Na manhã seguinte, Alex encontra-se no café próximo ao hotel, observando atentamente Luan aproximar-se e tomar assento à sua frente.— Estabelecemos um acordo, não é verdade? — Questiona Alex, deixando Luan em um silêncio total. — Então por que você não fez contato para me informar sobre o que está ocorrendo? Recordo de ter sido claro: você deveria me avisar imediatamente caso ela enfrentasse algum problema.— Peço desculpas, Sr. Shaw. As circunstâncias evoluíram rapidamente, e presumi que você já estivesse ciente, considerando a ampla cobertura que a notícia recebeu em todos os meios possíveis.— Nosso acordo não implica em você conjecturar o que sei ou não. Geralmente, você me procura para tratar de assuntos superficiais, mas quando se trata de me manter informado sobre questões relevantes, você deixa de cumprir seu papel. Pareço alguém que se dedica a acompanhar notícias irrelevantes sobre lugares e pessoas?— Você realmente acredita que pode agir conforme desejar em relação a ela?
Rebecca toma seu lugar à mesa, observando seus amigos fazendo o mesmo.— Tivemos o privilégio de desfrutar de um café na companhia do seu amigo. Sua presença traz um prazer inexplicável. Agora compreendo por que você o mantém por perto. — Diz André, carregando suas palavras com sarcasmo.— Sério, André? De novo com isso? — Repreende Melissa, exasperada.— Muito bem, prossiga, André. Diga o que você está tão ansioso para falar. Desde aquela noite, você adota um comportamento bastante peculiar. Quase dois meses se passaram e, sempre que Alex está por perto, você parece se perturbar.— Hum! Alex… vocês já chegaram a esse nível de “intimidade”, não é mesmo? Desde que ele esteve aqui para assumir suas responsabilidades financeiras, em troca de favores que não precisam ser explicitados, não consigo enxergar qualquer diferença entre você e alguém que se prostitui. É isso que você se tornou.Uma onda de espanto varre o ambiente enquanto todos encaram André. Incapaz de tolerar aquelas palavras,
No apartamento de Rebecca, a atmosfera é carregada, e suas amigas levaram um bom tempo para acalmá-la.— Como ele teve essa coragem de fazer isso com você? — Questiona Susan, ainda incrédula.— Ele é um cretino! Becca, fui a primeira a ser contra. Não acredito que direi isso, mas vá em frente, pegue suas coisas e vá para Nova York com ele. Eles nunca vão te deixar em paz. Seu tio poderia ter te machucado seriamente. Olha só em que estado você está. Falo isso de coração partido, mas vá, amiga. — Diz Melissa com emoção evidente na voz.Rebecca fica em silêncio, deitada com a cabeça no colo de Susan, enquanto ela acaricia seu cabelo. Lágrimas escorrem, pesadas e tristes, por longos minutos, até que o silêncio impere no ambiente.— Amiga, custa-me acreditar que estou dizendo isso, mas te amo tanto que sinto que devo te encorajar a ir. Ele é um idiota, mas vai te proteger. Ele te protegeu naquele final de semana, não é mesmo? Então vá, amiga, siga em frente. — Diz Susan chorando.— Becca, e
Alex observa atentamente os homens reunidos à mesa, ponderando por alguns instantes. Seu foco se concentra particularmente nos dois desconhecidos.— Não estou familiarizado com esses senhores. — Afirma, direcionando o olhar aos dois homens. — Gostaria de conversar com eles aqui, Sr. Halgrave?— Olha só quem está aqui, o famoso Alex Shaw. — Peter comenta, ao se aproximar da mesa e tomar assento. Ele mantém seu olhar desafiador em Alex.Com um sorriso irônico, Alex deixa seus olhos percorrerem o ambiente até avistar o homem que, na noite da aquisição do bar, se apresentara como gerente. Com um gesto discreto da mão, sinaliza para que o homem se aproxime.— Este assunto é para adultos; aqui não é lugar para você, um adolescente. Detesto jovens como você. E, aliás, você não tem permissão para estar aqui. Peço que o retirem. — Ele volta seu olhar ao gerente e conclui de forma enfática. — Erros desse tipo não são tolerados. Dispense o chefe de segurança. Se ocorrer algo assim novamente, você
Alex retorna ao hotel e avista Rebecca deitada na cama, envolta apenas por um roupão. Ela parece estar cochilando. Ele se dirige ao banheiro e regressa com um secador de cabelo, sentando-se ao seu lado e iniciando delicadamente o processo de secar seus cabelos.— O que você está fazendo, Sr. Baker? — Ela questiona ao despertar, sentindo a carícia do vento quente em seus cabelos.— Estou secando o seu cabelo. Como já mencionei, não é bom dormir com ele molhado.— Não precisa se preocupar com isso, por favor, não é necessário.— Não estamos negociando, apenas fique quieta. — Ele diz, enquanto continua a secar o cabelo dela. — Como você está se sentindo agora?— Estou me sentindo muito melhor. Um banho de banheira sempre me relaxa. — Ela fecha os olhos, sentindo-se cuidada naquele momento. — A propósito, onde você estava, Sr. Baker?— Fui resolver alguns assuntos. Nosso voo está agendado para as 6h da manhã. Devido a esse atraso, teremos que ajustar nossos planos e o dia será movimentado.
