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Capítulo Quatro: Desmaio

Henrique

Não tenho notícias do Eduardo desde que chegamos do colégio, já estava escurecendo, mesmo sendo apenas 16:40 e até agora eu não havia recebido nenhuma mensagem. Talvez ele tenha dormido ou tenha saído com a mãe, de todo modo, deixarei uma mensagem.

Meu amor.

Offline.

— Espero que você esteja bem, espero que a gente esteja bem.

A nossa relação estava boa, não tínhamos motivos para brigar, aliás, era difícil acontecer uma briga e geralmente era por alguma questão e até mesmo comida.

Eu estava chateado e não negaria, ele estava me escondendo algo, e nunca escondemos nada um do outro. Eu sei que a vida particular dele não me interessava, e que ambos deveriam ter o seu espaço, mas se ele estava com problemas e precisando de ajuda, eu não negaria.

Fiquei deitado em minha cama, não tinha o que fazer e além do mais eu estava sozinho ainda, provavelmente o meu pai teria plantão e ficaria por lá, e minha mãe tinha ido ao shopping depois que saiu de sua consulta. Decidi deixar uma mensagem no grupo dos meus amigos, que era no total de dois.

Only that?

— Vocês estão ocupados agora?

— Estou no tédio aqui em casa, minha mãe saiu. — Clary falou e por um breve minuto jurei ouvir ela bufar.

— Estou disponível também amore. — Como sempre o Lucas tinha que fazer graça.

— Vocês querem vir para cá? Estou só e não gosto.

— Eu posso, mas só se o seu namorado não estiver. — Claryssa falou, e eu ainda não entendia o porquê dela odiar tanto o Eduardo.

— Se a claryssa vai, eu também vou.

— Ele tá estranho e não me manda mensagem desde que saiu daqui. Então irei esperar vocês.

— Chego aí em 5 minutos. — Claryssa digitou ficando offline logo em seguida.

— Chegarei em 10. Só vou me arrumar. — Disse Lucas.

Todos nós morávamos perto, exceto o Eduardo, a casa da Claryssa ficava a 5 minutos da minha, e também era perto da escola, a do Lucas também, mas ele parecia uma moça para se arrumar.

Coloquei apenas uma camiseta e desci para esperar os meus amigos na sala e eles chegaram no tempo que disseram que chegariam.

A conversa estava boa e eu nem havia percebido que o tempo tinha passado, quando vimos, já eram 19:30 da noite.

— Que falta de educação a minha, nem ofereci comida para vocês. Podemos pedir uma pizza, não quero cozinhar.

— Eu realmente estou ficando com fome, então pode pedir logo antes que eu acabe ficando agressiva. — Claryssa falou rindo e colocando a mão na barriga.

— Mas pede de quatro queijo, por favor, gosto de pizza boa. — Lucas estava rindo, se eu não o conhecesse, o expulsaria

da minha casa.

Estávamos conversando quando a campainha tocou depois de uma hora, a pizza finalmente havia chegado e em seguida a minha mãe.

— Diz que vocês vão me convidar para comer pizza, por favor. — minha mãe falou com cara de cachorro pidão.

— Você pode vim comer com a gente tia, o exagerado do Henry comprou logo três. — Lucas falou enquanto mastigava um pedaço de pizza.

Minha mãe se juntou a nós e começamos a comer, riamos bastante, minha mãe era mais adolescente do que nós três juntos. Felicidade dura pouco, quando o meu celular, da claryssa e o Lucas apita, era mensagem do grupo da sala.

Desde o primeiro ano é o mesmo grupo, com as mesmas pessoas, apenas alteramos a sala, já que eu e o meu pequeno grupo somos administradores do grupo da sala.

O sorriso que antes havia no rosto dos meus amigos, havia mudado em fração de segundos e só quando eu finalmente abri a mensagem, entendi o porque, havia uma foto do Eduardo saindo da casa da Camila hoje de manhã.

— Henry.. Eu.. — Claryssa falou e no mesmo instante senti minha cabeça girar, eu estava tonto, senti minha vista escurecer e apagar.

