- Cale a boca! - Henrique olhava para Ivo com descontentamento. - Como eu não saberia da minha própria condição física? Mesmo que eu não soubesse, com você falando no meu ouvido todo dia, eu acabaria sabendo!- Sim. - Ivo, resignado e conhecendo bem o temperamento infantil de Henrique, não disse mais nada.- Avô, o Ivo só quer o seu bem... - Gisele imediatamente defendeu Ivo.Henrique costumava dar ouvidos a Gisele, então, olhando para Ivo, disse:- Tudo bem, tudo bem, sei que você se preocupa comigo.Ivo sorriu, saber que Henrique disse isso já era um grande avanço...Em seguida, Henrique rapidamente colocou alguns legumes no prato de Felipe.- Toma, Felipe, coma mais disso, é bom para os rins! - Henrique disse, todo sorridente. Assim que terminou de falar, ele pegou mais alguns legumes diferentes.- E isso aqui também, tem que comer bastante, garante mais energia! Isso aqui, isso aqui também é uma coisa boa! Para reforçar o corpo!Felipe olhou para a comida em seu prato, franzindo le
O que ele estava falando agora mesmo?Ele sabia o que estava dizendo?Gisele estava cheia de interrogações na cabeça!Após sentir o olhar mortal de Gisele, Felipe lhe lançou um sorriso indulgente e, na frente de Henrique, estendeu a mão para afagar seus cabelos, demonstrando imenso carinho.- Não seja tímida, o avô também passou por isso.Isso deixou Gisele completamente atônita, e ela o xingou milhões de vezes em sua mente!Esse canalha!Ele estava tentando tirar vantagem dela?Canalha era canalha! Isso era demais!Gisele tomou alguns goles de suco, tentando manter a calma.Quando conseguiu controlar a raiva que subia, ela sorriu doce para Henrique e disse:- Avô, não precisa se incomodar, não estamos tão longe de casa. Ficar aqui implica em incomodar Ivo e os outros empregados para arrumar e limpar.Henrique imediatamente respondeu:- Não é incômodo algum, Ivo e os outros não se importam. - Então, olhou para Ivo. - Ivo, você acha um incômodo?O olhar de Henrique era como se estivesse
Após o jantar, Gisele começou a se ocupar na cozinha, assando biscoitos.Ao anoitecer, as luzes do Hotel Oriental se acendiam, iluminando o rio paisagístico. A arquitetura ganhava um ar ainda mais clássico sob essa iluminação.Henrique tinha uma paixão por arquitetura clássica, razão pela qual o Hotel Oriental foi projetado seguindo esse estilo.Com a chegada da noite, as músicas clássicas favoritas de Henrique ecoavam pelo hotel, adicionando um charme especial ao ambiente.Henrique, saboreando os biscoitos recém-assados por Gisele, ouvia a música com prazer, cantarolando junto de vez em quando.Felipe, por outro lado, não demonstrava interesse por isso. Seus dedos longilíneos deslizavam sobre o tablet, revisando os e-mails mais recentes filtrados.Sua atenção só foi capturada ao se deparar com um e-mail enviado por Francisco.“Sr. Felipe, a Srta. Gisele está adquirindo a empresa de entretenimento TL. De acordo com nossos informantes, um grupo formado temporariamente por membros da div
Depois de desligar o telefone, Felipe voltou para a sala de estar. A música continuava tocando, Henrique estava de ótimo humor, uma bandeja de biscoitos já tinha sido devorada por ele.- Os biscoitos que Gisele faz são deliciosos! Quero mais uma bandeja!Ivo pegou a bandeja e sacudiu a cabeça para Henrique.- Você já comeu demais hoje, não pode ter indigestão, é ruim para o estômago, Henrique. Vamos guardar os biscoitos para amanhã, eu vi que Gisele já os embalou.Ao ouvir isso, Henrique imediatamente ficou um pouco chateado.- Eu quero comer biscoitos!Ele agiu como uma criança fazendo birra. Ivo ficou em uma situação difícil de repente, e por coincidência, Felipe entrou na sala, Ivo rapidamente pediu ajuda:- Sr. Felipe, Henrique quer comer mais biscoitos, ele já comeu o suficiente hoje. Se continuar assim, vai ficar com o estômago ruim.Henrique, vendo Ivo contando a Felipe, ficou um pouco insatisfeito e fez uma careta, como uma criança pobre.- Vovô. - A expressão de Felipe se torn
