— Senhor... — a voz de Luna Cimex Mara soa hesitante, como se cada palavra pesasse em sua língua. Seus olhos se fixam nas costas do Genuíno Alfa, atordoados pela tarefa que lhe foi imposta. Suas mãos tremem com raiva enquanto seguram o cesto. — Por que eu tenho que lavar as roupas de sua escrava?Miguel se vira lentamente, sua expressão é impassível, mas seus olhos brilham sombriamente com um perigo que faz Mara engolir em seco, seu pulso acelerando somente com a pressão desse olhar.Apesar de pertencer a classe mais baixa da raça, ainda é superior a uma escrava, e, não só ela, mas todas as fêmeas dessa classe, se sentiram humilhadas por dividirem um corredor com uma escrava humana, e agora, encarregada de lavar as roupas para Sasha, é humilhante demais.As Lunas Cimexs e os ômegas são responsáveis pela limpeza e preparo das refeições, enquanto as Lunaes ajudam os machos Betas e o Genuíno Alfa na caça e trabalhos no mundo humano, porém, desde que o Genuíno Alfa tomou uma escrava, as L
“Genuíno Alfa, alguns humanos empresários o convidaram para participar de uma festa luxuosa amanhã a noite, falaram que é apenas para apresentação de lançamento, mas querem mesmo é criar uma chance de ter uma parceria com o senhor, já que seus lucros estão cada vez mais altos, terão algumas autoridades do governo corruptos também.” — A mensagem brilha na tela de Miguel, enviada pelo seu Genuíno Beta Lukan. Maravilha — Miguel pensa revirando os olhos, sempre odiou esses convites, e já recusou vários, porém, sempre que fazia isso, no dia seguinte, tinha visitantes em seu escritório “oferecendo” parceria e quando se recusava, na semana seguinte tinha que lidar com policiais, então começou a aceitar os convites e até fez algumas parcerias e dava a desculpas que já havia sócios demais. “Confirme minha presença, informe que levarei uma acompanhante. Volte para a matilha” — ele digita rapidamente em resposta e guarda o celular no bolso, seu olhar se voltando para a porta do banheiro. Já fa
Sasha tenta se desvencilhar, a dor latejante em seu couro cabeludo a faz lutar instintivamente contra o aperto de Lovetta. Mas a força da lycan é muito superior à sua, e ela se vê impotente, arrastada como uma boneca de trapo enquanto Lovetta a força a encará-la.Sasha sente o pânico crescer em seu peito, o medo de que isso se transforme em algo ainda pior. Ela já tinha visto o que Lovetta era capaz de fazer e sabia que, na posição de escrava, não tinha defesa contra a crueldade de uma lycan.— Responda, escrava! — Lovetta exige, puxando os cabelos de Sasha com mais força, forçando-a a ficar de joelhos.Sasha tenta falar, mas as palavras se engasgam em sua garganta. O terror a consome, e tudo o que consegue pensar é em escapar, mas cada movimento apenas aumenta a dor.— Miguel...Grande erro.Ela reconheceu, mas já é tarde, sua bochecha arde com o tapa estalado que recebe, tão forte que faz o seu nariz sangrar.— Não o chame como se fossem íntimos! — Lovetta rosna enfurecida com a aud
Sasha tira o violão de seu colo lentamente, colocando-o ao seu lado na cama. O ar ao redor dela parece mais pesado quando Miguel entra no quarto, fechando a porta atrás de si, sua presença dominando completamente o espaço.— Eu... eu... — Sasha começa a falar, mas sua voz falha, a coragem evaporando sob o olhar severo de Miguel.Tá com medo de quê? Não fez nada de errado — sua consciência grita, devolvendo a coragem a ela e Sasha ergue o queixo, Miguel arqueia uma sobrancelha.— Como não recebi ordens para fazer nada, vim passar o tempo tocando o violão que me deu — ela responde, tentando manter a voz firme, mesmo que seu coração continue acelerado.Miguel avança mais um passo, a tensão no ar aumentando com cada movimento dele. Os olhos dele permanecem afiados sobre ela, analisando cada detalhe de sua expressão e postura. Mas então, algo chama sua atenção. Ele percebe uma marca em sua bochecha, a impressão clara de dedos que não são os seus. Seus olhos escurecem instantaneamente, uma
