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1.1 Um passo para o fim

Quando cheguei na empresa eu estava mais estressado do que talvez já estive em toda minha vida. Dana minha irmã mais nova, estava sentada a mesa, logo pela manhã, contando a minha mãe que estava grávida. Ela tem só tem vinte e dois anos, onde essa garota estava com a porra da cabeça? E como se fosse pouco minha mãe estava radiante de tão feliz! Não é um absurdo?

O namorado dela ia se ver comigo, estava contando os minutos para ver aquele trapo, ele iria ouvir poucas e boas e teria que se casar com ela nem que fosse amarrado! Com certeza que eu o faria pagar. 

Elisa estava de cabeça baixa, triste como anda a bastante tempo. Passo por ela pergunto sobre o meu dia, como sempre ela é eficiente, não posso negar que em todos esses anos nunca tive alguém com tanta fibra e vontade de vencer. 

Eu sei sobre seus problemas financeiros, seus irmãos e cada uma das merdas da vida dela. Sei que fiz errado em usar minha irmã para conseguir as malditas informações. Como desculpa eu me fiz de bom samaritano e dei um aumento de salário a ela. 

Elisa bem que merecia um aumento. Mas não foi por merecimento foi por puro interesse. É engraçado que de todas as secretárias que eu já tive, e foram muitas, a única que eu realmente quero não me deseja. 

Eu cheguei ao ponto de oferecer uma expressiva quantia de dinheiro para transar com ela, no dia seguinte ela estava fazendo uma carta de demissão para sair da empresa. Foi difícil fazê-la voltar atrás. Minha irmã foi a única que conseguiu. Tenho sorte que elas sejam amigas.

_O senhor tem reunião com o banco às três, às cinco a construtora Dellar estará aqui para aprovação da planta do prédio novo da administração. Às vinte o senhor tem um jantar com o senhor Del'Fiori e amanhã o senhor tem uma viagem para olhar o terreno onde estão as plantações de uva que deseja comprar. - a mulher diz atrás de mim e me olha ao terminar. 

Elisa estava chorando. Talvez porque mesmo com seus esforços ela não conseguirá pagar as prestações da hipoteca da casa, a ordem de despejo já foi emitida e até onde sei eles tem até o fim desse mês para desocupar a casa. 

Me aproximo dela e passo a mão em seu rosto ciente da carência que ela sente. Não sei como ela capaz de suportar, mesmo que desabe em algum momento ela se ergue em seguida. Cheia de força e coragem Elisa é uma das poucas mulheres que eu admiro. 

_Por que estava chorando? - pergunto sentindo meu coração trincar. Eu daria o mundo a ela, qualquer coisa e dessa vez não tem a ver com desejo que sinto. 

_Nada senhor. - ela desvia seu olhar do meu e mira o pés.

_Ninguém chora por nada Elisa. O que aconteceu? - se ela soubesse o que sinto, se soubesse o que sou capaz de fazer por ela. 

_Problemas... - dá de ombros como se não fosse nada, mas eu vejo em seus olhos uma tristeza profunda.

_Posso te ajudar se quiser. - eu pagaria todas as suas dividas só para ver o seu sorriso, faz meses que não a vejo sorrir. Tudo que consigo é sombra de um sorriso cheio de dor e medo. - É só pedir e será seu. 

Ela sorri com deboche, dá um passo para trás e se afasta do meu toque antes que eu decida beijar seus lábios uma outra vez. 

_Me diga o que precisa, eu te dou. - só quero te ver sorrir mais uma vez.

_Preciso de $380 mil. Acho que... - essa é a primeira vez que falamos em valores reais, ela está um pouco fora do valor real,  sua dívida total chega a $ 392.457,92 e cresce a cada dia. Para quem não ganha mais de dois mil por mês esse valor é bastante alto. 

_Você acha alto de mais. Vou transferir para sua conta se é isso que você precisa. - digo já pegando o telefone do bolso. 

_Tudo isso para dormir comigo!? - Estou surpreso que ela me faça tal pergunta, Elisa é sempre seria e recatada. Não era pelo sexo, era por ela. Mas meu ego falou muito mais alto naquele momento, eu teria essa mulher pra mim. Uma noite inteira para me deliciar com ela. 

_Se esse for o seu preço. Sim. - Digo simplesmente. Sou um bom negociador e se esse era o caminho mais rápido para ter o que eu queria eu estava disposto a pagar. Ela se surpreende e eu espero uma negativa em seguida como todas as outras vezes. 

_Porque está fazendo isso? Você pode ter qualquer outra mulher que queira. Por que eu!? -  a morena levanta um pouco a voz. Não sei porque ela só sei que é ela que eu desejo. 

_Eu quero você Elisa, e só você. - me aproximo e passo o polegar sobre a pele do seu rosto e depois refaço o caminho na bochecha num carinho. Quero beijar essa mulher inteira.

_Não sei se posso fazer isso... - ela cora e abaixa seus olhos, olhando para qualquer lugar em mim que não meus olhos.

_Eu posso te dar meio milhão se topar passar a noite comigo. - jogo alto porque não estou nenhum pouco disposto a perder, não dessa vez - Só uma noite e nada mais. - Elisa está realmente balançada com a minha proposta. 

Vamos lá só aceite. Não conseguirá nada melhor. 

_Você está falando sério!? - pergunta voltando a me olhar nos olhos, eu acharia graça da sua expressão espantada, não hoje, não agora que estou a beira de conseguir uma coisa que quero muito.

_Nunca falei tão sério em toda a minha vida. Temos um acordo? - sou direto.

_Temos. - ela responde. 

_Carlos trará um contrato para que assine. - Dane-se a porra do trabalho, hoje vou me concentrar em ter essa mulher. 

Saio pela porta da minha sala deixando ela sozinha, pego celular e ligo para Carlos dizendo os termos do contrato. Ligo para a minha secretária que cuida das coisas em casa peço tudo que quero e preciso. Mando um e-mail para Elisa dizendo que deve cancelar todos os meus compromissos hoje, e assim que terminar de assinar o contrato com Carlos poderá ir embora. No celular dela eu mando uma mensagem dizendo que deve estar pronta às seis da tarde. 

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