Ragnar
Observei Cameron sair da sala, seu olhar baixo, evitando me encarar, e estranhei. Quando a porta se fechou, me sentei em frente à matriarca Helena, minha mente ainda cheia de perguntas sobre a conversa que havia acabado de interromper.
"O que ela fez de errado?" perguntei, direto ao ponto, esperando alguma crítica ou problema.
Helena franziu a testa, surpresa. "Errado? Não houve nada de errado, Alfa. Pelo contrário, ela é formidável."
"Formidável?" repeti, surpreso.
"A nova Luna é extremamente competente e ponderada," continuou Helena. "Ela tem um alto poder de resolutividade e consegue atrair a atenção de todos, fazendo com que entendam claramente o que diz. Ela reorganizou toda a área de alimentação com uma eficiência impressionante. É um diamante bruto, Ragnar. Se souber lapidá-la, a alcateia central e a Alian&cc
CameronAssim que chegamos em casa, não esperei por Ragnar. Eu precisava de um pouco de distância do Alfa. Tudo que ouvi sobre seu passado, assim como as coisas que eu mesma tinha vivido em meu relacionamento com Tayrus, estavam se misturando em minha mente.Corri direto para o quarto de Eron, batendo na porta antes de entrar. Ele estava sentado na cama, com um livro nas mãos. Ao me ver, ele fechou o livro rapidamente, me encarando."O que quer?" perguntou de forma seca."Oi, Eron," disse, tentando manter minha voz calma. "Posso entrar?"Ele não respondeu, apenas desviou o olhar para a parede. Respirei fundo, sentindo que ele havia reconstruído o muro entre nós. Sentei-me ao lado dele, sentindo a tensão no ar. "Gostou da nova tutora?" perguntei, esperando quebrar o gelo. "Ela parece ser uma pessoa gentil. Acredito que tenha estranhado um pouco, pois somente seu pai e o beta faziam suas liç&otil
RagnarEntrei no quarto de Eron e encontrei o menino de costas para mim, com os punhos cerrados e uma postura tensa, como se ele estivesse segurando muita coisa para sua idade."Eron," falei com a voz grave. Ele se virou, e ao ver sua expressão, percebi que ele estava à beira das lágrimas. Me aproximei lentamente, pegando-o nos braços e envolvendo-o em um abraço apertado, deixando que todo o amor que sentia fosse transmitido sem precisar de palavras. Ele começou a chorar, soluçando contra meu peito, e eu fiquei ali, segurando-o firmemente até que ele se acalmasse."Está tudo bem, meu filho," sussurrei, acariciando seus cabelos e o embalando, como fazia quando era menor. Quando senti que ele estava mais calmo, afastei-me ligeiramente para olhar em seus olhos. "O que está acontecendo, Eron?"Ele respirou fundo, tentando conter os soluços. "Por que nossa vida teve que mudar tanto, p
CameronEnquanto me servia e começava a comer, observei Ragnar. O lobo moreno de estrutura forte e séria estava com uma expressão estranha, mais sombria do que o usual. Eu já tinha percebido sua tristeza no meu quarto, mas ali parecia ainda maior, mais profunda.Decidi falar sobre o que estava fazendo em meu quarto, para tentar aliviar a pressão do dia e do momento. "Estava estruturando um plano de atividades para o Eron," comecei, escolhendo as palavras com cuidado. "Gostaria muito da sua opinião.""Os papéis em sua cama eram isso?" Ragnar perguntou, curioso."Não só isso, mas sim. Eu gosto de deixar tudo organizado, para não perder os detalhes." Sorri, levando a comida à boca em seguida.Ele olhou para mim com interesse renovado. "Já fez a ficha de desempenho dele pelo que viu hoje?""Sim," respondi, sentindo uma ponta de orgulho. "Anotei t
