O dia se encontrava fresco, o inverno estava se aproximando, alguns transeuntes já se utilizavam de casacos finos para lhes proteger dos ventos frios, uma família composta por três pessoas se encontrava parada em frente a um prédio de arquitetura antiga, suas paredes possuíam o tom amarelo claro com detalhes em marrom para contratar de forma harmônica com a imensa porta de madeira que permitia o acesso ao lugar, ao lado da porta de madeira eram postas duas malas de tamanho grande para em seguida a família se unir em um abraço que mostrava um grande pesar, o abraço era composto de um casal claramente por volta de seus cinquenta anos, um grande sinal disso eram os poucos cabelos brancos que ambos possuíam em seus cabelos igualmente castanhos, cabelos que contrastavam totalmente com os da jovem que recebia o abraço, os cabelos em um tom de ruivo cobre claramente tingidos para ao sol ganharem o tom laranja, suas alturas não eram tão contrastantes, as mulheres possuíam por volta de um metro e setenta já o homem possuindo não mais de um e oitenta.
- Se cuide Cath, qualquer coisa pode me ligar a hora que desejar, estarei sempre disponível para você minha filha, tenho alguns amigos na cidade e eles podem te ajudar se tiver algum problema – O pai dizia beijando a testa de sua filha.
- Qualquer coisa corremos para cá, então não fique com vergonha de chamar seus pais – A mãe comentava dando abraço apertado na filha e logo indo para o lado do marido.
- Nunca teria vergonha de chamar vocês, mas fiquem tranquilos, se eu tiver um problema vocês são minhas primeiras opções – A filha respondia em um tom de voz embargado logo seguindo em direção a porta do prédio – Agora é a hora de subir, vocês têm uma viagem longa, não esqueçam de me avisar quando chegarem em casa.
- Te amamos Catherine – O pai então acenava indo para o carro cujo estava estacionando no meio fio próximo, a mãe fazia o mesmo acenando para a filha e entrando no banco do carona, o casal então partia sem querer fazer mais cerimonia, quanto mais tempo ficassem ali sabiam que mais doloroso seria.
Agora não tinha mais volta, limpava as lagrimas de seu rosto e adentrava o prédio de fachada antiga, em sua mão direita tinha as chaves tanto do portão de entrada quanto de seu apartamento, a primeira coisa que se deparava ao adentrar no saguão eram os lances de escada que ela deveria subir, ao começar a fazê-lo agradecia os anos que passou na academia para assim ter força e físico para subir com suas malas de uma única vez. Decidiu morar no terceiro, já que os apartamentos no primeiro andar era quase o dobro do valor, teve muita sorte da dona do apartamento ser uma amiga de sua mãe da época de faculdade e o antigo morador do apartamento ter deixado alguns poucos eletrodomésticos para que assim pudesse economizar o pouco valor que possuía em sua poupança para essa mudança, mesmo seus pais prometendo ajuda-la financeiramente em um primeiro momento nessa jornada, não achava de bom tom ficar pedindo a eles dinheiro para tudo, de acordo com seu contrato seu salário inicial seria bem baixo para um advogado porem para uma pessoa que estava começando sua vida agora era mais do que o suficiente, ainda não receberia comissão por seus trabalhos, pelo menos até que fosse completamente efetivada por seu chefe que inclusive procurando na internet e conversando com alguns colegas chegava a conclusão que era um cara duro de conhecimentos vastos, conseguiu ter acesso a alguns casos em que ele trabalhou e até mesmo achou sua conta pessoal em redes sociais, logicamente não o adicionava era um forma de tentar o conhecer melhor e ficou pasma ao saber que ele não era de utiliza-las, tinham poucas coisas lá que pudessem faze-la entender onde estava se metendo, tinha então que ficar apenas com os comentários que as pessoas faziam dele.
