Após muita luta e crânios esmagados no chão, o anjo venceu um a um dos seus inimigos e pudemos atravessar os paredões. Ao longe avistamos um portão dourado que parecia ser de ouro maciço, e protegendo esse portão havia um cachorro imenso. Mas não era um cachorro normal. Era muito grande e seus olhos eram vermelhos e brilhantes, o pelo era negro, mas era tão brilhante que de certa forma, chegava a ser lindo, suas patas eram enormes, com as unhas afiadas e na ponta de sua cauda, havia um tipo lança. Tinha também enormes dentes e entre eles, dava para notar restos de carne e sangue.
O cão estava babando e sua baba era ácida. Conforme pingava no chão, apodrecia o local. Ele rosnava olhando fixamente para nós, sem se mover. Seus olhos estavam fixos na espada que o anjo segurava
Chegamos enfim ao local onde tudo começou. O local onde fui obrigado a arrancar os meus olhos para começar essa jornada. — Seu amor foi maior do que qualquer obstáculo. Esse amor quem te deu forças para continuar. Ele deixou Amanda e eu a sós para que pudéssemos nos despedir de uma vez. Abraçado ao corpo de Amanda, sabendo que essa seria a última vez que iria ver seu lindo rosto, chorei em seus braços. Ela chorou também, me agradecendo por tudo o que fiz por ela em vida eatémesmo depois da morte. Beijou minha face e foi se afastando, dizendo que eu merecia ser feliz e que tinha alguém esperando por mim. Segurando a mão do anjo, foram sumindo lentamente em minha fren
Caminhando pela rua apenas pensando nas coisas que havia me acontecido e muitas vezes um tanto confuso com toda essa situação, me perguntava em silencio o porquê dessa obsessão por essa estranha mulher. Talvez nem fosse meu consciente a pensar nela e sim meu instintoquerendo reencontrar alguém que conheci apenas em sonho. Por mais que eu sentisse diferença ainda tinha impressão de nada estar normal como deveria. Uma estranha sensação de estar sendo seguido e observado de longe por alguém era constante. Muitas vezes tentei meconcentrare disfarçar na tentativa de ver quem me seguia, mas em nenhuma das vezes obtiveêxito. Já de alta medica retornei ao trabalho, meus amigos fizeram uma festa para me receber e foi mui
Surpreso com essa atitude e meio sem entender o que Eloá queria dizer. Olhei fixamente em seus olhos e disse que nada nesse mundo seria capaz de abalar nossa amizade e disse também, que ela poderia confiar em mim para o que quer que fosse. Eloá dá um passo atrás e diz que não tem coragem de dizer. Sem falar mais nada me dá um beijo no rosto e vai embora me deixando ainda mais confuso, porém, acho melhor dar um tempo a ela e deixar que se sinta à vontade quando quiser falar. No dia seguinte fiquei ansioso para ver minha amiga, mas ela não foi ao trabalho. Passei o dia todo preocupado com ela e também imaginando quem nos observava naquele dia. Contava as horas para poder ir embora para passar em sua casa e ver se estava bem, até que finalmente chega o fim do expediente e mais que depressa, vou
Dirijo de volta para casa e percorro todo o caminho completamente desmotivado. Em minha mente há somente uma mistura de pensamentos que insistem em me confundir. Parado em frente ao portão vejo minha casa tão vazia, tão triste, tão fria. Não sinto vontade de entrar, não sinto vontade de seguir em frente e penso sinceramente em desistir de tudo. Crio coragem e passo a passo, entro em casa. Olho os móveis ao redor e fico a imaginar: para que tudo isso se não há alegria? Em cima da mesa um pedaço de pizza fria está do mesmo jeito que deixei antes de sair e dou uma mordida. Preciso comer algo, mas não tenho nem apetite e muito menos disposição para preparar algo melhor. Vou para o chuveiro e tomo um banho quente na tentativa de acalmar os nervos e fico pensando no mal que cau
Por muitos dias me senti um lixo. Muitas vezes tive vontade de tirar minha própria vida. Não havia mais perspectiva nenhuma e nem tinha vontade de seguir em frente. Só o que eu queria era o direito de morrer em paz, mas muitas vezes tentei contra minha própria vida e sempre acontecia algo ou aparecia alguém para impedir que obtivesse êxito em me matar. Numamanhãdesexta-feiraestava eu sentado na cabeceira de uma ponte, olhava o movimento das pessoas apressadas de um lado para o outro, sempre correndo, sempre preocupadas consigo mesmo e nunca olhavam com amor para outras pessoas. Luxuria, soberba, inveja e outros pecados mais tornaram o mundo um lugar horrível de se viver.E ali sentado em meu momento de silencio e abstinênc
Suas palavras não faziam o menor sentido para mim e sinceramente fiquei ainda mais confuso. Nem deveria ter perguntado, já que o velho parecia meio louco. Quando tentei me levantar para sair dali o homem segurou minha mão com força e senti um calor tão forte saindo de sua mão que parecia queimar minha pele. O velho se levantou e debruçou o corpo inclinando por cima da mesa e chegou bem pertinho de mim encarando como se buscasse enxergar minha alma. — Você tem uma missão. — Disse ele bafejando em minha cara.Essa era a segunda vez que um estranho me dizia essas palavras e com um golpe certeiro no queixo derrubei o velho e sai correndo novamente.Corri sem olhar para trás e só parei quando estava a uns três qua
Gabriel não queria dizer quem estava morando em minha casa, mas por suas palavras eu já imaginei que seria Eloá. Quase não acreditei que ela estava tão perto de mim e ao mesmo tempo em que queria muito vê-la, também tinha medo de qual seria sua reação. Tinha receio da rejeição por ter abandonado ela por tanto tempo e nunca a ter nem sequer procurado para lhe dar uma explicação. Talvez ela até pensasse que tinha morrido ou talvez ido embora com Áurea. Áurea... Nessas alturas dos acontecimentos, eu nem sequer pensava nela.Minha vida tinha virado de pernas pro ar por essa minha obsessão por encontrá-la.Como eu iria encarar Eloá?O que eu poderia dizer a ela?Perg
Fingi não ter visto para não deixa Eloá preocupada e também não queria que ela soubesse do que eu havia conversado com o velho. Continuamos caminhando e fomos para casa, mas ela não era boba. Percebeu que meu semblante mudou e um ar de preocupação pairava em minha mente.Chegamos em casa, colocamos Kraus no berço para descansar e fomos até a cozinha preparar algo para comer. Enquanto preparava um lanche, fomos conversando e ela perguntou o porquê de minha preocupação. Tentei disfarçar dizendo que estava preocupado, pois precisava arrumar um emprego urgente e cuidar de nossa família, mas ela não ficou convencida, pegou em minha mão puxando-me para uma cadeira e disse com as palavras mais francas e claras