Capítulo 15 – "A Proposta da Rainha Vampira"(Narrado por Thalrik) A noite estava fria e implacável, como um lembrete de que os perigos que enfrentávamos iam além de espadas e dentes. O ar carregava um peso diferente naquela noite, uma presença que parecia se infiltrar em meus sentidos como uma névoa persistente. Ser chamado para uma reunião com Serath Evralis, a rainha dos vampiros, não era algo que eu esperava, nem desejava, mas quando os mensageiros sombrios dela chegaram, recusar não era uma opção. — Vai sozinho? — perguntou Draegon, o tom de desconfiança claro em sua voz enquanto me observava vestir a armadura de couro negro, reforçada para suportar qualquer ataque rápido. — Preciso — respondi sem olhá-lo diretamente. — Isso é algo que só eu posso lidar. Ele bufou, cruzando os braços. — Isso não é uma boa ideia, Thalrik. Se ela te capturar, vai usar você contra todos nós. — E se eu recusar, Draegon? Acha que ela vai apenas aceitar e recuar? Não. Ela enviará outros, e
Capítulo 16 - "A Força da Decisão"(Narrado por Elira) A lua crescente parecia uma foice prateada no céu, sua luz banhando a clareira em um brilho suave e etéreo. O vento noturno sussurrava entre as árvores, carregando o aroma doce e pesado das flores que só desabrochavam na escuridão. Apesar da beleza ao meu redor, havia uma tensão no ar, algo indefinível, mas impossível de ignorar. Respirei fundo, tentando me concentrar. A energia dentro de mim era volátil, um rio caudaloso que eu ainda não sabia como controlar completamente. Com as palmas das mãos voltadas para o céu, fechei os olhos, sentindo a pulsação da magia recém-descoberta, como uma corrente elétrica fluindo sob minha pele. — Concentre-se, Elira, — murmurei para mim mesma, repetindo os ensinamentos de Eldrin, o mago que havia me instruído brevemente antes de partirmos. — Sinta o equilíbrio entre a força e a intenção. O ar ao meu redor pareceu vibrar quando a energia respondeu ao meu chamado. Um feixe de luz branca su
Capítulo 17: “O Mal Chegando”(Narrado por Elira) Os passos se aproximaram, cada som ecoando como um prenúncio de algo inevitável. Quando Thalrik finalmente surgiu na clareira, sua figura parecia uma sombra cortada contra a luz da lua. Seus olhos cinzentos passaram de mim para o espaço vazio onde Draegon havia estado momentos antes. — Ele estava aqui, não estava? — perguntou, a voz baixa, mas carregada de algo que parecia uma mistura de desaprovação e curiosidade. Engoli em seco, tentando manter a compostura. Não era como se eu precisasse justificar minha presença ou a dele, mas a intensidade no olhar de Thalrik me fez hesitar. — E se estava? — retruquei, mantendo meu tom firme. Ele avançou lentamente, até estar à mesma distância que Draegon estivera há pouco. A energia ao nosso redor mudou. Com Thalrik, a tensão era diferente, mais controlada, mas igualmente arrebatadora. — Não é seguro para nenhum de nós estarmos divididos agora — disse ele, sua voz ecoando como um aviso.
