"Depois da tempestade, sempre vem a calmaria".
A minha vida era completamente refém desse ditado, e tudo como um ciclo vicioso em questão de horas, minutos ou até mesmo segundos.
Assim que fui tirada da calmaria que os braços de Luke Blackthorn me induziram, fui acertada novamente por uma onda de tempestade, vulgo, meu pai.
Eu esperava que ele me apoiasse com a ideia de que minha mãe era uma maluca e que fazia coisas infantis demais para sua idade, mas ao contrário do que eu pensava, assim que eu entrei no apartamento meu pai aparentava descontentamento com minhas atitudes, e apoiava minha mãe por completo com ideia de que eu estava me tornando uma garota mimada e irresponsável.
Bloquearam
Se minha vida fosse dividida em capítulos e eu pudesse nomeá-los, esse com certeza seria"O Grande Dia Da Vitoria".As coisas em casa estavam da pior forma possível, meu pai não trocava uma palavra se quer comigo, o que me incomodava, mas eu não fazia questão, e minha mãe mantinha sua usual cara de "odeio profundamente minha filha".Mas como sempre, eu era o "orgulho" da família, e conseguia manter a normalidade com um sorriso bem contornado, completamente radiante e expressão de garota perfeita com um total de 0 problemas e sem uma sequer preocupação na vida, o que não é totalmente falso.Porém assim que eu ajeitei a saia quadriculada em azul e as mangas da camiseta social branca que eu usava e desci d
As coisas nunca estiveram tão satisfatórias.Esse foi meu primeiro pensamento ao cruzar os corredores da escola e encontrar as coisas em um completo e maravilhoso caos, eu sempre soube que poderia ter qualquer coisa que eu desejasse, mas depois de uma manhã insuportável e regada de discussões com minha mãe, entrar no colégio e seradorada e invejada, era o que fazia com que todas minhas energias se renovassem.Estava quase chegando os períodos de jogos escolares, e aquele era o momento perfeito para as coisas estarem daquela forma, eu retomaria meu namoro com James, ele brilharia nos campos, e eu o apoiaria na torcida, como sempre acontecia.E como eu sempre tinha uma forma de fazer as coisas circularem ao meu favor, eu tinha um plano perfeito para que James vo
Uma vez Honoré de Balzac em uma de suas clássicas obras francesas disse"As almas grandes estão sempre dispostas a fazer de uma desgraça uma virtude", porém ele esqueceu de mencionar que existiam algumas exceções, já que certamente não me conhecia.Eu era sem dúvida uma grande alma, não só grande como uma das melhores também, e não estava nem um pouco disposta a tornar minha desgraça uma virtude, não daquela vez. Eu queria apenas me trancar no meu quarto e chorar feito uma adolescente pós drama em uma novela mexicana, e eu até o faria se não fosse por um pequeno detalhe.Eu fui colocada para fora da minha própria casa, novamente.A sra. Chermont sem qualquer d&u
Passei a mão sobre o vestido azul que a mãe de Luke havia delicadamente escolhido e emprestado para mim e respirei fundo enquanto Luke entregava nossos ingressos na entrada do Drive-in, ele dirigiu a caminhonete velha e com cheiro de graxa até um ponto mais escondido no meio de outros carros e puxou o celular digitando alguma coisa, me olhei no retrovisor encarando a maquiagem impecável que Rachel havia feito, eu estava linda, James não ia resistir.--- Eles já chegaram – Luke apontou para um conversível vermelho que adentrava o local, aquele era mesmo o carro de James, e era possível vê-lo sorrindo com Helena, eu a odiava com todas minhas forças.--- Assim que eles saírem, vou comprar pipoca e passar por lá, você fica aqui, não podemos ser vistos juntos – murmurei erguendo
Abri os olhos quase que desesperadamente e senti uma leve pontada na cabeça, eu estava péssima, pisquei lentamente tentando fazer com que meu cérebro me ajudasse a lembrar os acontecimentos da noite passada, porém, eu estava completamente perdida e sonolenta. Uma luz fina invadia o quarto através de um pequeno corte na cortina, franzi o cenho confusa, eu definitivamente não estava na minha casa, percorri os olhos pelo pequeno cômodo e mordi a bochecha encarando a prateleira carregada de HQ’s reconhecendo o lugar onde eu, infelizmente havia acordado.Eu queria me matar, com certeza preferia estar em um banco de praça naquele momento, um pequeno arrepio percorreu meu corpo, eu não estava vestida nas minhas roupas, e sim em uma camiseta velha com um perfume que eu conhecia perfeitamente. Puxei o lençol cobrindo mais o corpo, o que havia acontecido noite passada? Apalpei a testa em busca de algum sinal de
As coisas que não podemos ter são as que mais nos atrai. Eu já havia ouvido essa frase ou similares inúmeras vezes, e eu com certeza era um praticante ativo da mesma, porém enquanto segurava Emy Westlynn Chermont em meus braços, chorando como uma criança ao qual o doce foi tirado, eu sentia que pela primeira vez em muito tempo eu estava com chance para algo, meus sentimentos por Helena de alguma forma nunca haviam chegado nem aos pés do que eu sentia pela ruiva com uma personalidade completamente diabólica.E eu novamente desejei ser James Hill, e dessa vez não foi por poder ter Helena, e sim por possuir chances extraordinárias com Westlynn.“Você já alcançou”E foi com aquela frase que Emy havia parado meu coração por completo. Eu a desejava, mais do que gostaria de admitir para mim mesmo, e ia completamente além de
--- Ela está descendo, acho que tudo bem por enquanto – Erick me lançou um olhar esperançoso enquanto girava os dedos impacientemente pela escadaria.Mordi o lábio e respirei fundo, era mais fácil quando eu apenas precisava ser a amiga bonita, eu nunca me sai bem em situações que eu precisaria ser uma boa conselheira e companheira, apesar de minha amizade com Olivia se resumir a festas e garotos, eu sentia falta de tê-la do meu lado, Olivia sempre foi ótima como amiga.--- Do que você precisa? – Olivia se sentou na poltrona a minha frente e me encarou com certa magoa em seus olhos.--- Uau, você está ótima – Encarei minha amiga que havia tirado a cor azulada do cabelo deixando-o inteiramente preto, não estava mais com as olheiras enormes, parecia quase que perfeitamente bem, Olivia era durona, estava se esforçando para se reerguer.--- E
Eu era uma tremenda idiota.Eu estava a poucos passos de conseguir algo que eu almejava a tempos e fugi como um coelho assustado para o carro de um nerd, nem mesmo em meus piores pesadelos eu seria capaz de algo tão absurdo, porém de certa forma, enquanto Luke dirigia a caminhonete velha e cheirando a graxa de seu pai em direção as estradas de saída de Beverly Hills, eu conseguia apenas me sentir euforicamente bem e segura.Luke não havia dito nenhuma palavra desde que havíamos entrado no carro, nem ao menos cantarolou junto com o rádio, ele parecia sério e perdido, eu não o culpava, mas eu torcia mentalmente para que ele voltasse a me falar coisas fofas e melosas, que me fizesse se sentir amada como nunca alguém me amou, que as coisas entre a gente voltasse a ser tão especial quanto antes.Luke estacionou o carro em frente a lanchonete que ele havia me mostrado com Rachel, o mes