Kioushiro parou de rosnar, mas continuou a olhar para o lobo com pêlos avermelhados, era verdade, se o magoasse também Amora iria ficar magoada.
- Desaparece Ryan! - exclamou Kioushiro dando uns passos para trás - Não me voltes a desafiar, porque para a próxima não vou pensar em danos colaterais!
O lobo avermelhado rosnou mais uma vez e desapareceu dali, pouco a pouco também os lobos que se tinha agrupado ali, se foram afastando. Kioushiro olhou para a meia raposa que continuava deitada no chão com uma expressão um pouco admirada no rosto.
- Ele magoou-te? - perguntou o lobo branco examinando a meia raposa, apenas com o olhar.
- Um pouco no pescoço... Mas nada de grave - respondeu Sora levantando-se. Kioushiro estava prestes a perguntar se precisava de ajuda, mas foi interrompido por um som estranho, virou-se e viu um lobo acastanhado com uma ave na boca.
- Cobor? On
O velho lobo aproximou-se da margem do rio e ficou a observar o que pareciam duas crias recém-nascidas a brincar com água, rodou as orelhas quando sentiu uma movimentação nos arbustos. Um pouco preocupado decidiu aproximar-se para ver o que era, ficou mais calmo quando viu que não se tratava de nenhuma ameaça e sim do líder da sua alcateia. - Sr. Smith? O que está aqui a.…? - o lobo branco parou de falar quando se apercebeu de que o velho lobo não estava sozinho e sim acompanhado por Sora e Amora, que estavam demasiado ocupadas com a sua brincadeira para repararem na presença dele. - Elas estão a divertir-se um pouco - falou Smith olhando para elas - E tu, o que fazes por aqui? - Vim beber água, mas já percebi que tem que ficar para mais tarde... - disse Kioushiro preparando-se para se ir embora. - Soube do que aconteceu com o Ryan - disse o lobo castanho fazendo com o líder voltasse a olhar para ele. - Ele não aprende..
Em silêncio, os três animais começaram a caminhar de volta para a alcateia, já que essa tinha sido a recomendação dada por Kioushiro a Smith, devido aos humanos que podiam andar ali por perto. Durante o caminho, Sora sentiu um odor que não lhe era estranho, mas não lhe deu muita importância e continuou a andar, afinal aquilo podia ser apenas da sua cabeça. Um pouco mais à frente, os arbustos começaram a mover-se, revelando um grande lobo branco. - Ainda andam por aqui? - perguntou ele aproximando-se. - Estávamos agora a voltar para a alcateia... - falou Sora relaxando os seus músculos, já que se tinha preparado para lutar, caso fosse necessário. - Estavas a pensar em lutar comigo? - perguntou o lobo branco com patas pretas, vendo a postura da meia raposa. - Se fosses uma ameaça, sim estava - respondeu ela, mostrando levemente os dentes. - Aconselho a que observes primeiro os teus adversários, e depois sim é que os atacas - disse
A escuridão era visível em todo o lado, os lobos da alcateia da Kioushiro, estavam nas suas tocas a descansar. A clareira estava em completo sossego, quando um vulto do que parecia ser um lobo jovem, a atravessa, saindo para a floresta. O animal atravessou as árvores, mesmo estando com um pouco assustado não recuou, tinha ouvido o chamado do seu progenitor e não perdeu tempo em ir ter com ele. Depois de muito andar, avistou dois vultos ao longe, um parecia ser do seu progenitor e outro, não conhecia, e o odor também lhe era desconhecido. - Finalmente! Porque demoraste tanto? - falou um lobo mais velho. - Não queria acordar ninguém - respondeu o mais novo, baixando as orelhas - Quem é, pai? - perguntou, quando desviou o olhar para um lobo branco que estava ao lado do seu progenitor. - Ainda não falaste de mim à tua filha? - perguntou o desconhecido num tom irónico. - Nem pretendia! - exclamou o outro lobo mostrando levemente os dentes, o
