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Capítulo -3- Niterói

Pov- Helena.

Helena - Quando cheguei em casa , abri a bolsa fazendo as malas , amanhã cedo iria pegar o carro do hospital e me mudaria para um apartamento no centro da cidade pois era mais fácil para chegar ao D'Or , odiava tanto o que estava acontecendo e mais raiva ainda de Hernan me jogar naquela cidade , ele estava me jogando justo no lugar que eu não queria.

Minhas mãos estavam tremendo de medo, porém depois de pegar todas as roupas no guarda-roupa , me sentei olhando pela janela , cansada e desesperada , era tudo o que estava acontecendo em minha mente.

Depois disso , me levantei da cama e fui até o banheiro abrindo a tampa da descarga pegando o diário, voltei para o quarto o enrolando em panos e enfiei debaixo de todas as roupas e fechando a mala.

Minha roupa de viagem já estava separada e então me deitei finalmente na cama apagando as luzes , fiquei quase o dia todo separando tudo o que iria precisar para colocar dentro da minha mala para a viagem, não prestei atenção no tempo e agora já estava de noite. Só iria dormir pelo menos uma última noite tranquila dentro da minha casa antes de ter que me mudar para Niterói e morar no centro da cidade perto do Hospital de pronto atendimento D'OR , a única coisa que iria fazer agora era tentar sobreviver ao máximo e ninguém poderia dizer quer descobrir que eu estava com esse diário nas minhas mãos , poderia simplesmente entregar na polícia mas tinha medo de ser envolvida com isso.

Acordei na manhã seguinte ouvindo o som do celular despertando na penteadeira ao lado da cama , me sentei desligando o som e me levantando seguindo em direção ao banheiro. Lavei meu rosto e escovei meus dentes , estava com medo de tudo o que estava acontecendo e mais medo ainda de chegar a Niterói e descobri que aquele homem estava atrás de mim ,eu não quero pensar nesse tipo de coisa agora.

Troquei de roupa mais rápido e logo em seguida puxei minha mala para o lado de fora do meu apartamento , apertei meus dedos ao redor da bolsa pois precisava proteger o diário , ele era o que me mantinha viva se alguém descobrir.

O carro já estava do lado de fora assim que entrei no carro, fiz o sinal de crucifixo no peito até porque eu precisava de toda proteção do mundo para conseguir viver naquele lugar com medo de tudo e de todos, esperava que pelo menos uma vez na minha vida tudo pudesse ir de acordo com o plano para que eu não pudesse ficar com medo de tudo e de todos, porque eu tenho certeza absoluta de que uma hora ou outra eu vou acabar encontrando com Felipe Monteiro ou então o seu fiel escudeiro, preciso sobreviver a tudo que vier sobre mim.

Passei a mão na minha mala lembrando do que estava ali dentro junto com a minha roupa, assim que chegar no apartamento vou esconder para que ninguém possa encontrar, não posso deixar que isso caia nas mãos erradas e também não posso deixar que isso possa cair nas mãos da polícia pois de qualquer forma eles vão acabar pensando que eu estou fazendo parte desse tipo de coisa, meu coração se parte por saber que estão vendendo várias crianças no mercado negro e mandando elas para outros países e continentes, mas é muito mais do que eu possa suportar lutar, eu não posso fazer isso.

Eles são um tipo de pessoa que são perigosas demais e eu não posso arriscar, simplesmente com o fato de saber que eles fazem parte do tráfico já coloca minha vida em risco e não posso permitir que isso possa acontecer comigo, eu já perdi tudo que eu tinha antes, não posso perder tudo agora que estou tentando realizar o meu sonho outra vez já que o meu irmão fez o possível para tirar esse sonho de mim. Ainda não sei o que passou pela cabeça de Hernan me enviar para Niterói pois ele sabia que o meu sonho sempre foi trabalhar no Rio Mar e agora me enviou para o hospital de pronto atendimento D'OR em Niterói, justamente a cidade onde o possível dono do diário está e também o homem que pode tentar ameaçar tirar a minha vida e o pior é saber que eu vou estar sozinha naquele lugar, eu não posso confiar nem em Júlio pois este tinha muita coisa que quer me levar para cama o que ele claramente não vai conseguir, e Só de saber que eu vou estar presa dentro de alguns momentos com ele neste carro faz com que eu posso ficar irritada pois fez questão de ficar sentado do meu lado.

