Alguns dias após o aniversário dos gêmeos, todos voltam às suas rotinas. A paciência de Alex está se esgotando devido à falta de provas que vinculem Nicole a tudo aquilo. Ele perambula inquieto em seu escritório, enquanto Douglas o observa, consciente de que Alex está planejando algo.— Onde estou errando, Douglas? — Questiona, sem encará-lo, continuando a andar de um lado para o outro.— Você não disse que não discutiríamos isso aqui dentro? — Douglas lembra, observando com preocupação a agitação de Alex.— Não se preocupe, ela está de folga hoje. O que estou deixando passar? Por que diabos não consigo encontrar nada que a ligue a tudo isso? Tenho certeza de que a Sra. Morgan não planejou tudo isso sozinha. Ela já me mostrou que não consegue nada assim.— E se você tentar subornar o Sr. O'Donnel?— Essa é uma ideia tola. Por mais que ele adore dinheiro, aposto que ele prefere me ver sofrendo. Com certeza ele me entregaria em questão de segundos. Está na hora de eu começar a frequentar
Após aquele encontro, Rebecca mal conseguia acreditar em tudo o que aconteceu. Era difícil para ela aceitar que estava na hora de libertar seu coração de Alex, pois a relação deles estava se tornando um ciclo constante de dor. A cada vez que ela tentava se aproximar, ele parecia determinado a despedaçá-la. Com o passar dos dias, as coisas no círculo de amigos pioravam consideravelmente e os negócios que compartilhavam estavam em queda livre, já que não conseguiam mais negociar com seus principais fornecedores, graças às ações de Alex, que os havia comprado. Rebecca estava imersa em pensamentos, tentando encontrar uma solução para toda aquela situação, quando Leandro irrompe em sua sala.— Rebecca, se eu tomar medidas drásticas, você me odiaria? — Questiona Leandro, captando o olhar perplexo dela.— O que aconteceu? — Indaga Rebecca, em busca de compreender a situação.— Meus pais não atendem, fui até o Grupo Murphy e acredite, não consegui entrar. — Desabafa, batendo com força na mesa.
Na manhã seguinte, a tensão é visível no rosto de Alex ao entrar no escritório. Apesar de manter sua postura firme, ele parece carregar um fardo descomunal. Seu semblante denuncia uma noite de insônia e um turbilhão de pensamentos. Ele tenta distrair-se com as tarefas do escritório, mas sua mente está constantemente voltada para o peso arrasador do que está prestes a acontecer.Minutos antes das 10h da manhã, ele anda de um lado para o outro em sua sala, uma tempestade de emoções à espreita. A raiva domina sua mente, mas a angústia também está presente. Quando Nicole entra na sala, ele avança em sua direção e a pressiona contra a parede.— Eu não posso mais suportar isso. — Afirma, levando a mão à nuca dela e beijando-a com fervor. — O que você deseja de mim? — Pergunta, erguendo-a e colocando-a sentada sobre a mesa. — Por que você não quer ficar comigo? — Indaga, beijando-a novamente e deslizando suas mãos pela coxa dela, subindo lentamente até parar próximo de sua virilha, arrancando
Rebecca abaixa o olhar, vendo aquela cena que nunca imaginou presenciar e essa demonstração de afeto se torna o completo colapso de seu mundo. Seu coração dispara e ela sente todos os fragmentos de sua vida se despedaçando. Fecha os olhos, tentando conter a respiração acelerada, enquanto pensa em seus filhos, fazendo o possível para evitar que as lágrimas escorram por seus olhos.— Meu amor, eu reivindiquei a mansão que você providenciou para ela construir, acredito que merecemos mantê-la sob o nosso domínio. — Nicole diz, sorrindo. Alex olha para Rebecca, que está com os olhos lacrimejantes e vermelhos, das lágrimas contidas, antes de voltar o olhar para Nicole, evitando estragar o momento. — Se ela concordar em vendê-la para mim, estou disposta a permitir que ela negocie com nossas empresas.— Por que você gostaria de uma casa tão modesta? Posso te oferecer residências muito mais esplêndidas e até mesmo mandar construir uma do jeito que preferir, tudo para garantir sua felicidade.—
