Lena abrira os olhos mas não via nada, mais nada. Lembrou que antes se deliciava da janela de seu quarto com a cor natural das manhãs encantadas, com os pássaros e a alegrias das flores coloridas que chegavam na floricultura de seu pai.
Se inclinou e começou a chorar. "Como será que Shania estava?" Pensou ela.
A porta se abriu, fazendo com que Lena se assustasse com o barulho.
- Como está? - Perguntou Lineta. - Clarisse está vindo para cá!
- Cadê a Shania? O que aconteceu com ela? Eu ouvi barulho de tiro, gritei por ela mas ela não me respondeu!
- Você precisa se acalmar, está bem? Não pode se mexer muito, não se esqueça!
- Responde Lineta!
- Lena, eu sinto muito!
Lena começou a chorar sentindo uma dor pesada em seu coração.
- O que quer dizer com isso Lineta?
- Shania está morta! Infelizmente.
Foi como passar um filme na cabeça. As palavras de Lineta trouxeram automaticamente lembranças felizes do quanto a amiz
O dia amanheceu delicado, pois o sol não estava tão agressivo, dava para sentir perfeitamente o frescor da brisa que entrava pela janela sem nenhum mormaço para incomodar, menos mal, "pensou Lena" que adorava esse clima, e proporcionava uma espiada calorosa da janela. Já era de costume ela ficar ali estendida nas manhãs fresquinhas, era no momento exato que os entregadores chegavam com as flores mais lindas de toda a região para entregar na Bukater's Floricultura; e observando bem, parecia que a colheita tinha sido ótima, já era de se esperar, tinham tantos engenheiros agrônomos trabalhando nas terras de plantação dos Bukater que duvidaria que algo desse mal nessas circunstâncias.Em meio aos ajudantes, despercebido e escondido entre os grandes arranjos, mas não menos importante, havia um rapaz jovem
Cinco em ponto! Rodolfo já estava de pé, embora já fosse acostumado a acordar ainda mais cedo, neste dia tinha um motivo em especial pois estava de folga, correu para a mesa a fim de tomar o delicioso café de sua mãe, que notou o rompante do filho, pois não era uma cena que acontecia com muita frequência por ali.Rodolfo era o terceiro filho de Dona Flora, depois dele ela teve mais dois, e o conhecendo bem como tal, sabia que seu filho era o mais pacífico de todos, e pensando desta forma decidiu perguntar:- Qual o motivo da pressa meu filho? Isso não é de seu costume.- Nada de importante mãe, mas já vou lhe adiantando que hoje darei um pulo em Amsterdã.
Tédio! O dia de Shania estava se resumindo a isso! Se ao menos pudesse ligar para Lena afim de fazerem algo interessante, mas com certeza ela estaria na Univesidade, estudando muito que era o que ela sabia fazer de melhor, Shania admirava a maneira com que Lena enxergava a vida e corria atrás de seus objetivos, pois sabia que não seria capaz de fazer nem metade do que ela fazia.Mas havia uma pessoa na qual poderia convidar para um banho de piscina, sim, Mário Campball, seu massagista favorito, ela contava com o espírito livre e desimpedido dele. Decidiu não esperar mais nenhum segundo para ligar:- Alô! Xoxô! Sou eu sua amora! Pode passar o dia aqui comigo? Estou me sentindo tão sozinha.-
- Surpresa! - Clarisse já estava de pé bem cedo segurando um cupcake com uma velinha - Feliz aniversário pedacinho de céu, você é muito importante para todos nós!Lena pôde perceber o entusiasmo de Clarisse naquela manhã, todos os anos ela fazia aquela surpresa, seu aniversário era sagrado naquela casa. Ainda sonolenta, coçou os olhos e tentou entender melhor aquela cena, enfim, era seu aniversário, e logo a sua frente estava Clarisse e seu pai, tão sorridentes quanto uma criança no momento em que ganha um brinquedo novo. Embora não gostasse muito de aniversários, entendia que era importante para as pessoas que a amavam, e fazia de tudo para que aquele momento fosse tão proveitoso para eles quanto que para ela.Estava naq
Todos se conheciam muito bem na família Dallas, o suficiente para saber quando um dos seus não estava bem, e naquela manhã o comportamento de Rodolfo o estava entregando, parecia que queria destruir tudo o que tocava. Sabendo que esse comportamento não era típico de Rodolfo, Roberto, seu irmão mais velho o chamou para sair e conversar.Roberto Dallas era um homem de fibra, desde novo assumiu a responsabilidade de cuidar de sua família quando viu o sofrimento de sua mãe após a morte de seu pai. Havia se casado, mas o casamento não durou nem um ano, descobriu que sua ex esposa estava o enganando levando uma vida dupla. Ele sabia que o problema de Rodolfo estava relacionado com assuntos do coração, e achava que estava apto a dar bons conselhos ao seu querido irmão. Enquanto caminhavam não dizia
Acordar muito cedo não era do hábito de Shania, mas naquele dia estava realmente impossível dormir na mansão dos Sprout. Levantou-se irritada para conferir a razão pela qual havia tanto barulho naquela manhã, motivo qualquer não era de ser para resultar em tanto tumulto. Ainda de pijama foi ao encontro de sua mãe, que pelo visto já estava ocupada conversando com pessoas desconhecidas no escritório. Shania aguardou sua mãe terminar a conversa e assim que ficou sozinha ela se aproximou:- Qual o problema mamãe? Por que tanto barulho e tanta gente nessa casa? Estou exausta e quero dormir! - Disse ela irritada.- Desculpe filha, acontece que hoje é o aniversário de seu pai e estou organizando tudo, teremos um jantar comemorativo e espero que pa
As flores pareciam mesmo algo de outro mundo! A princípio, a floricultura inteira transmitia luz e paz a qualquer ser vivente que nela se encontrava. Lena não tinha muito tempo para estar ali com seu pai, os estudos a consumiam demais. Havia naquele dia reservado um tempinho para atender os clientes fiéis e também conhecer gente nova. Ela adorava estar ali, quando criança se enfiava entre os arranjos deixando seu pai preocupado por não conseguir encontrá -la.Se deslizava por entre as flores dançando, conversando e cheirando as rosas, imaginando a mesma cena, sonhava que recebia uma rosa de Rodolfo e depois interrompia os pensamentos imediatamente, pois achava que eram pensamentos absurdos e ilusórios. Por um momento se viu a frente das tulipas, adorava tulipas e não entendia o porquê de ainda não ter feit
Seguir em frente! Era isso que Rodolfo precisava fazer naquele momento turbulento de sua vida. Já haviam se passado quatro dias sem trabalhar e isso estava o enlouquecendo! Trabalhava desde criança para ajudar a manter a casa e estranhava ter de ficar parado, mas o que estava consumindo seus pensamentos naquele dia era algo bem mais sério, precisava tomar uma decisão que mudaria sua vida a partir daquele momento, entrou no transporte em que trabalhava seguindo firme em direção a Amsterdã, era aquilo ou nada, já estava decidido.Chegando na Bukater's Floricultura, Rodolfo não exitou, carregou o que tinha de carregar e precisava dar o segundo passo, conversar com o Sr. Bukater sobre um assunto muito importante.Perguntou a secretária onde se enco