Capítulo 1

Isabell

Acordei com o barulho do sinal tocando, olhei no relógio e eram exatamente 06h30min, hoje começa mais um dia entediante no colégio interno Frederico Salvatore. 

Levantei, me alonguei, e caminhei pelo meu pequeno quarto, com paredes claras (padrão dos quartos do colégio). Eu contava com apenas alguns móveis ali: um guarda-roupa bege no lado esquerdo, próximo à janela e  uma  escrivaninha da mesma cor do armário.

Fui até o banheiro  onde penteei meu cabelo loiro claro e longo, passei um lápis de olho que destacava ainda mais meus olhos azuis cor de céu. Me vesti com uma blusa regata preta e uma calça jeans com um rasgo na perna esquerda, em seguida coloquei meu all star preto cano médio. Peguei minha mochila e fui em direção ao pátio para achar meus irmãos caçulas: Bernardo e Zachary. 

Quando cheguei ao local, os dois já estavam lá me esperando.

Bernardo já me observava com seus olhos iguais aos meus e Zacky não tirou seus olhos castanhos esverdeados de seu livro. Me aproximei deles e disse:

—  Olá maninhos, dormiram bem?

Os dois me olharam, mas Bernardo disse:

— Estou ótimo, irmãzinha. - E deu um sorriso.

Zacky apenas me olhou e acenou com a cabeça sorrindo. 

Então, nós três nos dirigimos até a sala de aula.

Chegamos lá e nos sentamos nos nossos lugares, eu na última carteira da fila da janela, Bernardo na minha frente e Zacky do meu lado.  O professor de biologia entrou na sala, foi até sua mesa e começou a fazer a chamada, 5 min depois, alguém bate na porta, o professor abre e manda-os entrar. Quando vejo as três pessoas que agora estavam ali de pé, em frente a sala inteira, me deparo com uma em especial: o amor que reencontro a cada 100 anos, o homem que teve sua alma amaldiçoada por me amar. O amor que eu nunca esqueci, o homem que eu amo e para sempre amarei. Infelizmente, por conta da maldição que meu pai rogou em nós, sei que o perderei daqui a um ano, mas vê-lo, mexia comigo, todas as vezes. Sua aparência  nunca muda, seu cabelo era loiro dourado e sua franja cobria levemente seus lindos olhos azuis cristais, sim, era ele, Kennay Smith. Eu reconheceria seus lábios carnudos e rosados em qualquer lugar.

Quando o vi, meu corpo gelou totalmente. Abaixei a cabeça no mesmo instante. Eu sabia o que iria acontecer, ele iria se apaixonar por mim (e eu por ele), viveríamos a vida intensamente e depois eu veria sua morte, o que me dói cada vez mais, pois essa maldição não tem fim.

Com ele, haviam duas outras meninas. Elas eram quase idênticas, uma delas tinha o cabelo cor de chocolate, comprido, até metade das costas, seus olhos eram castanho mel e ela vestia um vestido branco e uma sapatilha preta, estilo princesinha. Ela era o tipo de garota que meu irmão Bernardo gosta e, como imaginei,  ele já estava encarando-a com um leve sorriso nos lábios.

Já a outra menina tinha os cabelos longos até a cintura com mechas rosa, seus olhos eram verdes esmeralda, ela estava com um shorts jeans azul claro e uma blusa de manga curta preta, estilo ombro caído, tudo combinando com um all star cano longo, até abaixo dos joelhos. Eu não era a única analisando-a, também percebi naquele momento como meu irmão Zacky se encantou com ela, os olhos dele brilhavam como  faísca.

Meus pensamentos foram atrapalhados pela voz do professor dizendo:

—Turma, quero que conheçam nossos novos alunos: Kennay Smith, Laís e Eloisy Baker, espero que sejam simpáticos com eles.

Todos acenaram com a cabeça, mas eu já sabia que boa parte da sala iria encher o saco dos novatos, eles sempre faziam isso, principalmente o grupo do Felipe, aquele tampinha malhado que todos temem, menos eu e os meus irmãos, claro, pois somos mais fortes que ele.