Sua última semana na casa de seus pais havia sido resumida em resolver problemas burocráticos e se despedir dos poucos amigos que possuía, em quanto isso seu pai adiantavam ao máximo sua mudança, Ana, sua mãe trabalhava na parte administrativa de um hospital portanto não conseguia horas livres para ajudar o marido, já seu pai, Antônio era professor da mesma faculdade que Catherine havia cursado direito então com a formatura dela vinham também as férias dele já que nem uma aula seria aplicada pelas próximas semanas, portanto a mudança de sua filha vinha a ser o único assunto que tinha para resolver, ela já chegaria em seu apartamento com os moveis no lugar, problemas hidráulicos concertados e compras de mercado feitas e devidamente organizadas nos armários, ele deixava um pouco de si em cada pequena coisa que fazia por ela.
Retornando ao presente, a jovem abria a porta de seu pequeno apartamento podia logo se ver a sala-cozinha onde tinham algumas caixas de papelão com seus pertences que ela mesma havia pedido para o pai deixar lá para que ela organizasse como assim achasse mais prático, olhando de fora o lugar não conseguia nem mesmo dar uma boa definição para aquele cômodo, ela preferia dizer que era uma cozinha em conceito aberto, porem se não fosse pelos moveis que seu pai já havia arrumado, aquele lugar seria apenas um quadrado de concreto com uma pia e armários atras de uma porta, seu pai havia caprichado na arrumação, mesmo ela tendo dado as indicações de onde querias as coisas ele tinha conseguido fazer tudo ainda melhor, olhando para a esquerda poderia se ver um sofá de dois lugares bem abaixo de uma janela de cortinas brancas rendadas escolhidas por sua mãe, um televisor preso na parede e uma mesinha de centro de madeira rustica que seu pai fez para ela com base de uma antiga mesinha que ela tinha quando criança, atras da porta literalmente havia uma mesa onde ela poderia realizar suas refeições, mesmo que todos soubessem que ela usaria aquela mesa de porta bagunça, um pouco mais para o lado da mesa poderia observar a pia, o fogão, a geladeira, ao adentrar de vez no apartamento para olhar a arrumação de outro ângulo podia perceber que aquela mesa ali estava realmente posta para ser um porta bagunça já que não teria como mais de uma pessoa comer lá, a pessoa que abrisse a porta da casa acabaria batendo em qualquer outra que estivesse sentada na ponta e o outro lado era encostado na pia, portanto dois lugares daquela mesa haviam sido eliminados, não tinha mesmo como saber se o pai era um gênio por saber que a filha era uma bagunceira ou se ele havia feito aquilo de proposito para ela não receber visitas, um suspiro pesado vinha acompanhado de um breve sorriso, seu pai era incrível mesmo em fazer aquilo tudo por ela, queria ver o que mais ele havia feito então decidia ir em direção as outras duas portas que lá haviam, uma seria o banheiro-lavanderia e a outra o quarto, pelo menos o banheiro tinha um bom tamanho, uma janela posicionada acima da máquina de lavar, pelo menos o pai tinha instalado uma cortina de material grosso assim ninguém a veria tomar banho nem fazer suas necessidades, o Box era de vidro e possuía uma parede alta, que vinha até quase o meio de suas pernas, onde era feita a propaganda de uma banheira, aceitava de coração aberto aquela propaganda, não era enganosa nem nada, poderia realmente tomar banho de banheira ali e por ser um box grande nem precisaria se encolher toda, Catherine decidia sair do banheiro mas acabava por perceber algo diferente da última vez que esteve lá a duas semanas, olhando com mais atenção podia reparar que havia insulfilm nos vidros da janela, não tinha aquilo antes, provavelmente seu pai colocou para que ela tivesse mais privacidade, aquele homem realmente era incrível, pensou ela.
