Lia ainda tentou fugir, voando, mas um dos lobos que ali estavam apanhou-a em pleno voo, prendendo-a entre os dentes. Os dois restantes agarram na raposa, um no pescoço e outro na parte da barriga.
- Parece que não vais durar durante muito mais tempo - falou o lobo do início, começando a andar com os restantes, apertando o pescoço de Isis entre os seus dentes.
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Os ramos das árvores começavam a ficar vazios, as suas folhas já secas e de diferentes cores, acumulavam-se no solo numa extensão de vários quilómetros. Era cada vez mais difícil achar o que caçar, as várias manadas de animais começaram a sua migração para um lugar mais quente, mas ainda havia, espalhados por ai, alguns veados solitário
- Mesmo assim, não acho que seja boa ideia... - falou uma voz, vinda de trás dos jovens. Estes viram-se um pouco assustados, mas logo se acalmaram quando viram de quem se tratava. - Não faças isso novamente, Sora... - disse a loba avermelhada com o coração aos saltos assim com os dos seus amigos. - O que estão aqui a fazer? - perguntou a meia raposa. - Viemos procurar presas para levar para a alcateia - respondeu o jovem lobo castanho com manchas pretas. Sora observou os lobos um a um até os seus olhos encontrarem os coelhos pendurados nas bocas das jovens lobas. - Certo, já percebi o porquê... - falou a meia raposa - Querem uma ajuda? - Claro! - exclamou Judy abanando a cauda. - Então venham, encontrei um grupo de veados aqui perto - assim que a meia raposa acabou de falar, saiu a correr para a floresta, seguida dos cinco lobos mais novos. Atravessaram algumas árvores que ainda tinham folhas verdes, mas comparad
- Estão comigo - disse Sora - Acho que não há problema desde que estejam acompanhados por um adulto, certo? - Acho que sim... - falou a loba avermelhada, mas parou quando ouviu um ruído - Ouviram isto? - O quê? - questionou Sora rodando as orelhas para o lado, tentando captar algum som - Esperem aqui... - Eu vou contigo! - exclamou Amora seguindo a mais velha. Elas andaram um pouco até que viram três vultos do que pareciam lobos passar ali perto. - Vamos embora, Amora! - exclamou Sora baixando as orelhas - Rápido! - Eles não podem estar aqui! - disse a loba avermelhada mostrando levemente os dentes - O território não lhes pertence! - Não és tu que tens que resolver isso! - falou a meia raposa olhando para o lugar onde tinha visto os lobos, que agora apenas estava ali um, e via-se perfeitamente que a sua pelagem era branca - Vamos embora! - Não podemos deixar que eles fiquem por aqui! Pode ser perigoso! -exclamou
- É... É melhor eu ficar aqui.... Afinal foi a punição aplicada por ti - disse a meia raposa, tremendo de frio. A tempestade estava a piorar cada vez mais. - Vai para a minha caverna, é uma ordem - falou o lobo branco, porém a sua voz continuava calma e sem qualquer traço de irritação. A meia raposa levantou-se com dificuldade e caminhou para a caverna de Kioushiro um pouco apreensiva. Assim que entrou pode perceber que aquela gruta era muito grande para apenas um lobo habitar nela, mas logo sentiu o odor de uma fêmea já fraco. «Talvez seja da companheira dele.…» pensou Sora baixando as orelhas. Ela deitou-se com a cauda enrolada à sua volta para se aquecer mais depressa, mas não parecia estar a resultar. O seu pêlo estava completamente molhado e não havia nenhuma fogueira por perto, e agora que estava num lugar sem ser à chuva, parecia que ainda tinha mais frio. Kioushiro ao ver aquilo, decidiu aproximar-se, podiam ser muitas as suas
O barulho foi ficando mais alto, até aparecer um vulto de um animal, mesmo à frente do lobo branco com patas pretas. - O que fazes aqui? - questionou Kioushiro. O animal aproximou-se com passos lentos, até estar a uma distância favorável do lobo branco. - Eu dei ordens para ninguém sair sem me avisar! - rosnou Kioushiro. - Calma chefe, ainda sei cuidar de mim... - começou o lobo que tinha chegado - Já passou o tempo em que eu era uma cria. - Isso não serve de desculpa, Ryan! - exclamou o lobo branco com patas pretas, mostrando os dentes. - Pelo que vejo... - falou o lobo avermelhado cheirando o ar - O teu odor está misturado com o de uma raposa... Kioushiro rosnou e encostou as suas orelhas à cabeça, qualquer que fosse a provocação do lobo avermelhado, não iria dar bom resultado. - Estás enganado - disse Kioushiro. - Estarei mesmo? - perguntou Ryan olhando para o seu líder - Parece que já deixas q