    Quando a  aula terminou fui até meu quarto guardar meus livros. Assim que  abri a porta para sair, vejo Kennay prestes a entrar  no quarto ao lado. Ficamos nos olhando por alguns segundos, até que eu desviei o olhar e fechei a porta do meu quarto. Ainda assim, escuto-o dizer: :

—  Oi, tudo bem com você? Meu nome é Kennay Smith.

Eu o olho novamente e dou um leve sorriso, dizendo:

— Oi, estou bem sim, você? Meu nome é Isabell Sullivan, mas pode me chamar de Bell.

—  Tudo bem, Bell. Estuda há muito tempo aqui? - Diz ele com uma voz doce, e sorrindo de canto.

—  Sim, há bastante tempo. —  Respondo, assentindo com a cabeça.

—  Legal, você pode me dizer onde fica o refeitório? -Perguntou ele, e não pude deixar de olhar mais uma vez seus lábios carnudos, que tanto sinto falta de beijar.

—  Sim, saindo aqui dos dormitórios você desce uma escada e a primeira porta a direita depois da escada é o refeitório.

Ele, ainda sorrindo me responde :

—  Obrigado, Bell.  - Sorrio e digo :

—  De nada, Kennay.

E saio rapidamente, indo em direção ao pátio.

Chegando lá, vejo Bernardo jogando seu charme para a aluna nova, a Laís, ele parecia estar  apresentando a escola para ela. 

***

Bernardo

Então, eu disse a  ela:

— Bom, aqui fica o pátio, os alunos vêm aqui  para relaxar, ler livros ou outros tipos de lazer.

—  Nossa, aqui é um belo lugar para ler livros mesmo.  Dizia ela olhando para uma árvore, perto de um pequeno lago, onde havia uma ponte.

Eu sorri e disse :

—  Sim, eu adoro vir para cá.

—  Eu também adoraria ficar o tempo livre aqui. - Ela observava tudo atentamente enquanto conversava comigo.

—  Então temos algo em comum, não é mesmo? 

—  Sim, será que temos mais alguma coisa em comum? - Ela disse e quase não prestei atenção, a garota é tão linda, sua voz soava como música para meus ouvidos.

Já fazia algum tempo que não me sentia assim, maravilhado com alguém.  Eu realmente não consigo parar de olhá-la.

—  Então, Laís, já sabe onde é seu quarto?  - Perguntei com curiosidade.

— Não, eu ainda não sei...

—  Quer ajuda para achá-lo?

—  Sim, se não for incômodo.  - Disse ela meio tímida com a cabeça abaixada, seu cabelo cor chocolate caindo sobre os olhos.

—  Não se preocupe. Você nunca será um incômodo.  - Afirmei, com certa doçura em minha voz, e céus, não acredito que estou sendo um doce com ela, nunca fui disso, mas essa moça realmente me encantou.

—  Obrigada.  - Assentiu, corando e ficando cada vez mais tímida.

Depois de alguns minutos de caminhada, chegamos aos dormitórios. Perguntei qual era o número do quarto dela e ela disse que era 23, ou seja, o quarto dela era do lado do meu, nunca quis agradecer tanto aos céus por essa coincidência.

—  Aqui é o seu quarto, que por acaso é do lado do meu.  - Falei rindo levemente. Laís me acompanhou, dando uma risadinha fofa.

—  Nossa, que coincidência, seu quarto é do lado do meu, acho que vamos nos ver muito, você pode até se cansar. 

—  Vou adorar te ver todo dia. - Ela parou de rir e corou novamente.

—  Desse jeito vou acabar ficando sem graça, mais do que já estou.  - Respondeu ela, colocando as mãos no rosto e rindo sem jeito.

—  Desculpe se deixei você sem graça. - Respondi, dando um sorriso de canto.

—  Tudo bem, não foi nada.  - Ela respondeu com um  sorriso encantador.

—  Acho que vou indo, tenho que arrumar minhas coisas no quarto ainda... A  gente se vê?  - Perguntou ela.

—  Claro que sim, qualquer coisa já sabe, é só bater na minha porta.  - Me despedi rindo levemente.

