Chegamos ao hospital e logo fomos pedir informações na recepção… a recepcionista disse que o médico viria falar conosco assim que possível, então ficamos na sala de espera, e eu já não suportava mais esperar tanto, eu queria ficar com meu anjo, cuidar dele, ficar do seu lado e dizer que tudo vai ficar bem…
– Os familiares de Ricardo Foster Mayson… disse o médico, que veio até a sala de espera e todos não nos aproximamos dele rapidamente.
– Eu sou irmão dele… disse Henrique.
– Percebi… disse o médico… preciso que venha comigo, vamos ter que operá-lo e é muito arriscado, você precisa autorizar.
– Que? Operar? Não! Eu disse já em prantos.
– Sim, claro… disse Henrique e ele foi com o médico.
Na mesma hora eu desabei, caí sentada sobre uma poltrona, não dava pra acreditar em tudo isso, era demais, não podia ser, como uma viagem tranquila chegou a esse ponto? Porque se o Cadu era tão
Voltei para a sala de espera e minha mãe estava sentada em uma poltrona, João estava na recepção, quando ela me viu correu pra me abraçar e começou a chorar, eu não entendi nada, mas logo pensei no pior pois ela não estaria assim atoa.– O que aconteceu? Perguntei.– Seu irmão está em coma filho, e o médico disse que só depende dele acordar agora… disse ela chorando.Eu não disse nada, aquilo foi como um baque, eu mal conseguia acreditar… ele estava em coma.– Tia, o médico disse que podemos transferi-lo para um hospital no Rio, só precisamos que a ambulância venha buscá-lo pois aqui eles não têm recursos para levá-lo… disse João.– Sim, sim claro querido, ligue para o hospital e peça por favor, você sabe o número não é?– Sei, eu ligo… disse ele.– Querido, preciso muito da sua ajuda agora… disse ela a mim, mas eu estava em êxtase, não conseguia acreditar no que
Na sala minha mãe estava com dona Lúcia e com o Leandro, me aproximei deles e minha mãe veio e me abraçou.– Que bom que resolveu ir querida… disse ela.– Ele precisa de mim, não posso deixar ele sozinho… eu disse.– Sabe que estamos contigo não é mana? Vai ficar tudo bem… disse Leandro nos abraçando também.Pela primeira vez depois do que aconteceu eu sorri, um sorriso de satisfação pois minha família estava comigo, me apoiava, estava do meu lado.– Vamos querida? Disse dona Laura.– Sim, vamos… eu disse e saímos.Pegamos um táxi e em poucos minutos estávamos no hospital.Fomos até a recepção e pegamos os crachás de visita.– Quer que eu entre com você querida? Disse ela.– Não… tudo bem… preciso fazer isso sozinha… eu disse, e engoli seco, pois o medo só ficou maior agora, e a vontade enorme de chorar já estava quase me vencendo, mas eu tinha que ser forte, pelo menos aqui na frente da mãe dele.– Está bem, eu espero a
Fiquei o dia inteiro com o Cadu e no fim da tarde eu voltei pra casa… chegando não havia ninguém, com certeza meu irmão e minha mãe foram trabalhar e ainda não chegaram.Então fui pro meu quarto, e fui ver meu celular, que tinha mais de mil mensagens, pois todo esse tempo eu o deixei de lado, não queria falar com ninguém, não sai nem de casa, estava mesmo em depressão.Olhei algumas mensagens, haviam muitas mensagens de apoio pelo que aconteceu com o Cadu, e também havia mensagens da Helô e ela dizia que estava com saudades, várias mensagens de apoio dela também e por esses dias ela disse que precisava muito conversar comigo, precisava da minha ajuda, mas como eu não vi, não respondi… então liguei pra ela.– Nena, amiga, é você mesmo? Perguntou ela atendendo, parecia estar muito nervosa.– Oi Helô, sou eu sim, pode vir até aqui em casa? Perguntei.– Claro, sim, eu estou indo agora mesmo… disse ela.– Ok… eu disse e desliguei.Desci novamente
