— Desde então eu carreguei essa sensação, achando que estava louca, como poderia sentir essas coisa por um cara que eu nunca havia visto antes?Miguel não desvia o olhar, ele lembra exatamente quais foram as emoções que ela sentiu, pois cada uma transbordou diretamente nele, duas vezes mais.Mas, ele não esperava que ela tocasse nesse assunto.— Sasha, eu... — Miguel tenta falar, mas sua voz falha. Se ele pudesse voltar no tempo, não teria aceitado o convite da fêmea, mas ele não pode mudar o que aconteceu.— E apenas algumas horas depois, a fez passar pelo inferno — ela diz, sua voz carregada de dor. — Enquanto eu estava inconsciente, quase morta pela sua amante, você não teve nem um pingo de compaixão. Sabia que eu era, sabia o que poderia ter acontecido, e mesmo assim, escolheu nos ferir ainda mais.— Eu não...— Eu vi a dona Luciana cuidar das minhas feridas, rezar a deusa da lua por mim, e então eu vi você. Minha loba, mesmo presa, ficou feliz em te ver, mas então, você nos fez p
Miguel avança pela floresta coberta de neve, as suas patas cravando-se no solo branco e gelado a cada passo. O som do farfalhar das folhas secas e da neve comprimida sob suas patas é o único que preenche o silêncio daquela manhã fria. Acima, o céu está cinzento, e o vento gelado sopra impiedosamente, cortando o ar ao seu redor. Mas ele não se deixa afetar. Seu foco está em uma única coisa: encontrar uma presa.O vento gélido corta o ar, carregando consigo o cheiro da presa que ele está caçando. Ele está focado, sua mente dividida entre o instinto de caçar e o peso da situação com Sasha. Miguel precisa se provar digno para a fêmea adormecida na sua gruta, precisa ser mais que apenas o macho idiota que a feriu. Ele precisa ser o companheiro dela — e isso exige mais do que apenas força física.O rosnado dela ecoa em sua cabeça, uma lembrança viva da dor que ele causou e que agora precisa curar. Ele respira fundo, o ar frio preenchendo seus pulmões, forçando-se a focar na tarefa à sua fre
Sasha é simplesmente magnifica. Sua pelagem branca reflete a luz fraca do sol que se infiltra pelas árvores cobertas de neve. Miguel sente que poderia ficar horas e horas apenas admirando-a que nunca se cansaria.Apesar dos seus instintos de que ela deveria permanecer fora de vista até que o filhote tenha os seis meses, ele não consegue evitar admirar a forma com que ela explora o mundo, tão curiosa.Sasha corre a uma velocidade que chama o predador em Miguel, despertando a vontade de faze-lo captura-la e leva-la de volta a gruta.Mas, ele permanece apenas a seguindo, com um sorriso lupino, amando a maneira como as patas de Sasha tocam de leve a neve a cada galope. Ela mal deixa marcas na neve, com passos rápidos e eficientes.Qualquer vestiu de fraqueza que a acometeu no dia anterior desaparecem completamente. A deusa a curou completamente pelo renascimento. Miguel faz uma nota mental de que precisa uiva para a próxima lua cheia, se desculpando e agradecendo a deusa por sua companhei
O vento que sopra gelado faz os pelos de Sasha se arrepiarem, e o cheiro metálico de sangue faz os seus instintos se aguçarem, sua loba fica inquieta andando de um lado para outro enquanto espera.Imediatamente ela levanta as orelhas e olha na direção que Miguel está vindo, ela fareja o ar e caminha até ele, Miguel para de andar, deixando-a examiná-lo.Ela o circula, olhando-o em alerta, até que finalmente encontra o ferimento no flanco do macho. Sem pensar duas vezes, ela se aproxima mais, observando a profundidade da ferida.“A ferida está feia” — Sasha comenta, a preocupação em sua voz ecoando na mente de Miguel.Miguel dá de ombros.“Só alguns arranhõezinhos, nem consigo sentir que estão aí” — ele responde, não demonstrando nenhum sinal de dor. — “Ai!”“Nem sente, hein?” — Sasha tira a pata de cima do ferimento. — “Pensei que você seria mais forte que a mamãe urso, acho que te superestimei” — Sasha debocha, mas seus olhos no ferimento deixam claro que ela está preocupada.“Eu sou
