Tarde de domingo — Nênaly
Confesso que eu fugi de Henrique hoje o dia inteiro… eu ainda estava muito pensativa, querendo encontrar uma resposta pra ele, mas ainda estava confusa.
Respirei fundo e comecei a chorar, até quando eu vou ficar sofrendo desse jeito por um amor que não vai voltar nunca mais.
Até quando essa dor dentro de mim vai ficar esmagando o meu coração, até quando eu vou sentir tanto a sua falta a ponto de querer morrer pra estar contigo? Meu anjo, essa dor nunca vai passar? Essa sensação de que um dia você vai voltar não vai passar? A minha cabeça tem a total certeza de que isso nunca va
Meses depois… Ricardo — Canadá.Alguns meses se passaram desde que acordei na casa do Senhor Francisco, desde que descobri tudo sobre mim, mas até agora não consegui me lembrar de nada e nem sei se vou conseguir, me esforço todos os dias, mas nada, nenhum lembrança.Eu já estava trabalhando, em uma livraria no centro da cidade, Lana me ajudou a conseguir o emprego e também conseguiu um pra ela no mesmo lugar, ela adorava livros e eu me identificava também, embora eu tendo lido alguns livros de administração tenha me identificado muito mais, ainda mais depois que a gerente me deixou como caixa para organizar as contas da livraria, eu dominei bem rápido, algo me diz que eu já trabalhei com números.Eu já estava morando na casa ao lado da casa de Lana, eu não quis ficar na casa deles, não quis ser um peso e nem quis incomodar mais… Nós nos tornamos muito amigos, sempre estávamos
Dias depois… Rio de Janeiro – NênalyParece que finalmente tudo tomou um rumo certo, eu estava bem, estava namorando com Henrique, ele estava sendo um fofo, mas nós últimos dias nós vimos pouco pois ele estava com muito trabalho, mas eu estava feliz, tudo estava muito bom, meus livros estavam sendo vendidos em vários países, eu estava orgulhosa demais de tudo isso.Finalmente a minha vida estava voltando aos trilhos certos.Enquanto eu me arrumava pensava que eu precisava mesmo me dar essa chance, que não fiz errado, que me arrisquei e acertei, agora é só viver.Desci para o café da manhã e Leandro estava com Heloísa na sala discutindo.— Hei, o que está havendo aqui? Perguntei.— Seu irmão é um mala, pensa que pode mandar em mim, eu faço da minha vida o que eu quiser… disse ela.— A sua amiga é uma irresponsável
Depois do dia agitado de trabalho, finalmente cheguei em casa, tomei um banho e coloquei uma roupa confortável… passei o dia tentando ligar para Henrique e nada, ele não atendia.Então resolvi que vou esperar ele retornar, não vou mais insistir, o mais interessado em nós dois era ele e parece que ele não está ligando nem um pouco.Me sentei em minha cama e peguei minha caixinha onde guardo as lembranças do Cadu, abri e fiquei olhando as fotos, no fundo da caixa tinha uma caixinha dessas que vem anéis, e lá estava o anel que ele havia me dado quando começamos a namorar… nossa, meus olhos se encherem de lágrimas, peguei a caixinha e abri, o anel estava lá, então tirei e coloquei em meu dedo novamente.— Nunca vou esquecer você Cadu… eu disse olhando o anel… por mais que eu tente, por mais que me digam que preciso deixar isso pra trás, eu não consigo, pelo menos ainda não, eu tentei, eu tentei seguir e me envolver com alguém, ma
Dia seguinte… NênalyAcordei o mais cedo que eu pude no dia seguinte, não consegui arrumar minhas malas para a viagem ontem pois acabei dormindo em meio aos meus pensamentos… a madrugada não foi fácil, acordava assustada várias vezes, pensando no Cadu, os pensamentos nele não saiam da minha cabeça, e eu confesso, não estava aguentando mais tudo isso, eu estava a ponto de enlouquecer.Depois de arrumar minhas coisas, me arrumei e desci com as malas, fui para a cozinha tomar café.— Bom dia família… eu disse entrando na cozinha e me sentando a mesa.— Bom dia… eles responderam.— Tudo pronto amiga? Perguntou Helô.— Sim, tudo pronto… eu disse.— Você vão ficar quantos dias? Perguntou Leandro.— No máximo uma semana… eu disse...relaxa, não vai ficar muito tempo longe d
