Rebecca desvia o olhar e abaixa a cabeça novamente, seus olhos vazios expressando a profunda tristeza que a consome. Alex se aproxima e senta-se de frente para ela, buscando as palavras adequadas para quebrar o silêncio que ecoa a melancolia em seus corações.— Durante todos esses anos, não consegui me desfazer deste lugar, amo-o profundamente. — Rebecca sussurra com a voz embargada, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Dediquei todo o meu coração à sua construção, mesmo quando eu mesma estava destroçada. Depois que Angel se foi, continuei aqui, cuidando de cada detalhe. Porque acreditei que um dia poderíamos ser felizes neste lugar, que teríamos um futuro juntos. Era um sonho que carreguei por todos esses anos e agora preciso acordar. — Segue com a cabeça baixa, permitindo que as lágrimas fluam livremente.— Rebecca, olhe para mim. Por favor, apenas me olhe. — Alex pede, sua voz carregada de emoções conflitantes. Ele detesta vê-la chorar e sente um forte desejo de abraçá-la. Rebecca ergu
Rebecca continua a percorrer os cômodos da casa, narrando com entusiasmo as particularidades de cada um. Quando chega ao último cômodo, o quarto do casal, uma suave melancolia paira no ar. Ela solta a mão dele e se dirige até a ampla janela, que proporciona uma vista esplêndida do exuberante jardim na entrada da casa.— Escolhi essa vista pensando em você, sabendo o quanto aprecia momentos de contemplação diante de uma paisagem serena. — Comenta, permanecendo de costas para ele. — É uma vista linda, não acha?— A mais linda de todas. — Responde, referindo-se a ela, como sempre faz. Aproxima-se e a abraça por trás, encostando seu queixo na cabeça dela. Rebecca fecha os olhos, imersa naquele instante, enquanto passa os braços sobre os dele. — Você é o meu refúgio, o calmante para as tormentas da vida. — Sussurra, depositando um beijo carinhoso em sua cabeça. Por um instante, as sombras do passado parecem se dissipar, enchendo o ambiente de serenidade e amor.— Alex, eu já aca…— Ainda nã
Pela manhã, quando Rebecca abre os olhos, ela está sozinha no quarto e uma sensação de vazio aperta em seu peito. Ela se espreguiça na cama, tentando convencer a si mesma de que ele realmente esteve ali, que não foi apenas um sonho. À medida que as palavras dele da noite anterior voltam à sua memória, um sorriso escapa de seus lábios e ela leva as mãos ao rosto, sentindo suas bochechas corarem, como se fosse novamente uma adolescente apaixonada.— Aí, Rebecca, você precisa parar com isso. — Resmunga para si mesma, sentando-se na cama e observando ao redor, em busca de qualquer indício de que ele esteve ali. — Eu não estou louca, ele estava aqui. — Sussurra, colocando a mão sobre o peito, ao lado do coração.Ela se deita novamente na cama, observando o teto, absorta em seus pensamentos, revivendo cada palavra pronunciada por ele na noite anterior. Como uma criança ansiosa, ela se senta agitada na cama ao ouvir o barulho da porta se abrir. Seu coração começa a bater com força, como se qu
Alex continua a contemplar a paisagem lá fora, enquanto desliza suavemente seus dedos pelos cabelos de Rebecca, que repousa com o rosto aninhado em seu peito. Nesse instante, cada toque e palavra compartilhada ecoam a profundidade dos sentimentos que os unem, resistindo com firmeza às adversidades que os rodeiam. Apesar das feridas compartilhadas e das ocasiões em que se magoaram, o amor que habita em seus corações permanece, servindo como uma lembrança constante de sua conexão inabalável. Quando se abraçam, é como se fossem um só, compartilhando sentimentos que iluminam os seus dias e preenchem suas vidas de alegria.— Querida, quando você mencionou aquela noite no hospital, estava se referindo à noite anterior ao velório de nossa filha? — Pergunta, seus olhos refletindo tristeza, enquanto seus dedos deslizam suavemente por seu cabelo.— Sim, foi a noite em que sonhei com você — Responde, desvencilhando-se delicadamente do abraço dele. Ela caminha até a cama e se acomoda na ponta, sua
