- Juliana, escute-me, eu sei que você está irritada comigo por causa da Ana, mas eu não estive bagunçando por aí, todos esses anos. Eu acompanhei o Dr. Luíz para a África, e agora ele finalmente concordou em operar a mãe de Ana. Você sabe da condição da tia, se não fosse pelo Dr. Luíz, temo que ninguém mais poderia salvá-la. Foi por falta de escolha que fiquei fora do país por tanto tempo.A explicação de Paulo fez com que Juliana suavizasse um pouco a expressão. - É verdade o que você está dizendo?- Claro, meu plano era voltar, curar a doença da tia e então pedir Ana em casamento. Olha, este é o anel que preparei.Paulo mostrou o anel no colar para Juliana. Ele parecia tão sincero que Juliana teve que acreditar que ele poderia ter tido dificuldades.Juliana suspirou, hesitou por um momento. - A gravidez da Ana foi um acidente. Ela estava trabalhando no turno da noite em um hotel quando encontrou um homem que... depois descobrimos que ela estava grávida. Mas ela tem um problema físico
Paulo teve a certeza, a figura diante dele era realmente Ana. Ela tinha mudado, se tornando mais madura do que antes, mas ainda mantinha a mesma beleza deslumbrante que o deixava incapaz de desviar o olhar.Paulo, tomado pela emoção, puxou Ana para seus braços. - Ana, peço desculpas. Estou de volta e não irei te deixar novamente.Ana, presa no abraço de Paulo, sentiu a intensidade das emoções dele. Ela estava quase sem fôlego, pressionada contra o peito dele.Sua respiração abafada, aos poucos, trouxe Ana de volta da surpresa.Ela previu um encontro com Paulo, mas não esperava que fosse acontecer tão rápido, e ainda na Família Santos.Se Leo a visse, como ela explicaria?Com esses pensamentos, Ana se debateu. - O que você está fazendo? Solte-me!Como Paulo poderia soltá-la? Em vez disso, ele a apertou ainda mais, como se quisesse fundi-la em seu corpo.- Ana, sei que está zangada. Está com raiva por eu não estar ao seu lado, por eu te deixar em perigo, por você ter passado por tantas d
Leo, com sua atenção inicialmente voltada para Ana, não conseguiu discernir a identidade do homem que se aproximava. Assim, quando percebeu Paulo avançar, agitado, tentando afastá-lo de Ana, uma pitada de surpresa se misturou à sua expressão sombria. Será que eles eram amantes?- Paulo, não foi você que sempre quis conhecer a sua tia? - A voz de Leo era tão plana quanto um lago tranquilo, mas carregava uma ameaça subliminar que fazia o coração pulsar mais forte de medo.Ana estremeceu, instintivamente querendo se afastar, mas Leo não deu ouvidos, puxando-a para perto com uma força determinada. - Aqui está, Ana, minha esposa, sua tia.Paulo ficou estático, sem palavras, incapaz de processar a informação que acabara de receber, apenas olhava fixamente para o casal à sua frente. “Sua tia, Ana”, era difícil demais para ele ligar essas duas palavras, parecia absurdo.Ana observou a expressão de surpresa misturada com medo de Paulo e fechou os olhos com dor. Este era o cenário que ela men
Ao ouvir as palavras "bastardo", o rosto de Ana ficou pálido como uma folha morta. Se pudesse, ela preferiria que Paulo nunca a visse nesse estado deplorável. Ela preferiria nunca mais vê-lo, apenas para preservar um vislumbre da imagem bela e intocada que ele tinha dela em sua memória.Paulo, ao ver a expressão de Ana tão cinzenta quanto a poeira sob seus pés, ficou estupefato. Ele nunca imaginou que seu tio, sempre elegante e respeitoso, poderia pronunciar palavras tão cruéis na presença de Ana.Quantas humilhações indizíveis ela teve que suportar nestes últimos dias? Ela era indubitavelmente uma vítima incontestável nessa situação tumultuosa. O que aconteceu, sem dúvida, deve ter sido mais angustiante para Ana do que para qualquer outra pessoa.Paulo apertou os punhos com fervor. - É a pura verdade, tio. Agora que você está ciente disso, peço-lhe encarecidamente que conceda a Ana a liberdade que ela tão merecidamente almeja.Ana nunca esperou que Paulo admitiria essa mentira diretam
