- Espere aqui.Francisco chegaria em breve com reforços, ele precisa distrair Ícaro e ganhar tempo, mas levá-la junto era simplesmente arriscado demais...Gisele estendeu a outra mão e segurou a dele, balançando a cabeça incessantemente.- Não podemos, é muito perigoso, ele está armado!Felipe olhou para as mãos dela agarrando a sua e sorriu repentinamente.- Seja boazinha, obedeça.Seu tom era leve, mas Gisele sabia que por trás dessa aparente tranquilidade, se escondia um perigo terrível!Antes que Gisele pudesse dizer algo, a porta da sala de equipamentos se fechou, deixando o pequeno espaço mergulhado na escuridão.Ela se encolheu em um canto, espiando através de uma estreita fenda enquanto Felipe se afastava cada vez mais.As palmas das mãos de Gisele pareciam ainda reter o calor dele, ela cobriu a boca e o nariz para evitar fazer barulho, não queria que todo o esforço dele fosse em vão."Gisele, mantenha a calma, você não pode chorar, não pode fazer barulho..."Ela continuava se
Ela foi ofuscada pelos faróis de um carro e por um momento não conseguiu ver quem estava dentro do carro. Justamente quando estava segurando o volante, preparada para pisar fundo no acelerador e avançar, uma cabeça surgiu de dentro do carro.- Srta. Gisele! Sou eu, Francisco!Quando Gisele viu que era Francisco, ela relaxou de repente, e suas mãos que seguravam o volante se afrouxaram um pouco.- Srta. Gisele, você encontrou o Sr. Felipe? - Francisco perguntou apressadamente.- Ele está no carro, ele está ferido, precisamos levar ele para a emergência rapidamente.- O quê? O Sr. Felipe está ferido novamente?Francisco saiu do carro e correu rapidamente para o lado do carro de Gisele.Ele olhou para Felipe, que estava sentado no banco do passageiro, com a camisa manchada de sangue, e respirou fundo, assustado.- Está tudo bem. - Felipe disse calmamente.- Sr. Felipe, vou ajudar você a entrar na sala de emergência para ser atendido.Francisco tentou estender a mão para ajudar Felipe, mas
Gisele acenou com a cabeça, muito certa:- Tenho certeza, era a voz do meu irmão, eu não me enganaria.Até agora, as poucas palavras que Ícaro disse no estacionamento subterrâneo ainda parecem ecoar ao meu redor.- Obrigada pela sua cooperação, Srta. Gisele. Você se assustou hoje, deixe o restante conosco.- Agradeço a vocês. - Gisele acenou com a cabeça em direção a eles, depois olhou para a própria mão que ainda estava sendo segurada por ele, mordeu o lábio, um tanto irritada. - Você vai segurar por quanto tempo?- Até o fim do mundo, até eu morrer.Gisele o chamou seriamente:- Felipe Lopes!Ele sorriu de canto, achando sua irritação adorável.Nesse momento, alguém bateu na porta da sala de emergência.Francisco entrou, chamando respeitosamente:- Sr. Felipe.- Descobriu algo?Francisco balançou a cabeça.- Eles estão muito alertas, o número de telefone é falso, impossível rastrear.Gisele olhou para eles confusa.- Que número de telefone? Que falso?Ela estava perplexa, sem entende
- Francisco. - Felipe voltou seu olhar para Francisco, que estava de pé ao lado. - Verifique os movimentos recentes do Ícaro.- Sim. - Francisco respondeu, se preparando para iniciar a investigação, mas, quando estava a ponto de alcançar a porta, colidiu diretamente com Tomás, que tinha um metro e noventa de altura.Tomás irrompeu na sala de emergência, seu rosto marcado por um pânico evidente, ofegante, anunciou:- Um desastre! A mãe da Srta. Keila cometeu suicídio no quarto do hospital.Esta notícia deixou Gisele chocada, paralisada no lugar.De repente, suas pernas enfraqueceram.Felipe, instintivamente, agarrou seu pulso, permitindo que ela se estabilizasse.Tomás, observando o rosto pálido de Gisele, perguntou com preocupação:- Ouvi dizer que você encontrou um homem armado no estacionamento subterrâneo do hospital, você está bem?- Estou bem. - Gisele sacudiu a cabeça, se esforçando para manter a calma, e perguntou. - Quando foi descoberto o suicídio da Nilda?- Quinze minutos at
