Por Aaron D'Angelo
Marina pareceu quieta demais, exibia um olhar perdido e sempre que lhe perguntava se lhe doía ou se estava bem, ela se resumia a assentir com a cabeça para sim ou não.
— Ótimo, já não parece tão vermelho. — Disse tirando a compressa de gelo de sua testa.
Levantei-me e peguei a mala que estava em um canto do quarto, a coloquei sobre a cama e tirei uma blusa social azul marinho de dentro.
Olhei para o que mais poderia servir para deixar Marina confortável, em minha mente retorcida, não me importaria de admirá-la pra sempre no roupão de banho, era fofa e estranhamente atraente daquele modo e grávida. Um colete de um de meus ternos três peças me pareceu uma boa para esconder o fato de ela estar sem sutiã.
Voltei minha atenção a ela e lhe entreguei as peças de roupa. Ela me olhou confusa, mas já era uma evolução depois da última meia hora em modo zumbi.
Por Marina Allen.Percebi durante as compras um Aaron D'Angelo sorridente que não conhecia, alguém capaz de compartilhar um papo leve e divertido. Mas tanta proximidade só nos levaria a um caminho. Problemas.Enquanto Aaron se abaixou para olhar um sapatinho de bebê azul, atrás dele no corredor, vinha Nicolas Moretto, nosso maior cliente e o motivo de nossa viagem.Meu chefe se levantou e até então não tinha se dado conta. Brincou com os sapatinhos os colocando sobre a curva de meu ventre e logo me sorriu sentindo o bebê chutar.— Que garoto esperto, sabe me reconhecer. — Ele diz com uma felicidade que me derrete.Cada momento podia senti-lo se aproximando mais, isso me queimava por dentro e ao mesmo tempo me sanava. Mentir e esconder era difícil, e sentia que a cada vez estava mais perto de estourar.— Hummr... — Pigarreio e faço sinais para que ele olhe par
Por Marina Allen.No almoço...Apesar de estarmos informalmente almoçando, as ideias e os traços que o novo projeto teria estavam sendo tratados de forma profissional.Sendo assim, não só estava comendo, como também auxiliando Aaron no que diz respeito a notas do assunto.— Isso é tudo. Agora devemos deixar sua esposa comer. — Moretto disse ao notar que mal havia tocado em um grão do meu prato.Mas não era necessariamente que não havia comido, o problema era que, entre uma ideia ou outra, Aaron me dava de comer um pouco de cada prato que estava disposto na mesa.Parecia criança recebendo aviãozinho, mas eu sabia que no fundo ele só estava me dando de comer porque me havia visto vomitar o café da manhã durante as compras e estava preocupado.— Não precisa se preocupar pai, o Sr. D'Angelo já a deixou empanturrada. — Alexia que estava ao
Por Aaron D'AngeloNunca havia desfrutado de uma tarde tão tranquila como aquela, mas a noite enfim chegou e voltamos da praia para o hotel.Meu dia já estava ganho com o tasquinho que tirei de Marina, ela por outro lado passou o resto da tarde vermelha toda vez que a tocava e adivinhem — e não era pelo sol — mas enfim, foi um bom dia.Agora já estávamos em nossos quartos e de fato lamentei não ter o poder de parar o tempo, queria ser um cara tão rápido quanto o flash para perceber o quanto os momentos bons acabam rápido. — quem sabe assim, não os desperdiçaria. — ou talvez esteja delirando.É difícil saber onde se manter para não ultrapassar a loucura e não se afundar no tédio do normal.Na minha cama, encarando o teto e com a insônia que persistia, eu sabia que me afundava no tédio do "normal".— Já são duas da manhã, cara, você tem que dormir. — Dizia a mi
Por Marina Allen.Era realmente outra pessoa a que eu tinha ao meu lado, o Aaron deitado ao meu lado na cama possuía um ar de segurança que sua personalidade como meu chefe nunca demonstrou.Claro que o CEO Aaron D'Angelo era seguro de si, tinha tudo, nada podia impedi-lo de nada. Mas não era sobre isso que eu falava, é sobre me fazer sentir segura, amada e importante.Todas as sensações que me invadiam não eram fortes o suficiente para ultrapassar a maior delas, a sensação de bem estar ao lado dele.Estar relaxada cem por cento sempre foi um desafio desde que me conheço por gente, havia constantemente alguma preocupação que não me deixava em paz e me corroía por dentro, e até quatro meses atrás achei que terminaria dando a luz no primeiro mês da gestação de tantas ânsias que tinha.Mas ali, bem juntinha dele, com seus braços cercando-me era tudo do que precisava.