Canadá - RicardoAcordei pela manhã com um pouco de dor de cabeça... hoje eu estava meio estranho, andei tendo uns sonhos esquisitos, um sonho onde eu estava no mar, muito bonito, muito azul e um pouco revolto, eu pegava algumas ondas, mas de repente cai da prancha, estava me afogando, tentando me segurar na prancha mas ela estava escorregadia demais e eu não conseguia... isso me deixou muito inquieto, será que era uma lembrança do meu passado, ou era um sonho ou pesadelo qualquer... não sei, se ao menos tivesse alguém pra me confiar que isso aconteceu de verdade, mas não tem ninguém.Eu me cansei de procurar pela minha família, em todos os lugares que tentei não tem nenhum registro, Gabriel Campos é um nome comum, e aqui no Canadá eles não vivem, com certeza em outro país bem longe daqui.Eu decidi que iria viver daqui pra frente, sem preocupações, mas isso foi antes de eu ter esses sonhos estranhos... mas n
Entardecer de sexta-feira — Canadá — RicardoA semana passou depressa, Lana e eu conseguimos resolver as coisas na livraria para podermos viajar para o Brasil amanhã, só precisávamos ficar até hoje a noite, quando a autora do livro Acredita em anjo viria a livraria para uma noite de autógrafos.Eu passei a semana inteira pensando nela, na Nênaly, o livro dela mexeu comigo de uma forma tão estranha, intensa, diferente, aquela carta dirigida ao tal Cadu me fez ficar muito triste, pensando em tudo que ela estaria sofrendo com a morte dele, eu queria muito conhecê-la, e quem sabe ter a oportunidade de dizer alguma coisa, não sei, qualquer coisa, espero poder vê-la hoje a noite, se eu não estiver muito ocupado é claro, a livraria com certeza vai estar bem cheia, não sei se vou ter a oportunidade, mas vou tentar.Não contei nada pra Lana, eu não queria contar que estava tendo sonho
RicardoPensei que teria sorte e conheceria a Nênaly, mas não consegui… só consegui mesmo dar uma fugida e vê-la de longe… confesso, quando a vi senti meu coração bater mais forte, ela era tão linda quanto na foto, parecia de verdade uma boneca, se Alana soubesse disso morreria de ciúmes, mas não posso negar que a beleza dela me encantou, não sei, mas eu não tive reação alguma, eu só conseguia ficar olhando pra ela e admirar o quanto ela era gentil, simpática, sorrindo e tirando fotos com o público, deu pra ver que ela era muito receptiva e não tinha essas coisas de superioridade.Mas, infelizmente não pude sair da administração para ir falar com ela, não deu, a minha gerente ficou lá conosco o tempo inteiro, se certificando de que eu estava deixando tudo em ordem antes de eu ir viajar.No fim do expediente, ela já havia ido embora a muito tempo, então não tive a chance de co
Nova York — HenriqueEu não imaginava que Nênaly havia vindo para Nova York, ela nem de disse nada, e muito menos imaginava que fosse encontrar ela no parque no exato momento em que encontrei Andressa, minha distração aqui.Que azar! Não era pra Nênaly ter visto nós dois, agora ela está pensando o pior de mim, claro que não me importo nem um pouco, mas isso não é conveniente pra mim, como vou continuar com ela pra me vingar? Se bem que, uma traição como ela sofreu no seu primeiro relacionamento não foi nada mal, mas não era pra ter sido agora, eu precisava tê-la por completo pra terminar minha vingança.Vou voltar ao Rio para ver o que posso fazer, como tento reverter essa situação, embora eu ache que não terá concerto, mas preciso fazer algo, se ela for irredutível, aí eu digo logo toda a verdade pra acabar de vez com isso, já estou de saco cheio de pagar de bonzinho, minha