☆Leyla Drummond☆
A manhã foi extremamente cansativa para mim. Vomitei duas vezes e estou morrendo de dor de cabeça. Não contei nada a Srta. Benedita, pois sou nova nesse emprego e ele é muito importante pra mim. Quero ver se é isso que quero para minha vida profissional.
-Até segunda, Srta. Benedita.
Despedi-me e segui para a parada do ônibus sentindo meu estômago embrulhar mais uma vez. Que bela merda!
Depois de alguns minutos cheguei em casa e fui direto para o chuveiro. Mamãe avisou que iria colocar meu almoço no prato, mas eu rejeitei. Estou me sentindo um lixo. Quero só dormir e é isso que faço a tarde toda.
Desperto com meu celular tocando insistentemente. Atendo sem nem olhar quem era.
-Amoooor da minha vidaaaa!
A voz de Valéria me assusta e eu praguejo a hora que fui arrumar uma amiga tão fora da casinha.
-Oi, Val
♤ Álvaro Salvatore ♤Foi quase que impossível nao vibrar com a descoberta de um sobrinho. Eu e Jhonatas compartilhamos essa vontade maluca de ser pai; ele acabou realizando seu sonho sem saber.-Aconselho você a esperar ele chegar e contar com calma. Até eu estou fervilhando com o que você acabou de me falar.-Massageio minhas têmporas.-O melhor conserto é ele saber por você, pai. Não tem como voltar atrás ou até fingir que não houve tal erro.-A minha relação com ele é um pouco frágil, mas... Você tem razão! Obrigado, filho.-Estou decepcionado demais pra conversar com você. Até logo.Saio daquela sala, que agora parece ter apenas um metro, e sigo para fora dali. Antes, olhei uns dois segundos para Lavínia e imaginei uma mulher sozinha, grávida e tendo que trabalhar. Jhonatas vai surtar e eu preciso estar perto para contê-lo. Entro no meu carro, pego o celular e mando uma mensa
♤ Álvaro Salvatore ♤O idiota que estava ao lado dela a questionou sobre minha identidade e quando eu desviei o olhar para ele, Leyla apagou. De forma sobrenatural consigo ampará-la em meus braços rapidamente.-Leyla?!-O idiota ameaça tirá-la dos meus braços, mas eu imponho minha presença.-Vai procurar alguém que possa ajudá-la, ô energúmeno.Ele sai correndo parecendo atordoado e eu tenho muita vontade de rir. Será que em uma festa badalada dessas ele encontra alguém sóbrio que queira ajudar sem se comprometer? Balanço a cabeça em negação e pego Leyla em meus braços. Caminho com ela até meu carro ignorando alguns olhares de questionamentos.-Leyla...-Sussurro ao acomodá-la no banco de passageiro.-Seu nome é lindo, garota. Vamos lá, acorde.Procurei por um recipiente que muitas vezes deixo bebida alcoólica dentro e encontro jogado no chão do carro. Abro a garra
☆Leyla Drummond☆Afonso... Afonso... Afonso...As lágrimas não param de cair e eu já estou soluçando muito. Braços me rodeiam e eu tento me afastar a todo custo.-Leyla! Leyla!-Alguém me chacoalha.-Olha pra mim, Leyla!Resolvo atender esse pedido e vejo Valéria assustada. Me jogo nos braços dela e acabo vomitando. Não sabia se pedia perdão pelo vômito, se chorava ou se a abraçava.-Vem, vamos embora.Ela me leva até o carro e conduz pelas estradas escuras da cidade. Eu estou anestesiada, absorta. Meu corpo dói e eu lembro que bebi um pouco. Minha mão vai até minha barriga e eu a mantenho ali.-Leyla, eu não vou perguntar nada. Toma um banho, veste algo confortável, toma algum remédio e dorme. Promete que me liga amanhã?Assinto e ela beija meu rosto. Saio do carro e sigo para minha casa. Fiz exatamente o que ela me disse, menos a
☆Leyla Drummond☆Uma tontura me acomete e eu cambaleio, seus braços me circulam aproximando meu corpo ao dele. Ele, agora tão próximo, mantém seus olhos fixos em mim.-Responde, Leyla.-Seu hálito cheirando a café me faz querer aproximar nossas bocas.-Eu só preciso ouvir a resposta.A atendente da farmácia nos atrapalha e eu sinto falta dos seus braços quando o mesmo me solta e paga todos os meus testes. Ele segura minha mão e sai quase que me arrastando farmácia à fora.-Leyla...-Ele solta a sacola com os testes e segura no meu rosto com as duas mãos.-Eu vou morrer se você não falar alguma coisa.Minha garganta está tão seca que eu sinto que se eu falar alguma coisa as minhas pregas vocais serão rompidas. Eu encaro seu desespero e minha reação é chorar. Eu deixo que as lágrimas e minha situação atual fale por mim. O nervosismo de uma mãe de primeira viagem.Pego