Leo estava prestes a ligar o carro quando Paulo correu até ele, batendo com força na porta do carro. - Ana, desça do carro. Tio, por favor, deixe Ana ir! Leo agiu como se não ouvisse, pisou com força no acelerador e saiu rapidamente.Através do espelho retrovisor, Ana viu Paulo ser jogado ao chão pela força do carro em movimento, seu coração imediatamente apertou.Ela gostaria muito de dizer ao Paulo para não continuar a perseguição, que entre eles já não era mais possível.Mas só podia assistir Paulo correndo em vão atrás do carro de Leo.- Então, vendo ele assim, você se sente mal? Agora você está em perigo, é melhor pensar em si mesma. Leo segurou o volante com força, sua voz transbordando de escárnio.Neste momento, Ana já não sabia o que dizer, de qualquer forma, este homem não acreditaria em nada que ela dissesse, a ferida em sua cabeça continuava sangrando, deixando Ana tonta.Mas Ana não disse uma palavra, apenas baixou a cabeça em silêncio.Apenas que, o silêncio de Ana, alé
A mão de Leo possuía uma força avassaladora, fazendo com que Ana sentisse seus ossos sendo esmagados, sendo forçada a suportar a opressão do homem.Os olhos de Leo irradiavam um brilho vermelho-sangue, enquanto ele devorava os lábios de Ana. Sua outra mão desceu sem cerimônia, rasgando suas roupas com um gesto abrupto.Ana deu um salto de susto, lutou ferozmente, mas não encontrou uma rota de fuga. Suas vestes, dilaceradas pelo ataque implacável de Leo, estavam em frangalhos, incapazes de cobrir seu corpo exposto.Um tremor percorreu todo o ser de Ana, que não pôde evitar a sensação avassaladora que a envolvia. Embora a rua, com sua monotonia noturna, não apresentasse um único espectador para o drama que se desenrolava, Leo a tratava com uma frieza perturbadora, a despeito da vulnerabilidade explicita dela. Na mente conturbada de Ana, uma questão ressoava como um grito mudo: o que ele pensava que ela era? Um mero peão em seu jogo doentio? Um objeto sem sentimentos a ser descartado ao s
Contudo, a sua resistência, frágil como a de uma mariposa lutando contra a tempestade, não apenas se mostrou inútil, mas serviu para inflamar ainda mais o ímpeto possessivo de Leo.- Que audácia, você realmente acredita que tem o direito de escolher o campo de batalha? Tão imaculada, como pode carregar um filho ilegítimo e ainda assim se casar? Ou será que sua pureza é apenas uma máscara que usa na minha presença!As palavras, afiadas como navalhas, tingiram o rosto de Ana com a cor escarlate da humilhação.- Vá embora, desapareça daqui!Desde o início, ele foi o único homem em seu coração, mas ele sempre se recusou a acreditar nela, pisoteando sua dignidade como se fosse nada mais do que poeira sob seus pés.A voz de Ana, outrora tão melodiosa, estava agora rouca e desgastada, e as lágrimas fluíam como uma fonte, inundando seu rosto e tornando-a uma imagem de tristeza inigualável.Ao presenciar tal cena, Leo se sentiu consumido pela irritação. Será que ela estava resistindo tão veemen
Depois que o carro de Leo partiu, Paulo ficou olhando por um longo tempo, até que nem mesmo a sombra do carro foi vista, então ele começou a voltar mancando.Pela primeira vez, ele sentiu-se impotente, apenas vendo a mulher que amava ser levada por outro homem, sem poder fazer nada.A cena, que acabava de acontecer, deixou seu coração em pedaços.Ele tinha que encontrar uma maneira de resgatar Ana das mãos do tio.Paulo estava completamente imerso em seus próprios pensamentos, a ponto de ignorar as buzinas frenéticas atrás dele.A pessoa naquele carro não era outra senão Rafaela.Ao saber que Paulo havia voltado, Rafaela imediatamente correu para vê-lo. Por um lado, ela queria ver seu filho, que estava longe de casa há muitos anos, por outro lado, ela queria aproveitar a oportunidade para pedir ao Sr. Dantes que fosse mais leniente com eles, por causa de seu neto.Ela estava dirigindo quando viu uma figura vestida em farrapos, mancando. O motorista tocou a buzina, mas a pessoa não pres