Com ternura, Alex acolhe Rebecca em seus braços e acomoda-se na poltrona, enquanto acaricia a mulher delicada que derrama lágrimas. Seu desejo é protegê-la do sofrimento que a assola. Pouco a pouco, o calor do corpo de Alex começa a suavizar a turbulência que a envolve e ela se refugia em seu abraço reconfortante.— Querida, entendo profundamente a dor que isso representa para você. Foi somente quando a vi ferida novamente que percebi a extensão da maldade que nos cerca. Sinto um peso em minha alma por não perceber antes.— Não havia motivos para suspeitas, não se culpe. Naquela época, eu mesma acreditava na atrocidade que aleguei ter cometido e fiz você compartilhar dessa crença. Se você tivesse qualquer desconfiança, teria resolvido tudo muito antes. — Fala, traçando suavemente os dedos pelo rosto de Alex. — Como você descobriu?— Ao ler cada palavra de sua carta, na qual você expressou sua falta de memória daquele fatídico dia e ao conectar as peças do que aconteceu no trágico ataqu
Nicole mantém um sorriso maldoso nos lábios enquanto observa Rebecca. As mãos trêmulas de Rebecca tentam abrir desesperadamente a porta, enquanto Nicole a estuda, questionando como Alex um dia pôde se envolver com alguém tão patética.— Precisa de ajuda para abrir a porta, donzela? — Sussurra provocativamente no ouvido de Rebecca. — Parece tão nervosa, o que aconteceu, ratinha? — Ela provoca com um toque de sadismo, observando a porta finalmente ceder e se abrir.Rebecca, ansiosa para se livrar da presença ameaçadora de Nicole, adentra seu apartamento e tenta fechar a porta, mas Nicole a impede com firmeza, empurrando-a com força. Ao entrar no apartamento, Nicole traz consigo uma atmosfera carregada de tensão e hostilidade, criando um cenário ainda mais angustiante.— O que diabos você pensa que está fazendo? Saia agora mesmo da minha casa. — A voz de Rebecca tremia de fúria.— Cale a boca e feche essa m*****a porta. Precisamos ter uma conversa de mulher para… — Faz uma pausa e encara
Rebecca ergue-se com determinação, suprimindo o tremor que percorre seu corpo, decidida a não deixar transparecer o medo que a assola naquele momento. Com mãos trêmulas, ela toca o corte em sua bochecha, onde o pequeno canivete de Nicole deixou uma ardência aguda. Nicole, com o rosto ensanguentado e começando a inchar ao redor dos olhos, debate-se nos braços do homem musculoso que a segura com firmeza.— Solte-me imediatamente! — Ordena Nicole, sua voz impregnada de raiva, os olhos faiscando em fúria. — Me larga agora! — Grita, debatendo-se desesperadamente.— Se você se acalmar, eu vou soltar você. — Responde o homem com uma voz grave e rouca, mantendo sua presa com firmeza.— Sr. Hughes, agradeço por sua presença. Por favor, não a solte, não aqui dentro. — Suplica Rebecca. — Ela está desequilibrada, estava prestes a me matar.— Srta. Jenkins, ligue para a polícia. Posso mantê-la aqui até a chegada deles.O rosto de Nicole é tomado por uma expressão de medo e insegurança. Ela sempre t
Rebecca estaciona seu carro diante da imponente galeria de Eduardo Walsh, um edifício cujo projeto ela própria havia contribuído no passado. Com uma elegância que não passa despercebida, ela desce do veículo e entrega as chaves ao manobrista, antes de adentrar o espaço onde o aguardado evento da nova coleção de Walsh está em pleno andamento. À medida que ela se movimenta entre os presentes, sua presença exala um carisma irresistível.Vestida em um deslumbrante vestido vermelho, habilmente desenhado para se fechar na frente e revelar suas costas nuas, ela se destaca como um ícone de sofisticação. Seu cabelo está cuidadosamente apanhado em um coque elegante, acentuando seu pescoço e ombros, enquanto a maquiagem realça seus olhos hipnotizantes. Seu toque final de elegância é um conjunto de joias de diamantes rosados, moldado como asas de anjos, um presente de Eduardo concedido a ela há muitos anos. No centro da multidão, sua beleza e sofisticação brilham com intensidade.— Meu amor, você