Finalmente vinha o seu quarto, o local onde ela poderia dormir e deixar suas roupas, cujo era claramente tão pequeno quanto o resto do lugar, não poderíamos esperar um quarto grande em um apartamento tão pequeno, toda via tinha um susto ao abrir a porta e se deparar com uma cama de casal que ocupava o fundo do quarto de ponta a ponta, seu pai havia comprado para ela uma cama grande para poder ter mais conforto, ele havia até mesmo comprado dois conjuntos de roupa de cama, aquilo tinha cara de ter sido sua mãe, porem só o fato de ver sua cama arrumada por seu pai a fazia querer chorar novamente, ele havia feito tudo para ela se sentir em casa e mesmo distante podia sentir também pequenos toques de sua mãe, como um guarda roupa alto para que ela pudesse guardar suas roupas, nele havia um espelho assim ela não precisaria comprar um espelho de corpo todo para ver seu corpo, na parede em frente ao armário havia um quadro grande de recados cujo ela poderia prender recados e lembretes pessoais, porem a coisa mais valiosa para ela estava em cima de uma cômoda pequena, a foto da família nas ultimas férias, o sorriso dos pais abraçando a filha no meio do mar, Catherine só poderia sorrir ao ver aquele mimo.
Retornando a sala notava que a porta de seu apartamento havia ficado aberta, deveria tomar conta disso melhor, ainda mais sendo uma mulher sozinha em uma cidade que não conhecia muito bem, caminhava para fechar a porta e em seguida decidia que comeria alguma coisa, abria o freezer para olhar o que havia lá exatamente, de acordo com seu pai ele havia comprado algumas marmitas de um restaurante próximo para ela comer durante a semana, assim ela não precisaria se preocupar em preparar comida para levar no almoço muito menos preparar algo quando chegasse em casa depois do trabalho para jantar, se encontrava tudo organizado no freezer com as etiquetas da data de fabricação e o vencimento, como não teria que se preocupar com isso, a melhor coisa para comer naquele momento era um sanduiche apenas para ganhar coragem de começar os trabalhos de organização de suas coisas, porem para comer mesmo que fosse tão simples precisaria de pelo menos um prato, objeto que estava guardado em uma das caixa
André preferiu mudar de assunto, aparentemente ele percebeu que Catherine não queria mesmo falar sobre seu antigo relacionamento ainda, mesmo que fossem amigos de anos tinham coisas que ela preferia manter apenas para si e esquecer, não se pode culpar uma pessoa por gostar de manter sua vida em particular as vezes, com isso os assuntos tensos pulavam para lugares divertidos e programas que os dois poderiam fazer juntos pela cidade, ele aparentemente conhecia todo tipo de lugar diferente que ela precisaria de pelo menos seis meses para conhecer a metade, que bom porque ela não tinha planos de ficar pouco tempo por lá de qualquer forma. Seu domingo havia sido resumido a passar uma vassoura e passear pelo bairro olhando as lojas que haviam em volta, não podia viver de pizza para sempre e nem de coisas pedidas pelo celular, conhecer os mercados e as lojinhas da redondeza a ajudariam ainda mais porque André no dia anterior havia comentado sobr
O prédio a sua frente era muitíssimo alto, em um cálculo rápido podia supor que ele tinha uns quinze andares, era incrivelmente elegante por fora todo seguindo o monocromático e por dentro ainda mais bonito, logo que entrava no saguão podia se ver uma bancada de mármore branco onde alguns recepcionistas estavam sentados atendendo aqueles que se aproximavam, haviam também catracas tanto para a direita quanto para a esquerda, só de ver aquilo imagina como aquele lugar deveria ser organizado e caro, ter um espaço naquele prédio não deveria ser nem um pouco barato, arrumava então sua roupa e abria um sorriso simpático, no e-mail haviam lhe dito que tinha de passar nesta recepção para pegar um cartão, apresentava sua identidade e uma cópia do dito e-mail impressa com sua autorização, recebia então o cartão que já possuía s
