Estou em um lugar estranho. Parece uma fazenda, um sítio, não sei muito bem. Sigo por uma estrada de terra em meio a uma plantação. Uma estrada cheia de buracos e muita poeira, a cada soprar do vento, uma cortina de poeira sobe e impossibilita a visibilidade. O lugar parece abandonado. Há muito mato às margens da estrada, e ao longe vejo uma casa em meio às muitas árvores.
Ao lado da casa, é possível ver um barracão com tratores e maquinas agrícolas, todos cobertos de poeira, alguns já estão enferrujados e com cipós e trepadeiras cobrindo parte deles. Do outro lado da casa, um velho paiol de madeira com o telhado destruído, com certeza desabou há muito tempo. A casa parece desabitada. Suas portas e janelas quebradas e a pintura bem deteriorada, com
Paramos em frente a uma sepultura. — Olhe quem está sepultado aqui. Veja se reconhece. — Diz Aurora sem soltar minhamão. — Sinceramente não reconheço. — Respondo sem dar realmente muita atenção. Ela olha fixamente para a foto e diz que conheço sim e pede para eu prestar mais atenção aos detalhes. Concentro-me na foto e olho atentamente. Vejo que é a sepultura de uma criança, um garoto muito bonito. Cabelos negros e olhos escuros. —
A noite vem chegando sorrateiramente. Decido voltar para casa e percorrendo o caminho de volta meus pensamentos vão e vem em Áurea. Quero ver novamente aquele rosto lindo. Aquele sorriso angelical e aqueles olhos cheios de vida me olhando com ternura. Sinto o coração bater mais forte quando chego ao portão de casa e vejo aquela mulher me esperando. Quase não acredito no que vejo. Chego a pensar que é mais um de meus devaneios loucos e logo irei acordar assustado. Aproximo-me e para minha surpresa não é um sonho. Tudo é real, é ela mesma quem está aqui. Ela olha em meus olhos e tem em suas mãos uma sacola com as roupas que lhe ofereci para se trocar na noite anterior.Convido para entrar e conversar um pouco e e
Sem querer acreditar em nada, saio correndo pela rodovia. Quero voltar para casa e desesperado, sem saber o que fazer, caminho pela beira da estrada e os pensamentos me faziam imaginar mil coisas, pensando que Aurora era uma louca e nem sabia o que estava falando, resmungava comigo mesmo. Olho a lua nocéua brilhar e fico contemplando a beleza de suaimensidão.Sigo caminhando, olhando para cima sem nem sequer olhar o caminho por onde andava. Sou levado mais uma vez por uma força que não sei de onde vem.Sou guiado enquanto caminho. Vejo entre as árvores quealguémme observa de longe, escondido naescuridão.Finjo não perceber sua presença e continuo a caminhada. Ao ver aquele ser estranho, pulo sobre ele, segurando firme e rolando pela grama. Foi uma batalha e tanto, mas no final, consigo segurá-lo e com um cipó que encontrei ali no chão o amarro em uma árvore e exijo respostas. Uma gargalhada assustadora e uma voz rouca indescritível saíam de sua boca. Seus olhos brilhavam num tom avermelhado e seus dentes eram pontiagudos. Seus cabelos brilhavam como fios de ouro e pareciam ter vida própria. Suas unhas pareciam garras e seus dedos eram finos e longos, tinha corpo de mulher, mas a voz era de homem. Fico muito assustado com sua aparência e seu cheiro não era nada agradável. Começo então a fazer um tipo de interrogatório. Quero respostas e esse ser estranho poderia responder Capítulo 12
Chega então o quarto dia e começo a preparar meu emocional. A cada minuto um frio na barriga diferente. Minhas mãos estão trêmulas e meu corpo quase flutua quando imagino o que está prestes a acontecer. Aurora chega e me faz companhia. A tarde vem chegando rapidamente e num piscar de olhos já é noite. Olho pela janela do quarto e vejo no horizonte a lua cheia surgindo. Está tão bonita, tão glamorosa. Nem parece que marca oiníciodo meu sofrimento. Fico por alguns minutos parado, só admirando sua beleza e pensando que essa é a última vez que verei seu brilho. Fecho os olhos e me concentro para tentar encontrar a tal criatura e antes que eu consiga, Aurora me abraça forte e pede para que tenha
Após muita luta e crânios esmagados no chão, o anjo venceu um a um dos seus inimigos e pudemos atravessar os paredões. Ao longe avistamos um portão dourado que parecia ser de ouro maciço, e protegendo esse portão havia um cachorro imenso. Mas não era um cachorro normal. Era muito grande e seus olhos eram vermelhos e brilhantes, o pelo era negro, mas era tão brilhante que de certa forma, chegava a ser lindo, suas patas eram enormes, com as unhas afiadas e na ponta de sua cauda, havia um tipo lança. Tinha também enormes dentes e entre eles, dava para notar restos de carne e sangue. O cão estava babando e sua baba era ácida. Conforme pingava no chão, apodrecia o local. Ele rosnava olhando fixamente para nós, sem se mover. Seus olhos estavam fixos na espada que o anjo segurava
Chegamos enfim ao local onde tudo começou. O local onde fui obrigado a arrancar os meus olhos para começar essa jornada. — Seu amor foi maior do que qualquer obstáculo. Esse amor quem te deu forças para continuar. Ele deixou Amanda e eu a sós para que pudéssemos nos despedir de uma vez. Abraçado ao corpo de Amanda, sabendo que essa seria a última vez que iria ver seu lindo rosto, chorei em seus braços. Ela chorou também, me agradecendo por tudo o que fiz por ela em vida eatémesmo depois da morte. Beijou minha face e foi se afastando, dizendo que eu merecia ser feliz e que tinha alguém esperando por mim. Segurando a mão do anjo, foram sumindo lentamente em minha fren
Caminhando pela rua apenas pensando nas coisas que havia me acontecido e muitas vezes um tanto confuso com toda essa situação, me perguntava em silencio o porquê dessa obsessão por essa estranha mulher. Talvez nem fosse meu consciente a pensar nela e sim meu instintoquerendo reencontrar alguém que conheci apenas em sonho. Por mais que eu sentisse diferença ainda tinha impressão de nada estar normal como deveria. Uma estranha sensação de estar sendo seguido e observado de longe por alguém era constante. Muitas vezes tentei meconcentrare disfarçar na tentativa de ver quem me seguia, mas em nenhuma das vezes obtiveêxito. Já de alta medica retornei ao trabalho, meus amigos fizeram uma festa para me receber e foi mui