Júlio- eu fiquei muito feliz quando seu irmão me disse que estaria me enviando junto com você para Niterói, é uma cidade muito bonita - eu respirei fundo olhando para o seu rosto enquanto tagarelava do meu lado - Ele disse que iria enviar você para Niterói e eu pedir para que pudesse ir junto, queria que pudesse conhecer a cidade onde eu nasci - ele me olhou de uma forma um pouco estranha ou era basicamente coisa da minha cabeça porque estava com medo do que poderia acontecer de agora em diante quando colocasse os meus pés na cidade, mas saber que ele nasceu em Niterói e que pode ter alguma coisa a ver com o diário faz como que possa surgir um nó no meu estômago.

Helena- Você nasceu em Niterói?- ele afirmou com a cabeça ainda parecendo um pouco estranho então Eu tratei logo de olhar pela janela tentando agir como se não estivesse me importando muito com a presença dele do meu lado mas isso só fez com que pudesse ficar ainda mais assustada, já estava começando a pensar que todos estavam me vigiando se não pudesse parar com isso, iria começar a ficar com síndrome do pânico.

Júlio- podemos sair assim que escurecer, eu sei que você vai estar um pouco cansada e vamos começar a trabalhar amanhã, mas isso vai fazer com que a gente possa pelo menos nos conhecer melhor, você nunca quis me dar uma chance - finalmente ele chegou no assunto que eu tento evitar a desde quando começamos a trabalhar no Hospital Rio Mar.

Helena- eu não te dei uma chance porque eu não estou afim de você, podemos tentar ser amigos se quiser, mas eu não quero nenhum tipo de pessoa na minha vida, eu quero ficar sozinha e Sinceramente você quer saber a verdade, vou dizer para você que realmente não quero namorar, eu não quero ter nenhum tipo de relacionamento íntimo com nenhum homem - isso fez com que ele pudesse apenas afirmar com a cabeça e calar a boca, sabia que havia sido cruel mas não me importava porque já fazia meses que eu tento evitar para que ele possa tentar ficar se aproximando de mim, faço o possível para não chamar atenção de ninguém e ainda assim esse homem fica em cima de mim como urubu em cima da podridão. - a minha amizade é a única coisa que posso te oferecer, nada mais.

Júlio- alguma vez eu te dei a entender que não era um homem bom? Porque realmente eu não entendo porque você quer me manter longe, faço o possível para chamar a sua atenção e sempre estou sorrindo, o que foi que aconteceu com você para que pudesse ficar com medo dos homens ?- ótimo, agora ele achava que era meu psicólogo.

Helena- preste muito bem a atenção porque vou dizer apenas uma única vez, eu já disse que não quero nenhum tipo de relacionamento porque eu não gosto de você, quer ser meu amigo, tudo bem mas eu não vou te oferecer nada mais do que isso - graças a Deus o restante da viagem foi tranquila porque ele resolveu calar a boca e não ficar me enchendo de perguntas,  quando o carro parou na frente do prédio onde eu iria morar, ver se puxando minha mala sem olhar para trás porque não queria ver o rosto de Júlio tão cedo, esse homem fazia o possível para que eu pudesse ficar irritada então basicamente ia deixar que ele pudesse ficar sozinho.