Rebecca desvia o olhar e abaixa a cabeça novamente, seus olhos vazios expressando a profunda tristeza que a consome. Alex se aproxima e senta-se de frente para ela, buscando as palavras adequadas para quebrar o silêncio que ecoa a melancolia em seus corações.— Durante todos esses anos, não consegui me desfazer deste lugar, amo-o profundamente. — Rebecca sussurra com a voz embargada, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Dediquei todo o meu coração à sua construção, mesmo quando eu mesma estava destroçada. Depois que Angel se foi, continuei aqui, cuidando de cada detalhe. Porque acreditei que um dia poderíamos ser felizes neste lugar, que teríamos um futuro juntos. Era um sonho que carreguei por todos esses anos e agora preciso acordar. — Segue com a cabeça baixa, permitindo que as lágrimas fluam livremente.— Rebecca, olhe para mim. Por favor, apenas me olhe. — Alex pede, sua voz carregada de emoções conflitantes. Ele detesta vê-la chorar e sente um forte desejo de abraçá-la. Rebecca ergu
Rebecca continua a percorrer os cômodos da casa, narrando com entusiasmo as particularidades de cada um. Quando chega ao último cômodo, o quarto do casal, uma suave melancolia paira no ar. Ela solta a mão dele e se dirige até a ampla janela, que proporciona uma vista esplêndida do exuberante jardim na entrada da casa.— Escolhi essa vista pensando em você, sabendo o quanto aprecia momentos de contemplação diante de uma paisagem serena. — Comenta, permanecendo de costas para ele. — É uma vista linda, não acha?— A mais linda de todas. — Responde, referindo-se a ela, como sempre faz. Aproxima-se e a abraça por trás, encostando seu queixo na cabeça dela. Rebecca fecha os olhos, imersa naquele instante, enquanto passa os braços sobre os dele. — Você é o meu refúgio, o calmante para as tormentas da vida. — Sussurra, depositando um beijo carinhoso em sua cabeça. Por um instante, as sombras do passado parecem se dissipar, enchendo o ambiente de serenidade e amor.— Alex, eu já aca…— Ainda nã
Pela manhã, quando Rebecca abre os olhos, ela está sozinha no quarto e uma sensação de vazio aperta em seu peito. Ela se espreguiça na cama, tentando convencer a si mesma de que ele realmente esteve ali, que não foi apenas um sonho. À medida que as palavras dele da noite anterior voltam à sua memória, um sorriso escapa de seus lábios e ela leva as mãos ao rosto, sentindo suas bochechas corarem, como se fosse novamente uma adolescente apaixonada.— Aí, Rebecca, você precisa parar com isso. — Resmunga para si mesma, sentando-se na cama e observando ao redor, em busca de qualquer indício de que ele esteve ali. — Eu não estou louca, ele estava aqui. — Sussurra, colocando a mão sobre o peito, ao lado do coração.Ela se deita novamente na cama, observando o teto, absorta em seus pensamentos, revivendo cada palavra pronunciada por ele na noite anterior. Como uma criança ansiosa, ela se senta agitada na cama ao ouvir o barulho da porta se abrir. Seu coração começa a bater com força, como se qu
Alex continua a contemplar a paisagem lá fora, enquanto desliza suavemente seus dedos pelos cabelos de Rebecca, que repousa com o rosto aninhado em seu peito. Nesse instante, cada toque e palavra compartilhada ecoam a profundidade dos sentimentos que os unem, resistindo com firmeza às adversidades que os rodeiam. Apesar das feridas compartilhadas e das ocasiões em que se magoaram, o amor que habita em seus corações permanece, servindo como uma lembrança constante de sua conexão inabalável. Quando se abraçam, é como se fossem um só, compartilhando sentimentos que iluminam os seus dias e preenchem suas vidas de alegria.— Querida, quando você mencionou aquela noite no hospital, estava se referindo à noite anterior ao velório de nossa filha? — Pergunta, seus olhos refletindo tristeza, enquanto seus dedos deslizam suavemente por seu cabelo.— Sim, foi a noite em que sonhei com você — Responde, desvencilhando-se delicadamente do abraço dele. Ela caminha até a cama e se acomoda na ponta, sua