Alex fica imóvel por alguns segundos, completamente atônito com a reação inesperada dela. Apesar de já ter compartilhado beijos com ela em outras ocasiões, ele simplesmente não conseguia compreender o motivo por trás dessa nova atitude. A frustração começa a tomar conta, mas a determinação de buscar respostas o impulsiona a segui-la.— Srta. Jenkins? — Ele a chama, e no topo da escada, Rebecca para, encarando-o de frente.— O que você quer?— Será que você poderia descer até aqui, por favor?— Não. Cogito ir para o meu quarto.— Peço, por gentileza, Srta. Jenkins. — Ele suplica de maneira cortês, e Rebecca o observa por um momento antes de finalmente ceder. Ela desce os degraus, parando diante dele.— O que você precisa agora? — Ele permanece em silêncio por alguns minutos, refletindo sobre o que dizer. — Então, Sr. Baker, o que você realmente quer?— Peço desculpas, Srta. Jenkins. Garanto que não acontecerá novamente. — Ele diz, fixando o olhar nela. Seu olhar intenso intimida Rebecca
O silêncio permanece pesado entre eles naquele momento. Alex encara seu avô, lutando para conter suas emoções.— Quando o senhor me forçou a começar a trabalhar nesta m*****a empresa aos 12 anos? Eu nunca desejei fazer parte disso, nunca mesmo. O senhor me obrigou, e se hoje sou assim, a culpa é sua e de todos que concordaram com essa ideia insensata de colocar uma criança para trabalhar. Pois, naquela época, era exatamente o que eu era: uma criança. Sua única oportunidade de me destruir foi naquele momento, quando comecei. Deveria tê-lo feito. Desde então, o senhor nunca mais teve a chance de me alcançar. Foram longos anos tendo que suportar o senhor, mas consegui criar meu próprio negócio bem debaixo do seu nariz. Porque naquela época eu o odiei tanto que decidi tirá-lo do poder. Eu jamais serei como vocês, com meus filhos, porque vocês foram péssimos.— Alex, por favor, não nos ofenda e respeite seu avô — diz Ana, com lágrimas escorrendo.— Por favor, explique como você o criou, já
No Pub Shaw, Rebecca desfruta de uma animada confraternização com seus amigos. Apesar da estranheza no ar entre ela e André, ele fez questão de comparecer para parabenizá-la, e a mesa desfruta de um clima agradável e descontraído. Contudo, a atmosfera se torna tensa com a chegada de Peter e Samantha.— Bem, bem, se não são nossos amigos de longa data. — Peter se aproxima da mesa com um sorriso, segurando a mão de Samantha com elegância.— Becca, feliz aniversário! Venha cá, deixe-me lhe dar um abraço. — Samantha se acomoda graciosamente ao lado dela e a abraça afetuosamente. — Isso foi tudo que seu marido mais velho conseguiu providenciar? Que decadência, priminha. Ele é mais velho que seu pai, que desagradável. Aliás, até papai está desapontado com você. — Samantha sussurra com sutileza no ouvido de Rebecca. — Mas não se preocupe, no futuro, poderemos reservar salas VIP para comemorar com nossos amigos. Peter começará a trabalhar no Grupo Shaw em breve, e na próxima primavera, finalme
Ao cruzar o limiar da sala VIP, um silêncio abrupto toma conta do ambiente, e todos os olhares se voltam para Alex, que ergue uma sobrancelha com curiosidade.— Que prazer te ver novamente, Sr. Murphy. Bem-vindo de volta. — Ele diz, aproximando-se de Leandro; os dois compartilham um abraço. — Quanto tempo, não é?— Tempo demais, Alex. Tempo suficiente para você enlouquecer na minha ausência.— Vai ser preciso mais do que algumas bebidas para aguentar isso. — Alex responde, com um sorriso irônico, já antecipando a conversa que está por vir.— O pessoal estava comentando que você deixou o grupo Shaw, poderia me explicar isso, Alex?— Não foi bem uma saída voluntária, vovó me retirou. Era algo que cedo ou tarde aconteceria, ela apenas antecipou o inevitável. Mas os motivos, você já sabe, não é?— Jovem Shaw, não posso deixar você por conta própria por muito tempo, especialmente quando suas ações provocam todo esse alvoroço.— Não me é permitido mais usar esse sobrenome, então terá que me