Ao entrar nas instalações do Grupo Shaw, Alex adentra a sala de reuniões, sendo recebido pelos olhares expectantes de seus familiares.— Olha só o senhor Alex Baker, pensávamos que você não viria. — Comenta Ryan.— Não perderia isso por nada. Mal posso esperar para ver a expressão de decepção nos seus rostos após o anúncio.— Pode continuar sonhando, caro amigo. Nossa proposta é excelente. Você não será capaz de nos superar.— No que diz respeito ao aspecto financeiro, isso é verdade. Porém, tenho certeza de que negociei melhor. — Conclui Alex, acomodando-se em seu assento.As principais empresas do país estão atentas a essa transação, que levou meses para ser finalizada. Qualquer um dos principais grupos interessados no grupo Technologies Ci&t, ao concretizar essa compra, se tornará a empresa mais influente da nação. A magnitude dessa transação levou todos a apostarem no Grupo Shaw como favorito. Contudo, se a compra não se efetivar, ocorrerão grandes movimentações no mundo corporativ
Alex retorna à sua casa próximo ao horário combinado com Rebecca. Ao adentrar a sala, encontra Maria e Henrique imersos em uma animada conversa sobre as mudanças que estão por vir.— E então, como foi com ela? — Pergunta Alex, curioso.— A Srta. Jenkins é realmente encantadora, Alex. Tenho certeza de que ela te fará muito feliz. — Responde Henrique, com um sorriso.— Vocês se importariam de ser as testemunhas do nosso casamento?Ao observar o brilho nos olhos de Maria, fica evidente a emoção que ela sente, afinal, ela considera Alex como seu próprio filho.— É claro, querido. — Responde Maria, com entusiasmo palpável.— Alex, o cartório de registro civil fecha em breve! Você acha que dará tempo?— Um amigo me concedeu um favor, então o tempo não será um problema. Encontro vocês às 5h no cartório.No interior de seu quarto, Rebecca se observa no espelho. Apesar de encarar aquele casamento como um acordo, não deixou de se arrumar meticulosamente para o momento. Um longo vestido branco de
Alex observa Rebecca, percebendo que ela parece distante, perdida em pensamentos. Seus olhos refletem uma indecisão profunda, enquanto ela questiona internamente se a escolha que está fazendo é verdadeiramente a melhor para sua vida.— Então, senhorita Jenkins, falta mais alguma coisa? Talvez um buquê? — indaga Alex, trazendo-a de volta à realidade. — Além disso, existe algum outro detalhe que você deseje para o casamento?— Apenas o buquê, obrigada. — Responde Rebecca sucintamente.— Algum problema, senhorita Jenkins?— Não é nada, está tudo bem. É só que eu não consigo compreender por que isso é necessário. Você gastou uma quantia considerável com o anel de noivado, mas nosso casamento parece se resumir a um acordo comercial.— Rebecca, fique tranquila. Dinheiro não é uma preocupação para mim. Temos dois anos pela frente neste acordo e, como futura Sra. Baker, você terá acesso apenas ao que há de melhor. Repare ao seu redor, sou um homem de negócios e jamais permitiria que você se co