Vincenzo Fraga— Bom dia, flor do dia. — falei arrumando o cabelo loiro da Melinda. — Feliz dia das mamães.Ela abriu os olhos, os apertando tentando enxergar direito. Peguei seus óculos remendados e entreguei a ela que colocou em seu belo rosto.— Bom dia. — ela olhou todo o quarto de hospital repleto de flores. — O que é tudo isso?— Pra comemorar o seu primeiro dia das mães.Um sorriso lindo atingiu seu rosto e seus olhos se encheram de lágrimas, meu deus, eu não aguentava mais ver ela chorando, se soubesse não tinha colocado aquele tanto de flores ali.— Obrigada.— Mel, não chora.— É que eu não esperava ganhar nada do dia das mães, caramba, eu sou mãe. — levou a mão até a barriga alisando.— Sim, você é uma mãe! E por isso, quando sairmos do hospital, vou te levar para um almoço de dia das mães.— Sério? — seus olhos brilharam.Assenti e ajudei ela a se sentar na maca.Ainda estava bem abatida, tinha dormido a noite toda, também depois de tanto calmante que deram pra ela. Estava
Melinda de Sá Minhas costas me lembrava a todo momento que eu tinha uma dívida gigante com a seguradora, que meu carro estava destruído, que minhas memórias estavam me deixando doida e que eu não devia mexer no celular enquanto dirigia.Já era quinta feira e eu tinha que ficar de repouso. Joice veio me visitar no dia anterior e contei para ela sobre as minhas alucinações, que ela tentou a todo custo me convencer de que eram memórias. O pior era que ela usava argumentos bons em relação a isso, o que me deixava cada vez mais confusa.Essa história de acidente deve ter me atendido uns 3kg, ficar em casa sem fazer nada me fazia atacar a geladeira, e todos que iam me visitar levavam alguma coisa.Minha mãe e meu irmão resolveram me visitar, e levaram uma linda torta de morango que ataquei sem medo de engordar. Joice preparou um bolo de prestígio que acabou em dois dias. Maria me deu uma caixa de bombons que não preciso dizer que ninguém nem viu a cara.Além de gorda acabaria diabética ao
Vincenzo - Calma Mel, eles não podem fazer isso — falei e afaguei seus cabelos.Melinda tinha chegado naquele final de noite no meu escritório, estava chorando e com uma carta de demissão na mão. Tentei a todo custo dizer a ela que eles não podiam fazer isso, pois ela estava grávida, mas ela só chorava.-Como eu vou pagar meu aluguel? E meu carro? E o concerto do carro?- ela falou despertada.– Mel, olha pra mim. - coloquei minhas duas mãos na maçã do rosto dela e limpei suas lágrimas que escorriam por debaixo dos seus óculos.- Está lembrada que eu me formei em direito? Que eu sou advogado? E que eu trabalho nesse escritório resolvendo casos do tipo? Mandar uma funcionária grávida embora e sem nenhuma causa ainda, é errado, existem leis para isso. Vamos entrar com um processo e vai ficar tudo certo.- Processos demoram séculos, quem vai me dar emprego comigo estando grávida? O que eu vou fazer agora?- soluçou.- Para de desespero, Melinda! Na segunda feira mesmo nós vamos lá conversa
Vincenzo Na segunda feira, depois de um domingo extremamente irritante com a família, completamente fresca da Sara, me julgando por ter um filho com outra mulher, sinceramente eu pensei em terminar com a Sara inúmeras vezes, mas tenho medo de fazer isso e não consegui me conter perto da Melinda sei que ela só me ver como amigo e ela não pode surta tenho que pensar no meu filhinho.Me arrumei, fiz a barba e coloquei meu melhor terno, peguei minha pasta e segui para a fábrica onde Melinda costumava trabalhar.Peguei o elevador que levou muito tempo para parar no andar do RH. Fiquei em uma fila demorada em frente à porta, aliás era uma fábrica grande e normal ter toda essa demanda de gente.Arrumei meu cabelo e quando chegou minha vez de ser atendido pedi para conversar com o responsável judicial, mais um tempo de espera e me guiaram até uma sala, uma mulher robusta e de cara fechada sentou de frente para mim.- Então o que o senhor deseja?- ela perguntou com um cara péssima como se já