Quando peguei a chave do meu apartamento e entrei dentro dele, olhei ao redor cansada mas ainda assim ele era estranhamente muito ofegante mesmo que fosse pequeno, porém tranquei a porta e abri a minha mala ali mesmo na sala pegando o dinheiro nas mãos e correndo para a porta do banheiro, graças a Deus a privada era baixa assim como a descarga então tirei a tampa colocando o diário novamente ali dentro e colocando a tampa outra vez. Voltei para sala pegando a minha mala e arrastando para uma cômoda onde eu coloquei as minhas roupas e logo em seguida a mala foi deixada debaixo da cama, tudo estava em seu devido lugar isso aí estava com fome então eu precisava chegar a um restaurante aqui em baixo e comer alguma coisa, porém para as pessoas que estavam morando no apartamento a comida era basicamente de graça então eu não teria que pagar nada o que me aliviava muito bem, e também não iria precisar ficar cozinhando. Quando finalmente peguei minha bolsa Meu celular começou a tocar, olhei para o número desconhecido atendendo ainda que estivesse com um pouco de medo, a respiração do outro lado estava um pouco entre a cortada mas logo em seguida pude ouvir a voz de uma moça.

Ligação On:

XXX- Olá senhorita Velar , somos do hospital de pronto atendimento D'OR em Niterói, não queria estar ligando agora sabendo que a senhorita acabou de chegar na cidade mas estamos tendo alguns problemas no hospital e muitas crianças estão esperando pelo médico que não veio, Será que a senhorita pode vir até aqui?- ela parecia um pouco aflita e a voz entrecortada sugeria que ela estava andando de um lado para o outro tentando atender as pessoas para a entrada do hospital.

Helena- sim , vou apenas pegar o meu jaleco e os meus documentos e estou indo - eu avisei, eu não sabia onde ficava o hospital mas poderia muito bem chamar um Uber para me deixar na porta ou pegar um táxi.

XXX- muito obrigada, o meu nome é Sara e eu fico na entrada fazendo o registro, pode falar comigo assim que chegar - logo em seguida a ligação foi quase cortada por causa de uma mulher que chegou chorando falando que a criança estava machucada então a ligação caiu.

Ligação off :

Assim que a ligação caiu, peguei o meu jaleco passando pelo meu corpo não importando se estava com roupas brancas ou não, iria atender as pessoas e a minha roupa não iria ajudar e muito menos as suas cores.

Desci as escadas correndo passando pelo hall de entrada quando eu cheguei ao lado de fora, um senhor passou por mim sorrindo de lado e o meu sorriso morreu nos lábios, Será que ele poderia ter alguma coisa a ver com aquele diário? Ainda não fazia a menor ideia, mas teria que ter cuidado com qualquer pessoa que pudesse morar nessa cidade.

Uber demorou quase dois minutos para chegar o que foi muito rápido porque existia alguns que ainda fazia questão de demorar de propósito, quando cheguei na frente daquele lá no hospital , mal pude ter tempo para conhecer o lugar pois encontrei Sara conversando com algumas pessoas.

Helena- Sara , eu sou Helena Velar - ela sorriu olhando para mim ela era uma moça baixinha com bastante sardas no rosto - pode me levar para o consultório que vou atender as pessoas ?

Sara- Sim , graças a Deus você chegou - ela me levou para uma área infantil onde eu poderia me sentir muito bem porque havia um local separado dentro do hospital apenas para que eu pudesse atender as crianças - está tendo um surto de virose na cidade, As crianças estão muito mal - ela falou assim que entramos dentro da sala, então eu me sentei no meu lugar ligando o computador e olhando para ela - eu vou te ajudar a chamar os pacientes e também vou trazer todas as listas dos nomes das mães para que possa começar a chamar - eu afirmei com a cabeça então rapidamente ela saiu da sala, eu olhei o local que iria trabalhar, era muito maior do que a sala que eu trabalhava no Riomar mas ainda assim ainda faz com que eu posso sentir saudades de casa, não queria ter que me mudar para outra cidade para conseguir realizar o meu sonho, mas meu irmão conseguiu fazer tudo isso e ainda tirar o meu sonho de mim - aqui , essa é a primeira criança - eu olhei para a lista que estava na minha frente começando a fazer a chamada e atendendo as pessoas, foi muito cansativo por causa da viagem mas ainda assim fiquei feliz por ajudar, agora precisava fazer com que meus dias pudessem ficar assim e se forem desta forma, não tem chance nenhuma daquele homem me encontrar, Pelo menos era isso que a esperança falsa estava me dizendo...

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