Dirijo de volta para casa e percorro todo o caminho completamente desmotivado. Em minha mente há somente uma mistura de pensamentos que insistem em me confundir. Parado em frente ao portão vejo minha casa tão vazia, tão triste, tão fria. Não sinto vontade de entrar, não sinto vontade de seguir em frente e penso sinceramente em desistir de tudo. Crio coragem e passo a passo, entro em casa.
Olho os móveis ao redor e fico a imaginar: para que tudo isso se não há alegria? Em cima da mesa um pedaço de pizza fria está do mesmo jeito que deixei antes de sair e dou uma mordida. Preciso comer algo, mas não tenho nem apetite e muito menos disposição para preparar algo melhor. Vou para o chuveiro e tomo um banho quente na tentativa de acalmar os nervos e fico pensando no mal que cau
Por muitos dias me senti um lixo. Muitas vezes tive vontade de tirar minha própria vida. Não havia mais perspectiva nenhuma e nem tinha vontade de seguir em frente. Só o que eu queria era o direito de morrer em paz, mas muitas vezes tentei contra minha própria vida e sempre acontecia algo ou aparecia alguém para impedir que obtivesse êxito em me matar. Numamanhãdesexta-feiraestava eu sentado na cabeceira de uma ponte, olhava o movimento das pessoas apressadas de um lado para o outro, sempre correndo, sempre preocupadas consigo mesmo e nunca olhavam com amor para outras pessoas. Luxuria, soberba, inveja e outros pecados mais tornaram o mundo um lugar horrível de se viver.E ali sentado em meu momento de silencio e abstinênc
Suas palavras não faziam o menor sentido para mim e sinceramente fiquei ainda mais confuso. Nem deveria ter perguntado, já que o velho parecia meio louco. Quando tentei me levantar para sair dali o homem segurou minha mão com força e senti um calor tão forte saindo de sua mão que parecia queimar minha pele. O velho se levantou e debruçou o corpo inclinando por cima da mesa e chegou bem pertinho de mim encarando como se buscasse enxergar minha alma. — Você tem uma missão. — Disse ele bafejando em minha cara.Essa era a segunda vez que um estranho me dizia essas palavras e com um golpe certeiro no queixo derrubei o velho e sai correndo novamente.Corri sem olhar para trás e só parei quando estava a uns três qua
Gabriel não queria dizer quem estava morando em minha casa, mas por suas palavras eu já imaginei que seria Eloá. Quase não acreditei que ela estava tão perto de mim e ao mesmo tempo em que queria muito vê-la, também tinha medo de qual seria sua reação. Tinha receio da rejeição por ter abandonado ela por tanto tempo e nunca a ter nem sequer procurado para lhe dar uma explicação. Talvez ela até pensasse que tinha morrido ou talvez ido embora com Áurea. Áurea... Nessas alturas dos acontecimentos, eu nem sequer pensava nela.Minha vida tinha virado de pernas pro ar por essa minha obsessão por encontrá-la.Como eu iria encarar Eloá?O que eu poderia dizer a ela?Perg
Fingi não ter visto para não deixa Eloá preocupada e também não queria que ela soubesse do que eu havia conversado com o velho. Continuamos caminhando e fomos para casa, mas ela não era boba. Percebeu que meu semblante mudou e um ar de preocupação pairava em minha mente.Chegamos em casa, colocamos Kraus no berço para descansar e fomos até a cozinha preparar algo para comer. Enquanto preparava um lanche, fomos conversando e ela perguntou o porquê de minha preocupação. Tentei disfarçar dizendo que estava preocupado, pois precisava arrumar um emprego urgente e cuidar de nossa família, mas ela não ficou convencida, pegou em minha mão puxando-me para uma cadeira e disse com as palavras mais francas e claras 
Enquanto eu aguardava o que fazer com aquele homem que ainda agonizava, vi surgindo ao longe um cavalo galopando em minha direção levantando uma poeira de cinzas e fagulhas de brasas e uma figura um tanto estranha montando esse cavalo. Era um homem grande com uma enorme espada presa em sua cintura que quase se arrastava no chão. Ele estava usando um tipo de elmo que cobria sua cabeça impossibilitando que visse seu rosto e nesse elmo haviam dois chifres fixados e um deles, o do lado esquerdo estava quebrado quase que pela metade, sobrando uma ponta destroçada. Usava um tipo de casaco ou manto, não conseguia discernir muito bem o que era. Só sei que era preto com detalhes dourados que brilhavam parecendo fios de ouro. Usava também uma bota de couro com as bordas peludas parecendo ser feito da pele de algum animal muito diferente de tudo o que já vi.
Sem dizer mais nenhuma palavra, foi soltando meu ombro e lentamente se afastando. Fiquei ali parado e olhando ele caminhando e enquanto caminhava ia deixando um rastro de cinzas onde seus pés tocavam o chão. Eu senti que minha vida se tornaria ainda mais tenebrosa e que muitas coisas ruins estariam por vir. Voltei para casa de meu avô em busca de respostas para o que estava acontecendo e o porquê desse estranho anel ter vindo para em minhas mãos, ou melhor, em meu dedo. Muita coisa se passava em minha mente enquanto dirigia e ficava pensando nos obstáculos que enfrentei até aqui.Fiquei imaginando em como agir, como seguir, como fazer para que não perdesse minha família.Eloá era a mulher que poderia me fazer feliz de verd
Peguei então a jaqueta que pertenceu a meu pai e a vesti num ato de honrar seu nome.Quando ia saindo pela porta da sala dei de topa com um homem estranho. Ele era alto e tinha uma enorme cicatriz em seu rosto que começava um pouco abaixo do olho direito e descia por sua face até o queixo.Tinha um olhar sinistro e seus cabelos estavam cuidadosamente penteados para trás e fazia um rabo de cavalo, já que eram na altura dos ombros. Usava uma jaqueta de couro muito semelhante à de meu pai que agora estava comigo. Notei que em sua cintura havia um punhal prateado com uma empunhadura todo trabalhado por um verdadeiro artesão, tornando-a única em todo planeta. O estranho ficou ali
Quando finalmente chegamos ao local combinado, a princípio achei muito estranho. Era uma casa abandonada no meio de uma mata e o caminho era de difícil acesso e durante todo o caminho, íamos deparando com várias placas de aviso contendo uns símbolos estranhos e pareciam ter sido desenhados com sangue. O lugar estava escuro e apenas a chama de uma vela quebrava um pouco dessa escuridão e mostrava onde estaria Áurea e Kraus. Aurora foi à frente mostrando-me algumas armadilhas e finalmente chegamos ao andar superior, onde encontrei meu filho nos braços daquela que tanto procurei. Não contive a emoção e cai de joelhos. Esgotado física e mentalmente dessa loucura toda, ainda não tinha ideia do que estaria por vir. — Aurora... Me diz uma coisa que até agora não faz