Ragnar
O dia havia começado muito antes do sol nascer. Saí da cama sem fazer barulho, deixando Cameron dormir enquanto eu lidava com mais uma das crises que Gabriel tinha me alertado. Quando cheguei à sede, o cansaço estava longe de ser minha maior preocupação. A frustração estava crescendo dentro de mim, e eu sabia que não demoraria muito até que ela transbordasse.
Gabriel estava me esperando no escritório, sua expressão grave, refletindo a seriedade da situação. Ele se levantou imediatamente quando entrei, e o encarei sério.
"Ragnar," começou ele, sem rodeios. "Os exames no suspeito não revelaram nada. Nem uma única pista de onde ele pode ter vindo. É como se ele não existisse. Sem digitais, sem antecedentes, sem rastro."
Meus punhos se fecharam automaticamente, minha mandíbula travando. "E o
CameronAo entrar no escritório de Ragnar, algo no semblante dele me deixou em alerta. A tensão era palpável, marcada pela linha firme em seu maxilar que não estava lá ontem. Meu coração acelerou, mas fiz um esforço consciente para manter a calma."Podemos conversar?" perguntei, tentando manter minha voz firme.Ele concordou com um aceno, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se aproximou com uma rapidez que fez meu coração saltar, capturando meus lábios em um beijo inesperado. O gesto me pegou de surpresa, e por um instante, todo o mundo ao meu redor pareceu desaparecer, enquanto o calor dele me envolvia. A intensidade do beijo fez meu corpo reagir instantaneamente, um arrepio percorrendo minha pele. Por um breve momento, fiquei perdida naquela conexão, deixando-me levar pelo desejo que sempre parecia arder entre nós. Mas logo lembrei por que
CameronEle me puxou para mais perto, roçando seu nariz por meu pescoço, mas me afastei, parando-o. "Não é criar caso. Eu pensei que já tinha deixado minha posição clara. Só me dê tempo para assimilar tudo isso."Ele suspirou, passando as mãos pelos cabelos, claramente frustrado. "Entende que não é tão fácil assim me convencer. Preciso que você mostre que está do meu lado, da minha alcateia. Você ainda está muito ligada à sua antiga alcateia, e talvez..."Ele não terminou a frase, mas eu já sabia aonde queria chegar. Soltei o ar, exasperada. "Quer que eu diga que nunca mais vou procurá-lo?"Ragnar me encarou sério, a tensão crescendo entre nós. "Palavras não me convencem de nada. Se fosse assim, qualquer um diria o que quisesse, e eu acreditaria."Seu olhar era analítico, e e
CameronEu saí do escritório de Ragnar como uma tempestade prestes a desabar. Cada passo que eu dava de volta para casa parecia ecoar a raiva e a frustração que borbulhavam dentro de mim. As palavras dele ainda estavam queimando em minha mente, o peso da desconfiança dele apertando meu peito de uma maneira que eu não conseguia suportar. Como ele podia pensar que eu, seria uma ameaça à sua alcateia? Toda minha insegurança, medos e os conflitos internos que eu havia tentado ignorar por tanto tempo agora estavam todos expostos, me deixando completamente vulnerável.Assim que cheguei em casa, ouvi um grito agudo que imediatamente disparou cada alarme dentro de mim. Era Eron. Sem pensar, corri em direção ao som, meu coração martelando no peito, e abri a porta da biblioteca com tanta força que quase a arranquei das dobradiças.O que vi me fe
RagnarEstava no escritório da sede, debatendo com Gabriel sobre os novos planos para conter os invasores. Cada palavra, cada decisão parecia se arrastar, minha mente dividida entre as ameaças externas e o conflito interno que eu não conseguia dissipar. A desavença com Cameron mais cedo havia deixado meu humor
RagnarEu me levantei, a raiva fervilhando em minhas veias, queimando cada pedaço de contenção que eu tentava manter. Virei-me para Gabriel, meu olhar duro e frio. "Abata-a imediatamente," ordenei, a voz saindo como um rugido abafado.
RagnarAbri a porta do meu quarto com cuidado, a raiva ainda pulsando em minhas veias, mas agora misturada com uma preocupação intensa. Assim que entrei, vi Cameron deitada na cama, encolhida e abraçando Eron com tanta força que parecia estar tentando protegê-lo de todo o mal do mundo. Meu coração se apertou ao vê-los assim, tão vulneráveis e ao mesmo tempo tão valentes. A força que ela tinha para defender meu filho era impressionante.Aproximei-me lentamente, caminhando até o lado oposto da cama onde eles estavam deitados. Parei por um momento, apenas observando-os. Eron parecia tão tranquilo nos braços de Cameron, como se nada pudesse tocá-lo enquanto estivesse sob o cuidado dela. Meu lobo se agitou dentro de mim, o instinto protetor uivando com força, me lembrando de que aqueles eram meus maiores tesouros, e que faria qualquer coisa para mantê-los seguros.Sem pensar duas vezes, deitei-me ao lado de Eron, envolvendo os dois com meus braços. Cameron, que até então parecia estar dorm
CameronQuando Ragnar me beijou, foi como se todo o peso do dia tivesse sido tirado de meus ombros, mesmo que por um breve momento. O calor dos seus lábios nos meus, a firmeza suave com que ele me segurava, tudo isso me fez sentir segura, protegida, como se nada pudesse nos alcançar enquanto estivéssemos juntos. Meu coração, que antes estava disparado com a tensão e a raiva, agora batia em um ritmo mais lento, mais calmo. Eu estava começando a acreditar que, talvez, as coisas realmente pudessem dar certo entre nós.Quando ele se afastou, nossos rostos ainda próximos, mantive os olhos fechados por um segundo, saboreando o resquício de seu toque. Aquelas palavras que ele sussurrou logo depois – “E você é perfeita para o Eron também” – fizeram algo dentro de mim se aquecer de uma maneira que eu não estava esperando.Abri os olhos, encontrando o olhar de Ragnar fixo no meu. Ele estava tão próximo que podia sentir sua respiração contra meu rosto, e a intensidade em seus olhos fez meu coraç
CameronAbri a porta do quarto com cuidado, tentando ao máximo não fazer barulho para não acordar Eron. Quando olhei para dentro, vi Mallory sentada na poltrona, mexendo no celular. Assim que percebeu minha presença, ela levantou os olhos imediatamente, seu olhar atento captando a minha expressão. Sem dizer uma palavra, ela se levantou e veio em minha direção, seu rosto cheio de preocupação.Mallory se aproximou com cautela, estudando cada detalhe do meu rosto, como se estivesse tentando ler a gravidade da situação. Eu tentei segurar as lágrimas, mas era impossível. Apenas balancei a cabeça, negando qualquer pergunta que ela estivesse prestes a fazer."Vamos para outro lugar," pedi, minha voz baixa, quase um sussurro, temendo que filhote acordasse e m visse naquela situação.Sem hesitar, Mallory me envolveu em um abraço apertado, e senti a segurança dela me cercar, mesmo que por um breve momento. "Vamos para o meu quarto," ela sussurrou no meu ouvido, a voz suave e reconfortante.Conc