— Henrique? Henrique, meu filho. — Falou uma voz.

A voz era grossa e calma, e logo eu liguei ao meu pai, mas o que ele estava fazendo aqui se ele tinha plantão no hospital hoje? Será mesmo o meu pai?

Abri o olho lentamente, quando minha visão se acostumou, vi que eu estava no sofá e que o meu pai estava bem na minha frente.

— O que você tá fazendo aqui em casa? Pensei que tivesse plantão hoje papai. — Falei vendo meu pai tirar a minha pressão.

— Eu troquei com o Fabrício, meu plantão é amanhã. Quando cheguei você tinha acabado de desmaiar. — Falou guardando seu medidor de pressão.

— O que ele tem tio, ele tá bem? — Claryssa estava mordendo as unhas, sempre que estava em crise de ansiedade, ou muito nervosa ela fazia isso, pelo menos quando não tremia.

— Eu estou bem, pinscher. Não se preocupe comigo. — Eu falei me sentando lentamente recebendo ajuda do meu pai, pois ainda estava um pouco tonto.

— Ele está bem sim, Claryssa. Foi só uma queda de pressão, só precisa descansar. — Meu pai falou se levantando. — Bom, irei tomar meu banho agora, se precisar é só me chamar. — Disse indo em direção às escadas para subir para o seu quarto.

— Graças a Deus que você está bem filho, de repente vocês três mudaram e você desmaia, me preocupou agora. — Minha mãe falou me abraçando.

— E eu odeio quando você me chama de pinscher, eu sou pequena e sei que começo a tremer às vezes quando estou em crise, mas não sou um pinscher. — Falou dando língua igual a uma criança birrenta.

— Agora eu finalmente tenho motivos para quebrar aquele cara. — Lucas estava irritado e fechando as mãos, ele era o melhor amigo que alguém poderia ter, Claryssa e ele são tudo para mim.

— Não sei o que houve, mas a violência não é a melhor maneira para resolver as coisas, Lucas. Tenha calma e tudo vai se resolver. Irei para o meu quarto, se precisarem me chamem também.

Apenas balançamos a cabeça e esperamos a minha mãe sair da sala, para conversar sobre o que nós tínhamos visto.

— Sabe que uma foto não diz nada, né? — Claryssa se sentou do meu lado e o Lucas no chão.

— Sim, eu sei, irei conversar com ele sobre isso.

— Eu sei que ele deveria ter te dito que esteve com ela, mas o juliano é um idiota de ter mandado isso. — Claryssa estava chateada e eu também estava, não faz nem um dia que ele a conhece e já está indo para a casa dela.

— Provavelmente ele fez isso apenas para irritar o Henry, sabemos que o Juliano é vizinho do João que também é vizinho dela, ele deve ter visto e tals. — Lucas estava no chão comendo um pedaço de pizza, e eu só queria estar no lugar dele, despreocupado com a vida, e tá comendo, porque comida é vida.

— Apenas converse com ele e esclareça tudo, você não é de fazer confusão e nem de tirar conclusões precipitadas. — Claryssa tinha razão, ela sempre tão sensata e sábia, eu me admiro com ela.

— Mas se ele te machucar, eu vou quebrar ele na porrada Henry, é sério. — Lucas falou ainda de boca cheia.

— Eu agradeço meu amigo, mas não precisa e falar de boca cheia é nojento, você até cuspiu em mim. — Fiz cara de nojo me enxugando na camisa.

Já eram 21:40 da noite quando eles foram embora, antes de irem, eles me ajudaram com a bagunça que fizemos, eu apenas peguei meu celular no sofá, tranquei as portas e fui para o meu quarto, assim que cheguei tomei um rápido banho e quando desbloqueei tinha uma mensagem do Eduardo que dizia:

Meu amor.

Online. 

— Precisamos conversar. Buscarei você amanhã.

A sua mensagem era curta e grossa, apenas ignorei, e senti o sono chegar rapidamente, eu não teria uma boa noite, mas faria o meu melhor para ter.

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