Para Henrique, esse homem velho e guloso, foi uma decisão extremamente difícil.Depois, Henrique disse imediatamente:- Eu já falei que quero um neto, o que vocês estão esperando parados aí?- Vovô, eu vou ficar com você ouvindo música. - Gisele rapidamente encontrou uma desculpa.Henrique passou uma xícara de café que acabara de servir para Gisele.- Beba um pouco de água primeiro, você esteve tão ocupada hoje que mal bebeu água, não é?Gisele ficou um pouco atônita, por que de repente ele lhe passou a xícara?- Beba um pouco, o café feito pelo Ivo é muito bom.Gisele acenou com a cabeça.- Obrigada, vovô. - Em seguida, ela pegou a xícara e bebeu muito café.- Este café é tão aromático, o Ivo realmente tem habilidade. - Gisele deu um joinha para Ivo, sorrindo feliz.A expressão de Ivo estava um pouco rígida, mas ele rapidamente esboçou um sorriso e acenou para Gisele repetidamente.- Gisele, que bom que você gostou, venha sempre, eu posso fazer café para você a qualquer hora!- Combin
Gisele estava visivelmente irritada ao falar. Assim que terminou de falar, se virou para sair do quarto, mas quando chegou à porta, ele estendeu a mão e segurou seu pulso.- Eu olho para a certidão de divórcio todos os dias.Gisele ficou momentaneamente confusa, sem entender o que ele estava tentando dizer, e apenas respondeu:- Solta minha mão!- Todos os dias, me arrependo... Me arrependo de ter te esquecido, de não ter te protegido bem e de ter te perdido completamente.Gisele congelou, se virou de maneira um tanto desajeitada e olhou para ele.O olhar dele estava cheio de dor e remorso, não parecia que estava atuando.- O que foi perdido, foi perdido. Não tem volta.Uma frase simples, mas para Felipe, foi extremamente cruel.Então, Gisele se soltou da mão dele, desviou o olhar e se apressou em direção à porta...Mas no momento em que sua mão pequena tocou a maçaneta, a voz extremamente segura dele soou:- O avô está na porta.Ao ouvir isso de Felipe, Gisele sentiu um arrepio pela f
Mas, no fundo, aquele abismo nunca poderia ser atravessado.Quem saberia se amar novamente não resultaria em mais uma dor? Ela não ousava amar alguém novamente, muito menos ele.- Você sabe o que eu mais pensava antigamente? - Após algum tempo, a voz de Gisele soou muito calma.- Sobre mim. - Ele respondeu com certeza.Gisele sorriu.- Então você sempre soube.Sim, a ela do passado amava ele até perder a consciência de si mesma, como se vivesse por ele.Amava tanto a ponto de desesperadamente querer que ele olhasse para ela uma vez que fosse, fazendo tantas coisas tolas, como ele poderia não saber?- Eu sei mais do que qualquer um o quanto você me ama.Gisele ficou em silêncio.- E também sei mais do que qualquer um o quanto você me odeia.Ao ouvir isso, Gisele baixou o olhar, rindo.- Já que você sabe de tudo, por que precisamos estar assim agora?- Esperança.Gisele ficou surpresa.- Esperança?- Como a você do passado, esperando que eu te amasse.Agora, ele era o mesmo.Ele esperava
- Pequena trapaceira, você ainda me ama?Ela balançou a cabeça.- Não ama?Felipe ficou um pouco chateado, colocou ela na grande cama e, então, se virou para ir embora.Mas agora, ela simplesmente não podia ficar sem ele, esse bloco de gelo!- Não, não vá...- Se não ama, não há razão para ficar.Gisele rapidamente negou:- Não é isso...- Não é o quê?Gisele não falou, ela havia perdido completamente a capacidade de pensar agora, só podia continuar balançando a cabeça.Ele olhou para ela na cama e, observando seu corpo ficar todo vermelho, perguntou novamente:- Você realmente não me ama?- Não ouso amar, não posso amar, não é possível...- Só você pode.Gisele balançou a cabeça, continuando a balançar, toda em um estado de sonolência, ela não sabia o que estava fazendo, não tinha consciência de nada agora, muito menos quem estava na sua frente...- Não é possível!Mas mesmo neste estado, ela sabia muito bem que não podia amar Felipe!Por isso, ele ficou um pouco irritado e se levanto