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- Ryan! Podes parar de rosnar! - exclamou Smith para o lobo avermelhado que continuava em posição de ataque. Kioushiro, por sua vez, continuava confuso, ele estava disposto a lutar com Ryan para afirmar o seu lugar como líder da alcateia e talvez ensinar ao lobo avermelhado que lhe deve algum respeito, mas ao ouvir o seu nome, aquela voz, fez com que ele perdesse completamente o foco na batalha.
- Não sei se foi por minha causa ou não, mas... Não faças isso – continuou, baixando as orelhas lentamente e a cabeça. O lobo branco com patas pretas voltou a sua atenção, novamente, para Ryan, deixando que um rosnado saísse da sua garganta.
- És um lobo com sorte, Ryan - falou Kioushiro com a voz autoritária - Não vou lutar contigo porque não quero que ninguém sofra o que eu sofri.... Sei muito bem a dor de perder alguém que é muito importante para nós. E não quero que isso aconteça com a tua cria.
- Como sempre, não fazes as melhores escolhas, Kioushi
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--Capítulo 30--
Só se aproximou de Sora, quando teve a certeza de que todos estavam a salvo e que não corriam quaisquer riscos. O lobo branco com patas pretas deitou-se e firmou a cabeça em cima das patas sem dizer mais nada. Sora percebeu que ele estava a pensar em outra coisa, mas mesmo assim, a meia raposa não conseguiu conter a sua curiosidade e decidiu perguntar uma coisa que já queria perguntar há muito tempo. - Quem é Raika? - questionou Sora, olhando para o lobo branco. Este, por sua vez, apenas levantou a cabeça e fitou o lado de fora da sua gruta, observando as gotas de água que caiam cada vez com mais intensidade. Mais uma vez, as lembranças da sua irmã invadiram a sua mente numa rapidez inexplicável. - Porque perguntas isso? - falou o lobo branco sem desviar o seu olhar da chuva. Sora baixou as orelhas, talvez ter tocado naquele assunto não teria sido a melhor ideia.... Afinal nenhum animal suporta perder um companheiro, ainda mais um lobo.
--Capítulo 31--
Quando estava prestes a aventurar-se por entre a árvores, ouviu passos e o odor da sua amiga chegou-lhe às narinas e com ele, também o odor de um lobo. - Perdeste alguma coisa? - disse uma voz e logo um lobo branco apareceu com algo alaranjado na boca. A meia raposa entrou em desespero, aquele lobo não parecia ser muito velho, aliás devia estar em transição para a face adulta, e ele tinha um vulto alaranjado coberto de sangue nas suas mandíbulas. - Assustei-te foi? - troçou o mesmo lobo agora largando a jovem raposa no chão. A outra o fez foi afastar-se dele com medo e chorar em silêncio pela perda da sua amiga, sabia que não a devia ter deixado sozinha e ainda por cima tão longe do lugar onde estavam as outra raposas. - Parece que encontraste mais uma - disse outro lobo aparecendo ao lado do que já lá estava, sendo seguido por mais um. Todos eles eram jovens e a pequena raposa pode perceber isso pela voz e pela p
--Capítulo 32--
- Sua ladra! - rosnou uma voz e logo em seguida, a meia raposa sentiu o seu corpo sendo projetado em direção ao solo e o seu pescoço sendo apertado pelos caninos de alguém. - O quê?! - questionou a meia raposa confusa e assustada com aquela acusação. - Roubaste a nossa caça! - rosnou o mesmo lobo que a estava a prender com os seus caninos - Ladra! - Eu não roubei nada! - exclamou Sora tentando soltar-se. - Ryan! O que se passa? - perguntou uma loba creme aproximando-se com mais alguns lobos. - Esta meia raposa roubou a nossa caça! - exclamou o lobo avermelhado mordendo o pescoço de Sora com mais força. - Como podes ter a certeza? Viste alguma coisa? - perguntou um pequeno lobo acinzentado. - Estás a duvidar de mim, Sion? - rosnou Ryan olhando para o lobo, mas sem largar o pescoço da meia raposa - Eu vi! Durante a noite ela foi lá e roubou a nossa caça! Sora arregalou os olhos, aquilo era completamente men
--Capítulo 33--