—  Obrigada. Então, até mais Bernardo.  - Disse ela entrando no quarto logo em seguida.

Quando ela fechou a porta, saí e fui até a biblioteca.

***

Isabell

Vi meu irmão e a aluna nova saírem do pátio, andei até a árvore perto do lago, me sentei na grama verde, peguei meu celular, botei meu fone de ouvido e coloquei minha música preferida: Seize the day - Avenged Sevenfold.

Me identificava muito com aquela música. , Ela dizia  que se deve aproveitar o dia antes que você morra lamentando o tempo perdido e isso só reforçou como  devo aproveitar cada instante, cada momento, cada segundo que eu estiver perto de quem eu amo, pois amanhã pode ser tarde demais, e claro, eu não podia me esquecer de uma pessoa: : Kennay. Eu sempre o perco, sempre o vejo morrer sem ao menos conseguir salvá-lo e isso me corrói por dentro, toda maldita vez, todo maldito dia que me lembro de todas as suas  mortes que eu não pude evitar.

Ouvi o sinal tocar e fui tirada de meus devaneios. Levantei e fui andando até a sala de aula.

Vi todos os alunos entrarem e se sentarem e o professor de matemática chegando de mau humor, indo até sua mesa, e assim começou a chamada.

A aula foi se sucedendo até que o professor anunciou um trabalho valendo nota, em dupla que ele mesmo escolheria já que, em suas palavras, a nossa sala era a “pior de toda a escola.”

  Depois de ter formado a maioria das duplas, finalmente chegou a minha vez.

—  Isabell, você irá fazer dupla com o aluno novo, Kennay.

Eu olhei para Kennay que já me olhava sorrindo. 

O destino sempre dá um jeito de deixar ele mais próximo de mim, é inacreditável!

Meus irmãos foram sortudos, Bernardo formou dupla com a Laís, Zacky fez dupla com a Eloisy, para a felicidade de ambos, já que os dois estavam interessados nessas moças. 

Quando o professor mandou as duplas se unirem para fazer o trabalho, Kennay já estava vindo em minha direção ajeitando uma cadeira ao meu lado. 

—  Oi de novo, Bell. - Disse ele, rindo baixo.

— Oi de novo, Kennay. - Respondi, dando-lhe um sorriso sincero.

—  Então, sobre o que é esse trabalho?

—  Progressão Aritmética.

—  Eu estava estudando isso na minha antiga escola.

—  Que bom, assim podemos colocar a mão na massa.  - Respondi ao mesmo tempo em que pegava minha caneta em meu estojo preto.  Começamos a fazer o trabalho e  respondemos as questões rapidamente.

—  Nossa, você é bem inteligente.  - Disse ele me olhando e sorrindo.

—  Obrigada, levo jeito para matemática  - Respondi retribuindo o sorriso e piscando divertida. 

—  Então, acho que formamos uma bela dupla, não é?  - Afirmou ele alegre.

—  Sim, acho que sim. - Confirmei ainda com um pequeno sorriso em meus lábios. Eu só conseguia pensar que daqui um ano, ele não estaria ali, de novo.

Peguei o trabalho no mesmo instante que ele e nós dois falamos :

— Deixa que eu entrego.

Nesse instante, senti seu toque, meu corpo gelou, mesmo eu sentindo o calor da mão dele sobre a minha.

—Tudo bem, Bell? - Ouvi ele me chamar, me puxando para a realidade novamente.

— Sim, estou bem, e pode deixar que eu entrego. - Assenti.

— Pode deixar que eu entrego Bell. - Insistiu ele.

— Certeza?

— Sim, Bell, tenho certeza. - Ele me olhou no fundo de meus olhos, e outro arrepio percorreu meu corpo, eu sempre amei seus olhares  sobre mim.

— Tudo bem então.

Em seguida, tirei minha mão debaixo da dele e deixei que ele entregasse o trabalho.

Ele se levantou e foi em direção à mesa do professor, nesse instante,vi o Felipe colocando o pé no caminho dele para ele cair de propósito e, instantes depois, ele estava no chão e o resto da turma estava rindo.

Naquele momento, eu queria dar uma lição no Felipe, mas fui em direção ao Kennay, pois ele sim era importante.