As conversas e risos silenciam assim que Miguel dá o primeiro passo para dentro da cozinha principal da mansão. Cada lycan para suas tarefas para revência a chega do Genuíno Alfa Miguel.Os olhos de Miguel escaneiam o espaço, focando imediatamente na figura de Mara, que segura uma faca e temperos verdes sobre a mesa no centro da cozinha.Mara nota a atenção de Miguel sobre si, ele ergue os olhos por um momento, para ter certeza, mas logo os desviam para a imagem de Sasha ao lado dele...Ela está vestindo as roupas dele.A visão quase a faz arregalar os olhos e algo em seu estômago se contorce, todos os seus instintos gritam em alerta. Cada fibra de seu ser enrijece, e ela fecha os olhos, tentando manter a respiração controlada.O arrependimento lhe corroendo, enquanto sua mente revisitando seu ato de vingança infantil por ter sido posta a lavar as roupas de uma mera humana, pior que isso, uma escrava.Miguel permanece imóvel na entrada, seus olhos fixos em Mara, sua presença esmagador
— Claro que não, Genuíno, tal pensamento nunca passou por mim — ela faz exasperada, com os olhos arregalados.Miguel não responde, ele consegue sentir o cheiro da sinceridade dela. Vendo o silêncio dele, Mara continua:— Ela é uma escrava, senhor — Mara murmura, sua voz trêmula, mas tentando desesperadamente agarra-se a algum tipo de defesa. — A Lunae Luciana disse que foram suas ordens trata-la como tal, e pelo que me lembro, escravos sequer tinham roupas descentes, então ela também não deveria ter, e muitos menos tê-las lavadas por alguém superior a ela, escravos também não tem instrumentos musicais e nem permissão para toca-los a noite atrapalhando o sono dos superiores, mas essa escrava insiste em desrespeitar e...A tentativa de justificar suas ações com base em tradições e ordens passadas só serve para aumentar a tensão no ambiente. Miguel não reage imediatamente, mas o silêncio que se segue é mais pesado do que qualquer palavra que ele pudesse dizer. Ele estreita os olhos, sua
Do lado de fora, Miguel empurra Mara para fora dos portões com um gesto firme, fazendo-a cair na neve fria. Ele a observa por um momento, sua expressão dura, sem nenhum traço de compaixão.— Volte para sua matilha, Luna Cimex Mara — ele diz, sua voz cortante e definitiva. — Você não pertence mais aqui.O horror e a vergonha a atingem com força. Ser expulsa seria o cúmulo da humilhação, algo que mancharia não apenas o seu nome, mas também a matilha de seus pais por ter um membro devolvido. Desesperada, ela cai de joelhos aos pés de Miguel.— Por favor, não me expulse, Genuíno Alfa — ela agarra os pés dele, mas ele chuta sua mão para longe.Mara abaixa a cabeça, fechados suas mãos em punhos sobre a neve.— Genuíno Alfa, por favor! — Ela começa de novo, a voz agora cheia de pânico. — Não me mande de volta... Ser devolvida manchará a honra da matilha dos meus pais... Eu fiz um erro, mas posso corrigir, por favor, me dê outra chance...As palavras dela saem em um fluxo desesperado, cada sí
Com os olhos fixos na janelinha do jatinho, Sasha observa as nuvens que se movem preguiçosamente pelo lado de fora, enquanto sua mente se perde em pensamentos inquietos.Para onde estamos indo?Ela já perdeu a conta de quantas vezes se fez essa pergunta, e de quantas vezes já tentou fazê-la a Miguel, mas sempre sem resposta.Será que... Ela começa a formular uma teoria, mas interrompe-se imediatamente.Não, isso não pode ser... Um pânico crescente começa a tomar conta de Sasha quando as palavras de Miguel retornam à sua memória, aquelas que a fizeram gelar até os ossos: “Na minha próxima visita a prisão do seu pai, a levarei comigo. Farei você mesma fatia os dedos daquele lixo.”O coração dela começa a bater mais rápido, como se estivesse tentando escapar de sua própria mente. As teorias de que ela poderia ser vendida, embora terríveis, parecem agora quase desejáveis em comparação com a ideia de ser forçada a torturar seu próprio pai.— O meu castigo... — As palavras escapam de seus