♤Álvaro Salvatore♤Aquela ida à farmácia foi a melhor coisa que fiz na minha vida. Agora, dentro do meu quarto, encaro o teto totalmente absorto.Eu vou ser pai.Layla me perdoou.Eu não tenho ideia de como tocar minha vida a partir de agora, mas tenho absoluta certeza que minha mulher e meu filho não sairão nunca mais do meu lado.Alguém bate à porta me retirando dos meus pensamentos mais felizes. Eu nem consigo esconder minha voz de empolgação e alegria quando autorizo a entrada de quem quer que bateu.-Vim ver se está tudo bem...-Minha mãe senta à beira da cama.-Você parece muito feliz.-Mais surpresas estão chegando, mãe.-Acaricio seu rosto.-Podemos fazer um jantar quinta-feira? O John estará aqui e eu gostaria de apresentar alguém.-Namorada?-Empolgada, ela ri de forma engraçada.-Talvez.-Levanto da cama indo
☆Leyla Drummond☆Eu estava tão leve e sorridente. Não tinha ideia de que me sentiria assim quando tudo isso se resolvesse.Depois que minha mãe descobriu e me acolheu, foi o momento de contar ao meu pai. Naquele mesmo dia, quando ele voltou feliz por ter vendido sua vitrola velha, ele descobriu por mim que iria ser avô.Ele me ouviu, ficou em silêncio por no mínimo quatro minutos e depois foi para o seu quarto. Minha mãe me tranquilizou dizendo que iria conversar com ele. Eu chorei, mas procurei ficar bem.No outro dia ele conversou comigo normalmente. Me deu algumas broncas, mas me disse que estava feliz. A reação dele não foi das melhores quando contei que o pai do bebê era filho do patrão dele. Ele me falou dos medos de ser perseguido no trabalho e que queria conversar com Álvaro em um jantar na nossa casa.Meu pai não ficou chateado, mas expôs seus medos e
Bônus 》Jhonatas Salvatore《Aguardei Álvaro tirar a namorada da mesa e logo ele retornou. Não entendi todo esse espanto e mistério. Se o nosso pai teve outra família fora do casamento eu apenas não quero mais falar com ele. Faço questão de tirar minha mãe dessa casa e morar com ela em outro lugar. Humilhada minha mãe não fica.-Estou esperando vocês falarem.-Falo aflito.-Filho, não tem nada de outra família.-Meu pai começa.-Eu não faria isso com sua mãe. Não se preocupe. Peço apenas que me escute.Assinto voltando a sentar. Na verdade agora todos estamos sentados. Mas o clima ainda me assusta. Parecem que vão dizer que alguém está enterrado no nosso porão.E calmamente, meu pai começa a narrar tudo e de início eu não entendi o porquê ele começou a falar de mim. Mas o deixei continuar.E para meu espanto essa conversa foi ficando mais esquisita. Começou falando d
♤Álvaro Salvatore♤Algum tempo se passou e muita coisa mudou. Meu irmão saiu de casa e foi viver com Lavínia e seu filho. Apesar da forte decepção com nosso pai, ele está radiante. Está sendo um pai totalmente atencioso e amoroso com o Àdryan.Ingrid engatou em um relacionamento com o Vinicius. Eu já não aguentava mais de enrolação. Na verdade ninguém mais da família aguentava.Meu pai continua tentando contato com o Jhon, mas ele não o perdoa. Foi muito difícil para nossa mãe conseguir convencer Jhon e Lavínia a permitir que ele veja o Àdryan. Jacques amarga o que fez, mas aceita todas as repreensões de cabeça baixa. Vai demorar um tempo para todos digerirmos, afinal.Eu voltei a trabalhar na empresa e inclusive hoje largo mais cedo. Minha quase esposa, porque nos casaremos muito em breve, está no final da gestação. Fico com medo dela precisar de mim ou de alguma coisa mais complicada.