O ambiente à mesa é extremamente amistoso, embora Rebecca se sinta constrangida na presença daqueles homens, especialmente ao saber que Alex está por perto. Ela acreditava que ele havia retornado a Nova York.— Sra. Baker, agora você será o centro das atenções entre nós. Fiquei fora por um tempo, e quando volto, encontro tudo isso? Não me interpretem mal, não estou me referindo ao casamento, porque em algum momento isso aconteceria. Estou falando da cena adorável que vocês protagonizaram em público. Meu amigo nos contou, não posso acreditar. Alex não tem coração, quem dirá afeto. — Todos na mesa riem.— Concordo plenamente. — Diz Marcelo.— Vocês estiveram presentes no casamento? — Pergunta Richard aos amigos de Rebecca.— De jeito nenhum. Acho que eles deveriam nos proporcionar uma noite de diversão, não concordam? Eles nos privaram de uma despedida de solteiros, isso é imperdoável. — Diz Susan, enquanto Leandro encara a bela dama que repetiu o que ele disse na sala VIP.— Sra. Baker,
André observa Rebecca e Alex até que eles desaparecem de vista.— Vocês são uns idiotas! — Exclama André, dirigindo-se aos homens presentes.— É melhor você se retirar antes de se arrepender. — Ameaça Ryan.— Vamos embora, não precisamos de mais problemas. — Diz Luan, conduzindo André em direção à saída.Samantha se aproxima, curiosa para saber o que aconteceu.— Está tudo bem aqui, senhores? — Pergunta ela.— Sim, não há com o que se preocupar. — Responde Ryan de maneira cortês. Ele, Leandro e Saulo dirigem-se à sala VIP. Samantha retorna à sua mesa, frustrada por não encontrar Rebecca e não ter respostas sobre o que ocorreu.— Divertiu-se à custa dela, irmãzinha?— Não a encontrei. Parece que houve uma briga. Vi André, Luan e Marcelo conversando com alguns homens desconhecidos e, depois disso, parece que todos foram embora. Estava uma confusão perto da mesa onde eles estavam.— Homens desconhecidos brigando com nossos amigos. Deve ser culpa da Melissa. Ela sempre arranja problemas de
Na manhã seguinte, Rebecca é a primeira a acordar. Ela abre os olhos e sente sua cabeça girar. Logo se dá conta de que está deitada no peito de Alex. Assustada, dá um leve pulo da cama, acordando-o. Alex a encara e, com vergonha, ela leva as mãos aos seios, cobrindo-os.— Qual o problema agora, Rebecca? — Pergunta ele, fechando os olhos novamente. — Está na poltrona, o que você está procurando. — Afirma ele, sentando-se na cama.— O que eu fiz? — Questiona-se baixinho, pegando a camisa e vestindo.— Você foi incrível ontem à noite, Rebecca. Podemos fazer isso mais vezes. — Alex percebe o constrangimento dela, principalmente ao notar as bochechas dela rosadas. — Foi bom para você também? — Pergunta, decidido a brincar com aquilo. Ela desvia o olhar, escondendo sua vergonha. — Deixa-me adivinhar, você não lembra muito bem da nossa noite, não é? Mas posso afirmar que você gostou, seus gemidos nos meus ouvidos confirmaram. — Diz, com um sorriso malicioso.— Idiota. — Ela exclama, pegando u
Os amigos de Alex decidiram não se envolver naquela situação, deixando-o sozinho, como ele havia solicitado.— Com licença, Sr. O'Donnell. Importa-se se eu me sentar por alguns minutos? Estou um tanto cansado hoje, tive uma noite difícil, como ambos puderam notar.— Sinta-se à vontade, jovem — Respondeu Magno.— Eu só queria um dia tranquilo, mas já que você não consegue esperar, Sr. O'Donnel, vamos começar. Que tal darmos nosso primeiro passo neste jogo? — Ele diz de forma irônica, fazendo uma ligação para o escritório de finanças do grupo Wealth. — Boa tarde, Sra. Denver — Mantém seu olhar fixo em Magno, observando sua reação. — Preciso que faça algo por mim. Tenho interesse em colaborar com um grupo bastante especial. Por favor, identifique as principais empresas com as quais o grupo Post O'Donnell mantém relações comerciais e providencie a aquisição das mais importantes.— Para quando deseja isso, Sr. Baker? — Indaga Charlotte.— Imediatamente.— Vou acionar a equipe de aquisições