Revelação.Por Marina Allen.Papéis, ligações, recomendações e previsões. Tudo posto a dedo para o próximo projeto, incluindo nossa volta nos próximos meses.Alexia e eu trocavamos nossas últimas ideias, o dia também passou voando e pela noite, depois de arrumarmos nossas coisas para pegar o voo da madrugada, descemos a praia para um luau.O Sr. Moretto e a filha o organizaram depois de me ouvirem dizer que nunca havia ido em nenhum, de todos os modos não iria aproveitar muito, mas teria uma bela recordação de despedida.Enquanto eu e Alexia nos despedimos e trocamos contatos. Moretto levou meu chefe para beber, mas não deixei que passasse de dois copos.Só não contava com que, dois copos, fossem mais que o suficiente da bebida desconhecida.— Vamos Aaron, temos de pegar o vôo. — Lhe disse deixando Moretto para que a filha cuidasse.
Por Aaron D'AngeloComo ela podia esconder? Camille estava certa?Qualquer pergunta que surgisse a minha mente teria de esperar. O soro correndo na veia de Marina me deixava ansioso, ansioso para acabar e para quê ela despertasse.A minha secretária me devia boas explicações, e apesar do quê Camille disse e das sensações e recordações passadas, eu tinha de ouvir de sua boca.Não queria me iludir e também não queria descontar em Marina se fosse apenas loucura coletiva. Muitas coisas dependiam dela abrir os olhos, mas uma delas não. Como acompanhante de Marina no hospital, a obstetra me deixou ficar para a ultrassonografia e ali pude ver o quão bem o bebê se movia apesar dela estar desmaiada.— É um menino mesmo? — Perguntei por curiosidade.— É sim. Um meninão. — A doutora disse e mostrou-me fotos das ultrassonografias passadas.Eu pod
Um nome para ele.Por Marina Allen.Após a alta, em frente a porta de meu apartamento.Ele me olha, mas não diz uma palavra. Não sei se simplesmente o deixo ir ou peço que entre e finjo ser educada.No geral era só com ele, ficar indecisa, ansiosa ou qualquer coisa do tipo. Por quê Aaron D'Angelo tinha esse tipo de efeito em mim? — me perguntava.— Quer ... — Parei por um momento. — Entrar?— Ann?— Entre por favor. — Disse empurrando os nervos para o lado.Entramos em meu apartamento, que se encontrava do mesmo modo em quê o havia deixado.Na cômoda do quarto, os sapatinhos azuis que vimos na viagem, chamaram a atenção dele.— Você os comprou? Quando?— Pouco antes de voltarmos. — Falei sentando-me ao pé da cama, pois era o mais longe dele que meu minúsculo lugar podia oferecer.
Por Marina Allen.Podem pular cinco meses e cá estamos nós na sala de parto.Dar a luz a Matteo não foi nada lindo como os comerciais dos dias das mães pintam, mas segurá-lo em meus braços estava sendo uma experiência transcendental.Seu rostinho, suas pequenas mãozinhas, cada coisa nele me fazia babar. Era uma pena que o pai não estivesse naquele momento conosco.Parece que as emoções foram demais para Aaron que acabou desmaiando assim que viu a cabeça do bebê sair.Confesso, em meio aos meus gritos de dor e a força que fazia para dar a luz ao pequeno, acabei rindo do quão engraçado foi vê-lo sair da sala de parto carregado pelas enfermeiras.— Matteo, você é o presente mais surpreendentemente da vida da mamãe e do papai. — Dizia ao pequeno, agora o amamentando.A porta do quarto se abriu e mais hilário que antes foi ver meu futuro esposo