ZayaEles continuam falando, porém eu não ouvia absolutamente nada. Eu continuava pensando numa maneira de conseguir chegar nos dados do inquérito do caso do Henry e nas fichas da delegacia o mais rápido possível. Eu precisava encontrar o nome daquele desgraçado, um rastro, seus pontos fracos e quando descobrisse seria ali que eu iniciaria a minha luta. Mas, nada que eu pensasse seria possível fazer sozinha, a não ser uma coisa e era isso mesmo que eu faria. Eu comecei isso sozinha, e assim iria até o fim. Olho para o relógio na parede, já passavam das oito da noite e eu precisava me preparar para logo mais. Mas, com esses três aqui dentro dessa casa isso não seria possível. Então, dei logo um jeito de expulsa-los daqui o mais rápido possível. Saio da sala em silêncio e vou até a cozinha fingindo procurar algo para comer na geladeira. Pego um papel e começo a escrever uma lista imensa de itens que possivelmente estariam faltando na dispensa. Afinal, já faz mais de dois meses que não
ZAYAAlgum tempo depoisAo sair daquela delegacia o nome do tal sujeito que estava no inquérito não saia da minha cabeça: "Fernando Lopez". Isso só poderia ser uma coincidência ou uma brincadeira do destino. Minha cabeça estava a ponto de explodir e acabei parando na orla da praia do Leblon para espairecer um pouco ou essa adrenalina ia acabar me matando. Estacionei a moto próximo ao calçadão, tirei o capacete colocando no cotovelo esquerdo e segui para a areia. Eu sempre fazia isso quando precisava pensar, tomar uma decisão difícil ou me afastar de todos. E esse era um desses momentos. Sentei na areia e tirei a pasta com o caso do meu menino de dentro da minha camisa. Começo a folhear e confirmo que era mesmo o tal nome "Fernando López" que estava como principal suspeito, mas ao lado entre parênteses tinha algo escrito. Aperto um pouco os olhos e consigo ler... estava escrito: (Animal)."Então é isso! O tal pingente de diamante com a letra "A" significa Animal." — penso"Realmente c
ZAYADou partida na moto pegando o retorno e paro em frente à Flor. Ela se assusta com a minha aproximação, mas logo se tranquiliza quando levanto o visor do capacete e falo:— Te vi aqui parada nesse ponto de ônibus sozinha e fiquei pensando: Acho que devo fazer a minha boa ação do dia por completo. — falo e ela me olha sem entender — Por completo? O que você quer dizer com isso? — Flor pergunta — Quero dizer que só ficarei tranquila quando tiver a certeza de que você esta em segurança. E isso só vai acontecer quando você estiver em casa. E isso só pode acontecer se eu mesma te levar até lá. — falo e Flor continua paralisada me olhando. — Sobe aí na garupa que te dou uma carona até em casa Flor. — falo destravando o cinto de proteção do meu capacete e tirandoArrumo um pouco o cabelo prendendo com um elástico e ela fala:— Não precisa Ninja, logo o ônibus 313 passa e chego em casa rapidinho. — ela fala sem jeito— É perigoso Flor. Já viu que horas são? Já passa da meia noite. Sobe
ZAYA "NINJA"Continuo paralisada com o telefone tocando sem parar no meu bolso.— Vai atender essa porra não? — animal grita— Deixa ela em paz Nando! Para com essa palhaçada. Pelo amor de Deus, de onde você tirou que ela é suspeita de alguma coisa? — Flor grita tomando meu partido desviando a atenção e consigo apertar o silenciador do celular sem que ninguém percebesse— Você parece que tem uma chama pra trazer problema pra cá Flor! Caralho! Eu te avisei pra não trabalhar naquele lugar e tu não quis ouvir. Agora arrasta gente estranha pra cá nessa porra? O que você tá querendo, foder com a minha vida porra?— Você fala de um jeito como se meio mundo fosse assassino como você. E outra, você não precisa que ninguém destrua a tua vida, porque isso você já fez sozinho. — Flor fala me olhando e continuo quieta observando tudo e sinto o cara se aproximar ainda mais de mim— Aqui é minha casa Flor, o meu lugar e tem muitos querendo a minha cabeça. Quando você vai entender que tem o mesmo sa
