Khrona, 1722.
☆ Layla Dominic ☆
Confesso que foi muito difícil falar sobre meus pais na frente de todo mundo. Mais difícil ainda assumir quem eu sou e qual minha missão em voz alta. Mas eu fiz! E isso me deixou um pouco mais leve. Eu sei que com a ajuda desse clã que tanto preza pela paz eu conseguirei alcançar meu objetivo.
Depois de um bom banho e de olhar pela janela Adrien treinando com John, sigo ao encontro de Afonso. Ele quer falar comigo sobre nós e isso me deixa inquieta. É uma sensação estranha saber que vamos conversar sobre coisas desse tipo, sei lá. Nunca fui de ter assuntos com meninos/homens.
–Desculpe tê-lo feito esperar, Afonso.–Digo diante de sua presença.–Onde vamos?
–Mesmo estando um pouco tarde, poderíamos dar uma volta na beira do riacho. O que acha?
Assinto e então ele me oferece o braço para que eu enlace. A noite está fria, mas
Khrona, 1722.Bônus ♡Ivy Sartori♡Ser a caçula no meu caso não é ser a mais privilegiada ou a que mais ganha atenção. É ser a mais infantilizada, esquecida e subestimada. A vida nesse castelo é um saco! A vinda da Layla trouxe mais movimentação, porém não posso me envolver com ela demais porque sou muito sentimental e posso estragar tudo, segundo minha família.Normalmente os vampiros daqui são muito babões do meu pai e dos meus irmãos. É como se minha família fosse a alta nobreza e eu uma agregada. Só me respeitam porque carrego o sobrenome do clã. Ô droga viu?Depois que Layla foi atrás do seu irmão, meu tédio voltou. Resolvi andar por entre os corredores desse imenso lugar. Há uma necessidade de me ocupar constantemente. Observando o lugar eu já estava tendo uma ideia para uma coleção de roupas em tons terrosos quando acabo esbarrando em alguém. Soltei um palavrão qualquer e ergui
Khrona, 1722.♤ Afonso Sartori ♤Depois da conversa com Layla, retornamos pro castelo. Ela seguiu para seu quarto e eu para o meu. Ela me beijou. Estou com raiva de mim mesmo porque gostei do beijo. Mas é claro que eu iria gostar. Temos um laço que nos une mesmo eu lutando contra. Eu não consigo parar de sentir seus lábios quentes nos meus. Droga!Corro para o chuveiro entrando debaixo da água de roupa e tudo. Preciso dessa água gelada pra esfriar meu corpo e meus pensamentos. Eu vou destruir essa ratinha por me fazer sentir essas coisas de adolescente. Maldita seja Layla Dominic!Acordo com um pouco de dor de cabeça. Sigo até a janela e vejo Layla, John e Adrien numa espécie de luta. Onde diabos John quer chegar com esses joguinhos? Me arrumo e sigo para encontrá-los. De longe sei que fui notado e então Layla para o que estava fazendo e vem até mim. Maldita ratinha que me faz ficar d
Khrona, 1722.Bônus ♧Vicente Moratto♧Mas que porra de garota pra tirar meu juízo! Juro, eu daria umas boas palmadas naquele traseiro espetacular só pra ela deixar de ser teimosa assim.Chamar o filha da puta do Christian pro quarto? Estando bêbada?Depois que ela conseguiu recobrar a sua plena consciência, desliguei o chuveiro. Era clara a vergonha que ela estava. Quando perguntei se estava melhor, ganhei grosserias como resposta. Cansado, resolvo ser sincero.-Você iria se arrepender se dormisse com ele do jeito que estava. Eu te salvei, Ivy. E a propósito, ele não merece você.Foi só seu rosto se erguer e eu visualizar seus lábios levemente trêmulos e avermelhados que um desejo desenfreado de beijá-los me apossou. E eu beijei. Beijei tão sedento que empurrei seu corpo contra a parede e ouvi seu gemido sôfrego nitidamente.Passamos lon
