Ethan Carlucci

Após o jantar, um sentimento de desconforto pairava no ar entre Valentina e eu. Mesmo com sua relutância visível, eu a levei até a escola de direção onde, ao observar seu empenho, algo me desconcertou. O montante de livros espalhados pelo centro da sala no apartamento não passou despercebido para mim, e, após apreciar a refeição, percebi que, ao longo desses três anos, Valentina havia vivido de maneira muito diferente do que eu imaginava. Ela parecia ter optado por uma vida mais simples, distante da opulência que conhecia.

Sendo fácil se camuflar, quem acreditaria que uma herdeira bilionária prepararia sua própria refeição? Quando chegamos à escola, Valentina pegou sua bolsa e me ofereceu um breve sorriso. Segurei seu braço, e ao vê-la me olhar com curiosidade, decidi agir de forma inesperada. Coloquei a mão na nuca dela e a beijei nos lábios, um gesto que foi tanto de afeto quanto de possessividade.

— Boa aula! — Eu disse com um sorriso fraco. Ela retribuiu o sorriso,