Assim que virei o corredor, olhei para trás. Ele nem sequer tentou me impedir. Geralmente, nos filmes, o cavalheiro corre atrás da donzela magoada, mas isso não aconteceu. Em toda a minha vida, eu costumava correr sozinha quando ficava triste e ninguém vinha atrás de mim para me consolar, então não
Uma das mulheres trabalhadoras ficou me olhando por um tempo enquanto tomava água do seu cantil. Inesperadamente, ela cruzou o campo e se aproximou de mim.— Oi, sou Doralice. Nunca te vi por aqui. Veio para a festa? — perguntou-me em celestriano. Com cabelos pretos e encaracolados, porte médio, per
Coloquei as pedrinhas que recebi dentro da minha caixa e acompanhei Eulina de perto. Doralice se despediu de nós assim que adentramos a vila e seguiu por outro caminho. Diferente de Luríon, as casas da vila eram predominantemente feitas de pedra. Poucas eram as árvores com habitações nas raízes e ga
Nas mãos de Yslara, um instrumento com oito cordas. Tinha um tamanho mediano entre um violão e um ukulele, e embora tivesse um braço, o corpo era triangular, similar a uma balalaica. As cordas eram todas semitransparentes como nylon, mas brilhosas. Senti uma vontade imensa de perguntar sobre, mas nã
Enquanto a melodia fluía, eu decorava o som de cada uma daquelas cordas. Quando terminei de comer, já entendia perfeitamente bem o seu funcionamento e como fazer soar as notas que eu tanto conhecia. A melodia no ar era extremamente simples e até mesmo um pouco triste. Yslara tinha uma desenvoltura e
Devia ter ido com Yslara quando tive a chance, mas não. Achei que seria mais interessante acompanhar os adultos do que as crianças, mas me arrependi amargamente disso. Enquanto se embebedavam, conversavam sobre os mais diversos assuntos que não discutiriam na frente de crianças. O álcool já lhes sub
A intensa claridade me obrigou a fechar os olhos por um instante, mas quando os reabri, não havia luz alguma.“Que confuso!”, pensei enquanto encarava o conteúdo da caixa. Teria sido outro delírio da minha imaginação?— O que é isto? — perguntou Yslara, pegando uma das fotos no topo. Ela acompanhara
Eu literalmente madruguei. Não era muito diferente do horário em que costumava me levantar para ir até a cachoeira. Caminhei com Eulina e Yslara até uma grande área aberta, um pouco além do centro da vila, onde haviam armado as tendas de exposição. Os preparativos estavam a todo vapor. Passei horas