Capítulo 75
Camila imediatamente levou a mão ao nariz dolorido pela colisão e se desculpou:

— Desculpa!

— Não tem problema, seu nariz está bem?

A voz do homem era um pouco fria, mas marcante, com aquele sotaque de quem fala português como uma segunda língua, meio ríspido.

Camila ergueu o rosto e viu um rosto bonito e profundo, com o cabelo cortado bem curto. Antes que pudesse distinguir melhor seus traços, ela foi capturada pelos olhos dele. Eram lindos, profundos como o mar, sombrios e frios, com dobras marcantes nas pálpebras e cílios negros e densos.

Ao olhar para aqueles olhos, o coração de Camila deu um salto. Eram tão parecidos com os olhos de Pedro, mais ainda do que os de Lucas. Ao lembrar-se de Pedro, que havia morrido salvando-a, uma dor voltou a apertar seu peito. Primeiro, uma dor surda, que logo se transformou numa sensação de ser perfurada por facas.

Camila segurou o peito, encostando-se na parede, o rosto pálido de dor.

— Você está bem?

O homem tentou segurá-la para ajud
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