CAPÍTULO 35 Vicente sentia a sua cabeça girar, e aquelas grades pareciam cobras, ficou atormentado, sentado no chão, no meio da cela com medo. Anelise não se apressou em ir até lá. Precisou ir até em casa e ainda por cima pegar o carro do seu pai emprestado. — Eu não demoro, paizinho! Vou apenas resolver um assunto e despachar um pacote, então volto! — disse meias verdades, pois Vicente iria voltar pelo mesmo caminho por onde veio, segundo ela. — Está bem, filha! — então ela saiu e foi até a delegacia. Chegando lá o investigador lhe pediu que assinasse alguns papéis. — Eu não entendo o que querem de mim. O Vicente não pode sair sozinho? Tipo: eu assino o que é necessário e ele vai embora com as próprias pernas? — Senhora... a situação é séria, e talvez a senhora precise levá-lo para o hospital! Deram uma droga que é alucinógena, pelo que ouvi é chá de cogumelo. Então, ele não pode nem ser interrogado, por sorte esclarecemos as coisas! — Anelis
CAPÍTULO 36 — Por acaso, este é o pacote que você foi “despachar”, filha? — Jorge perguntou e Maria o questionou. — Não disse que não sabia o que ela havia ido fazer? — colocou a mão na cintura. — E, não sei... essa foi a única coisa que ouvi! — Anelise viu a cara da sua mãe de brava, e que Vicente estava se escondendo atrás da porta e precisou interferir. — Mãe, pai... eu sinto muito, mas precisei ajudar o Vicente. O investigador de polícia me ligou e ele não está bem! Vou precisar colocá-lo debaixo do chuveiro para ver se melhora, e ele vai ter que dormir aqui, mas amanhã bem cedo vai embora! — Então esse é o Vicente? Vocês não haviam terminado? — a sua mãe perguntou, tentando encontrar o Vicente que estava se escondendo atrás da porta. — Ane saia daí, o tigre está vindo perto de você! Cuidado, Ane! — Vicente segurou a mão de Anelise, e ficou puxando, enquanto ela tentava explicar. — É o Vicente, mas não estamos juntos! — respirou fundo, passou a mão livre na testa. — Eu p
CAPÍTULO 37 — Anelise? Quem é esse cara? — Nayara questiona. A sua expressão é de raiva, coloca a bolsa na mesa e as mãos na cintura. Vicente fica olhando sem entender, e Anelise passa por ele e fica na frente para explicar: — É o Vicente, meu “ex”! Não arrumei nenhum outro! — Nayara levanta as sobrancelhas e move a cabeça confirmando, porém volta a pegar a bolsa e vai para cima de Vicente pela lateral. — Quem contou onde a gente mora? Hein? Eu não disse que ela não queria saber de você? Mas, é muito abusado, mesmo! — Ai! Ai! — Vicente reclamou das bolsadas que Nayara estava dando nele. — O que é isso? Pare! — Anelise precisou ajudá-lo, separando a irmã. — Nayara, pare com isso! Vicente não está bem, vai machucá-lo! Ficou louca? — Nayara a olhou enfurecida, soltando os braços sobre o próprio corpo. — Eu não acredito... — O quê? — Não acredito que já perdoou o cara! — colocou a bolsa na mesa com raiva e puxou uma cadeira. — Se
CAPÍTULO 38 — Mas, o que eu fiz? Eu não entendo, deixei todas as coisas de lado para vir atrás de você, nem sei exatamente onde estou, ou oque aconteceu, e você ainda me rejeita? — gesticulou, e Anelise sentou na cama, mais afastada dele. — Eu não te chamei aqui, nem sei porque veio! Eu pensei que tivesse ficado claro o suficiente que acabou! — Vicente arregalou os olhos, tentando segurar na mão dela. Ele não imaginava ouvir isso dos lábios de Anelise. — Do quê está falando? Anelise, você me prometeu que nunca me deixaria quando te contei em péssimo estado, o que Alicia fez comigo, você me olhou nos olhos e disse isso! — Vicente estava trêmulo. Lembrar desse dia o deixava tenso, e ainda mais nas circunstâncias da conversa de hoje. — Você também prometeu que cuidaria de mim quando ficamos juntos... — E, não cuido? Sempre cuidei, quando foi que... — Anelise não esperou ele terminar a frase. Empurrou as mãos de Vicente, levantando da cama. — Já chega! Se