Assim que era convidada a acompanha-lo percebia que sua mente havia ido por alguns segundos para o mundo da lua, então Catherine apenas balançava a cabeça com um aceno positivo e seguia em direção a Miguel, atrás das portas de vidro se deparava com um ambiente totalmente diferente do de fora, paredes possuíam um papel de parede bege contrastando com uma sequência de portas em um longo corredor, todas padronizadas em madeira com placas possuindo o nome e o registro do advogado que a sala era correspondente, o chão que antes possuía um belíssimo porcelanato na sala de espera agora era coberto por um macio tapete de tom acinzentado, podia sentir seu santo dando uma leve afundada e imaginava como poderia ser gostoso andar naquele tapete com os pés descalços, olhando melhor para o fim do corredor podia observar uma enorme porta de vidro preta cujo imaginava que deveriam ser as salas particular
Com o retorno para a sala de Miguel os dois podiam se deparar com dois rapazes parados na porta dele, um deles com cabelos castanhos em um corte de cabelo bem alinhado, barba feita e parado com as mãos no bolso em quando o outro conversava super empolgado, gesticulando bastante, o cabelo deste era loiro escuro penteado para trás, Miguel ao seu aproximar da dupla punha a mão no ombro de Catherine, o que a fazia olhar para ele um pouco assustada em primeiro momento, a mão dele era quente, para fazer aquilo ele precisou dar um passo para o seu lado e assim ela sentiu cheiro maravilhoso, era o perfume de Miguel, era de um odor amadeirado o que combinava perfeitamente com aquele estilo lenhador que ele tinha, o transe em sua mente era rompido quando ouvia ele a apresentar. — Rapazes, esta é Catherine, nossa nova peixinha – Disse Miguel que logo
Alguns minutos depois a senha havia sido cadastrada e computador liberado, Catherine já tinha um e-mail com seu nome, aquilo a fazia se sentir a pessoa mais importante do mundo, queria compartilhar aquela alegria com sua família, assim que pegava seu celular para contar para sua mãe como estava sendo o primeiro momento percebia que havia sido inserida no grupo de conversa dos rapazes, de imediato ao entrar já salvava o número de cada um para que não ficasse confusa com as conversas, Diego já havia puxado assunto em seu particular mandando algumas imagens engraçadas, a foto de identificação do telefone dele era junto de uma moça, os dois fazendo careta sujos de um pó branco que imaginava ser farinha, aquela deveria ser sua namorada, ele era doido e parecia que tinha sua metade da laranja doida igual a ele, apenas pela curiosidade decidiu olhar a foto de Rogerio, onde encontrava um homem com o semblant
No fim do momento de social o grupo retornava para o oitavo andar exatamente ao meio dia, acabavam por dar de frente com pelo menos mais dez advogados que trabalhavam na empresa, haviam comprimentos e acenos de cabeça rápido, mas nem um dos rapazes parou realmente para conversar com os demais, talvez fosse uma coisa comum dos grupos não se misturarem muito, ou até mesmo uma rixa interna, por mais que Victoria tivesse dito mais cedo algo sobre parecer uma competição mas não ser, esse mercado era competitivo e já havia visto vários casos de advogados passarem a perna em colegas apenas para conseguir ganhar um caso, o fato dos rapazes não se entrosarem muito era um ótimo questionamento para ser feito a Tatiane mais tarde, além de ser uma ótima forma de puxar assunto, como ela estava lá a mais tempo deveria saber de algo, inclusive parando para pensar agora ainda não havia conseguido
Terça-feira, o despertador ecoava pelo pequeno quarto, por questão de conhecimento próprio Catherine deixava seu telefone carregando bem distante da cama para que isso a obrigasse a se levantar, já que havia dormido bem mais tarde do que havia planejado na noite anterior, André acabou comemorando até mais tarde do que ela planejava, haviam ficando conversando trivialidades do escritório e da sua equipe de trabalho que acabaram por ficar acordados até meia noite.André aquela manha fazia novamente a gentileza de a levar até o trabalho em troca de café fresco de manhã, não seria um troca ruim de qualquer forma, ela podia chegar um pouco mais cedo no trabalho e não se cansaria, mesmo o caminho não sendo dos mais longos ainda sim era o suficiente para dar uma cansada de manhã cedo. Desta vez seu amigo não a fez passar vergonha, eles se despediam com um breve acen