À medida que os dias deslizam pelo calendário, Rebecca se vê envolvida por uma teia crescente de frustrações. Os dias, que inicialmente se arrastavam, agora se transformaram em meses que contam a história de sua incansável busca por Alex. Seu cansaço é evidente, um manto de exaustão que a envolve, e seu ânimo oscila entre o brilho efêmero de dias ensolarados e as sombras que pairam nas horas mais solitárias. O desânimo tornou-se seu companheiro constante, uma sombra que sussurra a impossibilidade de contatar o pai de seus filhos.No entanto, no meio desse turbilhão de emoções, os pequenos milagres que crescem em seu ventre se erguem como faróis de esperança em sua vida. Eles tornaram-se, sua prioridade inquestionável.Numa tarde de agosto, Rebecca se encontra diante de um espelho em uma loja de artigos de luxo para bebês. Seus olhos se perdem na visão de sua barriga, uma esfera de vida que já carrega quase seis meses de histórias. Enquanto seus dedos acariciam a curva, uma voz amiga a
Num hotel à beira-mar em Nassau, nas Bahamas, Alex se debruça sobre o parapeito da varanda, observando as águas cintilantes do oceano à sua frente. Com seu celular em mãos, ele acessa o perfil falso que meticulosamente construiu no passado, após seu encontro com Rebecca. As fotos dela aparecem na tela, retratando sua beleza radiante em meio à gravidez. Com um olhar firme, Alex escolhe o número de telefone e faz a ligação.— Maria, boa noite. — Diz, ao ser atendido. — Conseguiu concluir tudo a tempo? — A impaciência em sua voz é inconfundível.— Alex, sim, consegui. Deixei o pacote que você enviou no apartamento dela, com rosas e balões. Tudo está perfeitamente preparado, como você planejou.— Ótimo, agradeço imensamente por tudo, Maria. — A gratidão em sua voz é inegável.— E quando você retornará para Boston?— Chegarei amanhã à noite, por volta das 10h.Maria sorri com entusiasmo, compartilhando da antecipação da felicidade de Rebecca ao revelar finalmente a Alex que os filhos que el
Rebecca transborda de alegria com a notícia da volta de Alex. Ela arruma cuidadosamente a pequena caixa na mesa da sala de estar e prende um balão em forma de coração com a inscrição “eu te amo”, imaginando as emoções que ele experimentará ao descobrir aquela encantadora surpresa.— O que você acha? Será que está muito simples? — Pergunta, com um toque de insegurança na voz.— Simples, mas absolutamente perfeito. — Maria responde, tranquilizando-a. — Para Alex, o que realmente importará é o significado que está contido dentro desta caixa.— Escrevi uma carta, mas agora que estarei aqui para recebê-lo, você acha necessário?— Suas palavras escritas com o coração serão um toque especial nesse momento. — Maria responde, e um sorriso nasce nos lábios de Rebecca.— Vou preparar um jantar para ele! Mal posso esperar para vê-lo, abraçá-lo e testemunhar o sorriso em seu rosto quando confirmar que é o pai de nossos filhos. — Diz, emocionada. — Maria, apesar de todas as mágoas que Alex me causou
Rebecca abre lentamente os olhos, sua visão ainda turva. Seu rosto lateja de dor, e lágrimas escorrem de seus olhos. Ela sente a mão do estranho deslizando por seu corpo, e um calafrio percorre sua espinha. Num ato de desespero, ela se arrasta pelo chão, afastando-se das mãos ameaçadoras do homem sinistro.— Ainda bem que você acordou. Não tenho interesse em brincar com mulheres inconscientes. — Vocifera, sua voz ecoando ameaçadoramente no ambiente. — Como alguém poderia querer se livrar de uma mulher tão incrivelmente bela e cativante como você? — Indaga, segurando-a pelos pés e arrastando-a em sua direção.— Não! Não me toque. — Grita, sapateando e acertando o rosto dele com os pés. Com esforço, ela se apoia no sofá e tenta se levantar, mas sente seus cabelos sendo brutalmente agarrados e violentamente jogada novamente ao chão.— Quanto mais você resistir, mais dolorosa será sua situação. — O homem ameaça, dominando-a. — Você é uma mulher atraente e mulheres grávidas têm seu próprio
No hospital, o choro incessante das mulheres ecoa pelo ambiente enquanto absorvem as palavras de Richard. Ele suspira e passa a mão pelos cabelos, sentindo seus próprios batimentos cardíacos acelerados.— Fiquem calmas. — Pede, olhando para suas amigas. — Rebecca e os bebês estão bem. — Sua voz trêmula e os olhos marejados refletem o medo que o consome.O clima de comoção no ambiente se faz presente, as mulheres abraçam seus maridos, tentando encontrar conforto naqueles momentos de desespero. Toda a situação é extremamente dramática, e a incerteza paira no ar, como uma sombra ameaçadora, enquanto esperam por mais notícias. Cada segundo parece uma eternidade.— Richard, por que você fez isso? — Questiona Luiza, enxugando as lágrimas. — Por que mentiu?— Entrei em pânico ao vê-lo. Vocês não ouviram aquele áudio, mas eu ouvi. É assustador. Vocês sabem que Alex não ficará muito tempo preso. Precisamos garantir a segurança de Rebecca e dos bebês.Luiza senta-se incrédula, com aquelas palavr
Na casa de Nicole, Peter está sentado no sofá, observando atentamente o surto dela. Era um cenário que já se repetira inúmeras vezes, sempre que as coisas fugiam de seu controle. No entanto, ele aprendeu que o melhor caminho era manter distância, evitando tornar-se alvo da fúria dela. Desde os primeiros dias ao seu lado, Peter compreendeu o quão desequilibrada Nicole podia ser e que a obediência às suas ordens era a melhor estratégia para evitar as consequências severas que ela e sua família poderiam impor. Com um taco de golfe, Nicole desferia golpes devastadores na enorme televisão da sala, despejando sua frustração em cada pancada.— Me explica isso, Peter. Como seis homens, seis, deixaram aquela idiota escapar? — Pergunta, sua voz ecoando entre os destroços da sala.— Pelo que entendi, quando o Natan chegou, apenas um deles estava no apartamento. — Responde, observando Nicole destroçar a televisão e rezando para que, dessa vez, sua fúria não se voltasse contra ele.— Maldito Natan,
Rebecca passou aquela noite em claro, seus pensamentos completamente tumultuados, e a dor que seu corpo suportava era apenas uma sombra diante da tormenta emocional que a assolava. No silêncio sufocante do quarto, ela toma finalmente a decisão que vinha recusando nos últimos dias. Com as mãos acariciando sua barriga, lágrimas escorrendo sem controle de seus olhos, ela sabe que não pode mais adiar o que precisa fazer. Quando Richard entra no quarto para examiná-la, ele é surpreendido pela visão de Rebecca, vestida e com um olhar vago, sentada na cama.— Você demorou hoje. — Comenta, observando-o com olhos distantes. — Para onde devo ir? — Pergunta, desviando o olhar para o chão.— Do que você está falando? — Indaga, confuso e preocupado— Vocês não passaram a semana inteira me dizendo que eu deveria ir embora? Estou pronta para isso! Qual é o meu destino? — Pergunta, com um olhar que esconde uma mistura de emoções incompreensíveis.— Eu não sei, Ryan estava cuidando de tudo. Ele estará
Na manhã seguinte, Alex é acordado por uma enxaqueca pulsante, um lembrete implacável da noite anterior, uma noite vazia e dolorosa onde a bebida apenas ampliou sua solidão. Ele se levanta do sofá, senta-se e encara mais uma vez a pequena caixa sobre a mesa. As mãos encontram seu rosto e ele solta suspiros profundos, encarando a dura realidade que o envolve.Determinado a não perder mais tempo, Alex reúne seus pertences entregues pelo advogado e coloca o celular para carregar. Ao se aproximar da mesa, seus olhos são atraídos mais uma vez para os sapatinhos brancos, uma visão que o oprime com uma tristeza dilacerante. Com as mãos trêmulas, ele pega o envelope que descansa ao lado da caixa e se acomoda no chão, recostado no sofá, pronto para mergulhar na leitura da carta. A tristeza o envolve de maneira intransigente, como uma sombra que não o deixa escapar, uma presença angustiante em sua vida solitária.“Oi, papai, estávamos te esperando para te contar que na mamãe agora batem três cor