Andei até onde Ken estava, estendi a mão para ajudá-lo a levantar, e perguntei :

— Você está bem, Kennay?

— Sim, só fui um pouco desatento.  - Respondeu ele, segurando minha mão e se levantando, ficando cara-a-cara comigo.

Eu podia sentir o calor dele, ouvir seu coração batendo aceleradamente.

Então, olhei nos olhos dele e sorri e ele retribuiu o gesto.

Entregamos o trabalho e voltamos para o nosso lugar e ele começou a arrumar seus materiais.

— Por que você não senta aqui perto? Vai que precisamos fazer algum trabalho em dupla novamente? - Perguntei, tentando manter ele perto de mim, afinal, sinto que Felipe vai incomodar o bastante e preciso ao menos tentar protegê-lo desse idiota.

— Certeza?  - Disse ele meio surpreso, mas ao mesmo tempo interessado na proposta.

— Sim, certeza absoluta.  - Afirmei sorrindo.

— Então, tudo bem.  - Falou ele sorrindo.

Todo o resto da turma entregou os trabalhos, e logo em seguida, o professor se retirou da sala.

Passaram-se alguns minutos e a professora de história chegou.

Ela sentou-se, prendeu seus cabelos ruivos como o fogo, então começou a chamada.  Em seguida, ela levantou e começou a falar:

— Olá alunos, hoje iremos aprender sobre a Primeira Guerra Mundial. Sei que vocês já devem ter estudado isso muitas vezes, mas é sempre bom relembrar.  - Ela era a única professora que eu realmente gostava, apesar de eu já ter vivido nessas épocas, ela explicava de um jeito que parecia que voltávamos no tempo. As aulas dela realmente valiam a pena.

Então, quando ela começou a explicar sobre aquele assunto, aquilo  me fez lembrar de como conheci o Kennay naquela época. Ele era um soldado francês e eu era uma enfermeira. Quando nos vimos pela primeira vez, ele tinha levado dois tiros na perna. Eu cuidei dele e quando ele voltou para a guerra, logo depois ele morreu. Lançaram uma granada perto de onde ele estava e por isso ele foi lançado contra arames. Quando eu o vi preso, fui imediatamente tentar tirá-lo de lá e consegui. Deitei ele no meu colo e mordi meu pulso para dar meu sangue a ele, mas antes dele beber, seu coração parou de bater.  Naquele momento, eu me senti impotente, fraca e imprestável, eu não consegui salvar a vida dele de novo!  Isso fazia eu me sentir culpada, eu queria desligar minhas emoções, e quase fiz isso, mas desisti, afinal, eu ainda tinha meus irmãos. Eles sempre estão comigo, eu os amo e enquanto estivermos juntos, eu terei força para seguir em frente e tentar quebrar essa maldição.

Meus pensamentos foram atrapalhados, com a professora saindo da sala.

— Nossa, já acabou?  - Perguntei surpresa.

— Sim maninha, já acabou.  - Respondeu Zacky.

A aula dela era a última do dia, então todos os alunos se retiraram da sala, eu saí andando com os meus irmãos ao meu lado. Zacky estava dizendo que passou o recreio inteiro com Eloisy e que ela era simpática, linda e engraçada, mas ao mesmo tempo tinha um jeito marrentinha de ser. Ele também disse que o quarto dela era perto do dele, não tão perto quanto o quarto do Bernardo e da Laís, já que os dois eram vizinhos, mas pelo menos Zacky podia vê-la todo dia e acompanhá-la até a sala de aula. Ele queria ficar o mais próximo possível dela.

Atravessamos o pátio para chegar no dormitório, entramos, subimos a escada, passamos pelo corredor enorme, com paredes azul-marinho e cheio de portas, eram os primeiros quartos do andar.

Bernardo foi o primeiro a entrar, já que o dele era o 22, eu e Zacky andamos mais um pouco, então chegou a vez dele de ir para o quarto, o 34.

— Vou nessa maninha, durma bem, até amanhã, te amo. - Disse ele, me dando um beijo na testa, ele sempre foi assim, mais carinhoso e doce e eu o amava  por isso.

