "April" e prejudicou a vida de minha mãe. Por paixão eu estava acobertando uma criminosa.Passei a ter um mau-caráter quando não consegui controlar meu desejo por Lexa, mesmo sabendo a verdade sobre ela. A minha personalidade havia mudado ou eu apenas estava começando a me mostrar como realmente era? Mesmo sabendo que nós não continuaríamos juntas eu permanecia, incondicionalmente, apaixonada.Eu estava cansada e sufocada com tantas dúvidas. A dor que emanava de dentro de mim era quase palpável. Todas as cicatrizes estavam sendo rasgadas sem nenhuma piedade. Eu queria me sentir segura e em paz novamente, mas a única pessoa capaz de me proporcionar isso era a mesma que estava causand
ALEXANDRADepois que conheci Sarah Mitchell a minha vida teve uma verdadeira metamorfose.Tive esperança de ser uma pessoa melhor e quase acreditei que eu era uma pessoa normal e que não sofria com um transtorno psicológico. O meu sentimento por ela era muito mais do que uma simples paixão: era uma necessidade insana de tê-la que acabou tornando-se um vício. Ouvi-la dizer que me odiava abriu um enorme buraco em meu coração e quando ela saiu furiosa jurando que não nos veríamos mais, senti todas as coisas ruins que me perturbaram antes inundarem o meu peito.Ainda no chalé, impedida por Henry de segui-la, me entreguei a dor, a raiva e ao pranto sem nenhum pudor. Eu queria chorar até expulsar tudo o que sentia por ela de dentro de mim e quando finalmente consegui me acalmar, eu quis vê-la novamente e isso confirmou que eu não poderia lutar contra este s
Os minutos se arrastavam enquanto a dor me consumia.— Eu sou uma assassina! Eu matei duas pessoas! — Gritei repetidas vezes em meu pensamento.Eu iria me condenar pelo o resto dos meus dias pelo assassinato de Nikki! Deixei de desejar a prisão e comecei a ansiar a morte.Enquanto eu chorava, April contou ainda que a sua irmã mais nova usou um sobrenome falso, e com o nome Nikki Lawson, ela trabalhou durante alguns meses, disfarçada como assistente, na empresa de Jake.April voltou a sentar e a sussurrar com a arma pressionando seus lábios:— Quando vocês duas se conheceram, Nikki já estava investigando Jake Mitchell. Acho que ela se esqueceu de contar esse pequeno detalhe, não é mesmo Lex? Não era assim que ela chamava você?Não respondi. Nem poderia, pois não conseguia parar de chorar.— Ela optou por não c
SARAHEu ouvi atenta a última resposta de John Myers para Luke:— Kendall!— John, você tem certeza de que esse é o nome que Nikki disse?— Absoluta!Nos últimos minutos da "visita", nós conseguimos descobrir a peça que faltava para completar todo o quebra cabeça: John contou que tinha ouvido uma conversa por celular, na Ayers, entre Nikki e a sua irmã, uma mulher chamada Katrina Kendall. Assim que ouviu o nome, Luke, espantado, sussurrou para mim:— Ela está sendo procurada pelo FBI!Não foi difícil chegarmos à conclusão de que "April Wiley" era o nome de outra pessoa que Kendall estava usando. Nikki foi assassinada pelo o meu pai e a sua irmã queria vingar-se de mim, e ao que parecia, para ela, a melhor forma seria ferindo Alexandra.— Provavelmente ela sabia sobre o caso entre
Densas lágrimas desceram por minha face depois de ter dado a última pincelada na tela. Recuei dois passos e vislumbrei os olhos verdes atrás da máscara preta que escorria sobre o rosto conhecido.Escondida do mundo dentro do meu ateliê, eu fiquei cansada de pintar paisagens e ao tentar passar para uma imagem tudo o que eu sentia, eu não me surpreendi com o resultado: eram os olhos dela! Eram os olhos de Alexandra Ayers que permaneciam atrás das minhas pálpebras, eu estando acordada ou não.Completamente exausta por tentar esconder os meus sentimentos, simplesmente coloquei-os para fora. Tive certeza de que eu nunca iria esquecê-la e então, como no começo da nossa história, voltei a sentir ódio.Senti ódio por tê-la conhecido naquela festa de halloween, ódio por sentir fraqueza perante ela a ponto de colocar em risco minhas amizades e perder totalme
ALEXANDRASarah e eu entramos de mãos dadas no Angels Orphanage. A pequena instituição abrigava crianças de várias idades, desde os recém-nascidos, até os adolescentes. Um lugar pequeno, aconchegante e tranquilo, mas certamente, nenhuma daquelas crianças queria crescer ali. Infelizmente, eu só poderia levar duas. Eu não queria dar falsas esperanças a eles, então, decidi que seria melhor conhecê-los somente quando tudo estivesse legalizado. Eu estava ansiosa para vê-los e com receio de que eles não gostassem de mim.Fomos recebidas pela zeladora do lugar, a Sra. Ophelia Carter: uma mulher loira, alta, de olhos verdes, com seus cinquenta e poucos anos de idade, carinhosa e extremamente simpática. Ela nos apresentou o lugar.— Achei o seu caso muito curioso, Senhorita Ayers. Não é comum recebermos pedidos de ado