Kioushiro não obteve qualquer resposta por parte do lobo avermelhado, apenas um rosnado o que indicava que já não havia volta a dar. - Muito bem, então... Tu é que pediste - ao dizer isto, Kioushiro uivou bem alto e, em seguida, colocou-se em posição de ataque. De uma coisa tinha a certeza, não ia perder a sua alcateia para um lobo como o Ryan. A meia raposa observava os dois lobos sem entender o que se estava prestes a passar, de uma coisa tinha a certeza, aquilo não era bom sinal. - Mas o que se passa?! - perguntou Sora preocupada, vendo a rivalidade entre Kioushiro e Ryan. - Eles vão lutar... - murmurou a loba avermelhada baixando as orelhas - O meu pai desafiou o Kioushiro para lutar, e quem sair vencedor fica como líder da alcateia. - O quê? Mas isso não faz sentido nenhum! - exclamou a meia raposa ainda mais assustada, sabia que aquele tipo de luta era perigoso e talvez apenas um saísse vivo, e porque consequência o venced
- Ryan! Podes parar de rosnar! - exclamou Smith para o lobo avermelhado que continuava em posição de ataque. Kioushiro, por sua vez, continuava confuso, ele estava disposto a lutar com Ryan para afirmar o seu lugar como líder da alcateia e talvez ensinar ao lobo avermelhado que lhe deve algum respeito, mas ao ouvir o seu nome, aquela voz, fez com que ele perdesse completamente o foco na batalha. - Não sei se foi por minha causa ou não, mas... Não faças isso – continuou, baixando as orelhas lentamente e a cabeça. O lobo branco com patas pretas voltou a sua atenção, novamente, para Ryan, deixando que um rosnado saísse da sua garganta. - És um lobo com sorte, Ryan - falou Kioushiro com a voz autoritária - Não vou lutar contigo porque não quero que ninguém sofra o que eu sofri.... Sei muito bem a dor de perder alguém que é muito importante para nós. E não quero que isso aconteça com a tua cria. - Como sempre, não fazes as melhores escolhas, Kioushi
Só se aproximou de Sora, quando teve a certeza de que todos estavam a salvo e que não corriam quaisquer riscos. O lobo branco com patas pretas deitou-se e firmou a cabeça em cima das patas sem dizer mais nada. Sora percebeu que ele estava a pensar em outra coisa, mas mesmo assim, a meia raposa não conseguiu conter a sua curiosidade e decidiu perguntar uma coisa que já queria perguntar há muito tempo. - Quem é Raika? - questionou Sora, olhando para o lobo branco. Este, por sua vez, apenas levantou a cabeça e fitou o lado de fora da sua gruta, observando as gotas de água que caiam cada vez com mais intensidade. Mais uma vez, as lembranças da sua irmã invadiram a sua mente numa rapidez inexplicável. - Porque perguntas isso? - falou o lobo branco sem desviar o seu olhar da chuva. Sora baixou as orelhas, talvez ter tocado naquele assunto não teria sido a melhor ideia.... Afinal nenhum animal suporta perder um companheiro, ainda mais um lobo.
Quando estava prestes a aventurar-se por entre a árvores, ouviu passos e o odor da sua amiga chegou-lhe às narinas e com ele, também o odor de um lobo. - Perdeste alguma coisa? - disse uma voz e logo um lobo branco apareceu com algo alaranjado na boca. A meia raposa entrou em desespero, aquele lobo não parecia ser muito velho, aliás devia estar em transição para a face adulta, e ele tinha um vulto alaranjado coberto de sangue nas suas mandíbulas. - Assustei-te foi? - troçou o mesmo lobo agora largando a jovem raposa no chão. A outra o fez foi afastar-se dele com medo e chorar em silêncio pela perda da sua amiga, sabia que não a devia ter deixado sozinha e ainda por cima tão longe do lugar onde estavam as outra raposas. - Parece que encontraste mais uma - disse outro lobo aparecendo ao lado do que já lá estava, sendo seguido por mais um. Todos eles eram jovens e a pequena raposa pode perceber isso pela voz e pela p