Despertai-vos
Despertai-vos
Por: Micael Pinto
Parte I

De tempos em tempos, homens descem à Terra, em missão celestial, ouvindo a voz de Deus em seu íntimo, para os guiar em um novo nível de compreensão. O Fato dele conhecer a verdade, sentiu liberto das grades que aprisionava sua alma.

Ele estava batendo repetidamente, em um movimento cíclico, a caneta sobre o caderno, o bule apitava desesperadamente, ao fundo ouvia-se uma música de Bach.

- Onde parou aquela ideia?

Estava depurando ideia, através de ideia, era sua tese de Mestrado, que estava em xeque, a ideia fundamental daquele emaranhado complicado de informações, a absorção e o tempo de compreensão de cada indivíduo.

Tentara escrever uma breve conclusão, mas nada saíra de sua consciência, para o papel, seja ele físico ou digital, tentou diversas vezes, a música de Bach, fora interrompido por uma propaganda.

- Até isso? Não podemos nem ouvir música, sem publicidade.

Se sentia incapaz, quando de repente, associou o tempo da propaganda com o tempo em que sua consciência transformou em uma reação. Esse era o ponto que ele queria chegar o tempo da reação, de determinada atitude.

As folhas do chá de moringa já estavam queimando, disparou rapidamente até o fogão, desligando, agora suas ideias estavam sendo coerentes, “- qual o tempo da reação?”

Era que perguntava, várias vezes, não poderia analisar fatos ainda por vir, não tinha muito tempo, decidira voltar na linha do seu tempo.

----

César André, tinha acabado de ter concluído o ensino médio, sua turma decide, ir em um boteco, fazer uma bebedeira como comemoração, as meninas concordaram também com o palpite dos homens, realmente era uma turma muito unida.

----

- César!

- César!

- César!

César André, acorda totalmente assustado, trêmulo, começa a ter as percepções visuais de novo, uma enorme luz invadia seu quarto na escuridão, uma luz azul.

Na primeira vez, fora em forma de um feixe de luz, em movimento linear, outra vez refratário, fazendo assim três feixes de luzes.

- Três. Por quê?

Sua esposa levanta da cama calmamente, encaminha até o armário, tira dois comprimidos azuis de uma cartela de medicamento, dirige-se até a geladeira pega uma vasilha d’agua, retorna ao quarto, sente um aroma divino no ar, era esse cheiro maravilhoso, que fazia ela estar ao lado dele, sentia unido a Cristo, toda vez que seu marido possuía sonhos, sonhos premonitórios, pega um copo d’agua que estava perto da cama, a água que levaram ao quarto havia acabado, enche o copo, ele já estava sonolento, quando dá a medicação para ele.

Ele recusa a medicação.

- Deus, disse para recusar essa medicação, para seguir meu propósito.

Sua mulher, queria tirar aquela ideia impertinente da mente dele, negar o conhecimento da ciência, mas essa conclusão entrava em duelo com o que fazia estar ao lado dele.

---

Ele joga água fria no bule, havia errado a forma de se fazer o chá, tão atônito aos turbilhões de pensamento que lhe ocorriam, era um frenesi imaginável distinguirmos o bem da paz, a paz mundial na nossa sociedade que vivemos mesmo sem dilemas prévios, ou querendo atrás de conclusões belas, afirmarem que somos seres de uma realeza asquerosa erguida pelo dinheiro de sangue, que matam os irmãos, e sustentam a ideia do liberalismo, quiçá socialismo, não podíamos vivermos mais de forma insensata nem incoerente, deveríamos sermos corretos o tempo todo, a todo momento, isso nos fazíamos seres sem importância, para uma providência divina, o fruto da consagração agora retorna a carne e nos tornamos seres que pretendem vincular a mídia e a propaganda, se quisermos realmente sabermos o tempo da reação.

A reação de ações tão passada, ao fundo vinculamos nossa alma em favor de servir o estado, seja ele pela Guerra ou pelo Trabalho, mas quando iremos servir a Deus, de coração, acima dos próprios vínculos estabelecidos para vivermos de forma hereditária, passados de gerações em gerações, já não somos nem mais cidadãos, assim impacientemente, ou de forma incoerente, César André, queria a resposta para todas aquelas ideias que estávamos lhe ocorrendo, como poderia evitarmos a depuração dos turbilhões de pensamentos que nos ocorre, se nosso dilema ainda é a paz, a paz interna, sem se preocuparmos externamente com o próximo, ou se nos preocuparmos nos tornam seres fracos, pronto para deboches de outrem, pois em nossa consciência ainda pulsa o Desejo de ir ao paraíso, e lá beijar as mãos de Deus, pedindo a benção, em clemencia, assim voltando tempos atrás, saberíamos da pureza, daqueles que sua línguas se tornaram ferinas, para propagar o ódio dele, simplesmente por não sermos seres altruístas, por sermos pessoas em evolução, realmente ele vencera toda forma de glória, retornando a eras antigas, antes da criação, onde o silêncio era compreendido pela transmissão de pensamento, e de forma mediúnica, o Senhor em palavras belas, falava a mente, de André, seja o Varão que Deus quer que tu sejas e para o plano dele, - Aceite a missão!

César André, percebe suas conclusões.

- Realmente aceitara, os planos de Deus em sua vida.

Toma seus calmantes, desde que entrara no mestrado, vivia uma pilha de nervos o tempo todo, como isso poderia. Algo de maior está além das nossas transformações sociais, era o ser que viviam conscientemente entre todas as gentes, em uma só língua, falando ao seu ouvido, seja suave como a brisa da praia.

Novamente seu peito pulsa, estava abandonando o mestrado ou protelando, já em sono, sente a presença de alguém abrindo a porta de sua casa.

Cássia Ramos, era essa pessoa que abrira a porta, na noite da formatura de ensino médio, ambos se declaram, iniciando naquele momento o primeiro namoro de ambos, passando, por colação de grau, especialização, noivado, a conquista da primeira casa, emprego, livros trocados, beijos com sabor de pessoas amadas, paciência e compreensão.

Cássia, sentiu aquele aroma novamente, um cheiro que recordava aos lugares mais santos da Terra, associando ao vaticano, dissipava essa ideia, era algo sublime, nenhum perfume era capaz de reproduzir para seu olfato.

Olhou para César André, dormindo, babando, antes de ir até o quarto, verificou se ele tinha deixado em dias, olhou na mesa, não vira nenhuma produção textual.

- Que Deus o guarde! Direcionou ao Alto, para Deus.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo