– Sim. – Siena Robins se virou para o homem. Sua postura continuava impecável, como a realeza que existia dentro dela, mas que havia sido herdado de alguém que não tinha qualquer nobreza de espirito. – Mas eu tenho uma condição. O senhor parecia tão animado por se livrar do problema que nem se importava com o que fosse. – Qualquer coisa. O que a senhora pedir, eu prometo que vou fazer! Siena Robins encarou a mãe que ainda segurava nas mãos dela. Ípsilon estava logo atrás delas, observando tudo como um bom protetor. Se ao menos soubessem que estava passando informações para o Sebastian Black. – Eu quero a casa desocupada hoje. – Hoje? – O senhor se espantou. – É que... – Agora, na verdade! – Siena Robins tinha o olhar decidido como nunca havia sido antes. – E então? O velho coçou a cabeça. – Complicado... – Ele respirou fundo, pensando. – Bom, eles não pagam faz um tempo! O casal continuava completamente sem roupas, tentando esconder a nudez. Estavam tão magros naquela al
A mulher se lançou no chão, ajoelhada. Tocou os pés inchados da Siena Robins e se curvou, como faria a realeza que estivesse diante dela. – Por favor, me perdoa! Por favor, não faça isso comigo. Eu sei que errei em muitas coisas, mas eu também estive ao seu lado. Eu cuidei de você! Eu fiquei ao seu lado quando esteve doente. Eu paguei suas dívidas. – Epa! – Sebastian Black protestou, apontando o dedo para cima como se aquela fosse a sua vez de falar. Ele ainda não conseguia se manter parado, e só deixava Siena Robins tonta também. – Ela não pagou nada! Eu paguei. Siena Robins o encarou. – Do que vocês estão falando? – Filha, você ficou muito doente. Você tinha um tipo de câncer, sabe? E eu cuidei de você. Eu tratei das suas cirurgias, eu mantive você perto de mim. Siena Robins começou a se lembrar. O rosto dela franziu. As lembranças nunca eram boas quando ela as resgatava daquele lugar, em momentos como esses. – Eu acho que estou lembrando. Eu me lembro de chegar na casa do..
Siena Robins entrou na casa logo atrás dos homens. Seus olhos percorriam por todos os lugares. Os moveis ainda guardados e empoeirados, os quadros que representavam uma vida que já se foi. Siena Robins parecia encantada, mas também havia um tom mórbido sempre que se aproximava. Por que aquela sensação sempre estava presente? A mulher sorrindo no quadro, tão feliz com sua família, com o homem rico e perfeito e uma criança meiga ao seu lado parecia a mais sortuda das mulheres. Mas Sebastian Black, ah, para ele havia um tom diferente. Serio, rígido, como se durante aquele quadro, sua vida já estivesse prestes a mudar. Era como se o Sebastian pudesse adivinhar o que estava por vir. Um grito explodiu no andar de cima, fazendo com que Siena Robins andasse em direção as escadas em forma de um grande caracol. Tudo parecia tão antiquado, mas ainda era luxuoso. Se fosse um tanto mais escuro, provavelmente seria o cenário de terror. Siena andou cautelosa. Tinha medo de cair de qualquer altura
Sebastian olhava para ela de baixo, os olhos cheios de lágrimas, a boca seca pela espera da resposta. O nervoso estava começando a corroê-lo tanto quanto a dor em seu peito, que o martelava, martelava, e o machucava a cada batida. Por que ela não respondia. Os joelhos estavam começando a doer, mas que se dane a dor. Que se dane qualquer coisa além da resposta que ele precisava ouvir. – Siena? – Sebastian Black a chamou, tirando-a dos pensamentos.Os olhos da Siena Robins estavam tão retos, olhando para a parede. Para o quadro bonito na parede. Para a representação do que Siena Robins ainda não tinha em sua vida. – Eu... – Sua voz parecia falhar. – Eu sinto inveja. Sebastian tinha uma voz tão baixa que quase sussurrou. Era a dor o afetando bem mais do que gostaria. – Do que? – Foi tudo que ele conseguiu dizer com a rouquidão irritante o matando por dentro. – As vezes eu olho para os seus quadros nas paredes. Sua família era perfeita. Eu quero ter isso. Sebastian parecia surpre
Siena Robins decidiu que buscaria Zozo na escola aquele dia, mas olhando para a cidade, tentava se decidir se havia feito a escolha certa. Por alguma razão, a rua parecia tão deserta. Siena podia ouvir o som da água no rio pela primeira vez desde o dia em que foi arrastada por ele. Uma onda de medo a preencheu. Sua mãos estavam suadas, seu cabelo esboçava reações de uma forma tão irritante, como se a mandasse ir embora ‘Volta, volta’, Siena Robins ouviu repetidamente em sua mente. Tudo estava vazio, inclusive ela. Apenas o medo a preenchia. Os olhos estavam atentos, até que encontraram com o rio. Seus pensamentos pairaram pela água brilhante em tons escuros e amarelados do sol. Onde estava as pessoas daquela cidade? Por que não estavam na rua, em seus afazeres? Aconteceu algo que somente Siena Robins desconhecia? Siena continuou seu caminho, mas uma dor. Ah, aquela dor tão estranha a encheu de medo. Seus pés decidiram se mover em direção a escola. Os portões estavam fechados. As pes
Os olhos da Siena Robins escorregaram para as mãos do Bruce Jacobs. A mãe da Siena Robins apareceu logo atrás dele, entregando o objeto maldito. Aquele item enferrujado a tiraria do mundo para sempre. Os olhos da Siena estavam encharcados de lágrimas, mas para a tristeza das pessoas ao redor, Siena esboçou preocupação apenas com sua barriga, colocando as mãos para proteger o bebê. – Por favor, atira na cabeça! Não mata o bebê! Bruce Jacobs hesitou. Que tipo de pedido estranho aquela mulher foi capaz de fazer? Que mulher desejaria ser desfigurada antes do velório? – O que? Ficou maluca? – Bruce quase gritou, coçando a cabeça. – Como eu vou estragar esse rosto lindo. A mulher atrás do Bruce Jacobs ainda sustentava as mãos daquele homem no ar, fazendo com que a arma estivesse apontada apenas para Siena. – Vai. Mata ela. Tanto trabalho para criar essa ingrata. Siena Robins sentiu a lágrima quente rolando em seu rosto. Os olhos dela encontraram o fundo da alma daquela mulher, apenas
Siena Robins tinha os olhos arregalados. Um som estrondoso surgiu no ambiente, criando um eco terrível no ambiente. O cérebro dela demorou alguns segundos para processar o que aconteceu. Antes que Siena Robins pudesse tocar sua barriga novamente, sentiu que estava bem. Por que sua dor não aconteceu? Por que seu bebê não chutava em desespero, pedindo para sair, pelo seu suspiro? Siena olhou para baixo, e encontrou aqueles olhos tão lindos, tão profundos, tão familiares. Sua dor aumentou. Siena Robins viu a cena que jamais imaginou em sua vida. Sebastian Black estava de joelhos, abraçado a barriga, protegendo deu bebê. Os lábios dele tremiam, mas Sebastian parecia tão feliz naquele momento. Nenhuma dor no mundo jamais voltaria a atingi-lo outra vez. Nada mais seria capaz de atingi-lo. Talvez tudo que tenha passado, serviu para que ele reagisse daquela forma, naquele momento. Talvez eu propósito de tantos sofrimentos fosse entender que sua vida não era tão importante. Talvez ele não te
Siena Robins estava desesperada. Todas as dores que sentiu antes. Ah, nada se comparava com aquilo. Seu rosto estava distorcido para um misto de dor e alegria. O bebê finalmente estava vindo. Seu milagre... Milagre? Por que milagre? Siena Robins se lembrou de que não poderia ter filhos, nunca! Jamais! Não depois de sua doença... Não depois de tantos tratamentos. Sua garganta doeu quando ela se lembrou. Uma lágrima escorreu, mas suas mãos deslizaram na barriga, e ela ficou tão feliz. – Meu anjo... Meu anjinho... – Siena Robins sussurrou. Os olhos felizes tão sinceros percorrendo a protuberância da própria barriga. Não importava se aquilo nunca voltasse a ser como antes. Pouco importava se deixasse marcas. Siena queria apenas aquela criança em seus braços. – Eu vou fazer tudo por você! – Uma promessa. A porta abriu. Aquele médico odioso entrou. Estava realmente apressado. Sua maleta colocada ao lado da cama. Rapidamente passou a examinar a barriga da Siena Robins, com todos os espas