Capítulo 18 - "Traição Silenciosa"(Narrado por Thalrik) A lua estava quase a desaparecer quando cruzei os portões de meu castelo, a mente fervilhando com dúvidas e contradições. A pedra fria sob meus pés refletia minha inquietação, e o silêncio que costumava me confortar agora parecia um peso insuportável. Não era apenas o perigo que enfrentamos na clareira, nem as sombras que nos obrigaram a fugir. Era ela. Elira. Suas palavras ainda ecoavam em minha mente. Cada desafio que ela lançava, cada olhar de fúria ou vulnerabilidade, parecia perfurar uma armadura que passei anos construindo. O que era aquilo que crescia dentro de mim? Algo primal, ardente, mas também perturbadoramente vulnerável. Subi as escadas de pedra em direção à biblioteca, onde costumava encontrar consolo. Meus passos ecoaram nos corredores vazios, e o som reverberante só intensificava minha solidão. O salão principal estava vazio, exceto pelo brilho fraco das tochas e das pilhas de livros espalhados. Eu precisa
Capítulo 19 - "A Lua e o Sangue"(Narrado por Draegon) A luz prateada da lua atravessava as frestas das janelas do meu quarto, projetando sombras dançantes nas paredes de pedra. Despertei de um salto, o coração martelando no peito, como se ainda estivesse preso àquele sonho infernal. No vazio da escuridão, eu ainda podia ouvir os gritos e sentir o gosto amargo do sangue na boca.A imagem da Lua, sangrando no céu como uma ferida aberta, estava gravada em minha mente. Ao redor dela, corpos se amontoavam. Eu via Thalrik, Elira e eu em uma batalha caótica, o som de espadas e rugidos ecoando. A visão de Elira caída, o sangue escorrendo pelo chão, me deixou com um nó no estômago que parecia nunca se desfazer. Era um pesadelo, mas tinha um peso profético que me perturbava.Sentei-me na beira da cama, passando as mãos pelo rosto enquanto tentava afastar as sombras do sonho. Mesmo com o corpo coberto de suor frio, o instinto de lobo em mim dizia que aquilo não era apenas imaginação. A Lua sem
Capítulo 20 - "O Primeiro Alinhamento" (Narrado por Elira) A clareira parecia um santuário. O chão, embora marcado pelos resquícios da batalha, ainda emanava uma calma que me chamava. A luz da manhã filtrava-se pelas árvores, criando desenhos dourados sobre as folhas úmidas, mas o peso no meu peito era maior que a serenidade do lugar. Sentada em uma pedra coberta de musgo, deixei a mente vagar pelos ecos das visões que me atormentavam. As imagens vinham e iam como um sonho do qual não conseguia despertar. Vi Draegon e Thalrik envoltos em fios de luz e escuridão, uma energia pulsante que os ligava a mim de forma inegável. Cada vez que tentava compreender, sentia a frustração aumentar. Por que estávamos conectados? E o que isso significava? Respirei fundo, sentindo o ar fresco preencher meus pulmões. Fechei os olhos e tentei reunir coragem. Precisava de respostas, mas, mais que isso, precisava enfrentá-los. Draegon e Thalrik. Era hora de encarar o que estávamos evitando. Levant
Capítulo 21 - "Entre Fadas e Sombras"(Narrado por Thalrik) A decisão de partir ao reino das fadas não foi fácil. Cada passo dado em direção àquela terra antiga parecia um peso a mais sobre minhas costas, como se o destino quisesse me advertir contra o que eu estava prestes a descobrir. Mas eu sabia que não tinha escolha. As visões de Elira, as lutas internas de Draegon e a crescente escuridão que se aproximava exigiam respostas, e as fadas eram os únicos seres que poderiam fornecê-las. Minha chegada ao território das fadas foi precedida por uma transição quase imperceptível, mas profunda. A floresta ao meu redor começou a mudar gradualmente, as árvores, antes robustas e densas, tornaram-se altas e delicadas, com folhas douradas que brilhavam como estrelas sob a luz do sol. O ar estava impregnado de um aroma doce, quase inebriante, e os sons da floresta, o canto dos pássaros, o farfalhar das folhas, pareciam mais melódicos, como se seguissem um ritmo invisível. Mas havia algo de
Capítulo 22 - "Fagulhas de Desejo"(Narrado por Elira) A noite estava quieta, mas minha mente era um turbilhão. As visões que tive durante a batalha ainda dançavam em minha memória, confusas e assustadoras, mas não havia tempo para desvendá-las completamente. Cada vez mais, eu sentia que o vínculo que me ligava a Thalrik e Draegon se apertava, tornando-se uma presença constante e pulsante dentro de mim. Não era apenas uma força mágica, era um peso, uma responsabilidade, e, de certa forma, uma ameaça. Decidi sair do castelo. Não era meu desejo encontrar ninguém, mas a solidão que o lugar exalava começou a me sufocar. O ar fresco da noite parecia promissor. Passei por corredores escuros, com tochas lançando sombras dançantes nas paredes, até que cheguei aos jardins. Foi quando o vi. Draegon estava em um campo de treinamento, seus movimentos firmes e calculados enquanto brandia uma espada longa. A lâmina cintilava sob o luar como uma extensão de seu próprio corpo, e cada golpe pa