CAPÍTULO 39 Jorge chamou a esposa, e então Nayara também apareceu. — Acho que roubaram o carro, já liguei para a polícia! — Ah, deve ser aquele esfomeado que a Anelise trouxe, pra mim está enganando ela, não gostei nada, dele! — Nayara comentou, indignada. — Nossa, será que não foi a Ane, Jorge? — Maria lembrou, e na mesma hora ele se preocupou, mostrando os dentes. — Meu Deus... vou ligar para ela, agora mesmo! — ele pegou o celular apressado e começou a ligar para Anelise, mas mesmo ouvindo tocar, ela não atendeu. Na mente dela, não poderia ser ninguém além de Vicente, então deixou na bolsa. Quando desceu do carro, levou um susto ao olhar e ver Vicente com o carro do seu pai, e ele não estava no celular, então o desespero bateu, quando imaginou quem seria que estivesse ligando, pois ela nunca havia pego o carro sem avisar, e agora teria problemas. Anelise se apressou em pegar o celular e atender a ligação, deu uma leve olhadinha na t
CAPÍTULO 40 — Significa que você nem me conhece, Vicente! Não percebe que nunca parou para prestar atenção em mim? Nunca tentou me entender, ou ver as coisas do meu ponto de vista!? — Anelise abaixou o tom de voz e chegou mais perto, teve receio por causa do trabalho ser tão perto. — Mas... — Vicente tentou falar, porém ela deu de dedo, nele. — Ah, claro! Nunca me perguntou se quero presentes, é mais fácil para você tentar pagar tudo com o seu dinheiro, não é? — gesticulou, erguendo as mãos, com uma expressão de chateada. — A cada vez que se sentiu culpado me levou presentes, e aceitei, porém não trouxe nenhum deles, porque não era isso que eu esperava, eu só aceitava por você. Mas, tentou comprar o meu sangue, Vicente! Isso não posso perdoar! — Anelise sentiu a sua voz embargada, Vicente criou uma mágoa nela, muito grande. — Me perdoa, Ane! Eu não pensei em nada naquela hora, só pensei que você não quisesse ajudar uma pessoa doente! — Anelise sentiu as lágrimas de
CAPÍTULO 41 CAPÍTULO 41 Vicente passou a tarde resolvendo coisas da rede de hotéis, seu novo quarto, e conversando com o seu assistente sobre o novo investimento pelo celular. Final do dia ele passou na academia, porém Anelise já havia ido embora, então seguiu pelo mesmo trajeto que fez pela manhã. Deu algumas voltas, ficou um pouco perdido, mas encontrou a casa dela. Anelise ignorou quando ele buzinou, mas seus pais perceberam. — Ele ainda não foi, embora? — sua mãe perguntou e ela ficou vermelha, olhou para fora pelo vidro da sala, e não sabia nem aonde colocar as mãos. — Vou resolver isso de uma vez por todas! — falou firme e colocou a mão na maçaneta da porta; quando seus pais assentiram confirmando, ela criou coragem e foi até a rua, do lado de fora do portão. Vicente estava com um dos seus carros, já usava um de seus ternos, o cabelo estava bem penteado... Anelise observou, “o CEO havia voltado”. — O que você quer? — foi direto ao ponto. — Oi, Ane! Vim para a gente res
CAPÍTULO 42 — Eu só vou dizer uma vez... espero que você vá embora! A minha filha está muito melhor sem você, e não estou disposto a vê-la sofrer, e nem muito menos a cena que vimos agora pouco! — senhor Jorge falou e Vicente ficou sem graça, pelo visto a primeira impressão não foi das melhores. — Sinto muito, vou tentar melhorar! Mas, não posso ficar sem Anelise! Vocês são os pais dela, não é? — Sim, somos os pais. E, você deveria ter pensado nisso antes de deixar que ela quisesse partir! Porque só a deixamos lá, porque ela parecia muito melhor do que aqui, estava sorrindo e até havia voltado a trabalhar. Mas, se isso não acontece mais, quero ela aqui com a gente! — Maria lembrou. — Acho melhor você ir embora, rapaz, já deve ter notado que Anelise não quer mais falar com você! — Jorge disse mais firme, e segurou no braço da esposa, a chamando para entrarem. Vicente não teve coragem de argumentar, eram apenas “pais”, preocupados com a sua filha. Ele foi do out