- Só estou a dizer a verdade! - rosnou Kioushiro - Ela estava comigo esta noite por isso não teve como roubar alguma coisa, seu idiota! Ao acabar de falar, Kioushiro afastou-se do lobo avermelhado e olhou para os restantes que estavam à sua volta. Não podia tolerar aquele tipo de carácter na sua alcateia, que tipo de lobo tenta derrubar outro por aqueles meios? A verdade é Ryan já estava a passar dos limites à muito tempo e aquela tinha sido a gota de água. - A partir deste momento és um exilado, Ryan! - rosnou o lobo branco com patas pretas. Vários murmúrios percorreram os lobos que ali se encontravam, desde que Kioushiro tinha assumido o seu posto como líder, ainda nenhum lobo tinha sido exilado. - Pensa bem no que vais fazer, Kioushiro - falou o lobo avermelhado com um sorriso estranho, o sangue que escorrera do seu olho já estava a começar a secar, mas não deixava de ser assustador na mesma. - A minha decisão está tomada - d
--Capítulo 34--
- O que pretendes fazer? - questionou o lobo negro - Não podemos continuar aqui durante muito mais tempo. - Só nos falta fazer uma visitinha a uma alcateia aqui perto - disse o lobo branco sentando-se. - E qual seria? - Em breve vais descobrir - disse o lobo branco afastando-se dali. * * * * * * * * * * Já se tinham passado alguns dias desde que Ryan tinha sido expulso da alcateia. E com isso também veio o inverno rigoroso, talvez o mais rigoroso de todos. Kioushiro percebia que os lobos da sua alcateia estavam cada vez mais inquietos, afinal era difícil arranjar comida e a maioria estava faminto e nem correr atrás de uma simples presa conseguia. O que preocupava o lobo branco eram os lobos mais jovens,
--Capítulo 35--
- Qual é o problema? - perguntou a meia raposa já sentido o odor do sangue entrar pelas suas narinas. Cinza guiou-os até que chegaram ao lugar, nele estava mais um lobo sentado à espera que eles chegassem. - Ele já estava morto, Kioushiro... - falou o lobo cinzento - Achei que devias saber. Kioushiro permaneceu imóvel a olhar para o corpo do que um dia tinha sido um dos seus melhores lobos. Ao seu lado, a meia raposa ainda parecia mais chocada, com cuidado ela aproximou-se do corpo e começou a observá-lo com cuidado. - Ele morreu de fome? - perguntou o lobo branco ainda a tentar absorver aquela notícia. - Acho que não... - começou Cinza sacudindo as orelhas - Ele não está magro o suficiente para ter morrido dessa forma. - Talvez tenham sido os caçadores - sugeriu o lobo que tinha ajudado Cinza a carregar o corpo. - Não foram os caçadores - a voz da meia raposa chamou os três à atenção. Quando teve a certeza de que a esta
--Capítulo 36--
- O que pretendes fazer? Ele já não fazia parte da alcateia - falou Cinza olhando para o seu líder. - É verdade, mas mesmo assim merece não ser esquecido - disse o lobo branco com patas pretas sem olhar para o seu amigo - Ele já fez muita coisa por esta alcateia. Cinza acenou positivamente com a cabeça e fez um pequeno sinal ao lobo que o tinha ajudado a regressar com o corpo, para o levarem e por fim enterrá-lo. Com passos lentos, Kioushiro caminhou pela alcateia, acabou por perceber que a notícia já se tinha espalhado rapidamente, pois a maioria inclinava ligeiramente a cabeça sempre que passava pelo líder. - Kioushiro! - exclamou uma voz. O lobo branco com patas pretas virou as orelhas quando ouviu o seu nome, mas não moveu mais um músculo depois disso. Poucos segundos depois, estava à sua frente uma loba castanha. - Micaya... - suspirou ele baixando um pouco as orelhas - Já soubeste, não foi? - Sim... - disse Micaya olhando
--Capítulo 37--
- Sora... - a voz de Kioushiro chegou aos ouvidos a da meia raposa o que fez com que ela levantasse a cabeça e olhasse para ele - Conta-me o que aconteceu. Onde está a Amora? - Ela... Ela... - Sora respirou fundo e voltou a encarar os olhos esmeralda de Kioushiro, não sabia como lhe dar aquela notícia, mas a verdade é que tinha que a dar de qualquer das maneiras - A Amora desapareceu... - A Amora o quê?! - exclamou Kioushiro confuso e preocupado - Como é que isso foi acontecer? - Kioushiro, a culpa não foi dela - disse Smith olhando para a meia raposa que se tinha encolhido um pouco depois de ter dado a notícia, era visível que ela já estava à espera daquela reação - Vais ter calma, talvez a Amora não queira ser encontrada. O lobo branco com patas pretas respirou fundo e dirigiu-se para a sua caverna, era óbvio que estava exausto. Cuidar de uma alcateia não é fácil, e ainda é mais difícil durante o inverno. - Sora, vai descansar
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