Khrona, 1722.Bônus ♧Vicente Moratto♧Mas que porra de garota pra tirar meu juízo! Juro, eu daria umas boas palmadas naquele traseiro espetacular só pra ela deixar de ser teimosa assim.Chamar o filha da puta do Christian pro quarto? Estando bêbada?Depois que ela conseguiu recobrar a sua plena consciência, desliguei o chuveiro. Era clara a vergonha que ela estava. Quando perguntei se estava melhor, ganhei grosserias como resposta. Cansado, resolvo ser sincero.-Você iria se arrepender se dormisse com ele do jeito que estava. Eu te salvei, Ivy. E a propósito, ele não merece você.Foi só seu rosto se erguer e eu visualizar seus lábios levemente trêmulos e avermelhados que um desejo desenfreado de beijá-los me apossou. E eu beijei. Beijei tão sedento que empurrei seu corpo contra a parede e ouvi seu gemido sôfrego nitidamente.Passamos lon
Khrona, 1722.☆Layla Dominic☆Eu já estava dormindo quando ouço batidas desenfreadas na porta do quarto. Levantei rapidamente para impedir que Adrien acorde. Abro a porta totalmente sonolenta e me deparo com Afonso. Eu não consigo nem pensar em nada porque sou agarrada por ele e beijada à força. Meu reflexo de gritar foi totalmente vetado; Afonso estava implacável.Por quê?O beijo era quente, possessivo... Mas era errado. E pelo gosto em sua boca ele não está em total sanidade. Consigo criar forças e afastá-lo de mim. Encaro seu rosto exalando todo meu descontentamento sobre sua atitude. Acabo esbofeteando seu rosto com toda a força que eu tinha no momento, mas logo me arrependo.Eu não sou assim. Eu não bato nas pessoas. Começo a sentir um turbilhão de emoções e a minha única saída é entrar e fechar a porta do quarto. As lágrimas escorrem pesadas e quentes sobr
Khrona, 1722.Narrador observadorNo centro da cidade, quatro jovens conversavam com um pequeno bando sobre a situação atual. Maisha, Violet, Rael e Isaac eram quatro humanos que também estavam em busca da salvação de Khrona.–Os vampiros estão quietos demais.–Violet comenta suspirando.–Eu estou com medo...–Não precisa ter medo.–Isaac conforta sua parceira e namorada.–Precisamos de um plano. Alguém sugere algo?Ninguém se pronunciou. A situação estava esquisita e ao mesmo tempo clara. Os vampiros tinham mais força, mais controle e mais chances de encontrar a salvadora primeiro, aos olhos de todos ali. Para não levantar muitas suspeitas, Rael pediu para as pessoas se dispersarem e que outra reunião seria marcada.–Eles mataram muitos de nós atrás dessa... Dessa salvadora que não serve de nada.–Amargurada, Maisha cospe as palavras.–Ela já deveria ter apa
Khrona, 1722♤Afonso Sartori♤Vi do meu quarto quando Layla saiu com minha irmã. Eu não tinha coragem de vê-la depois da cena que fiz ontem. Ela deve estar me achando um canalha da pior espécie, mas eu preciso reverter isso ou meus planos acabam sendo adiados cada vez mais. Quero distância da ratinha o quanto antes. Sinto que isso não anda me fazendo bem.Assisti e até ajudei John no treino com Adrien. O garoto tem jeito pra luta. Parece ser seu maior dom, contudo precisa ser aprimorado. Percebi que meu irmão está criando um laço cada vez mais forte com o garoto. Adrien é um bom garoto e sei que meu irmão não é mal. Ele tem suas razões pra me odiar.Ouço batidas na minha porta e então autorizo a entrada. Era meu pai. Raramente ele me visita no quarto.–O que aconteceu?–Pergunto ao vê-lo entrar.–Quero falar sobre duas coisas com você que estão me deixan
☆Layla Dominic☆No momento em que ele disse que me ama... Não sei... Algo em mim gritava que era verdade. Eu sentia que era. Meus olhos lacrimejaram e então eu abaixei a cabeça. Eu não sabia o que fazer.–Eu... Eu...–Balanço a cabeça em negação.–Eu não sabia que isso era demonstração de amor. Eu não sei se amo você. Como posso saber se nunca amei ninguém?–Justamente por isso.–Ele levanta meu rosto pelo queixo.–Você sente algo que jamais sentiu, Layla. Você não consegue parar de pensar na pessoa, você a quer por perto sempre, uma vontade enorme de cuidar e proteger... É isso. Isso são coisas que o amor proporciona.É... Eu o amo. Amor tem a ver com perdão né? Deve ser, pois eu não consigo ficar brava com ele.–Não precisa me responder isso agora. Eu me contento apenas em te ajudar, te proteger e te guiar. Me deixe ser seu guardião, Layla? Confie em mim com seu coração.