Sasha parece brincar no ambiente, seu corpo se movendo com uma graça e agilidade. Ela corre em zigue-zague, pulando troncos caídos, como se estivesse explorando o terreno com uma nova energia. Miguel a observa de perto, fascinado pela leveza que emana de cada movimento dela. A loba de sua companheira está aproveitando cada segundo da liberdade.Ela salta, gira, e, por um momento, é quase como se estivesse rindo internamente, brincando com o macho que a persegue, como se ele não pudesse alcança.Sasha pula sobre um monte de neve espessa, aterrissando com precisão, e sem hesitar, parte em mais uma corrida rápida, demonstrando sua agilidade e força., como se estivesse se gabando do que pode fazer.O lobo de Miguel responde com o mesmo entusiasmo. Ele mantém o ritmo, sua presença constante, mas sem pressioná-la, enquanto sua companheira continua com sua corrida exploratória.À medida que correm, Miguel nota uma mudança sutil na atitude de Sasha. O que antes era pura exploração agora se tra
Pedro anda de um lado para o outro no apartamento de Mariana, seus olhos vagando nervosamente sobre a vista panorâmica da cidade abaixo pela enorme janela de vidro que é do tamanho inteiro da parede.Seus dedos estalam inquietos, sua mente não sai de Sasha, o levando a criar várias teorias do quão ruim a estão tratando, sem ter ninguém para defende-la no território do Genuíno Alfa.— Tem certeza que não irão conseguir nos descobrir aqui? — Pedro se vira para Mariana, sua voz carregada de tensão. — Aqui em nada se parece com um esconderijo seguro, me sinto exposto com essa janela enorme.— Gosto da vista, Pedro — Mariana responde sem olha-lo, enquanto abre a porta da geladeira e foca em revirar as coisas dentro. — Conjurei um feitiço que nem mesmo as minhas irmãos poderiam nos localizar aqui, ah achei! Está com fome? — Ela puxa caixa de comida congelada pronta.— Sem fome — Pedro suspira se sentindo frustrado e se j**a no sofá, os ombros tensos, os dedos inquietos não parando de estalar
— Alys?— Mari, a Melo fugiu — Alys diz apressadamente do outro lado da linha, sua voz ecoando com urgência.Mariana sente o coração acelerar.Fugiu? A palavra faz seu corpo inteiro congelar por um momento.— Quê? — Mariana questiona, suas sobrancelhas franzidas em confusão, não acreditando em seus ouvidos.— A Melody fugiu da prisão dos lycans — Alys repete, sua voz trêmula e ofegante.— Co-como? — Mariana não consegue disfarçar o choque em sua voz. Sua expressão muda de calma para alerta em questão de segundos. Seu coração acelera ainda mais e ela se afunda no sofá, sentindo as pernas enfraquecerem com o impacto da notícia.Pedro franze o cenho, observando a mudança no rosto da bruxa à sua frente.— Eu não sei como, Mari — Alys continua, sua respiração agora ficando mais calma, mas a voz ainda tensa. — Eu vi pela janela do meu quarto quando a Melo apareceu aqui no palácio, estava amanhecendo e os guardas já aviam sido avisados pelos magos dela andando pelas ruas.Mariana aperta o c
Sasha encara Miguel, seu corpo ainda sob o dele, e uma faísca de provocação brilha em seus olhos, mas há algo mais profundo escondido ali, uma camada de vulnerabilidade que Miguel percebe imediatamente.— E agora? — ela pergunta, sua voz um misto de curiosidade e provocação. — O que vai fazer agora que me pegou?Por um momento, Miguel não responde, ele observa a fêmea abaixo de si por alguns segundos, admirando cada detalhe nela, o silêncio entre eles é preenchido apenas pelo som suave de suas respirações.— Vou cuidar de você — Miguel murmura, a sinceridade em seu tom refletindo nos olhos escuros que agora a encaram com intensidade. Ele se aproxima mais, o calor do corpo dele a envolvendo. — Iremos voltar para a mansão, minha toca agora será...— Não quero voltar para lá — Sasha o interrompe, admitindo, o tom carregador de tristeza, sua testa se franze levemente, e a faísca de provocação em seus olhos se apaga, dando lugar à dor. — Eu ainda serei a sua escrava, não é? Ainda me manter