— Durma bem também maninho, amo você.  - Respondi em seguida, enquanto apertava sua bochecha esquerda.

Então continuei andando em direção ao meu quarto. Cheguei finalmente ao quarto 47.  Abri a porta e em seguida tranquei a mesma.

Coloquei minha mochila preta de caveira em cima da mesa, tirei minhas roupas, peguei minha toalha e fui em direção ao banheiro.

Liguei o chuveiro, senti a água fria escorrendo pelo meu corpo, fazendo com que eu ficasse mais relaxada depois de um dia como esse. Céus, como isso dói em minha alma, reencontrar Kennay  depois de 100 anos, a saudade chega a me sufocar e o pior de tudo, é que sei exatamente como tudo vai acontecer, e sei exatamente que ele morrerá e... Merda, como me culpo por isso! Eu me culpo por ter aberto  meu coração, por ter me declarado a ele, e ter causado sua morte. Como meu pai mesmo disse, foi tudo culpa minha e agora esse pesadelo não tem fim, assim como meu amor por ele.

Terminei meu banho, me enxuguei, me vesti, fui até minha cama e me deitei.

    Acordei um tempo depois, eu estava com sede, era hora de caçar. Me levantei e pulei a janela do meu quarto que ficava no terceiro andar. Pousei levemente no chão, então fui em direção ao portão da escola. O porteiro estava lá, ele me viu, mas antes de pensar em qualquer coisa, fui até ele e o coagi para não se lembrar de me ver passando por ali. Essa era  uma das muitas habilidades que herdei dos vampiros.

Pulei o portão, e fui andando pela rua, até encontrar uma vítima.

Me deparei com um homem chutando um mendigo no meio da rua e cheguei mais perto.

— Ei cara, o que você está fazendo? - Perguntei, já próxima do homem.

— Não se intrometa, garotinha, ou você irá se arrepender.  - Ele respondeu me olhando com malícia.

Eu olhei bem no fundo dos olhos dele e vi todo o seu passado, ( sim, eu podia ver, era uma das regalias que, nesse caso, poucos vampiros podiam ter). O canalha  era apenas um bêbado que batia na esposa e espancava os próprios filhos. Um homem desses não merece viver e meu sentimento de justiça se aflora quando me deparo com homens assim.

— E você vai fazer o quê?  - Perguntei, afrontando ele, enquanto sentia minhas presas crescendo.

— Está curiosa, garota?

— Pois é, estou ansiosa para saber o que um lixo como você pretende fazer com que eu me arrependa.

Nesse momento, senti a raiva fluir de dentro dele, seu coração estava batendo mais rápido, e eu adoro isso já que o sangue se tornava bem saboroso, então ele veio em minha direção.

—Você vai pagar caro por ter falado isso, vadia.  - Ele chegou na minha frente, e tentou acertar um soco em mim, mas eu segurei sua mão e a apertei com força. Ele gritou e tentou me acertar com a outra mão, que por acaso, também segurei e falei com ironia :

— Nossa, como você é forte! Está perdendo para uma garotinha.

Ele gritou de ódio e dor, isso me trazia satisfação. Ver e ouvir esses lixos da sociedade gritando de dor e ódio e não podendo fazer nada.  Não mato pessoas inocentes, só acabo com a raça de bandidos sanguinários, covardes, traidores, entre outros lixos da sociedade que os governantes não dão conta de punir.

Então, acertei uma joelhada na boca do estômago daquele maldito, ele cuspiu sangue, o que fez minhas presas saírem totalmente e meus olhos azuis ficarem da cor vermelho sangue. Sempre ficavam assim quando eu estava prestes a atacar alguém.

Ouvi o maldito gritar de pavor e dizer :

— O que é você?!

— Seu pior pesadelo.  - Respondi friamente, enquanto mordia seu pescoço, bebendo todo seu sangue, e por final, dilacerando sua garganta, fazendo seu sangue me sujar por completo.

Joguei-o no chão, e coagi o pobre mendigo para esquecer o que ele tinha visto.  Limpei minha boca em seguida e voltei para o colégio.

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