Melinda de Sá -O que você está fazendo com esses óculos de novo?-perguntei rindo quando abria porta e encontrei Vincenzo usando a armação vermelha no rosto.Ele me surpreende passou os braços em volta do meu corpo e me deu um abraço forte, ele parecia com medo de algo. Aquele momento fez eu lembrar de quando ainda estávamos no ensino médio, ele enfrentava muitas brigas dos seus pais e vinha correndo para meus braços.O Vincenzo sempre foi muito carente em relação àquilo, seu Marcelo era um ótimo pai, o criou muito bem, porém a separação dos pais criou uma carência gigante nele. Quando ele ia almoçar na minha casa de domingo, sempre dizia que queria pais como os meus, que sempre estavam juntos e dando carinho para os filhos.Durante a faculdade enquanto amadurecia ele foi criando consciência sobre o relacionamento dos pais dele, Rick sempre foi muito presente na vida dele, o que fez com que ele melhorasse a concepção de afeto que ele tinha. Pois tinha percebido que mesmo de um jeito "
Melinda de Sá -Essa caixa está muito pesada!-reclamou.-Achei que eu fosse a grávida aqui.Vincenzo, estava levando mais uma caixa para o carro. Rick chegou atrás colocando outra caixa no porta-malas.- Sabia que foi assim que conheci minha esposa? Por conta dessa moleza do Vincenzo.- Você conta essa história toda vez, e sempre faz eu parecer um chorão – Vincenzo revirou os olhos.- Mas você é um chorão.- bati no seu ombro.-Contra fatos não há argumentos.- Rick deu outro tapa mais forte no outro ombro.-Isso é bullying.- É realidade.- Você engravidou minha irmã, está sem moral comigo.Era quarta feira, Vincenzo tinha tirado o dia de folga, Rick e Murilo também estavam ajudando a colocar tudo nos três carros e levar para meu novo lar. Naquele momento eu tive que concordar com minha mãe, eu era muitobagunceira, descobri inúmeras coisas que eu nem sabia que tinha.Muita coisa não iria caber, então tivemos que sair distribuindo minha louça, meu sofá, minha mesa e vários utensílios p
Vincenzo Fraga -Você vai dormir aqui? - perguntei para a Sara.- Já está tarde, acho melhor eu ficar. - ela falou se jogou na minha cama e se aninhou do lado direito. Eu estava todo suado, não aguentava mais carregar caixas. Era quase uma da manhã e nem banho eu tinha tomado.- Já volto.Fechei a porta e fui trancar as janelas. Rick e Maria tinham ido embora há pouco tempo, ela já estava no quinto sono. Murilo tinha ido bem antes, pois tinha que trabalhar cedo no outro dia.Fui até o quarto na frente do meu, abri a porta lentamente. Melinda estava encolhida sobre o colchão, sem travesseiro, lençol e coberta. Fui até o pequeno armário que ficava ao lado do banheiro e peguei a roupa de cama. Não queria acordá-la, então apenas coloquei o travesseiro e a cobri.Parecendo relaxada ela agarrou o cobertor e virou para mim. Sorri para seus cabelos desgrenhados. Eu não podia estar mais feliz por ter ela ali, não sei explicar, mas no meu peito tinha uma festa acontecendo. Nem passei no meu quar
Melinda de Sá Mandei inúmeros currículos para empresas, até conseguiria uma entrevista, porém seria descartada ao falar da minha condição de grávida.Vincenzo até tem condições para sustentar a mim e ao nosso filho, mas ficar naquele apartamento sem fazer nada o dia inteiro iria com toda certeza me deixar doida. Sem contar que a bonitinha da namorada do Vincenzo estava me tirando do sério.-.Sério qual é o problema de vocês - a Sarah falou abrindo os armários da cozinha— Só ignora - o Vincenzo falou baixinho sentando do meu lado e ficando na minha barriga.– Sério como vocês conseguem deixa a casa neste estado, eu gosto das minhas coisas organizadas.– Sarah relaxa vai a Mel não pode se estressar - o Vincenzo falou e beijou a minha barriga e depois beijou a minha testa - Eu vou trabalhar viu, qualquer coisa vocês me chama - ele falou e passou pela Sarah a beijando. - A casa está ótima, e a casa também é da Melinda, então deixa ela em paz - o Vincenzo falou antes de entrar no escritó