Finalmente Leandro chegou em casa, Helô e eu fomos conversar com ele e contar a novidade, ele ficou bem bravo, não quis acreditar que o filho era dele, teve uma briga feia com Helô, mas depois se convenceu, disse que daria tudo que ela e o bebê precisassem, mas que nem por isso ele ficaria com a Helô, o que a deixou muito mal, pois ela o amava, mas ela jurou que um dia ele se arrependeria e correria atrás dela, mas ela não daria nenhuma esperança a ele, se isso vai acontecer não sei, mas pelo menos tudo ficou esclarecido entre eles, agora é bola pra frente, pois nossas vidas tomaram um rumo completamente diferente do que imaginávamos, e não podemos fugir disso, temos que encarar…1 ANO DEPOIS…NênalyParece que o tempo parou… juro que não saberia dizer se realmente passou todo esse tempo… 1 ano se passou, e não houve um
Depois de me recompor eu saí de casa e fui até a casa da Helô… sua mãe me atendeu e disse que ela estava no quarto com o Leandrinho, meu sobrinho… com todos esses problemas, ao menos uma coisa me deixava feliz, meu sobrinho, ele estava lindo, e faltava pouco pra ele fazer 1 aninho, era a cara do meu irmão, não podia nem dizer que não era filho dele, mas disso eu nunca duvidei mesmo.Subi até o quarto da Helô e entrei, ela estava fazendo o Leandrinho dormir, assim que entrei ele levantou a cabeça e sorriu pra mim esticando os bracinhos.– Atrapalhei né amiga… eu disse indo até ela e o pegando no colo.– Que nada, ele não queria dormir mesmo, eu estava insistindo, mas quem sabe com você ele dorme… disse ela.– E aí, como você está? Me conta, como foi na entrevista de emprego hoje?– Era sobre isso que eu queria falar, eu fui aceita, começo amanhã mesmo! Disse ela animada.– Nossa
Enquanto eu caminhava pelo calçadão da praia, eu olhava o mar e via vários surfistas… e era inevitável não lembrar do meu Cadu, ele estaria ali surfando agora se não estivesse naquela situação, e tudo por causa daquilo mesmo, de uma onda mal pegada, de uma força que puxou ele pra baixo e pra longe… se não fosse isso, o meu Cadu estava aqui… e de repente a cena dele caindo me veio a mente e um desespero horrível tomou conta de mim... eu nunca mais quero nem ouvir falar de surf… atravessei correndo a rua pra não ter que olhar mais aqueles caras, e acabei batendo de frente com alguém subindo a calçada.– Nênaly? Oi… disse alguém, era Fernando.– Fernando… eu disse.– Nossa, quando tempo… disse ele.– É… eu disse.– E aí, tudo bem? Soube do que aconteceu com o Ricardo, mais como eu não estava no país não sei se ele já está melhor, sabe dele? Ainda estão juntos? Perguntou ele.– Bom…
Minutos depois cheguei ao hospital e fui para a sala ver o Cadu, entrei devagar e sua mãe estava com ele.– Oi… bom dia dona Laura… eu disse.– Oi querida, bom dia… disse ela sorrindo.– Como o Cadu está? Perguntei.– Está bem, hoje ele parece muito mais forte, venha ver… disse ela me dando espaço.Me aproximei dele e ele estava tão sereno como sempre, estava com a expressão bem tranquila como se dormisse sem nenhuma preocupação.– Está sim, ele está ótimo… eu disse pegando em sua mão e dando um beijo.– Você também está linda querida! Disse ela.– É… eu tive uma noite de sono boa e pude colocar meus pensamentos em ordem e decidir as coisas dona Laura… eu disse.– Vejo no seu rosto que você aceitou ir para Nova York… disse ela.– É… eu decidi ir… mais o meu coração vai ficar aqui, com o meu anjo.– E
Noite de domingo – Nova York – Nênaly.Nossa, eu estou morta! Que viagem cansativa, eu não via a hora de me levantar e andar, fiquei praticamente um dia inteiro sentada dentro de um avião, mas finalmente ele chegou onde tinha que chegar, Nova York.Estava tão frio, o ar era gelado e chegava sair fumaça da boca das pessoas quando elas falavam.Era tão diferente do Rio, aquele calor enorme, o céu cheio de estrelas e a lua brilhando, aqui o céu era cinza escuro e não dava pra ver nada.Mas, esse era o lugar onde eu iria morar, por quanto tempo eu não sei, mas eu tinha que me acostumar.Peguei minhas malas e pedi um táxi, passei o endereço e ele me levou até o prédio.No caminho muitas pessoas pelas ruas, passeando, muitos casais, e isso me fez lembrar do Cadu, me contive para não chorar novamente.Enfim cheguei, era