Cameron
Estava parada na janela do quarto de Mallory, observando Ragnar e Eron correndo e brincando no jardim. O sol começava a se pôr, lançando um brilho suave sobre os dois. Eron, com a energia interminável de uma criança, ria alto enquanto Ragnar o perseguia, mas sincero, estampado em seu rosto. A cena era tão simples, mas carregava uma serenidade que parecia distante do caos que eu sentia por dentro.
Senti o peso leve do queixo de Mallory pousar em meu ombro, e ela se juntou a mim na observação silenciosa. “Quem imaginaria que o nosso mundo mudaria tão rápido, hein?” ela murmurou, sua voz carregada de um misto de sentimentos.
Soltei o ar lentamente, concordando. “Pois é… tudo mudou.” Virei-me para ela, meu semblante ainda marcado pela tristeza que parecia não querer me deixar.
Mallory me olhou por um instante, e entã
CameronMallory me lançou um olhar cúmplice, aquele tipo de olhar que só irmãs conseguem compartilhar. Eu não pude evitar rir, mesmo sem saber exatamente o que ela estava pensando. "O que foi?" perguntei, levantando uma sobrancelha, já me preparando para alguma provocação.Ela riu junto comigo, um brilho travesso nos olhos. "Você não quer aproveitar e tomar banho com ele, não?" As palavras saíram com tanta naturalidade que, por um segundo, eu fiquei sem saber como responder. Em um reflexo, peguei a cebola mais próxima e joguei nela, rindo enquanto ela se esquivava."Você está louca, Mallory!" falei, ainda rindo, mas meu rosto corou imediatamente. A ideia de estar tão próxima de Ragnar, de compartilhar um momento tão íntimo, fez meu coração acelerar.Ela riu mais ainda, pegando a cebola e colocand
RagnarEron começou a coçar os olhos, o cansaço evidente em seu rosto. Cameron, sempre atenta, logo perguntou se ele queria que ela o colocasse na cama, mas antes que ele pudesse responder, Mallory se adiantou, sua voz suave, mas firme. "Não precisa, Cam. Eu cuido disso. Vocês dois deveriam conversar."Aquilo parecia perfeito para mim. Vi os olhos de Cameron lançarem um olhar acusador para a irmã, mas Mallory apenas sorriu, ignorando a tensão crescente. Meu lobo estava adorando essa brincadeira de gato e rato, saboreando cada segundo de provocação.Assim que Cameron se levantou para começar a recolher as coisas da mesa, fiz o mesmo, querendo aproveitar cada momento de proximidade. "Deixe isso para lá," disse, me aproximando dela. "Elara pode recolher depois.""Dei folga para ela e para a cozinheira," respondeu, sua voz firme, mas sem emoção, e
CameronAs palavras de Ragnar ecoaram na minha mente, deixando-me em choque. Meu coração disparou como se estivesse tentando escapar do meu peito. Ele sempre me pedia provas, mas até onde eu deveria ir para que ele entendesse finalmente o que eu sentia? Tentei manter a compostura, engolindo o que estava prestes a escapar dos meus lábios, mas antes que pudesse reagir, Mallory entrou na cozinha. Ragnar imediatamente me soltou, e respirei aliviada, sentindo o ar finalmente preencher meus pulmões.“Desculpa, atrapalhei alguma coisa?” Mallory perguntou com um sorriso travesso no rosto, claramente se divertindo com a situação. Sem pensar duas vezes, corri até ela e enrosquei nossos braços, como se ela fosse minha tábua de salvação.Ragnar me olhou por mais alguns segundos, os olhos intensos e cheios de perguntas não respondidas, mas logo desistiu. Bu
CameronCaminhei lentamente até a porta, sentindo o peso de cada passo. O santuário dedicado à Amanda parecia me sufocar, enchendo a sala com uma presença que eu não estava preparada para enfrentar. Com uma respiração profunda, abri a porta e olhei para Mallory, que ainda estava absorvendo o impacto do que vimos."Vamos sair daqui," murmurei, minha voz baixa, quase como se eu estivesse com medo de perturbar algo. "Não deveríamos estar aqui."Ela olhou para mim, surpresa, mas não questionou. Saímos da sala em silêncio, o eco dos nossos passos ressoando no corredor vazio. Minhas mãos tremiam ligeiramente, e eu sabia que Mallory tinha percebido, mas ela respeitou meu espaço, pelo menos por enquanto.Enquanto fazíamos o caminho de volta, minha mente estava um turbilhão de pensamentos. O que eu acabara de ver confirmou o que eu j&aacu