O que mais temiamos era a sensação de impotência, quando um súbito cuidado chegava, todas as emoções explodiam instantaneamente, e a sua força se desfazia naquele exato momento.- Nilda! Nilda! - Heitor, ao ouvir a notícia, correu para o local, vendo o corpo de Nilda coberto por um lençol branco, perdeu completamente a razão, prestes a avançar para ela!- Sr. Heitor, o senhor não pode entrar, ainda estamos investigando a cena, por favor, nos dê um momento. - A polícia imediatamente deteve Heitor, esperando que ele cooperasse.- Nós combinamos, amanhã de manhã, eu traria o café da manhã para ela, como ela pode ter morrido assim, de repente!Heitor simplesmente não podia acreditar no que estava vendo, angustiado, abraçava a própria cabeça, deslizando lentamente pela parede até se sentar.- Encontramos uma carta de despedida no criado-mudo dela, diz muito, inclusive sobre a causa da morte da sua ex-esposa Aurora.Heitor, desarrumando os cabelos, gritou:- O quê? Qual causa da morte? O que
- Esta é apenas uma conclusão preliminar, espero que você coopere, Sr. Heitor.Heitor assentiu, olhando para Nilda, com lágrimas que ele não conseguia conter escorrendo. Um homem no corredor durante a noite profunda, cobrindo o rosto com as mãos em agonia.Gisele olhava para a aparência triste de Heitor, se lembrando de quando sua mãe faleceu, a reação dele foi de extrema indiferença, o que a fez sentir ainda mais desolada.Depois, Heitor seguiu com a polícia para deixar o local, cooperando com a investigação.Ela retirou o olhar, avistando Felipe, que estava à sua frente, protegendo ela, e seu coração foi inesperadamente tocado.Foi ele quem a protegeu agora há pouco.A multidão que observava se dispersou, e o corredor voltou a ficar quieto, como se nada tivesse acontecido...Até que um doce grito rompeu o silêncio:- Irmã, o que aconteceu com a mãe?Keila, vestindo uma roupa de hospital, estava no corredor, de costas para a luz, parecendo esgotada, avançando passo a passo.- Srta. Ke
No momento em que a palavra "irmã" foi pronunciada, Gisele compreendeu o que significava laços familiares. Essa relação entre elas nunca mudaria, mesmo que ela fosse filha de Nilda, ela também era sua irmã...Rapidamente, Keila foi levada de volta ao quarto do hospital, e o médico imediatamente realizou uma avaliação.Gisele, parada ao lado, observava Keila, pálida, com uma expressão grave.Primeiro foi o acidente de carro envolvendo Keila e Nilda, depois o ataque sofrido por ela no estacionamento subterrâneo, seguido pelo suicídio de Nilda...Todos esses eventos, dramáticos como em uma série de TV, pareciam inacreditáveis, mas, infelizmente, eram a realidade, se apresentando de forma crua e sangrenta...- Doutor, como está minha irmã?- Ela está muito fraca, além de estar profundamente triste, o que causou seu desmaio. Não é nada grave, ela só precisa descansar. - Disse o médico, suspirando profundamente. - Como uma filha poderia aceitar a morte de sua mãe? Sua reação é compreensível,
Essas eram as coisas de sua mãe, para ela, eram tão preciosas.- Felipe, deixa eu dirigir. - Gisele fechou a caixa de joias e se virou para Felipe ao seu lado.No entanto, ao mesmo tempo, ela percebeu que este não era o caminho de volta para a Propriedade Misty, nem para a Montanha da Cidade L!- Para onde você está me levando? - Gisele perguntou, confusa.Ele riu levemente.- Você vai ver em breve.Ao ouvir isso, Gisele ficou ainda mais perplexa.Era o caminho para sair da cidade, onde ele estava planejando levá-la?Depois de dirigir por cerca de meia hora, o carro parou ao lado da praia.- Mar da Cidade L? Por que você me trouxe aqui? - Gisele olhou para a praia vazia ao amanhecer, perguntando sem entender.- Eu me machuquei por você, então você vem assistir o nascer do sol comigo."Nascer do sol?"Gisele ficou ligeiramente atordoada, seguindo o olhar dele.O mar e o céu se fundiam em um só, sob uma vastidão azul, o sol parecia emergir do mar, com seu brilho começando a aparecer...O