A meia raposa, por sua vez, sentou-se afastada apenas para observar. Estava a começar a ficar com fome, aquela caçada já durava desde manhã bem cedo e até agora não tinha conseguido apanhar nada. A sua barriga começou a roncar, Sora deitou-se na tentativa de a fazer parar e, para além disso, estava a começar a ficar com sono. Sem aviso, os seus olhos começaram a fechar, acabando por adormecer. - Sora! - exclamou uma voz distante - Sora! Consegui! - Hum...? - falou Sora confusa levantando a cabeça lentamente. - Consegui! Apanhei um veado! - exclamou a loba avermelhada abanando a cauda. - Bom trabalho, Amora - disse a meia raposa levantando-se ainda sonolenta, aproximando-se da jovem. Enquanto andava na direção dela, Sora sentia que as suas patas pesavam mais que ela própria, assim como a sua cabeça. - Estás bem, Sora? - perguntou Lia pousando perto dela. - Estou.... Estou, não é nada - falou a meia raposa parando de andar
- Sora... O nome dela é Sora - quando a loba mais jovem acabou de falar, dirigiu-se para a sua caverna e Kioushiro aproximou-se da loba castanha com manchas brancas. - O que tens para me dizer, Kira? - Ela não tem nada de grave... O corpo dela reagiu ao facto de estar disposta a temperaturas baixas durante muito tempo, fazendo com que ela ficasse quente durante algum tempo - explicou a loba - É melhor que isso não volte a acontecer. - Certo... - suspirou Kioushiro olhando para a meia raposa que se estava a levantar - Obrigado, Kira. Podes ir. A loba castanha com manchas brancas acenou lentamente com a cabeça e retirou-se. O lobo branco com patas pretas, aproximou-se da meia raposa, para ver como ela estava. - Eu disse que não estava doente! - exclamou Sora, sem dar tempo a Kioushiro para abrir a boca. - Achei melhor confirmar - falou o lobo branco com a voz calma. - Estás com medo que eu transmita alguma doença p
Lia ainda tentou fugir, voando, mas um dos lobos que ali estavam apanhou-a em pleno voo, prendendo-a entre os dentes. Os dois restantes agarram na raposa, um no pescoço e outro na parte da barriga. - Parece que não vais durar durante muito mais tempo - falou o lobo do início, começando a andar com os restantes, apertando o pescoço de Isis entre os seus dentes. * * * * * * * * * * * Os ramos das árvores começavam a ficar vazios, as suas folhas já secas e de diferentes cores, acumulavam-se no solo numa extensão de vários quilómetros. Era cada vez mais difícil achar o que caçar, as várias manadas de animais começaram a sua migração para um lugar mais quente, mas ainda havia, espalhados por ai, alguns veados solitário
- Mesmo assim, não acho que seja boa ideia... - falou uma voz, vinda de trás dos jovens. Estes viram-se um pouco assustados, mas logo se acalmaram quando viram de quem se tratava. - Não faças isso novamente, Sora... - disse a loba avermelhada com o coração aos saltos assim com os dos seus amigos. - O que estão aqui a fazer? - perguntou a meia raposa. - Viemos procurar presas para levar para a alcateia - respondeu o jovem lobo castanho com manchas pretas. Sora observou os lobos um a um até os seus olhos encontrarem os coelhos pendurados nas bocas das jovens lobas. - Certo, já percebi o porquê... - falou a meia raposa - Querem uma ajuda? - Claro! - exclamou Judy abanando a cauda. - Então venham, encontrei um grupo de veados aqui perto - assim que a meia raposa acabou de falar, saiu a correr para a floresta, seguida dos cinco lobos mais novos. Atravessaram algumas árvores que ainda tinham folhas verdes, mas comparad
- Estão comigo - disse Sora - Acho que não há problema desde que estejam acompanhados por um adulto, certo? - Acho que sim... - falou a loba avermelhada, mas parou quando ouviu um ruído - Ouviram isto? - O quê? - questionou Sora rodando as orelhas para o lado, tentando captar algum som - Esperem aqui... - Eu vou contigo! - exclamou Amora seguindo a mais velha. Elas andaram um pouco até que viram três vultos do que pareciam lobos passar ali perto. - Vamos embora, Amora! - exclamou Sora baixando as orelhas - Rápido! - Eles não podem estar aqui! - disse a loba avermelhada mostrando levemente os dentes - O território não lhes pertence! - Não és tu que tens que resolver isso! - falou a meia raposa olhando para o lugar onde tinha visto os lobos, que agora apenas estava ali um, e via-se perfeitamente que a sua pelagem era branca - Vamos embora! - Não podemos deixar que eles fiquem por aqui! Pode ser perigoso! -exclamou