RagnarApós o jantar, Cameron se retirou e fui para o escritório. Eu precisava pensar em tudo o que estava acontecendo desde que a escolhi para ser minha Luna. Peguei um copo de whisky no aparador e fui para a frente da lareira, esperando que o calor e o brilho das chamas clareassem meus pensamentos. O fogo crepitante ajudava a afastar a escuridão e a confusão que sentia.Pouco tempo depois, ouvi passos no corredor. Gabriel entrou, mas não esperei para encará-lo. Percebendo meu incômodo, ele se sentou na poltrona atrás de mim, esperando que eu falasse. O silêncio entre nós era familiar e confortável, um espaço seguro onde eu podia processar meus pensamentos."Gabriel," comecei, olhando para o fogo. "Você sabia das dificuldades que as matriarcas estão tendo em adotar os filhotes abandonados e órfãos?""Sim, eu sabia," respondeu ele calmamente. "J&aa
CameronSão 5h da manhã e já estou pronta para treinar com Ragnar. Escolho um short na altura do joelho e uma camiseta preta mais folgada, com meus tênis favoritos. Olho-me no espelho, franzindo o nariz, sabendo que aquele não é exatamente meu estilo, mas não desgostando totalmente do que vejo. Ao sair do quarto, encontro Ragnar sentado no primeiro degrau da escada. Ele parece imerso em pensamentos, e sorrio, mordendo a parte interna da boca. CameronMinha respiração se acelera, não apenas pelo esforço físico, mas também pela proximidade. Posso sentir a intensidade do seu olhar, mesmo sem ver seus olhos. Meu coração bate descompassado, e a mistura de frustração e desejo se intensifica.Forço-me a focar, a canalizar a energia da minha loba em um movimento decisivo. Com um giro rápido, tento mudar o ângulo, buscando uma forma de me soltar. Uso a perna para ganhar uma alavanca, empurrando contra o chão e tentando quebrar a chave de braço. Ragnar resiste, mas sinto uma pequena brecha e aproveito a oportunidade, forçando meu corpo para fora de sua pegada.Nos separamos por um breve momento, ambos respirando pesadamente. Nossos olhares se encontram, e vejo algo nos olhos dele – uma mistura de respeito e algo mais, algo que mexe profundamente comigo.Sem dar tempo para que ele recupere39. Ringue Parte 2
RagnarMeu lobo estava agitado e excitado. Fazia tempo que não sentia um desejo tão latente como aquele. Questionei-me se algum dia havia sentido isso por Amanda, mas me repreendi instantaneamente, não querendo macular as memórias de minha falecida esposa. Com os olhos, acompanhei os movimentos de Cameron até os aparelhos da academia e resolvi me afastar, voltando a correr para não cometer uma loucura e prender aquela loba novamente sob mim.O que estava acontecendo comigo? Era só um treino com uma loba bonita. Não era como se nunca tivesse feito isso antes, mas tinha que concordar que a forma como ela se movia era graciosa. O brilho em seus olhos me atraía, e o combate que ela proporcionava era delicioso. Meu lobo rosnou desejoso, querendo voltar de encontro a ela e se afundar em seu corpo, mas eu o detive."Eu não posso fazer isso, não ainda." respirei fundo, repreend
Cameron"Hoje foi mais difícil?" perguntei a Eron enquanto voltávamos para casa."Não, foi normal," ele respondeu, tentando parecer forte, apesar de sua expressão cansada. Sorri, admirando a determinação do menino, e voltei a olhar para a entrada da casa, onde Ragnar acabava de estacionar o carro e sair.Meu corpo se acendeu instantaneamente, e senti meu rosto corar com as lembranças de nossos toques mais cedo. Eron, sempre observador, perguntou: "Por que está vermelha?""É o sol," respondi rapidamente, tentando disfarçar. "Vamos acelerar para você também não ficar vermelho." Ele concordou, e andamos mais depressa, chegando à entrada da casa em poucos minutos. "Vá tomar um banho," falei para o menino.Eron resmungou algo, mas obedeceu, correndo para dentro. Subi as escadas, mas encontrei Ragnar no meio do corredor, bloqueando meu