RagnarEu estava deitado no quarto de Cameron, aguardando por ela. O silêncio da casa era quase reconfortante, mas meu lobo estava inquieto, impaciente. Estava esperando que ela subisse, ansioso por sua presença ao meu lado, quando ouvi o som de vidros se estilhaçando. Meu corpo reagiu antes que minha mente pudesse processar. Em um instante, meu lobo emergiu com força total, dominando meus sentidos com um único objetivo: encontrá-la antes que qualquer coisa acontecesse.Desci as escadas em minha forma de Lycan, sentindo a urgência em cada passo. O poder que irradiava de mim era intenso, e minha preocupação por Cameron apenas aumentava a cada segundo. Quando finalmente a vi, em sua forma lupina, pronta para o ataque, meu lobo se acalmou, embora a tensão ainda estivesse latente. Saber que ela estava preparada para a batalha trouxe uma onda de orgulho, mas também um desejo insaci&a
RagnarO desespero se misturava com a fúria dentro de mim enquanto segurava Cameron em meus braços. Cada segundo que ela permanecia inconsciente era um golpe brutal em meu coração, um golpe que meu lobo não podia suportar. Chamava por ela, repetidamente, mas não havia resposta. O caos ainda reinava fora das paredes da casa, mas naquele momento, nada importava mais do que a vida dela."Cameron, por favor, acorde..." sussurrei, minha voz embargada pelo desespero, mas ainda assim carregada da autoridade que nunca me abandonava.O som da luta do lado de fora continuava a me chamar, a urgência de liderar meus homens me corroendo por dentro. Mas cada vez que eu pensava em me levantar, em deixar Cameron para se juntar à batalha, a ideia se desintegrava na minha mente. Não conseguia me afastar dela. Não agora. Não quando ela precisava de mim.O médico da sede final
CameronO rugido de Ragnar ecoava pela casa, fazendo as paredes tremerem. Mesmo carregada para longe da batalha, meus instintos estavam em alerta total, a necessidade de voltar e lutar ao lado dele queimando dentro de mim. Cada fibra do meu ser gritava para que eu fizesse algo, qualquer coisa, mas o veneno ainda corria em minhas veias, deixando-me fraca e frustrada.Assim que fomos levados para a sala de segurança na biblioteca, vi Mallory abrir espaço para que eu fosse colocada em uma maca que estava ali. O médico se aproximou, sua expressão preocupada. "O que aconteceu?" minha irmã perguntou, sua voz rouca e cheia de impaciência."Você foi envenenada," ele explicou, seus olhos examinando cada detalhe do meu estado. "Mas já está fora de perigo. A Luna precisa descansar agora, para ficar plenamente bem.""Descansar? Eu preciso voltar lá e ajudar o meu Alfa!" esbravejei, t
CameronFiquei paralisada, sem reação. As palavras de Ragnar ecoavam na minha mente, e a ideia de me afastar dele parecia insuportável. Ele queria me mandar embora, me afastar de tudo, enquanto tudo o que eu queria era ficar ao lado dele, lutar ao lado dele."Eu não quero ir," comecei, tentando controlar o tremor na minha voz. "Eu quero ficar e ajudar. Mallory pode cuidar de Eron." abri um espaço entre nós.Ragnar balançou a cabeça, a expressão firme. "Não. Eu só confio meu filho a você."Apesar de sentir uma pontada de honra com suas palavras, a resistência dentro de mim crescia. "Mas eu quero ajudar, Ragnar. Eu fui fraca, mas isso não vai acontecer de novo."O olhar dele ficou sombrio, e ele se aproximou, a raiva e a frustração claras em sua voz. "Você não foi fraca, Cameron! Você pegou um dos elos mais