ANIMALMadrugada JacarezinhoJá faz mó tempo que o Jacarezinho tava de boa, a casa tava em ordem, tudo caminhando na suavidade e nossos negócios girando a mil grau. Nós dava o arrego pros verme ficar na manha e nós seguia o fluxo na moral. Falo pra tu que até já tava acostumando com essa tranquilidade, até Flor colocar nas idéia que pra ser independente tinha que ter um trabalho. Porra! Pra que essa merda de trabalho? Já não bastava ter liberado os estudo dessa matusquela e as saída dela sem escolta? E ela só pra foder de uma vez com as parada, ainda me arruma essa de liberdade e direito de ir e vir? Porra maluco! Vou te dizer viu, eu tava até tentando ser suave, mudar meu jeito bronco de ser com geral, principalmente com ela por carregar meu sangue. Mas com essa doida era missão quase impossível viu. Puta que pariu...Enfim... depois de tanto ela buzinar no meu ouvido e Senegal ficar tomando partido dela, eu acabei liberando. Até que durante o primeiro mês tava tudo suave, Kikito fi
ZAYAJACAREZINHO2:00H a.m.[Tentativa de Invasão]Estava encurralada e completamente sem saber o que fazer. Eu sempre soube me sair bem de situações difíceis e de risco. Mas, desde o que aconteceu com meu filho tudo mudou na minha cabeça. E sempre que vejo algo difícil e me sinto sem saída entro em crise. Parece que tudo silencia a minha volta e fico completamente desnorteada. Isso com certeza é o efeito da minha obsessão por encontrar o culpado e justamente hoje quando o encontro fico paralisada. E em seguida me vejo diante de uma invasão comandada por nada mais do que o exército brasileiro. Puta merda! Será que nunca poderei resolver as coisas por si só? Pelo visto devem ter descoberto a minha visitinha surpresa no DP da Cívil e agora vieram confirmar se estou aqui ou não. Será que o telefonema era para me avisar de algo? Penso colocando a mão no bolso da jaqueta e pegando o celular. Ligo o aparelho e ao deslizar a tela de bloqueio confirmo minhas suspeitas vendo o número do Dani
NinjaSe ele tem poder para traficar algo assim, imagina tudo o que ele não será capaz de fazer com o Daniel e todos os soldados. Não! Eu preciso ajudar o Dani. Não posso ficar aqui como uma covarde quando meu melhor amigo está correndo risco de vida. Eu não posso! Não posso!Balanço a cabeça gritando mentalmente comigo mesma e ouço Flor desesperadamente me chamando para entrar no lugar onde chamavam de cofre. Realmente aquilo ali era uma fortaleza e pra derrotar esse monstro eu preciso me infiltrar. E a única maneira de fazer isso sem ser descoberta é aceitando a proposta que ele me fez de treinar aqueles merdas que ele chama de fiéis. Mas, pra isso ele precisa estar vivo, pra assim confiar em mim e pelo visto eu sou a única capaz de fazer isso acontecer. E pelo meu filho eu faço! Chegou a hora de eu entrar de cabeça no inferno em busca de justica. E estou ciente que depois disso minha vida nunca mais será a mesma.Olho para Flor e vou me aproximando dando a impressão de que eu entr
AnimalTava abraçado a Flor e mó feliz por ter saído outra vez lisinho dessa invasão, quando levo o maior susto com o grito dela.— Cadê a minha amiga Nando? O que você fez com ela? — Flor empurra o tio saindo do abraço — Calma Flor! Não fiz nada pô. Ela tá a... — olho pro lado procurando a mágica e ela evaporou como uma ninja mesmo tá ligado — Ué... tô entendendo porra nenhuma. Ela tava aqui comigo agora mesmo depois de salvar a minha pele da mão dos cana. — falo coçando a cabeça ainda desacreditado — Para de palhaçada Nando! Você prendeu ela, eu sei. — Flor grita me encarando— Eu não fiz isso. Dou a minha palavra pô. Qual foi Flor, não acredita mais no teu tio não? — Sinceramente não! Você é capaz de fazer tudo pra conseguir o que deseja e não duvido nada que tenha prendido a Ninja só pra ela aceitar a tua proposta de treinar os moleques. Tô errada!? — ela me enfrenta e eu não tinha como negar, porque na moral eu sempre fiz de tudo pra minhas ordem serem cumpridas e geral aqui s